OPINIÃO

QUARTA-FEIRA, 22 DE FEVEREIRO DE 2012

O luxo na Umbanda.



Vamos refletir sobre: “necessidade x vaidade x humildade”.
Não está acontecendo um exagero de vaidade na Umbanda (não da religião, mas dos adeptos)?
Entre muitos aspectos, podemos citar como exemplo a vestimenta e os paramentos: quando o médium tem uma entidade ou outra que usa um apetrecho de trabalho (um chapéu, um lenço, uma bengala ou mesmo outro elemento), nota-se que a necessidade desse material é do guia, ou seja, aquele espírito usa o chapéu, o lenço etc. para realizar seu trabalho, dentro do seu fundamento.
Mas, quando TODAS as entidades que trabalham com o mesmo médium, ou todas do mesmo terreiro (mesmo em médiuns diferentes) precisam se paramentar, não seria mais coisa do(s) médium(ns), na maioria das vezes semi-consciente(s), do que do(s) espírito(s) atuante(s)?
Na internet, revistas e jornais, podemos ver com facilidade, fotos em que o mesmo médium (ou todos do terreiro), quando incorporado(s) apresenta(m)-se da seguinte forma: o baiano está vestido de cangaceiro, com falangeiros de seu Zé Pelintra (não concordo com o termo “linha de malandros”, usado pelos umbandistas mais novos) usa terno, bengala e chapéu, o boiadeiro parece um capataz ou um coronel fazendeiro, o caboclo se veste imitando um índio (já que o de modo geral, os artigos encontrados, como cocares, não são genuinamente indígenas, e muitos não têm nenhuma semelhança aos paramentos que eram utilizados pelos povos ancestrais de nosso continente, ou mesmo pelos índios atuais), o Ogum veste roupa de soldado romano e tem uma linda espada (se possível, cravejada de brilhantes), o erê traja roupas infantis (macacãozinho, vestidinho colorido etc), o cigano com vestes características do povo (e lógico, quanto mais colorido, melhor), o Exu usa capa, tridente e cartola, o marinheiro usa uma “farda” como se fosse um autêntico capitão da marinha americana, etc.
Isso quando não resolvem por um “trono” no meio do terreiro, colocando a entidade numa posição de rei dentro da casa (já existem tronos especialmente confeccionados para Exus e que são vendidos aos
“olhos da cara” nas casas de artigos religiosos).
O que vocês acham? Será que existem mesmo médiuns ou casas onde TODAS as Entidades atuantes precisam se paramentar?
Seria coincidência esses espíritos escolherem, todos ao mesmo tempo, esse médium ou essa casa, para se paramentar?
Isso não seria contrário ao principal lema da Umbanda: “HUMILDADE e SIMPLICIDADE”- tão ensinado pelos nossos sábios Pretos-Velhos?
A roupa branca (símbolo de igualdade), aos poucos estaria deixando de ser a FARDA dos soldados do exército do Pai Oxalá, já que até em dias de giras comuns estão usando roupas cada vez mais esplendorosas?
Será que festa de entidade ou orixá precisa mesmo desse luxo todo, deixando, às vezes, um local sagrado como um templo umbandista mais parecido com uma ala de escola de samba, onde todo mundo fica “fantasiado”?
Esse colorido todo não facilita a indução à mistificação, ou no mínimo, ao animismo, já que o médium que gastou tanto dinheiro com toda essa parafernália, não vai querer deixar tudo aquilo guardado?
Ou será que os guias, que sempre foram exemplos de humildade e simplicidade, é que são (ou estão ficando) cada vez mais vaidosos (o que não acredito)?
Irmãos-de-fé, filhos da nossa amada Umbanda: apesar do respeito às diferenças, certas questões poderiam e deveriam ser melhor estudadas ou revistas pelos seguidores do Mestre Oxalá, afinal de contas, a Umbanda veio para dar espaço a todos os filhos do Pai Celestial, principalmente aos simples e humildes (encarnados e desencarnados), muitas vezes não aceitos em outros segmentos religiosos.
Com toda essa parafernália utilizada atualmente, como os mais necessitados se encaixarão, já que muitos não podem comprar uma “roupa de Exu”, que muitas vezes, custa mais do que eles ganham por um mês de trabalho?
Lembremos que o brilho que devemos mostrar não é no luxo da vestimenta, ou seja, o lado externo, pois tudo isso é ilusório, já que roupa não tem força espiritual. O que realmente importa é a essência divina que existe em cada um de nós, filhos de Deus (encarnados e desencarnados). Esse brilho, que brota no âmago do ser é que deve ser mostrado e melhor ainda, doado, a todos aqueles que necessitam. Isso sim agrada ao Pai, aos orixás e seus Falangeiros de Luz.
SP. 19/01/2007
Texto de Sandro da Costa Mattos – Ogã Alabê da APEU – Associação de Pesquisas Espirituais Ubatuba – Templo de Umbanda Branca do Caboclo Ubatuba.
Autor da obra: O LIVRO BÁSICO DOS OGÃS – Ícone Editora
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QUARTA-FEIRA, 22 DE FEVEREIRO DE 2012


Sou Lixeiro... Sou Doutor...




De todas as religiões que conheço, não vejo nenhuma outra que se disponha a enfiar a mão tão fundo no lixo para ajudar ao seu semelhante quanto a Umbanda. Nem vejo nenhuma outra fazer uma reciclagem tão ampla quanto a umbanda.
Muitas das religiões, mais novas ou mais velhas vêm, gradativamente, despejando cada vez mais seres perdidos, iludidos ou desiludidos, desequilibrados e inúteis após seu desencarne terreno para plano espiritual. Todos estes sinônimos se resumem em uma única palavra: lixo.
Historicamente falando, quando a existência da comunicação era admitida pelas seitas e filosofias mais antigas que conhecemos, o auxílio dado aos seguidores de uma religião era simplificado.
No entanto, com a expansão do poder dos colonizadores vieram novos conceitos e, o antes natural tornou-se então proibido. Trata-se do tempo tão conhecidos por todos, o tempo da Inquisição.
Aqueles que praticavam as comunicações (os médiuns) com os recém nomeados demônios eram caçados e mortos. E o que estas novas religiões trouxeram para ocupar esta enorme lacuna? Nada.
Sem o desenvolvimento da mediunidade, milhares e milhares de almas passaram por encarnações conturbadas, perseguidos por obsessores, sem encontrar um meio de reverter esta situação.
Encarnando com problemas e desencarnando de forma pior ainda, não era possível nenhuma espécie de desenvolvimento íntimo de moral ou renovação dos verdadeiros conceitos cristãos. Imersos em seu desespero, estas almas são comparadas ao lixo que ninguém mais tem coragem de remover para dar um fim socialmente correto.
Muitas são as casas espíritas nesta Terra abençoada, mas é curioso observar que quando aparece nestas casas um irmão "insano e arredio" não são todas estas que o assumem e lidam com ele do começo ao fim. Uma boa parte tenta afasta-lo dizendo "deixa isso para aqueles da Umbanda".
Mas, meus irmãos, se ninguém coletasse os sacos de lixo que colocamos semanalmente em frente as nossas portas, o CAOS tomaria conta, trazendo pestes, pragas, doenças físicas de todos os modos.
Se ninguém auxiliar estes irmãos que ao longo dos séculos vêm sofrendo, um CAOS ainda pior poderá se instalar. Pior por que para as enfermidades do corpo nossos médicos possuem a cura, mas para as da alma, quem a possui? Nós, médiuns trabalhadores!
Os guias Umbandistas vão até o pior lugar imaginável para resgatar aquele que merece; nós, médiuns Umbandistas, cedemos com alegria no coração o nosso próprio corpo para o auxílio destes coitados. Nós os aceitamos como estiverem e fazemos tudo para recuperá-lo e ajudá-lo em sua evolução.
Somos, portanto, o lixeiro que recolhe, recicla e devolve para o mundo algo maravilhoso. Serviço este que, infelizmente, são poucos os outros que também se propõe a fazer.
Este apontamento, embora correto, não é o único que precisamos ter em nossas mentes. Não devemos ouvir calados comentários maldosos ou infelizes sobre nossa religião. Nós somos partes da elite da sociedade. Somos doutores formados por Olorum!
Imagine um hospital. Entram simultaneamente dois pacientes: o primeiro, sofrendo de uma dor de cabeça; o segundo, todo arrebentado devido a um grave acidente automobilístico. Como estes pacientes serão tratados?
O primeiro passará por um médico que lhe proporcionará um remédio para aliviar a dor. Enquanto isso será feitos exames detalhados que, com calma, serão analisados para a escolha do melhor tratamento a ser aplicado. Existe o tempo, existem os recursos...
O segundo, passará por uma avaliação rápida. Se constatada a necessidade, será imediatamente operado. As decisões dos médicos devem ser mais rápidas, e, conseqüentemente, sem os recursos de exames mais detalhados, existe pressão e responsabilidades maiores.
Pois eu digo que os médiuns e os guias da Umbanda formam a equipe que atende as emergências. Lidamos com situações terríveis e, por isso mesmo, temos de nos desenvolver como os melhores profissionais. Somos uma equipe de doutores!

No hospital de Deus não existe equipe mais importante ou menos importante. Todas trabalham para a recuperação dos filhos Dele. Todos, mas cada um com sua obrigação, cada um na sua especialidade!
Sou Umbandista- Lixeiro e Doutor- graças a Deus!
Por Augusto Ventura
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SÁBADO, 11 DE FEVEREIRO DE 2012


CULTURA UMBANDISTA


Toda a pessoa que escuta es­ta frase: 
“Você tem que vestir bran­co, e precisa de­sen­volver a sua mediuni­dade”.

Pronto! Aí vem o medo e ao mesmo tempo a ansiedade, imagi­nando-se vestido de branco e já incorporando “seus guias”, ele julga que após poucas semanas já estará apto a “trabalhar” dando “consulta”…

Será que é só colocar o médium “novo” no meio da gira e girar? 
Ou será que ele precisa primeiro de atenção, carinho, ajuda e esclareci­mento neste mo­mento único e delicado de transição dos seus valores reli­gio­sos, e principalmente de doutrina, acres­cido de tempo e humildade de ambos os lados, seja do dirigente para com o filho pequeno (que nasce para a espiritua­lidade) e precisa ser cuidado com amor. 
Ou por parte do filho que precisa de conhecimento e isto só é con­seguido através do estudo, movido pela paciên­cia, humildade e fé, pois só assim con­seguirá de fato ser um filho de fé da Umbanda Sagrada. Como as giras de desenvolvimento fazem parte deste processo mediúnico comentarei sobre os recursos rituais: atabaques, cantos, defumações, dan­ças, roupa branca, etc… 

Defumações:
descarregam o cam­po mediúnico e sutilizam suas vibra­ções, tornando-o receptivo às energias de ordem positiva. Ela é essencial para qualquer tra­ba­lho num terreiro, pois certas cargas se juntam (agregam) ao nosso corpo astral durante nossa vivência cotidiana, ou seja, pensamentos e ambientes de vi­bração pesada, rancores, preocupa­ções, pen­samentos negativos, etc, tu­do isso produz (ou atrai) certas formas-pensamento que se aderem ao nosso campo eletromag­nético, bloqueando trans­missões energéticas. Pois bem, a defumação tem o poder de desagregar estas cargas, através dos elementos ar, fogo e vegetal que a compõe, pois interpenetra o campo as­tral, mental e a aura, tornando-os no­va­mente “libertos” de tal peso para pro­duzirem seu funcionamento normal.

Palmas: Se cadenciadas e ritma­das, criam um amplo campo sonoro cujas vibrações agudas alcançam o centro da percepção localizada no mental dos médiuns. Com isso, os predispõem a vi­brarem orde­nadamente, facilitando o tra­balho de reajus­tamento de seus pa­drões magnéticos

Cantos: a Umbanda recorre aos can­­tos ritmados que atuam sobre al­guns ple­xos, que reagem aumen­tando a velo­cidade de seus giros. Com isso, cap­tam muito mais energias etéricas, que sutilizam rapidamente todo o campo mediúnico, facilitando a incorporação. Os pontos can­tados são uma das primeiras coisas que afloram a quem vai a um ter­reiro de Um­ban­da pela pri­mei­ra vez. Os pontos canta­dos são, den­tro dos ri­­tuais, um dos aspec­tos mais im­por­tantes para se efetuar uma boa gira. São louvações e orações canta­das, para chegada dos Orixás e guias, tam­bém para descarga e limpeza fluí­dica, bem como para a subida dos Orixás e guias. Um verdadeiro ponto cantado nos atin­ge lá den­tro do coração e da emo­ção, nos trazendo paz, fé, pela pureza e firmeza desses pontos maravilhosos. 

