sexta-feira, 20 de abril de 2012

Amarração e Síndrome de Estocolmo


Quando eu era pequena levava broncas da minha avó cada vez que saía com ela: perdeu alguma coisa no chão Andréa? O olhar tinha que ser para frente e não para baixo. Realmente com a cabeça erguida você observa muito mais coisas. Minha falecida avó, hoje teria uma síncope nervosa, ao ver pessoas andando com as cabeças baixas focadas num mundo virtual dos seus celulares. Não que o mundo virtual seja ruim,mas ele faz com que , às vezes, não tenhamos aquele maravilhosa experiência de olho no olho.
Já falei algumas vezes que andar de ônibus longas distâncias me tornou uma adepta do livre pensar. E até nas intermináveis viagens entre terminais a gente pode se surpreender. Dia destes li: "Trago seu amor de volta em 3 dias. Não fazemos amarração,só trabalhamos com o anjo da guarda. Pagamento só depois que seu amor voltar." Na hora pensei: bem que podiam fazer isto com o amor-próprio da pessoa né? E o coitado do anjo da guarda o que tem com a "brilhante' idéia de trazer de volta quem não te quer? Vai saber...
As pessoas são surpreendentes. Esta semana falei muito com meus amigos sobre a Síndrome de Estocolmo, que  é um estado psicológico particular desenvolvido por algumas pessoas que são vítimas de sequestro. A síndrome se desenvolve a partir de tentativas da vítima de se identificar com seu captor ou de conquistar a simpatia do sequestrador. Creio que esta coisa de trazer amor fugitivo de volta pode ser inserida na síndrome. As paixões são perigosas, nos fazem caminhar com os olhos voltados para o chão, sejam elas por pessoas ou por situações. 
Tenho aprendido muito a não caminhar mais sem olhar nos olhos da vida. Se algo me faz bem, me traz bons sentimentos, não me deixa alienada e não me faz sofrer tudo bem. Sou bem radical nisto, aprendi a ser. Se frequento um local em que era para ser de luz e só há trevas, ou eu levo minha lanterna ou caio fora. Tem que ser assim gente, não tem outro jeito, porque esta vida é uma só. Creio em reencarnação,mas porque levar os pesos desta pra lá?
Ninguém é santo, nenhum de nós. Contudo, quando lidamos com pessoas temos, no mínimo , de gostar delas. Gostando de nós mesmos temos cuidado: fazemos nossas orações e vigiamos. Tem corpo aberto a qualquer coisa quem quer.É duro sim ouvir isto,mas é verdadeiro. Meus caros vou contar a grande dádiva para qualquer médium, seja em que grau for: a coragem. Deus abomina os covardes. Titubeamos as vezes , é normal, mas quando deixamos as raízes do me se grudarem aos nossos corações ele nos enfraquece. Aí somos presas fáceis da dita Síndrome de Estocolmo seja com pessoas ,instituições ou vícios. 
Um dia me falaram que eu tenho mais do que um dom mediúnico, tinha sido agraciada por Deus. A única coisa que pensei na hora é que desta vez, nesta vida, quero errar menos e ter mais coragem, porque se eu vim com um grande propósito de servir é que boa coisa eu não fiz lá atrás. Médiuns umbandistas peço a todos que tenham coragem. Tenham coragem de exercer a fé com caridade e real amor ao próximo. Vamos abrir nossas mentes ao bem maior e fechar o corpo para a falta de vida verdadeira. Nós somos agentes dos Orixás que junto às entidades temos a missão de encaminhar à luz quem,por algum motivo, anda nas trevas de seus problemas. Saravá!


2 comentários:

  1. Palavras muito apropriadas e muito bem colocadas! Parabéns e obrigada por transmitir a mensagem.

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  2. Oh! Todos os Benditos Orixás! Sempre! Saravá! Sempre! Male! Sempre! Assim Seja! Axe, Axe, muito Axe!...

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