Atabaque:
As vibrações sonoras têm o poder de adormecer o emocional, estimulando a sensibilidade, modifi­can­do as irradiações energéticas, atuando sobre o padrão vibratório do médium, após esta mudança o mentor aproveita esta facilidade e adentra no campo ele­tromagnético, igualando-se ao padrão e fixando-o no mental de seu médium, direcionadamente. Em pouco tempo o médium, entra em sintonia magnética para a incor­poração. Existem vários tipos de toques: • suaves e cadenciados (renovação afetiva e amorosa); • vibrantes (descarrega); • sons alegres (predispostos ao bom humor)

Danças: A Umbanda recorrem às “danças ri­tuais” pois, durante seu transcorrer, os médiuns se desligam de tudo e se concentram intensamente numa ação onde o movimento cadenciado facilita seu en­volvimento mediúnico. Nas “giras” (danças rituais), as vibrações médium-mentor se ligam de tal forma, que o espírito do médium fica adormecido, já que é paralisado momentanea­mente. No princípio, o médium sente ton­turas ou enjôos, mas estas reações cessam se a entrega for total e não houver tentativa de comandar os movi­mentos, já que seu mentor quem o comandará. Nada é por acaso. Se o ritual de Umbanda optou pelo uso de atabaques, cantos e danças ritual, há todo um comando pelos senhores do alto dando amparo e sustentação. 

Roupa Branca:
O branco é a cor de Oxalá, que é o regente da Fé, da religiosidade dos seres da pureza, da humildade, da benevolência, da paciência da fraternidade da união e da caridade… O simbolismo da veste branca é bem visível, além de permitir uma uniformidade na apresentação do corpo mediúnico. Mas, se alguém se veste de branco e assume o grau de médium, dele também se exige que purifique seu íntimo, reformule seus conceitos a respeito da religiosidade e porte-se de acordo com o que dele esperam os Orixás Sagrados, pois estes que o ampararão daí em diante. O fato é que a Umbanda como uma religião possui seus próprios rituais ,suas próprias característica, e suas práticas. Desenvolver a mediunidade não significa dar algo a quem não está habilitado para recebê-lo, mas sim, em habilitar alguém a assumir conscientemente o dom com o qual foi ungido.

Saravá Umbanda! 

MÔNICA BEREZUTCHI
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SÁBADO, 11 DE FEVEREIRO DE 2012


TESTANDO A CARTOMANTE


Muitas pessoas são descrentes do Baralho Cigano e de outros oráculos relacionados à sorte e futuro, mas alguns nos procuram mesmo assim, nem que seja só por curiosidade.

Uma coisa que acontece é a pessoa "testar" a cartomante: 

"Vou contar uma mentirinha, e se ela for boa mesmo, vai descobrir. Agora, se ela não me desmascarar, é tudo mentira mesmo"

Bem, vamos esclarecer alguns pontos:

- Em primeiríssimo lugar: cartomante não é vidente, e eu tenho comigo que, se você trabalha tendo como base somente orientações do plano espiritual, não é trabalho é dom, e dom não pode ser cobrado, mesmo porque as mensagens não seriam suas e você estaria ganhando dinheiro às custas da entidade, a qual com certeza não precisa de valores financeiros em sua caminhada;

- Segundo: quando abrimos o Baralho Cigano estamos trabalhando também com a energia do consulente, ou seja, é a sua energia que determina as cartas que irão sair. Nas consultas presenciais eu embaralho as cartas e quem escolhe quais farão parte da tiragem é o consulente, sacando-as com suas próprias mãos. Uma coisa que chama muito a atenção é que por diversas vezes saem as mesmas cartas, como se o Baralho estivesse batendo na mesma tecla. Vale frisar que as cartas são bem embaralhadas entre cada tiragem, e a escolha de cada uma pelo consulente é livre

- Terceiro: a cartomante irá interpretar os desenhos mostrados nas cartas, fazendo uma análise completa e intercalando as diversas cartas de cada tiragem. É como se as cartas escolhidas formassem uma frase. O papel da cartomante é, com base no seu conhecimento, ler essa frase e passá-la ao consulente.

- Quarta e última questão: pensa comigo, você irá dispor de no mínimo uma hora do seu dia, pagar pelo serviço, e ao invés de aproveitar a oportunidade de conhecer algo novo e ouvir vários conselhos e orientações que irão ajudá-lo muito, vai perder tempo mentindo para testar se os serviços daquela cartomante são bons ou não?

O que faz uma cartomante ser boa em seu trabalho, seja com Baralho Cigano, Tarô ou demais oráculos é a sinceridade (por mais que isso seja difícil para quem está ouvindo os conselhos), conhecimento (sim, precisamos estudar, e muito), não ter somente a visão do lucro em seu trabalho, pois valores exorbitantes não é sinal de qualidade na tiragem das cartas (cobrar o trabalho é permitido sim, afinal, ninguém vive de brisa e as ciganas sempre trabalharam e se sustentaram com isso, mas o dinheiro em hipótese alguma pode estar acima da ajuda ao próximo).

Às vezes é preciso deixar o preconceito de lado para dar passagem a coisas novas em nossas vidas. Coisas que poderão nos enriquecer muito. Elevar nosso espírito, nossa alma, nosso coração...

Optchá!

blog:palavra cigana
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DOMINGO, 29 DE JANEIRO DE 2012


Amo a Umbanda, nem sempre concordo com os umbandistas




Amo a Umbanda, mas às vezes, imperfeito que sou, me surpreendo com certeza, mágoa dos umbandistas. Antes que venham as pedras, eu explico: em primeiro lugar minha frase é mais do que generalizada (o que já constitui um erro), mas ela tem suas razões de ser. 

Ser umbandista não é fácil – todos aqueles que levam a Umbanda a sério sabem disso, mas será que é a Umbanda que dificulta a nossa caminhada?



Certamente que não. Ao contrário disso, a Umbanda existe, entre outros fatores, para facilitar nossa caminhada e amenizar os ferimentos que os espinhos da vida nos causam. 


A Umbanda é perfeita, quanto a isso não resta dúvida, nós umbandistas – e antes disso, seres humanos – é que não somos perfeitos e, não raras vezes, deixamos que a nossa imperfeição interfira no bom andamento dos trabalhos e rituais de Umbanda, maculando o seu nome e possibilitando a generalização negativa aos olhos do leigo.


Quantos umbandistas, durante a gira, não se concentram em seus afazeres, às vezes nem conseguindo se concentrar para “dar a cabeça” às entidades, porque se concentram mais na atitude dos seus irmãos-de-fé?


Quantos outros se orgulham em dizer que do lugar que ocupam no terreiro percebem tudo o que acontece durante a gira (e usam as observações para levantar críticas depois)? Deveriam observar melhor as próprias línguas, mantendo-as caladas e dentro de suas bocas, impedindo que saiam bifurcadas, espalhando sua peçonha por onde passam.


Existem também aqueles que adoram criticar as atitudes dos novatos, acusando-os de mistificação e querer colocar o carro na frente dos bois.


Que isso acontece é fato, mas os mais experientes deviam ter o dever de ser sábios e, portanto, a obrigação de orientar os mais novos. Os inexperientes erram por desconhecimento e falta de orientação, os mais velhos erram por não conseguir conter sua maledicência.


Não faltam também aqueles que, durante uma gira, acham que são os seres mais importantes da face da terra, por desempenharem algumas funções. O sacerdote muitas vezes se acha a própria encarnação de Zambi, o ogã acredita que a gira não funciona sem ele, o pai pequeno olha os demais como se estivesse sobre um pedestal e assim vai. 


Cada qual se acha a peça-chave da gira e esquece que ela constitui uma corrente, na qual cada elo é de extrema importância e que se um fraquejar, todo o corpo mediúnico estará comprometido.


Não podemos esquecer aqueles que vestem o branco e são umbandistas apenas nas horas que dura a gira. Terminados os trabalhos, trocam a roupa e voltam à sua vida mundana, pouco se importando em melhorar enquanto filhos de Zambi. 


Tudo que aconteceu durante a gira não lhes serviu em nada como aprendizado. Triste o ser que vivencia uma experiência, qualquer que seja, e não tira dela uma lição.


E quando um filho-de-fé decide seguir outro caminho, ir para outro terreiro ou mesmo afastar-se da religião por algum tempo? Não são raros os sacerdotes de Umbanda que correm praguejar contra esse filho, inclusive tomando à frente de suas entidades para bradar em tom ameaçador (a fim de intimidar os demais filhos) que o “fulano voltará para cá se arrastando, pedindo perdão por ter saído”. 


É triste ouvir essas palavras proferidas por alguém que se diz “pai” ou “mãe” do terreiro, justamente a pessoa que deveria abençoar o filho que partiu e lhe desejar boa sorte, deixando as portas abertas para que um dia voltem, caso seja seu desejo. Mas preferem praguejar, demandar, ameaçar e intimidar. Será que pessoas que agem assim estão realmente preparadas para exercer o sacerdócio?


Mas com certeza os dois grandes males da maioria dos terreiros são a fofoca e a vaidade. Ervas daninhas que enquanto não são arrancadas de vez, pela raiz, não deixam os trabalhos fluírem da maneira como deveriam. Como auxiliar os necessitados quando somos nós os maiores necessitados no que se refere à moral e ética religiosa.


Teria inesgotáveis exemplos de quanto os umbandistas podem nos decepcionar, mas levaria horas escrevendo e esse texto se tornaria cansativo e repetitivo. 


Com certeza já decepcionei muito também, mas não podemos deixar de alimentar a chama da evolução. Erramos sim, e já diz o velho ditado que errar é humano, mas é preciso aprender com o erro e a partir dele buscar o aprimoramento. Mas infelizmente não é isso que vemos acontecer. 


Obviamente sou contra qualquer tentativa de unificar uma codificação de Umbanda, pois sua diversidade é sua grande riqueza, mas estabelecer uma conduta ética, não apenas como umbandista, mas como seres humanos, não custa nada a ninguém. 


E não podemos esquecer que somos o espelho da nossa religião, nossas atitudes são apontadas como positivas ou negativas pelos leigos para enaltecer ou denegrir a imagem da Umbanda.


Amo a Umbanda, nem sempre concordo com os umbandistas. Assim como toda a humanidade ainda precisamos evoluir muito.



Jaguar Mistico
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SÁBADO, 14 DE JANEIRO DE 2012


CADÊ MINHA COROA


"Em alguns terreiros de Umbanda é comum a confirmação ao trabalho de um médium em desenvolvimento através do ritual conhecido pelo nome de Coroação. Já outros terreiros usam o ritual do Amaci (lavagem da cabeça com ervas específicas) como ato confirmatório da preparação ao serviço mediúnico daquele que por alguns meses ou anos freqüentou a corrente e participou das giras de desenvolvimento. Já outros terreiros sequer utilizam algum ritual preparatório.

Os chefes verificam a incorporação e o teor de algumas mensagens das entidades incorporadas e depois enviam o médium para o trabalho na corrente. Tais procedimentos, entretanto, variam de uma casa para outra. Como não há nenhuma determinação geral e única, cada agrupamento de umbandistas pratica aquilo que aprenderam com seus pais ou mães de santo e perpetuam o ritual em seus templos.

A coroação do médium não se restringe a apenas uma lavagem de cabeça com ervas aromáticas, ou raspagem, ou cortes, ou quaisquer outros rituais meramente externos de demonstração pública. Considerando todas as etapas do processo de preparação, o médium em desenvolvimento não perde seu tempo em interrogações inoportunas ao Dirigente ou ao Guia-Chefe pelo dia em que será finalmente coroado.

A espera é salutar, mas a pressa torna o aprendizado deficiente. A ansiedade, a intemperança e a impaciência são entraves para um saudável processo de aprendizado e um manuseio firme e seguro do seu instrumento de trabalho, a mediunidade. Uma corrente de Umbanda é composta basicamente de médiuns em preparação, médiuns preparados e Guias Espirituais. O preparo do médium que irá servir de instrumento dos Mentores Espirituais da Umbanda é etapa importante para o bom e seguro trabalho de uma corrente umbandista.

Essa preparação engloba tantos passos que grande parte dos médiuns em desenvolvimento desistem do serviço sacerdotal que iriam desempenhar. O fato é que muitos não aprenderam a controlar seus impulsos e gostariam de já estar “trabalhando” com seus Guias. Acreditam que somente o fato de sentir “uma vibração” intensa das Entidades já é suficiente para ouvir o consulente, aplicar-lhe passes e rezas, receitar obrigações, oferendas e banhos ou realizar trabalhos de desmanches de magia – serviço muito perigoso, mas comum nos terreiros de Umbanda.Os médiuns em preparação, ou em desenvolvimento, desconhecem algumas nuances da mediunidade que podem ser prejudiciais a si mesmos e até mesmo a todo o corpo mediúnico. Não têm a percepção de que a mediunidade pode ser-lhes útil ou poderá se transformar num grande trampolim colocado à beira de um precipício.

Tal a necessidade do preparo acompanhado de perto pelo Guia-Chefe e sob os olhos sempre atentos do Dirigente Espiritual do Terreiro.O médium que age pelo impulso é comparável àquele discípulo que mereceu várias vezes as reprimendas de Jesus Cristo, tamanha era sua impulsividade. Por impulso, Pedro arrancou a orelha de um soldado. Noutra ocasião, o mesmo Pedro que antes havia sido corrigido por Jesus exclamou que iria para a cruz no lugar do Mestre. Também por impulso, o apóstolo respondeu a Jesus, logo depois da Ressurreição, que o amava. O indivíduo que usa a mediunidade sem o devido preparo é como o homem que empunha a espada sem o treino da habilidade: fatalmente alguém sairá ferido no fim das contas.Pedro teve que aprender a controlar os impulsos e, acima de tudo, a ser paciente.

A paciência é uma virtude que deve ser cultivada por todo aquele que deseja servir à Espiritualidade Maior.O primeiro passo que o postulante ao exercício mediúnico deve dar, a partir da real compreensão do chamado realizado pelos Mentores da Corrente Astral da Umbanda é o abandono dos velhos costumes por uma promessa de grandes resultados futuros.

Assim como Pedro abandonou a rede que consertava e iniciou uma trajetória de aprendizado contínuo, o médium em desenvolvimento literalmente lança ao chão os velhos dogmas e as concepções errôneas acerca da vida espiritual, da caridade e do seu papel na vida comum.As palavras ”é necessário ao homem nascer de novo” implicam em deixar para trás todas as amarras do velho homem que todos levam consigo para as correntes mediúnicas, sejam em formas de pensamentos, atitudes ou visões do exterior.

É preciso deixar para trás alguns conceitos que outrora cultivou com tanto afinco e sem resultado concreto, tal como a crença em condenações eternas, ou o temor a um Deus vingativo e cruel, ou a unicidade da existência, ou ainda a religiosa supremacia de uma única raça e a demonização de irmãos e amigos desencarnados. Conceitos que afastam o médium de sua importância no intercâmbio espiritual e o lança a um mundo materialista e obscuro.

A próxima etapa nesse vagaroso processo de aprendizado é a caminhada diária e constante, sempre guiado pelo Mestre e Amigo. Pedro, assim como os demais discípulos, precisou caminhar ao lado de homens que mal conhecia. Alguns deles até mesmo eram mal-vistos pela tradição religiosa da época. E, nessa caminhada diária, muitas coisas viu e ouviu do Mestre Nazareno. Nas idas e vindas pelas terras da Judéia, Pedro atravessou um longo estágio de aprendizado.

O médium em preparação carece de um tempo para assimilar todas as coisas que ouvirá do Guia Espiritual e todas as informações são dosadas diariamente. Não se aprende tudo em um único dia ou em um único mês. É preciso tempo e observação constante de tudo o que estará vivenciando ao longo dos meses. Há que compreender também as diferentes opiniões e modos de agir dos seus irmãos de corrente.

O desenvolvimento envolve, ainda que dolorosamente, a aceitação das diferenças comportamentais, ideológicas, religiosas, sociais e morais de co-participantes dos rituais umbandistas. Mesmo que tenha um pouco mais de conhecimento, não deverá se colocar acima dos demais como o senhor da verdade apontando-lhes as falhas e os tropeços da caminhada.A oração constante, a busca pela essência divina e o esforço por uma vida espiritual mais elevada devem estar no trabalho individual de preparação ao serviço mediúnico nos terreiros de Umbanda. Para obter grandes e preciosas inspirações dos Mentores de Aruanda, o médium em desenvolvimento colocar-se-á em humilde posição de alma necessitada e buscará a força necessária através de horas de conexão com o Plano Superior.

Assim, terá experiência suficiente para discernir entre a comunicação de um Guia Superior ou a ardilosa verborragia de uma Entidade embusteira.A confirmação para o trabalho mediúnico chegará no tempo certo não sem antes a verdadeira compreensão do ministério repetido várias vezes dentro de si. Como fez o discípulo quando interpelado pelo Cristo sobre o seu amor incondicional.

Após a confirmação íntima de sua responsabilidade como médium a serviço da Espiritualidade Maior, virá do Alto o poder necessário para desempenhar o trabalho corretamente. É quando descem da Corrente Astral as irradiações poderosas dos Orixás que formam as Sete Linhas de Umbanda. A partir daí, o médium poderá ter sua “coroa” confirmada pelo Guia Chefe e pelos seus próprios Mentores." 

Pai Mario de Ogum
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SÁBADO, 14 DE JANEIRO DE 2012


Espírita ou Umbandista



Não raras vezes ouvimos irmãos-de-fé que praticam e freqüentam a Umbanda referirem-se a si próprios como “espíritas”. Fato muito comum.

Mas afinal, são espíritas ou umbandistas? 

Muitos responderão cheio de convicção: todo umbandista é espírita. Ora, se é assim, vamos sofismar um pouco: se todo umbandista é espírita, o inverso também vale, ou seja, todo espírita é umbandista, correto?

Obviamente que não. Aliás, se alguém tem alguma dúvida quanto a isso, basta perguntar a um espírita (e nem precisa ser daqueles mais ortodoxos) se ele é umbandista. Certamente a resposta será um belo e redondo “NÃO”. 

Estaria errado esse espírita? A resposta mais uma vez é não. Ele está correto, afinal em sua doutrina não se faz oferendas, defumações, não existem pontos cantados ao som dos atabaques, incorporação dos falangeiros dos orixás, etc. Além disso, na própria bibliografia de Kardec, que forma a base doutrinária dos espíritas, está bastante claro que o termo “Espiritismo” refere-se à filosofia descrita ali, no Pentateuco kardequiano, e não às demais práticas espiritualistas.

Mas se o espírita não aceita se declarar como umbandista, por que o contrário deveria acontecer? Deveria, obviamente, mas não isso o que acontece. Muitos e muitos umbandistas se autodenominam espíritas – ou acreditam que realmente o são, não percebendo que existe um leque de diferenças abissais entre as duas religiões.

Para entender melhor essa questão é preciso recorrer à História, sempre sábia e pronta a nos dar respostas.

A corrente umbandista que tem em Zélio Fernandino de Moraes o seu fundador, diz que a Umbanda nasceu em um centro espírita, diante da recusa dos seguidores de Kardec em aceitar a manifestação de espíritos que na sua concepção eram atrasados e/ou ignorantes, como caboclos e pretos-velhos. Essa passagem já serve para nos mostrar que existe uma diferença colossal entre o Espiritismo e a Umbanda, já que o primeiro não aceita a manifestação de espíritos que formam o pilar da segunda.

Mas há quem argumente dizendo que para a espiritualidade não existem fronteiras. Mas para nós existem. Tanto existem que a espiritualidade se dividiu em dezenas de religiões, as mais diversas, para que cada uma atendesse às necessidades das pessoas em seu espaço e tempo. Se as diferenças não fossem necessárias para a compreensão e evolução moral de cada sociedade, a espiritualidade se encarregaria de criar uma religião única. Se as diferenças existem, é porque precisamos delas (alguns podem seguir uma religião mais liberal, pois possuem discernimento para isso; outros precisam de religiões com mais rédeas, pois são pessoas que precisam de mais regras em sua vida, e assim por diante, apenas para exemplificar).

Ainda recorrendo à História, vale lembrar que a Umbanda agrega diversos elementos africanos em sua liturgia – desde os espíritos dos pretos-velhos, até os falangeiros dos orixás e os atabaques – e não é segredo para ninguém que a construção de nossa sociedade se alicerçou em uma ideologia eurocêntrica, que classificava tudo que era de origem africana (leia-se negra) como inferior, atrasada e ruim. Assim, cultos que agregam elementos negros, como a Umbanda e o Candomblé foram vistos como coisa de gente ignorante e atrasada, além de sofrer repressões das mais diversas formas. Não raras vezes, terreiros de Umbanda e Candomblé eram atacados e destruídos. Até hoje existem aqueles que se referem a esse culto como “baixo espiritismo” – puro senso comum e manifestação de desconhecimento. 

Durante os primeiros anos da república no Brasil, não eram raras as perseguições. Porém, durante a Era Vargas (1930 – 1945) surgiram vários terreiros de Umbanda que se denominavam espíritas, pois o presidente era simpático ao Espiritismo. Assim, denominando-se espíritas, os umbandistas conseguiam trabalhar em paz, sem ser incomodados pelas autoridades. Surgiram então, diversos terreiros que carregavam o status de “espírita” em seu nome, como “Centro Espírita Caboclo Pena Verde”, “Tenda Espírita Pai João de Angola” e assim por diante.

Ainda hoje muitos aceitam bem o Espiritismo, mas ainda têm reservas com a Umbanda, por não conhecê-la bem. Se alguém se declara espírita é bem aceito, mas se por acaso se declarar umbandista, corre o risco de sofrer algum tipo de preconceito. Por isso muitos preferem se dizer espíritos no lugar de se assumir como umbandistas de fato. Esses o fazem de forma consciente, como um mecanismo de defesa.

Porém existem aqueles que são umbandistas, mas se dizem espíritas e acham que estão corretos, pois acreditam tratar-se da mesma religião. A esses falta entendimento da própria religião que professam e, mais que isso, falta vestir a camisa da Umbanda, sentir orgulho dela.

Mesmo aos que se dizem espíritas como maneira de se defender falta vestir essa camisa. A legislação brasileira garante a liberdade de culto e o respeito aos diferentes credos. Qualquer manifestação de intolerância pode e deve ser denunciado, portanto já passou do momento de vestir a camisa da Umbanda, de se assumir umbandista e ter orgulho dos seus orixás, entidades e fé. Não devemos ter medo dos olhares ignorantes que nos taxam como macumbeiros, feiticeiros ou o que for. Perante eles devemos assumir a nossa condição e dar o bom exemplo, para que compreendam o que realmente é a Umbanda e saiam das trevas da ignorância. Não existem motivos para ficarmos acuados e envergonhados da nossa religião. Não somos a maioria da população (ainda bem, pois a Umbanda não é uma religião de massas, e sim de pessoas preparados para ela), mas temos o direito de ser respeitos e esse direito começa a ser exercido quando perdemos a vergonha de ser o que realmente somos e passamos a ter orgulho da nossa condição.

Espírita é o seguidor de Kardec – ao qual devemos o maior respeito pela linda doutrina que seguem.
Mas nós somos umbandistas, acreditamos no Orixá, cultuamos o preto-velho, o caboclo, as crianças e recebemos a proteção de Exu. Temos rituais próprios, temos sacerdotes e liturgia própria. E nos orgulhamos disso.

Douglas Fersan – 05/01/2012
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DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011


CASAMENTO GAY



A uns dias atrás respondi uma pergunta sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo.
Recebi uma enxurrada de emails me criticando, xingamentos (o cara do Exú dos Infernos me avisou que já colocou meu nome na boca de um sapo e enterrou no cemitério) e uns poucos afirmando que entenderam minha resposta. 
Eu não respondi pela Umbanda! Eu dei minha opinião!
O tema é polemico dentro da Umbanda.
Abaixo transcrevo algumas mensagens que recebi:

Tem-se como uma verdade absoluta e insofismável que a homossexualidade vai contra todos os princípios de todas e quaisquer religiões. Mas, como a Umbanda não tem uma codificação ou uma bíblia, e ainda como preceitua a plena liberdade dos indivíduos, respeitadas as questões legais, morais e éticas, precisamos responder as perguntas:

O homossexualismo é condenado na Umbanda?

Podem (devem) ser realizados casamentos entre pessoas homossexuais na Umbanda?

Ao que parece, a grande questão que se tem de resolver é: por quanto tempo ainda a humanidade vai preservar conceitos da era medieval, representadas por preconceitos homofóbicos, racistas, religiosos e de gênero, enfim contra todos aqueles que são “diferentes”, numa sociedade que insiste em rotular as pessoas indevida e injustamente?

Numa sociedade que só reconhece a sua diversidade quando se trata de segmentar “consumidores”, em que a cidadania plena é deixada em segundo plano, será que não é o momento de avançar?

Seria maravilhosamente simples e fácil viver num mundo onde todos fossem iguais, se ajustando ao padrão pré-estabelecido ou não, onde haveria apenas pessoas “normais” e “anormais”.

Mas a vida não é assim, além do ser humano ter várias dimensões (sociais, legais, profissionais), a humanidade que é por eles formada apresenta vários matizes que nos diferenciam, mas não podem em momento algum ser caracterizados como aberrações.

O que é ser normal?

Será que é “normal” as pessoas terem que esconder a sua orientação sexual, tentar descaracterizar a sua etnia, intitulando-se “pardo” nas pesquisas do censo ou quem sabe ainda enfrentando o escárnio nas queixas de violência contra a mulher?

As reações das pessoas quando confrontadas com estas realidades são muitas vezes do tipo “caça à bruxa” (ou bruxo), são reações primárias e preconceituosas, que as pessoas têm porque acreditam que têm de obedecer um “padrão” e que aquilo que sai fora dos parâmetros deste, tem de ser ridicularizado, insultado ou rotulado de “indesejável”…neste caso, “gay”, dentre outros que são impublicáveis.

A guisa de esclarecimento, o vocábulo “gay” em inglês significa “alegre”, “feliz”.
Umbanda Paraná - FUEP


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Tenho 25 anos de idade, sou publicitária, flamenguista, gordinha, ruiva e homossexual. Não fui criada dentro da religião de Umbanda. Conheci a religião anos mais tarde, depois de crescida e absoluta senhora das minhas opiniões e convicções. Eu precisava de um horizonte espiritual, formar e estruturar melhor este pilar da minha vida. Nunca fui ligada em religião nenhuma justamente para não me confrontar com conceitos e normas retrógradas que mais cedo ou mais tarde entrariam em conflito com as coisas que sou e penso. Não só no aspecto sexual, em várias outras áreas da moral e dos bons costumes. Mas ser espiritualizado é tão importante quanto estudar, comer e respirar.
Um dia conheci o Terreiro Tio Antônio. E decidida a entrar, pedi a Seu Sete Pedreiras a devida permissão, argumentando com ele que buscava uma casa onde a vaidade e o retrocesso não imperassem como na maioria dos lugares em que passei pela porta. Então ele me disse “Filha, para Oxalá todos têm espaço, todos têm vez! De que serve a vida na terra se não para o aprendizado e para a evolução? Todos nós cometemos erros, mas estamos aqui para aprender com eles.” Minha decisão estava tomada e passei então a ser filha do Pai André de Xangô. Depois, no intervalo, fui me apresentar formalmente, me declarando admirada com a casa, curiosa com a religião e homossexual. Assim, simples e direta, de forma tranqüila e, sobretudo, natural.
Meses mais tarde, minha namorada também ingressou na corrente e a apresentei ao meu Pai de Santo como tal. A abertura e a receptividade não poderiam ter sido melhores. Estamos até hoje lá, amando aquela casa e aquele chão. Todas as pessoas da corrente sabem sobre nossa história, as entidades que a nós se dirigem nos tratam de forma absolutamente normal sem qualquer sinal de inconformidade ou preconceito. Frente aos olhos dos guias e dos orixás somos o que somos, e absolutamente respeitadas dentro da nossa configuração. 
Há alguns meses, no terreiro mesmo, foi realizado um casamento. Unidos com a benção de Tio Antônio, o casal ouviu que nosso Preto-Velho não gostava de celebrar casamentos. Ele gostava de celebrar o amor! Todo filho que chegasse a ele pedindo sua benção para uni-lo com um companheiro (a) e ele constatasse a ali havia afeto, amor, coração, ele faria de muito bom grado. 
O kardecismo entede a homossexulidade como desvio de reforma comportamental. Prega que um homossexual está se revoltando com seu karma, não aceitando sua missão ao reencarnar. Partem do pressuposto que o homossexual tem o espírito em conflito no que diz respeito a relações íntimas – que ao sentir atração por alguém do mesmo sexo tem na realidade seu espírito em polaridade contrária, mas que deveria lutar contra isso atendendo ao cumprimento de seu karma. Não é necessariamente preconceito, é doutrina. Mas grupos mais radicais vêem isso de forma mais agressiva, culpando a pessoa por não aceitar sua missão, portanto, não merecedora de qualquer assistência espiritual.
A Umbanda, por se declarar aberta a quem quiser dela fazer parte, respeitadora da diversidade dos indivíduos, é, juntamente com o Candomblé, duas das poucas religiões com adesões de homossexuais. Justamente porque nesses segmentos se sentem acolhidos, respeitados e com a certeza plantada em seus corações de que Jesus, Deus olha por eles também. Conheço vários ótimos médiuns homossexuais, com entidades fortíssimas, Pais e Mães de Santo experientes e responsáveis nas suas atribuições, Pais e Mães Pequenos (as), capitães de terreiro, que cumprem com competência e louvor as suas atribuições.
S. vledah
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"O amor que é essencial, o sexo é acidente, pode ser igual, pode ser diferente!" 
(Fernando Pessoa)
Luiz Mott,
Decano do Mov.Homossexual Brasileiro
luizmott@oi.com.br



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Olha cada um faz o que quer da sua vida, uma coisa tem que ficar clara, o evangelho é mudança de vida!Para quem quer mudar sua vida! O que mata, não mata mais, o que vivia numa vida de drogas, não vivi mais, o que fala mal do outro não fala mais e por ai a fora, agora eu também entendo que as pessoas fazem suas escolhas, sendo para elas no seu ponto de vista, boas ou ruins no corpo ou fora dele, tendo a certeza que sofreremos as consequencias no mal uso do corpo ou em tudo que fazemos fora dele.
figueira


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“amai-vos uns aos outros como eu vos amei” foi uma frase usada para exemplificar a postura da Umbanda frente aos seus filhos, adeptos e simpatizantes. Não foi usada para justificar que a humanidade deve sair por aí amando todo mundo, homem e mulher e etc, deforma carnal. Estou sim falando do amor de Deus! Quis dizer com isso que a religião aceita e compreende a individualidade de cada um, como Cristo fez. A Umbanda ama seus filhos incondicionalmente, como Jesus Cristo também fez. Por essa simples razão, acho que a religião deve sim abrir suas portas para o Sacramento Homoafetivo.
Para ser Umbandista, você, mais do que praticar, precisa ter a caridade e os preceitos da religião dentro de si. Mais do que uma obrigação, praticar o bem é premissa básica dentro da Umbanda. Não sou a favor ou me julgo merecedora da união reconhecida entre iguais na Umbanda porque pratico o bem, mas porque pratico a filosifia Umbandista no meu dia-a-dia e tento propagar isso entre meus semelhantes. Portanto, se sou de fato uma pessoa de amor, fé e caridade, se aderi a filosofia da Umbanda em minha vida, se concordo com seus preceitos, dogmas e orientações, porque razão não teria minha união sacramentada no terreiro, se até isso segue a mesma lógica?
E se por alguma razão não está certo fazer isso, eu vou saber mais tarde e pagarei o que devo. Mas estamos procurando a razão da questão à luz da humanidade, esperando um amparo espiritual, mas ainda assim estamos falando entre os homens. Porque na minha opinião, em Aruanda está todo mundo dando risada...porque tenho certeza que eles não nos enxergam com toda essa distinção entre heteros e homos, brancos, negros, amarelos...flameguistas, vascaínos, são paulinos...
Marcela Lemos


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Sou Umbandista deste 1992, iniciado por uma filha de Santo do Mestre Zé Bruno de Morais/Nazaré do Bruno MA. Estudei a fundo todos os principios e fundamentos da Umbanda e Candomblé, e nem uma delas faz referências sobre esse tipo de casamento. Sou completamente contra esse tipo de atitude que vem para manchar ainda mais nossa doutrina que não tem nada haver com esse tipo de comportamento.  A Umbanda é uma doutrina linda e maravilhosa, amor, paz e caridade! Casamento entre pessoas do mesmo sexo e coisa que não tem nada haver com os ensinamentos do Camdomblé e Umanda! É possível sim realizar casamentos dentro desses doutrinas, uma união entre HOMEM E MULHER!. As associações e Federações de Umbanda e Candoblém não apoiam esse casamento, que fique bem claro: DENTRO DA TEOLOGIA UMBANDISTA NÃO EXISTE REFERÊNCIA QUE APOIE ESSE TIPO DE MATRIMÔNO. Eles podem sim casar, mais não usando nosa Doutrina!

Rodrigo Silva


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Mukuiu meu irmão.Candomble,Umbanda,Mesa branca e outros q praticam o espiritismo,somosos unicos a darem chance a essas pessoas, Homosexual ou ñ independente do que sejam em 1° lugar são seres humanos,suas opções sexuais ñ temos nada com isso ,pois temos livre arbrito para fazermos de nossas vidas o que achamos q é certo,desde que respeitem o ambiente religioso ñ misturando sua vida particular com a religião ñ tenho nada contra.
Anonimo

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Em primeiro lugar defendo a união perante as leis, para que os direitos dos dois nesta relação seja preservada principalmente no momento que um dos dois falece mas perante a religião não, Nossa religião defende e respeita esta classe perseguida porem não sejamos hipócritas, qual pai que quando sabe que vai ter um filho reza a Deus para que mande um homossexual? Nenhum faz isto, o que seria melhor, viver sem ser alvo de preconceito ou viver tranqüilamente sem dar satisfações se posso ou não casar? No meu ponto de vista "no meu" o casamento religioso deve ser feito entre homem e mulher e não passar dai.
babalorixá eleno miguel batista dos santos

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Ao meu ver o que é um casamento se não uma união de seres, independente da opção sexual e não para a procriação. Pois tantos procriao sem se casar. Temos que nos libertar das imposição de outras religiões.
Se o dirigente da Casa não tem nada contra e se seu Mestre Espiritual com certeza não se mete nisso então porque não realizar, dentro da ritualistica séria e profunda.

Baba PPaulo

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Bom, quando entrei no meu grupo de estudos, um dia após a postagem, nossa sala de debates ficou lotada e começou a confusão, gente até me chamando pra porrada e um me disse que o Exú que ele trabalhava era gay e ia me brochar.

Vou reafirmar minha posição:

Sou contra este tipo de casamento! 
Olorum criou homem e mulher para se amarem e se reproduzirem, não criou nada alternativo.

Duas pessoas do mesmo sexo podem se amar se quiserem, é opção deles, mas o casamento religioso é para ser respeitado e não existe em nenhuma religião, nos seus principios e fundamentos, o casamento entre seres do mesmo sexo.

Tenho muitos amigos e amigas gays. Respeito e tenho imensa consideração e carinho por eles. Não sou racista, mas se um dia eu for Zelador de um terreiro, meus queridos, na minha casa vocês não casam.

Então amigos leitores deixo o espaço pra vocês darem sua opinião:
verynil@gmail.com
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TERÇA-FEIRA, 29 DE NOVEMBRO DE 2011


A Mulher e o seu papel nas Religiões Afro-brasileiras.




A sociedade por muito tempo teve um comportamento machista, a mulher era relegada a segundo plano, levada a um estado de completa submissão:
· Pais que escolhiam casamentos para as filhas
· Não podiam votar
· Não podiam trabalhar fora
· Não podiam participar das conversas “de homens”
· Tinham de obedecer cegamente aos maridos
· Em algumas épocas eram inclusive impedidas de estudar, pois “não precisavam”
Este comportamento de certa forma foi trazido para o meio Umbandista, e o que é pior e que em muitos locais perduram até hoje:
· Mulher não pode trabalhar menstruada
· Mulher não pode tocar atabaques
· Mulher grávida não pode trabalhar
· Mulher não pode presidir cerimônia de casamento ou batizado, etc…
Que me desculpem aqueles que pensam e trabalham desta forma, mas ate hoje ninguém me apresentou um argumento que me convencesse destas restrições impostas às mulheres.
No meu entender, existe um agravante, estas “normas”, não ficaram somente no lado material, atingiram também o Astral, principalmente em ralação às Pombas Gira, entidades muito valiosas e preciosas dentro de um terreiro.
Existem muitos que ainda acreditam que toda Pomba Gira foi uma prostituta e que só trabalha o lado sexual, que só serve para arrumar companheiro ou desmanchar relacionamentos, que se incorporar num médium masculino este vai virar homossexual, trabalho a anos com Rosa Caveira e continuo sendo o mesmo homem.
Cheguei até a ouvir e ler em algum lugar que uma Pomba Gira não pode tomar a frente de um trabalho, pois ela é apenas auxiliar dos Exus, quanta prepotência…
Basta abrirmos os olhos e vermos a proporção de mulheres que militam na Umbanda em relação aos homens, eu ousaria colocar na casa dos 60 ou 70 %, agora tentem imaginar seu terreiro sem as mulheres…
Tem um ditado antigo que diz:
“Por trás de um grande homem tem sempre uma grande mulher”
Eu ousaria mudar este ditado, e ele ficaria assim:
“Ao LADO de um homem que realiza um bom trabalho, tem sempre pelo menos uma grande mulher”.

Dias atrás um amigo, durante uma conversa me disse que achava que eu estava fazendo um bom trabalho na S.E.S.L. 
Pois bem, tenho a mais absoluta certeza que um dos principais motivos para que este trabalho esteja sendo bem feito, é que tenho ao meu LADO, varias grandes mulheres, LENA, ZENILDE, CLEUZA, GISELE, FÁTIMA, LILIANE, FLORA, CÍNTIA, VERIDIANA, DADI e muitas outras, sem falar das valiosas “MULHERES DE ARUANDA”.
As mulheres vem conquistando seu espaço paulatinamente, e dentro das religiões afro-brasileiras não é diferente, seu espaço se consolidou de tal forma que é notório o quanto elas dedicam suas vidas a religião, muitas estão na vanguarda, promovendo fóruns e debates para levar a tona esta questão que é de fundamental importância para o entendimento dentro das casas e da sociedade.

Dentro do contexto religioso, as mulheres vem lutando para quebrar barreiras, uma matéria no site 
povo de aruanda me chamou atenção, de uma militante religiosa ao publicar um artigo sobre as mulheres de santo, 

É muito importante sabermos que dentro das religiões afro-brasileiras a mulher se consolidou em todos os cargos de direção de casas mas também de associações e federações ligadas aos cultos, isso se deve a capacidade de comprometimento dentro da militância religiosa e o amor com que assume as tarefas colocadas, uso a expressão militante sim pois a religião não está somente no campo espiritual, ela extrapola as quatro paredes das casas e barracões para trabalhos de conscientização e social. Nossas dirigentes tem dado exemplos disso com ações afirmativas montando entidades beneficentes para promover projetos sociais.

A saúde da mulher é um ponto que sempre deverá estar em pauta, vejo isso muito pouco discutido, mas de importância tamanha, hoje as mulheres tendem a ter mais câncer de mama, pouco se vai ao ginecologista, e cuidados preventivos devem estar na pauta das casas entre nossas mulheres.

Só que estamos engatinhando, a violência doméstica existe, as barbáries contra as mulheres estão em todas as esferas e o preconceito também, mesmo dentro da religião, esta é uma luta que devemos tomar como nossa, é papel de todos nós desencadear uma grande corrente para denunciar os abusos contra as mulheres, e no caso de nossa religião contra dirigentes que cometam esses crimes também, alerto a todos os dirigentes das casas sobre esta questão que é fundamental, e de enorme importância, assim estaremos contribuindo para enterrar de vês o preconceito e a discriminação de gênero.

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TERÇA-FEIRA, 29 DE NOVEMBRO DE 2011


DIVERSIDADE UMBANDISTA


Podemos observar em conversas de Umbandistas em fóruns ou mesmo no orkut que muitos querem impor seu culto aos outros, achando que somente a sua Umbanda está correta.

Alguns querem enfiar o africanismo goela abaixo dos demais, outros querem a todo o custo impor que o Espiritismo é a base correta, alguns querem convencer os demais que a Umbanda de Saraceni é a correta ou ainda que a Umbanda de Zélio é a única e verdadeira.

Querem transformar a religião num grande campeonato de futebol, onde um time é o melhor que o outro e a paixão elimina a razão.

Devemos tentar ver a umbanda como uma religião criada pelo mundo espiritual e que aproveita os bons exemplos de diversas religiões e que com o passar do tempo, vai aperfeiçoando e aglutinando cada vez mais adeptos justamente por seguir os ensinamentos dos grandes mestres da humanidade que pregaram o amor, a caridade, a tolerância, a humildade, o fazer o bem sem importar-se a quem.

Nossa Religião foi cuidadosamente desenvolvida pelo Mundo Espiritual para trazer evolução aos médiuns participantes e um alento aos seres encarnados que precisam de uma palavra de paz, de esperança e perseverança.

Nunca uma Entidade Espiritual nos transmitiu qual a Umbanda é a correta, qual a Umbanda mais eficiente, qual a Umbanda verdadeira.

Sempre nos dizem que devemos ser médiuns dedicados, que devemos sempre estarmos preparados para ajudar ao próximo, sempre zelando pelo bom nome de nossa Religião, sem esperarmos retribuições de quaisquer formas que não sejam o reconhecimento do mundo espiritual.

Todas as Umbandas são corretas desde que sejam praticadas com dedicação, amor e humildade por que no final ela é uma só.

Devemos lutar com todas as nossas forças justamente para respeitar todas as vertentes e considerá-las como membro de um corpo só. 

Umbanda é a religião do presente e do futuro pois a medida que os não simpatizantes vão conhecendo a beleza, a simplicidade de nossa religião, seus corações são envoltos pela magia do amor, da caridade, da humildade e da fé em Deus, e todas as discriminações que hoje a Religião ainda sofre serão dissipadas pela inspiração Divina.

Umbanda é uma só, emanada por Deus.

Renato de Oxossi(in memorian)
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TERÇA-FEIRA, 29 DE NOVEMBRO DE 2011


A Tristeza do Centenário da Umbanda


A importância dos 100 anos da Umbanda vai muito além de Zélio, isso 
dentro do meu entendimento. 

Fundador ou Institucionalizador? 

Eu acredito em Zélio como um institucionalizador de algo que já existia 
em termos práticos, ou seja, o trabalho de guias como pretos-velhos, 
caboclos etc. 

Zélio deu um nome (que já era conhecido dos Bantos e que podemos 
encontrar em um dos livros do Artur Ramos como sendo o sacerdote de uma 
Macumba aqui no Rio de Janeiro) e uma formatação, intitucionalizando uma 
forma de culto, chamando-a de Umbanda ou Alabama ou Aumbandam. Até hoje 
não se tem certeza do nome original, mas que acabou ficando como Umbanda. 

O que era praticado antes do Caboclo das Sete Encruzilhadas, pelos guias 
nos Candomblés de Caboclos, nas Macumbas Cariocas (Omolokô), nas 
Juremas, nos Catimbós etc, pode ser considerado como Umbanda? 

Se considerarmos o trabalho desses guias, a sua atuação e a sua 
essência, podemos dizer que sim. Porém, se considerarmos apenas a forma 
pela qual foi definida a institucionalização do culto de Umbanda pelo 
Caboclo das Sete Encruzilhadas, na constituição de suas casas, não 
podemos considerar como Umbanda qualquer outra forma (lembrando que 
Umbanda então, seriam apenas as casas que seguem na íntegra, sem 
misturas, o culto introduzido pelo Caboclos das Sete Encruzilhadas; 
qulaquer coisa retirada ou acrescida a esse culto, já não pode ser 
considerada como Umbanda, vendo o Caboclo das Sete Encruzilhadas como 
seu Fundador e idealizador). Se esse contexto for dito como a 
verdadeira Umbanda, como a correta (a que foi institucionalizada por 
Zélio), ela inviabiliza quaisquer outras formas e práticas, assim como 
doutrinas, ritos ou fundamentos que não sejam aqueles formatados por 
Zélio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas. 

Existe Umbanda sem os guias? 

Se considerarmos o trabalho precedente ao Caboclo das Sete 
Encruzilhadas, como já sendo Umbanda, na atuação de vários guias, ela 
simplesmente trilhou vários caminhos (a de Zélio era mais uma, e com a 
finalidade de institucionalizar a religião que já era praticada de forma 
desordenada), assim como o próprio Cristianismo formou várias crenças, 
várias religiões Cristãs pelo mundo. 

Hoje, como acontecia nos anos 40 do século XX (na época do Primeiro 
Congresso de Espiritismo de Umbanda - até o nome Espiritismo soa 
estranho, pois mostra uma dependência de identidade da Umbanda dentro do 
Espiritismo, e não dentro dela mesma como uma religião autônoma ou como 
um conjunto religioso por si só), existem diversas formas de Umbanda 
(ritos, práticas, formas, doutrinas etc) diferentes. Muitas que nem 
sabem quem foi Zélio ou o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Que foram 
formadas a partir das Macumbas, dos Candomblés, das Juremas, dos 
Catimbós etc. As quais os seus guias fundadores nunca, se quer, 
souberam ou citaram Zélio e, muito menos, o Caboclo das Sete 
Encruzilhadas como sendo fundador ou institucionalizador da Umbanda. 

Muitas pessoas hoje em dia souberam de Zelio e, por conseguinte, seus 
terreiros, suas casas e até suas entidades, por meio de escritores como 
Rubens Saraceni, ou por meio das listas e sites na Internet. 

Eu também não encontrei nenhuma referência ao termo Umbanda como 
constitutiva de uma forma de religião, nesses meus 22 anos de estudos, 
antes de 1908. Porém, encontrei referencias ao trabalho de entidades 
como pretos-velhos, caboclos, boiadeiros e até de exus, antes de Zélio. 
Então temos que pensar: se retirarmos essas entidades trabalhadoras 
teríamos Umbanda? Ou só temos Umbanda porque temos o trabalho 
estruturado dessas entidades; seja separadamente ou em grupo? 

Então para mim, como para outros pesquisadores, como Renato Ortiz, José 
Guilherme Cantor Magnani, Diana Brown, Yvonne Maggie e tantos outros, a 
representatividade daquilo que se chama Umbanda, não é dada pela 
anunciação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas por algo que já 
existia antes dele, e que por ele foi institucionalizada, dado um nome e 
colocamdo como sendo uma religião de negros e indios, de excluídos, 
digamos assim. Formas e essencias que se juntaram e foram se 
aglutinando ao longo do tempo, formando o que conhecemos hoje como 
Umbanda ou como um conjunto religioso chamado Umbanda. 

Acredito eu que o mais importante hoje não é saber quem têm ou quem não 
têm a verdadeira Umbanda (ou se apenas aqueles que seguem o Caboclo das 
Sete Encruzilhadas são Umbanda - Mas tem que ser seguidor na íntegra e 
sem misturas ou adaptações, porque se isso ocorre já descarecterizou o 
que foi por ele colocado), mas sim todos nós, independente da forma, 
prática, doutrina e fundamentos (se veio ou não de Zélio, ou se nunca 
escutou quem ele foi), todos nós termos respeito e nos enxergamos como 
Umbandistas. 

No passado e hoje em dia, continuamos errando e batendo na mesma tecla 
dogmática (e dizem que Umbanda não tem dogmas) da verdadeira Umbanda. 
Que a verdadeira Umbanda é assim, que ela é assada; que a verdadeira 
Umbanda é a de Zélio ou de A, ou de B, ou C ... E, pela lógica, se só 
existe uma proposição correta, as outras, por conseqüência, estarão 
erradas. Assim, se a Umbanda preconizada por Zélio é a verdadeira e a 
que tem que ser seguida, as outras estão erradas: não são Umbanda. 

Muita gente ainda vê a Umbanda por essa lógica simplista e, se os demais 
não seguem a Umbanda preconizada por Zélio, a Umbanda Branca e 
verdadeira, então não estão fazendo Umbanda. Mas quem hoje em dia (como 
nos idos de 41) faz essa Umbanda? Nem nas casas institucionalizadas pelo 
caboclo das sete encruzilhadas se faz a mesma forma de Umbanda, ou 
fazem? (pode atabaque, tem o título ou a função de Ogã, pode beber, pode 
fumar, se trabalha com exu, boiadeiro, marinheiro, baiano, corta-se 
porco, não se pode cortar ...). 

Eu acredito que temos que mudar o foco das verdades, da exclusão 
(exclusão essa que foi a espinha dorsal do mito da anunciação do caboclo 
das sete encruzilhadas, na federação Espírita de Niterói) das Umbandas. 
Temos que partir para a inclusão e não para exclusão; nos vendo como um 
todo, um conjunto diverso e plural que é a Religião de Umbanda em todas 
as suas vertentes. 

Enquanto os Umbandistas não se aceitarem como tais; enquanto houver 
discriminação intra-religiosa e super-valorização de algumas doutrinas 
como sendo Umbanda e de outras como não sendo Umbanda, nunca iremos nos 
unir de fato. Esse foi nosso erro do passado e continua sendo nosso 
erro de hoje. 

A Umbanda, há muito tempo, já se tornou Ecumênica (um conjunto religioso 
diverso e plural), mas parece que a soberba e o dogmatismo de ser ou 
estar acima do outro, de ter a verdadeira verdade ou de se deixar 
acreditar que se tem a verdadeira verdade, está destruindo uma esperança 
de união. 

Na época em que Zélio incorporou o caboclo e ele institucionalizou uma 
forma de culto, aquilo alí era contextual e necessário naquela época, 
naquele momento histórico. Hoje existem várias formas de doutrina 
dentro da Umbanda e é essa a nossa realidade de hoje. 

Devemos lembrar também, que na época inicial do caboclo das sete 
encruzilhadas, ter a doutrina espírita como referência era a doutrina 
que se espelhava a Umbanda por ele preconizada. Só que as coisas 
mudaram e a religião se transformou, se modificou, evoluiu em diferentes 
partes, se fundindo e assumindo outras formas, e manifestou outras 
doutrinas (vide os diversos livros tidos como "doutrinas Umbandistas" 
que, por vezes, são discriminatórios entre sí ou cada um fala a sua 
própria verdade como sendo o todo da Umbanda; há casos até, em que são 
obras psicografadas, manifestando uma legitimidade do Astral Superior 
como uma codificação geral, para toda a religião). 

Se não entendermos as modificações acontecidas na Umbanda ao longo 
desses 100 anos (essas transformações, essa evolução), nunca 
conseguiremos nos ver como um todo, nos respeitar como um todo, nos 
aceitar como parte desse todo que mudou e evoluiu: plural e diversificado. 

Se o próprio Cristianismo se modificou, se transformou, se ramificou em 
diversas crenças, em várias religiões Cristãs diferentes, porque seria 
diferente com a Umbanda? 

A Umbanda é uma religião ecumênica, diversa e plural. E só iremos 
alcançar uma união de fato e de direito quando todos nós nos enxergarmos 
como membros dessa diversidade e dessa pluralidade; num ecumenismo sem 
fronteiras para a espiritualidade. 

Um contexto religioso onde não há Papas, Potestades com a única e 
verdadeira verdade, onde não há uma única doutrina codificada, mas 
diversas doutrinas irmãs e correlatas dentro de princípios básicos de 
caridade, amor ao próximo, paz, evolução e fraternidade. 

É assim que vejo a Umbanda em seu todo e espero que um dia possamos nos 
unir, nos despindo do fantasma do dogmatismo, da exclusão e do preconceito. 

Que tenhamos mais 100 anos de vida, mas com uma união ecumênica e 
fraterna, real e transparente. 

Sem preconceitos de que isso não é Umbanda, você não pode ser Umbanda, a 
Umbanda só pode ser isso ou aquilo. Afinal, a Umbanda não tem donos, 
muito menos, um terreiro, centro ou tenda que possa dizer, com plenitude 
e firmeza, que pratica a verdadeira Umbanda em toda a sua abrangência. 
Até porque, quem faz ou o que é a verdadeira Umbanda? 

Que possamos ter 100 anos de respeito entre nós, buscando uma União e 
sem preconceitos, mágoas, ofensas, humilhações ... 100 anos de 
valorização de todos os Umbandistas, respeitando um ao outro como irmãos 
de Umbanda (independente das formas e doutrinas), em uma cultura de 
alteridade e fraternidade. 

Um abraço a todos, 

Etiene Sales - GhostMaster 
Administrador, Sacerdote Umbandista, Pós-graduado em Ciências da Religião
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DOMINGO, 13 DE NOVEMBRO DE 2011


Intolerância religiosa ou Bullying religioso:

Como estão criando o ódio ao outro, em vez de criar o amor ao próximo.



BONDADE
"Ninguém nasce odiando outra pessoa
pela cor de sua pele,
ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender,
e se elas aprendem a odiar,
podem ser ensinadas a amar,
pois o amor chega mais naturalmente
ao coração humano do que o seu oposto.
A bondade humana é uma chama que pode ser oculta,
jamais extinta."
(Nelson Mandela)

É doloroso a um pai e a uma mãe ver seu filho chegar em casa chorando e, ao perguntá-lo o que houve, ouvir de sua boca que ele está sendo perseguido na escola (seja agredido verbalmente, psicologicamente ou fisicamente). Isso causa revolta a família e a uma grande parte da sociedade, ao saber que casos como este existem.
Saber que estão ridicularizando seu filho por ele ser magro, gordo, vesgo, muito baixo, muito alto, porque tem um pequeno ou um grande defeito físico, por ser muito inteligente ou por não ser tanto inteligente assim, ou, simplesmente, porque ele tem uma crença religiosa, é muito difícil de se lidar.
O interessante é que o bullying não se limita somente a escola, mas a toda sociedade quando alguém, um grupo, persegue, ridiculariza, maltrata, agride, humilha uma pessoa ou grupo de pessoas. No caso, dão-se outros nomes, como: assedio moral, intolerência religiosa (art. 20 – lei Caó - Lei 7716/89), a ofensa à integridade física (art. 129, Código Penal); injúria (art. 140, Código Penal); calúnia (art 138, Código Penal); difamação (art. 139, Código Penal); ameaça (art. 147, Código Penal) ...
Normalmente quando isso acontece com um filho, um parente, há uma comoção, os pais procuram a escola, falam com o diretor, orientador pedagógico, pois querem uma solução para isso e não querem ver seu filho sofrendo esse tipo de abuso. E tudo isso é entendido como um abuso que necessita parar, algo inadmissível.
"Ódio produz casamentos duradouros. O ódio não suporta a
ideia de ver o outro voando livre, para longe...
O ódio segura, para que o outro não seja feliz.
O ódio gruda mais que amor. Porque
o amor deixa o outro voar..."
(Rubens Alves)

Bom, o triste é que existe também o bullying religioso ou intolerância religiosa, em que, não só as crianças, mas também seus pais e parentes, são vítimas de preconceito religioso, perseguição e discriminação. E isso acontece no dia a dia, na escola, no trabalho, ou seja, em qualquer lugar.
A diferença do bullying religioso e do bullying escolar é que primeiro é fomentado e estimulado e, o segundo, condenado. No entanto, ambos são práticas ofensivas que não deveriam ser permitidas ou estimuladas em nossa sociedade, pois propagam o ódio e a raiva em virtude das diferenças. Lembrando que podemos ser diferentes em muitas coisas, mas somos semelhantes, pois todos nós somos seres humanos.
No âmbito religioso existem setores que trabalham fomentando o bullying religioso através de um artifício chamado proselitismo religioso, ou seja, de acordo com a minha religião (ou o que eu interpreto dela ou o que assumo que outro interprete, seguindo suas palavras sem questionamentos) eu desqualifico, denigro ou demonizo outras religiões, simplesmente porque são diferentes, assumindo que a minha, é a verdade absoluta, a única certa e verdadeira; ou, o meu Deus, é o único caminho de salvação e verdade. Assim, as outras, todas as outras religiões são mentiras, não tendo valor, e não fazem parte da verdade de Deus, pois meu Deus é o único caminho. Outro ponto é que religiões que assim procedem, também estimulam seus fiéis a converterem pessoas de outras crenças a qualquer custo, sem respeitar o direito do outro de ter a sua própria fé e manifestá-la livremente. E, quando não convencem o outro, partem para as agressões, perseguições, difamações, chegando algumas vezes até a agressão física, para, supostamente, tirar o demônio do corpo daquele indivíduo que quer, somente, ser respeitado em sua religião, em sua crença.
O fato é que não se admite o bullying escolar, mas certas crenças estão assumindo, no proselitismo que fomentam, o bullying religioso. E isso é um absurdo e uma grande falta de amor e respeito ao outro. Como é possível dizer amai-vos uns aos outros, se existe um fomentar o ódio e a agressão àqueles que, simplesmente, escolheram uma outra fé, uma outra crença, uma outra religião?
Já é hora de começar a pensar nisso tudo, pois se aqueles que fomentam o bullying religioso através do proselitismo não acordarem hoje, provavelmente seus filhos e filhas estarão copiando isso e levando para dentro das escolas e perseguindo crianças de outras crenças. Transformando nossa sociedade em uma sociedade de segregados, de pessoas perseguidas e gerando, cada vez mais, ódio nas pessoas e nas crianças, só porque existem pessoas de outras crenças.
"Creio na verdade fundamental de
todas as grandes religiões do mundo.
Creio que são todas concedidas por Deus
e creio que eram necessárias para os
povos a quem essas religiões foram reveladas.
E creio que se pudéssemos todos ler as
escrituras das diferentes "fés", sob o ponto
de vista de seus respectivos seguidores,
haveríamos de descobrir que, no fundo,
foram todas a mesma coisa e sempre úteis
umas às outras."
(Mahatma Gandhi)

Um amigo me falou sobre uma passagem do NT, João 14: 6 "Jesus respondeu: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim."
Esse amigo me disse que a melhor interpretação, vendo que Jesus sempre professou o amor, que nunca impôs o curar ou o ajudar o outro que a pessoa acreditasse nele, é que o maior caminho, verdade e vida que esse grande mestre nos mostrou foi, sem sombra de dúvidas: "Amaras o teu próximo como a ti mesmo". Mateus 22:39. E que esse é o grande caminho que a humanidade tem que percorrer: amar o próximo, e, por esse amar, alcançar a Deus.
A grande verdade é que quem ama não discrimina, persegue, ofende, mas aceita o outro em suas diferenças, mesmo que essas diferenças sejam na escolha de uma religião.
Se todas as pessoas se amassem mais, e se respeitassem mais, teríamos um mundo bem melhor, independente da religião de cada um.
Um mundo mais em paz e mais próximo de Deus, ou seja, um mundo com muito mais amor.
Um abraço,
Pai Etiene Sales

DOMINGO, 13 DE NOVEMBRO DE 2011

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Observando as Pessoas

Existem coisas na vida que nos passam despercebidas, uma delas que acho muito interessante é a arte de observar pessoas sem julgamento. A observação contínua das reações das pessoas frente a fatos e situações conflitantes nos levam a um enorme aprendizado interior.

É através da observação que crescemos. Veja, neste ponto, cabe adicionar um adendo: esta observação não pode vir acompanhada de julgamento, porque senão ela se transforma em crítica e esta desperdiça a nossa energia.


Esta observação desprovida de julgamento nos faz remeter à nossa própria maneira de viver, verificando se o nosso comportamento está adequado, se não agimos da mesma forma, se conseguimos comandar a nossa vida de maneira a confiar e entregar tudo ao Universo, permitindo que as coisas aconteçam da forma como devem ser.

Puxa! Como tudo isso é profundo... Podemos aproveitar para refletir um pouco sobre o que estamos vivendo... Será que nesse exato momento de sua vida você está lutando contra uma situação conflitante? Situações conflitantes geram desperdício de energia!

Estas podem se apresentar de várias formas:
- Em um relacionamento doentio e desgastante, no qual lutamos contra tudo e todos para mantê-lo;
- Em um amor não correspondido, em que nos contentamos com as migalhas, quando na realidade somos dignos de ter o todo;
- Em uma situação familiar desgastante, em que nos colocamos como elo de ligação, tentando realizar uma união entre todos que há muito não existe;
- Em um emprego que não nos satisfaz, mas que nos apegamos a ele como se fosse o último no mundo;
- Em doenças que não procuramos a origem para nos libertarmos dela... sim, o seu corpo fala, e a doença é uma forma de alerta sobre determinado comportamento repetitivo que lhe trouxe o resultado, mas que deve ser modificado e não mais fazer parte de sua vida;
- Pode ainda ser vivido como uma forma de rejeição contínua, ou seja, em cada situação de sua vida você vive um processo de rejeição com uma face diferente;

Eliminar os conflitos significa adquirir o controle de nossa vida, isto pode ser feito pelo equilíbrio de nossas frequências energéticas e eliminando os bloqueios de nossa vida que nos levaram a tais situações desgastantes.
Em outras palavras, significa colocar a sua vida em Ordem Divina, permitir que o Universo, o Todo direcione cada passo de sua existência. Tenha absoluta certeza... é muito mais fácil viver assim!!!

Quanto mais você se mantiver em equilíbrio total mais o seu Supraconsciente será magneticamente atraído para a sua consciência e você se tornará desta forma mais sábio, mais intuito e mais desperto para o Amor Incondicional.

No campo de observar pessoas, você pode comparar com comportamentos seus e evitá-los. Esta semana, estava conversando com uma grande amiga e ela me transmitia, em sua sabedoria divina, algo que me senti na obrigação de dividir com vocês.

Ela iniciou a conversa como sempre faz, na doçura de comparações e observação de pessoas, para me trazer a mensagem final. Ela me disse: minha avó que era uma pessoa muito sábia, sempre me dizia que o fato de criticar pessoas faz com que a nossa energia se desperdice, é como se nesse momento houvesse uma troca, ou seja, você entrega tudo que há de melhor seu de energia ao outro e pega dele tudo que não é bom, ou seja, entrega a ele a sua sorte.

Puxa! Isto me fez pensar e observar... Quantas e quantas pessoas criticam os outros, falam mal de suas vidas, tecem comentários maldosos e muitas vezes até mesmo nós como seres humanos que somos, caímos nessa armadilhar. Observando as pessoas nesses últimos dias, pude realmente confirmar o que havia sido colocado pela minha amiga, quanto mais criticamos os outros com menos energia positiva ficamos.
Com cada vitória que for adquirindo com a mudança de frequência vibracional, você aumentará a força magnética da sabedoria da sua alma, perceberá que a sua intuição pode guiá-lo, sem que para isso exista algum desgaste emocional.

Situações desgastantes e comportamentos críticos acentuados não podem fazer parte de sua vida, quanto mais nos entregamos à intensidade de comportamentos e emoções desgastantes, mais perdemos tempo em nossa vida.

Por último, quero lhe dizer com toda intensidade de minha alma: você está aqui para ser feliz, elimine de sua vida o que não lhe pertence. Se uma situação é desgastante para você, ela não é para ser vivida, equilibre-se e elimine-a de sua vida!

Não desperdice sua energia
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DOMINGO, 6 DE NOVEMBRO DE 2011


E O PASSARINHO VOOU...


Esta é uma daquelas histórias tão escabrosas, tão sem noção, que tenho certeza de quem a ler achará que é invencionice da minha parte. Na verdade, ao ouvir o relato eu mesmo duvidei, mas busquei outras fontes e confirmei a veracidade.

Conta-se que determinado casal, de classe média alta, procurou um terreiro de "Umbanda Esotérica" no interior de São Paulo e lá foi direcionado à outro terreiro na Capital paulista.

Lá chegando foram consultados pelo "babá", que disse que a mulher deveria passar por um ritual especial, com um tal "toque tântrico", já que estava obsediada por um "elemental" que após o ritual se manifestaria de forma física. 

Assim semana após semana, o jovem casal se dirigiu ao tal terreiro para que a mulher passasse pelo tal ritual de "toque tântrico" e ficasse livre da obsessão.

Passado o tempo e nada do tal "elemental" se manifestar no plano físico, o varão começou a questionar a eficácia do tal "toque tântrico" e na sessão seguinte, um pássaro saiu voando "do nada" nas dependências do tal terreiro. O sujeito então entre em êxtase e sai gritando ter presenciado a "manifestação física do astral", enquanto a sua linda e jovem mulher era sujeitada aos "toques tântricos" do tal "babá".

Como a farsa não podia mais perdurar, já que o "passarinho-elemental" já havia escapado por algum orifício da "vítima", não havia razões para as tais sessões de "toque tântrico" e se dispensou a paciente.

Empolgado, o varão foi ter com a sua esposa que, em surpreendente sinceridade, informou ao incrédulo esposo que as tais sessões tinha mais do que "toques tântricos" e que coisas mais rígidas do que o tal "elemental", de "carne, músculos e veias" adentravam seu ser. Algo do tipo "um passarinho saiu mas um outro entrou e saiu várias vezes".

O pobre cornudo (perdoem o coloquialismo) então colocou a boca no trombone,  mas logo foi contido não somente pelas ameaças de "força de encruza" da parte do tal "babá", mas principalmente pela incredulidade das pessoas quanto ao fato.

Não podemos encerrar esta postagem sem comentar sobre a ingenuidade do pobre marido, da falta de dignidade e amor próprio da esposa e, principalmente, da falta de caráter do tal "babá" que, pelo que sabe, é useiro e vezeiro em coisas deste tipo.

Há anos venho alertando para o estado de coisas em que se transformou a Umbanda, em como estamos "ladeira à baixo". Mas as pessoas são crédulas demais ou, pior, covarde demais para admitirem estar seguindo falsos profetas e falsas doutrinas. 

O endeusamento às figuras de alguns "babás", com suas histórias inverossímeis, auto-afirmação como "antigos condutores da raça humana" são verdadeiros "cantos das sereias" aos ouvidos dos incautos. Mas, como milagres são raros, os surdos continuaram sem ouvir e os cegos sem enxergar.

DOMINGO, 30 DE OUTUBRO DE 2011


ONDE VAMOS PARAR?

O sujeito na foto acima foi preso por aplicar o "Golpe do Benzedor". 
Apresentou-se como Pai de Santo a uma senhora de 78 anos e a convenceu de fazer uma "Limpeza Espiritual" na residência da coitada.
Acompanhado por sua "Cambone", na verdade sua companheira de golpes, fez foi uma verdadeira "Limpeza Material" nas jóias e objetos de valor da senhora.
Felizmente para a senhora, a policia consegui prender o safado.
Mas, infelizmente para a Umbanda e todos os rituais Afro-Brasileiros foi péssimo.
Vou contar aqui algumas histórias que já presenciei em minhas visitas e passagens por alguns lugares.
Fui convidado para uma festa em homenagem ao Exú Arranca Toco. Devido a outro compromisso na mesma noite, só cheguei ao local por volta de 23 horas, achando até que , provavelmente, a gira deveria estar chegando ao final devido a hora. Ledo engano, na porta do terreiro, de cartola, capa e copo na mão encontro seu Meia Noite assando um churrasco caprichado com linguicinha e coraçãozinho de frango, sem falar na suculenta picanha ao ponto.
_Salve compadre, tô fazendo uma carninha pros compadres e comadres. 
Assim fui recebido.
Entrei na casa e o Babalorixá ainda não havia chegado, estava se preparando para trabalhar com sua Pomba Gira.
O negócio bombava a mil, pelo menos umas 50 pessoas dentro do barracão, pelo menos uns 35 médiuns entre coroados e iniciantes. Muita comida, além do churrasco, muita bebida de todos os tipos e muita música. É música mesmo, porque além dos Ogãs estarem tocando pagode tinha um aparelho de som a todo volume quando os caras davam um descanso para tomar uma cervejinha.
Meia noite entra o Babalorixá já incorporado com a sua Cigana, triunfalmente carregado por dois filhos de santo em uma cadeira.
Imediatamente todos os Exús e Pombas Giras se ajoelham e batem cabeça pra "dona da casa", denominação dada por eles mesmos. Ao vir me cumprimentar me oferece seu copo de Martini e me abraça carinhosamente:
_Salve Baba! Satisfeitinha de vê-lo em minha casa. Fique a vontade para beber e comer tudo que quiser.
E baixinho no meu ouvido:
_E a vontade também pra comer quem quiser.
Bom, vocês não imaginam o quanto fiquei irritado com aquilo, primeiro que não sou Baba, e nunca imaginei uma entidade falando tamanha besteira. Estava pronto pra ir embora mas meu amigo que foi junto me convenceu a ficar mais um pouco.
E a festa foi rolando. Lá pelas duas horas da manhã, um Abian (iniciante ou anjo de guarda) começou a vomitar na frente do gonga , caiu e por lá mesmo ficou. Exús e Pomba Giras dançavam entre si e com a assistência. Os Ogãs já tocavam um fank da Motinha. Cansei de ver aquelas barbaridades e resolvi ir embora. Na saída dei de cara com um casal de Exú e Pomba Gira saindo juntos do banheiro, ela arrumando as saias e com a maquiagem toda borrada. Chegando ao meu carro percebi que alguém havia estacionado atrás e seria impossível sair. A solução foi pedir a um médium que estava perto da churrasqueira de copo na mão conversando com seu Meia Noite, que tentasse localizar o dono do outro carro.
_É pra já irmão, eu sei de quem é! 
Em alguns minutos chega Dona Maria Padilha, de chave na mão:
_Pode deixar Baba que vou tirar o carro de minha burra.
Pela primeira vez em minha vida eu vi uma Pomba Gira habilitada.
O que essa gente acha que está fazendo. Onde eles acham que nossa religião vai chegar com estas barbaridades, golpes, falcatruas e mistificações.
Quando vão aprender a respeitar os Orixás e os Mensageiros de Luz da Aruanda.
Luto e vocês devem lutar comigo para acabarmos com isso. Boicote, não pague o que te pedem por trabalhos e feitiços, denuncie esses canalhas, quanto mais você contar  o que eles aprontam mais pessoas vão procurar locais sérios. Indique respeitadores dos rituais. Não sustente com seu dinheiro e sua fé esses pilantras. Tenha consciência que com o tempo vamos acabar com quem quer acabar com nossa religião. Mistificadores olhem seu relógio, seu tempo está acabando! (Como disse um preto velho com um belo relógio de ouro no pulso. Bom isso é outra história que contarei depois.)

Nilo Coelho
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DOMINGO, 30 DE OUTUBRO DE 2011


EXÚ DE DUAS CABEÇAS


Este e-mail foi enviado para uma lista de discussão sobre Umbanda. Estou mantendo-o na íntegra, com exceção das imagens, inclusive com os erros de digitação e o nome da autora:

Exu de Duas Cabeças

A simbologia que envolve essa entidade nos remete aos remotos tempos da civilização.A dualidade revelada em seu ponto cantado revela que são duas forças de trabalho, polaridades.

Polaridade masculina que atua nas encruzilhadas macho(em forma de cruz), atuantes com a supervisão de Ogum, independente da sua energia principal focalizada em Exu Guardião Lúcifer.

Essa nomenclatura não identifica um demônio e sim uma sintonia de evolução energética. Os Exus que trabalham nesta legião combatem as influências destruidoras da fé e esperança. Retiram ilusões que cegam as almas escravizadas ou viciadas por quimbas.

Nesta sintonia de Duas Cabeças, o Exu Guardião Lúcifer se complementa com a polaridade feminina que não revela para qualquer pessoa seus mistérios. Não precisa se associar com outra entidade em trabalho, ou seja seja fazer par com outra Pomba Gira para realizar um trabalho que necessite dessa complementação.

Suas entregas são realizadas em encruzilhadas de terra, em descampado, sem moradias próximas, em virtude da radiação emanada pela tarefa realizada. Ou seja se ele se propõe retirar de uma moradia uma legião de espíritos obssessores, esse local de retirada e ficará contaminado e vulnerável. Somente a energia próxima da natureza pode receber e transmutar essas influências.

Quando incorpora se apresenta ora como Exu e a seguir como Pomba Gira.

Quanto aos seus mistérios de tratamento, serão revelados pela entidade, não me cabe interferir na evolução energética do médium.

Suas qualidades e direções de trabalho podem ser encontradas nas definições que pesquisei para complementar o texto.

A "Águia de Duas Cabeças de Lagash" é o mais antigo brasão do Mundo:. Nenhum outro símbolo emblemático no Mundo pode rivalizar em antiguidade:. A sua origem remonta à antiquíssima Cidade de Lagash aos cinco mil anos antes de Cristo:. Situava-se na Suméria, no sul da Babilónia, entre os rios Eufrátes e Tigre,no Iraque:.cinco mil anos antes de Cristo:. No ano 102 a.C. a Águia seria um símbolo da Roma Imperial:. Mais tarde, já como potência mundial, Roma utilizou a Águia de Duas Cabeças, uma voltada a Este e outra a Oeste, como símbolo da unidade do Império:. A inscrição em Latim por debaixo da Águia de Duas Cabeças - "Spes Mea in Deo Est" - significa: "A Minha Esperança Está Em Deus":. uma águia de duas cabeças com o número 33 no peito. O 33.o grau é o grau mais elevado que um maçon pode alcançar e que o autoriza a ter no seu avental um bordado de uma águia de duas cabeças de Lagash Fonte: 
Scottish Rite 

Essas aí são as serpentes astecas de duas cabeças. Na mitologia Asteca - e também na Maia e Inca, se não me engano - a serpente simboliza o contato entre o mundo espiritual e o terreno. É uma espécie de mensageira dos deuses. Por isso as duas cabeças - uma leva e a outra traz.

Segundo a mitologia romana, mas também etrusca, Jano (do latim Janus ou Ianus) era o porteiro celestial, sendo representado com duas cabeças, simbolizando os términos e os começos, o passado e o futuro, o dualismo relativo de todas as coisas, sendo absoluto somente a Divindade. Em seu templo, as portas principais ficavam abertas em tempos de guerra e eram fechadas em tempos de paz. Jano preside tudo o que se abre, é o deus tutelar de todos os começos; rege ainda tudo aquilo que regressa ou que se fecha, sendo patrono de todos os finais. Jano foi a inspiração do nome do primeiro mês do ano (janeiro, do latim januarius).

Ortro era um cão de duas cabeças, filho de Tifon (o deus grego da seca) e Equidna (uma criatura metade mulher e metade serpente, chamada de “a mãe de todos os monstros”), e irmão de Cérbero, o cão de três cabeças que guardava a entrada do Hades(similar ao inferno dos cristãos).

Ortro era o mascote de Gerion (um gigante de três corpos), a quem ajudava a apascentar um enorme rebanho. Foi morto por Hércules (ou Héracles) em um dos 12 trabalhos, quando o herói deveria capturar os rebanhos de Gerion.

A Prudência apresenta duas faces (simbolizando a necessidade de prestar atenção ao que se passa em todas as direções do espaço que nos rodeia, prevenindo a surpresa ou a traição). Um dos rostos olha-se ao espelho que segura com a mão esquerda (este permite o conhecimento do nosso aspecto exterior para que possamos saber como os outros nos vêem, e funciona como símbolo da introspecção). O capuz enfatiza a ideia de recato e mistério, poderosos aliados da prudência, e resolve não apenas o resultado estético desagradável das duas cabeças geminadas, mas também a dificuldade técnica da sua concepção.
texto da BebelPois bem... é tanta bobagem que fico perdido, não sei por onde começar.
Antes de mais nada, quero esclarecer que não acredito em múltiplas verdades. Nos foruns de discussões sobre Umbanda é comum lermos as mais absurdas asneiras e ao final nos depararmos com esta pérola: "esta é a minha verdade".

O pior é que escrevem isto de uma forma quase filosófica, mas ao mesmo tempo rechaçando qualquer tipo de comentário contrário àquela idéia. Enfim, é algo como "escrevi uma tremenda bobagem, não faz sentido teológico, cosmogônico ou lógico absolutamente nada que expus, mas não quero que ninguém contrarie a minha verdade."

A Verdade é una.

Pode até estar fragmentada e/ou adaptada aos diversos graus de discernimento, mas não temos quantas "verdades" quantas sejam as criaturas humanas, já que Deus não é "Deus de confusão", muito menos o Mundo Espiritual. Em termos espirituais, as coisas estão definidas desde o início das Eras, portanto não há multiplicidade, assim como transitoriedade, temporalidade ou relativismos, como querem alguns.

Muita gente pergunta como identificar esta Verdade, mesmo que fragmentada. Simples: passe tudo pelo crivo da lógica, e caso o conceito vaze por esta "peneira" ele é falso. Caso passe, submeta-o aos testes da coerência e do aceitável. Se passar por todos estes requisitos, você terá uma certa segurança em seguir aquilo.

Dito isto, vamos passar a análise do texto sobre o tal "Exu de Duas Cabeças".

Vamos começar afirmando que não existe tal "exu". E sabe por quê? Porque não existe nenhum Espírito que seja "siamês". Simples assim.

Mesmo em se tratando de siameses, incluso o raro caso das jovens siamesasinglesas, que apresentam duas cabeças em um mesmo corpo, cada uma daquelas consciências é um espírito diferente. Não há registro na literatura médica sobre siameses de sexos diferentes. Portanto, como teriamos um espírito que se apresentaria de tal forma?

Por outro lado, coisa comum, corriqueira no meio, é relacionar os Exus Guardiões, com o tal "exu" Lúcifer. Vamos deixar claro, de uma vez por todas, que tal "exu" não existe. Esta associação de Exu como o "mal", vem da contaminação, da qual a maioria dos umbandistas ainda não se livrou, dos conceitos judaicos-cristãos sobre céu e inferno, assim como a absoluta falta de conhecimento sobre os mitos e demais simbologias esotéricas. Enfim, falta cabedal iniciático, esotérico...

Por conta desta mesma contaminação, é que temos Exu sempre associado ao diabo judaico-cristão e, por consequência, nos deparamos sempre com as ridículas imagens de cor vermelha, chifres, patas de bode e tridente.

É o sincretismo imposto pela Igreja Católica aos negros escravos sendo referendado pelos praticantes das religiões de origem africana, o vassalismo dos umbandistas aos conceitos deturpados da mesma, é a demonização da Umbanda por aqueles que sempre, aos berros, afirmam que Exu não é o demônio, mas mantêm em suas tronqueiras imagens que o representam como tal.

Por outro lado, como uma Entidade pode se manifestar, ao seu bel prazer, com polaridades tão diferentes? Em um momento é Exu e em outro Pomba-Gíra? Novamente vemos a falta de conhecimento iniciático, já que desconhece um princípio hermetico básico: o Principio do Gênero.

O axioma hemético que define este princípio é o seguinte:

"O Gênero está em tudo; tudo te o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os planos."

Ora, este Princípio encerra a verdade de que o Gênero se manifesta em tudo; que o princípio masculino e o feminino sempre estão em ação. Isto é certo não só no plano físico, mas também nos planos mental e espiritual. No plano físico este princípio se manifesta como sexo, sendo que nos planos superiores toma formas SUPERIORES, mas é sempre o mesmo. Nenhuma criação, quer física, quer mental ou espiritual, é possível sem ele.

Quanto ao restante do texto, com toda aquela confusão de simbolismos mitológicos das mais diversas origens, não vou perder meu tempo (e nem o do leitor) em comentar.

Para finalizar, quer deixar patente que Exu nada tem em comum como o demônio judaico-cristão ou de qualquer outra manifestação filo-religiosa. O tal "exu Lúcifer" é uma invenção igual ou pior a este "Duas Cabeças" e tanto outros que pululam em nossos Terreiros.
Não é possível, muito menos lógico, que o BEM e MAL convivam em harmonia, não sendo aceitável que após a presença das Crianças, Caboclos e Pretos-Velhos, se manifestem em nossas Casas Espirituai, seres dicotômicos, sem ética, pronto para fazer o bem ou o mal, de acordo com a "salva" que receber.

A exortação que faço aos Umbandistas sinceros, é que excluam de seus Terreiros tais manifestações dantescas e completamente estranhas aos princípios básicos de amor, caridade e paz que a Umbanda prega.

DOMINGO, 23 DE OUTUBRO DE 2011


Umbanda é Caridade (Cuidado com os picaretas)

A vezes eu ando por ai e vejo que muitos tem 4 palavras a me dizer, Umbanda não é caridade. Eu recentemente passei por uma situação muito inusitada, filho de berço de minha tia e Mãe de Santo comecei a frequentar uma casa "teimoso" minha tia sempre me alertou, enfim nesta casa não posso negar o Axé recebido, e o bem que me foi feito, mas em algum tempo eu comecei a ver minha vida desmoronar...
Desespero veio ao natural e a mãe da casa me disse que eu tinha de fazer uma entrega a 11 entidades, isso mesmo "11" e se não o fizesse meu caminho seria a morte, detalhe: para descobrir e determinar o trabalho eu tive de pagar R$100,00 por uma consulta particular com a entidade da casa, iludido e com medo paguei, minha Tia a esta altura do campeonato nem ao menos me lembrava dela. Amigos a minha surpresa foi grande pois a cada entidade eu deveria fazer uma entrega e a mãe me cobraria R$200 por cada entrega fora material e transporte, eu realmente fiquei indignado e pensei: Cadê a caridade?
Como um flash em minha cabeça lembrei da minha tia corri ao telefone e falei com ela...
Hoje estou bem graças a Deus, e tenho uma solução muito boa para muitos problemas as vezes os quais cassamos com nossas mãos. Fé em Deus, Fé naqueles que carregamos, e principalmente Fé em nós mesmos.
A lição acima foi dada por minha Tia e Mãe de Santo, eu gastei apenas joelho para ajoelhar e rezar, um monte de Fé que se exerce e 4 velinhas brancas, mas com certeza atos que mudaram minha vida.
Depois disso tudo passei por uma boa limpeza espiritual e estou aqui "Formoso". Ajudei minha Tia sim, mas não pelo valor que ela não cobrou e sim pela Caridade exercida por ela, retribui conforme tocou meu coração.
Será normal se cobrar pelas palavras amigas de um Preto-Velho, pela energia revigorante de um Caboclo, pela pureza de uma Criança ou pela proteção de um Exú. Que devemos cobrar pelo que nos foi dado gratuitamente?
É certo tirar proveito daqueles que procuram por ajuda e já estão necessitados?
A mediunidade é um dom, mais que um dom, um presente divino. Uma forma de atingir o coração das pessoas mais necessitadas e lhes encher de carinho e segurança.
Afinal, a Umbanda também é amor! Amor pelos encarnados e pelos desencarnados.
Amor por ajudar aos necessitados. Amor pela caridade, pois a Umbanda é acima de tu-
do amor pela caridade!
Desde que foi revelada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, a caridade foi colocada como alicerce da Umbanda. Pois a Umbanda é louvação à Deus. E Deus é amor e caridade. E todas as entidades que estiverem dispostas a trabalhar em prol da humanidade terão seu lugar em um verdadeiro terreiro de Umbanda. Afinal, a Umbanda é serviço prestado ao próximo, é se esquecer do orgulho humano e aprender a ser humilde. Aprender a respeitar o sofrimento alheio como se fosse o nosso próprio sofrimento.
Ser Umbandista é ter sempre o coração aberto ao novo. Pois a Umbanda é filha do preconceito, e na Umbanda não se deve existir discriminação. Somos todos iguais! Em gênero, cor (todos somos da raça humana) e classe social!
Na Umbanda não há distinção entre os encarnados e nem entre os desencarnados. Afinal, somos todos filhos de Deus. E todos merecemos ser tratados com amor e dedicação.
Na Umbanda todos temos o direito de buscar e obter o auxílio necessário para nossa evolução. Pois evoluir é necessário. E não há meio melhor de se evoluir do que coma prática da caridade, do que sendo caridoso. Como diz Pai Pery, “fazer caridade é importante,ser caridoso com o irmão é essencial”. Ser Umbandista é ser caridoso!
Então meus irmãos, não se iludam! Não se deixem enganar por quem diz que devemos pagar para obter auxílio em um terreiro de Umbanda. Não se deixem enganar por quem diz que a Umbanda é uma fábrica de desejos e lhes promete tudo com prazos. Pois a Umbanda, também é merecimento.
Seja caridoso meu irmão, e então serás Umbandista. Umbandista de corpo, alma, mente e coração.
Umbandista a serviço da caridade.
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DOMINGO, 23 DE OUTUBRO DE 2011


ANJOS OU DIABOS


Pomba gira e exus, para os ignorantes são seres das trevas são demônios sem luz!

Pomba gira e exus como diz a entidade Rosa Caveira que comigo trabalha, é algo individual, cada um deles tem sua história e vem em uma falange diferente e com uma ordenança, e dependendo da linha tem características pouco parecidas.
Cada pomba gira e exu tem sua história e formas de trabalhar, existem terreiros ainda, que acreditem que exus vêm do inferno, pelo fato da cultura ser aplicada e passada pelos ancestrais de forma indiscutível, pois muitas entidades não tinham liberdade de trabalhar e dar consulta e muitas vezes serem tratados como objeto de trabalho e não de caridade para humanidade para conseguirem a luz e a evolução, a entidade Rosa Caveira, mostra uma expressão triste quando perguntamos o que esta acontecendo com nossa religião, ela definiu com palavras curtas e certas, que existe uma guerra entre a própria religião, muitos querem ser melhores do que os outros e cobiçam o que é do próximo, e a soberba muitas vezes toma a frente não deixando a evolução seguir seu percurso, e exclama... ”não são vocês que escolhem o santo o santo escolhe vocês”.
Rosa Caveira rainha divina uma deusa encantada tem no seu gongar a segurança e tem sua história marcada...
Rosa caveira marcou minha vida e meus caminhos com conselhos úteis para os humildes, e irônico e sub-real para os donos da verdade.
Ela encanta com suas cantigas e com suas histórias, sempre tem um conselho certo para uma hora errada, entende - lá é uma arte que se aprende com o tempo, eu a odiava, pois não a entendia, hoje ela é minha melhor amiga , mestre na arte da magia, de ebos de todos os tipos e fundamentos, carrega com sigo 1000 faces e 1000 fases , deixando as vezes os que acham que estão a enganando se sentirem enganados , e os mais perdidos em vícios e enfermidades se sentirem os mais fortes para se libertarem e construir uma nova vida , tem seguidores fies e fixa sempre as palavras: “ nenhuma folha cai da árvore sem a permissão de deus , e quando cai muitas vezes já esta seca” .
Conhece a fundo os espíritos perdidos (egúns) diz que são seus amigos e que lhe acompanham em suas tarefas e trabalhos, diz que qualquer espírito maligno que rodear ou atrapalhar seus amigos ela afastará sem problemas, os libertando de qualquer problema com egum, conhece comidas de orixás, mandingas incríveis, trabalhos extremamente confusos e apenas com um abraço ela lê seus pensamentos ou apenas com um olhar, com uma rosa na mão ela resolve sua vida e tira toda tristeza do seu coração, muitos ao mesmo tempo a amam e a odeiam, é respeitada por todos, e quando não é ela mesma que se defende com uma irônica gargalhada bem trevosa e intimidadora, pois tem como aliados todos os exus e giras e diz que são seus irmãos.

Sou cavalo de Rosa Caveira e ela tem algo especial tem um grande coração e é extremamente justa conhece a arte do amor como ninguém defende a todos que sofrem por amor, é direta nas suas observações e às vezes rude e ao mesmo tempo doce e amiga em suas palavras.
Rosa Caveira conta que todas as pombas giras e todos os exus tiveram sua história como ela teve, e diz que deus e o diabo trabalham juntos, pois se não fosse o diabo como deus testaria todos os corações do mundo que comanda , existe o livre arbítrio como ela e seus parceiros de encruzilhada e calunga tiveram um dia.

Muitos tratam pomba gira e Exús como escravos , é o famoso "vocês bebem e fumam então trabalhem " isso particularmente agride e ofende a inteligência desses seres maravilhosos , nos testam o tempo todo para expormos o que a de bom e o de ruim em nós .


Rosa Caveira me ensinou que exu não é cachorro que se vende por um padê , como ela diz ...


1 padê não me faz, 7 frangas não me fazem muito menos um bicho de quatro(bodê)


Realmente , a maioria das entidades são doutrinadas conforme a casa , cada exu tem um tempo de desenvolvimento com o aparelho (cavalo)para trabalhar de forma correta ,é totalmente errado a 1 vez que exu vira em uma casa , servirem bebida e cigarros ,charutos etc... pois o aparelho(cavalo) ainda esta muito prematuro para aguentar uma carga de energia tão forte e devastadora , ao passar algum tempo o exu vai adquirindo uma postura mais civilizada menos agressiva passa a se ambientar e começa a trabalhar de forma mais firme e segura , começa a evoluir , exu e pomba giras não tem problemas com deus , as pessoas que colocaram isso o tempo todo para o mundo , pelo menos mulambo diz que maior que ele não existe , e pede para que tenhamos fé e iniciativa para a melhora que não cai do céu temos o que é de merecimento por nossos conceitos e nossa fé que muitas vezes se abala pensando que podia ser diferente se tivesse seguido um outro caminho uma outra religião , antes de qualquer coisa as pessoas que desejam seguir uma religião não importa a que for ,não devem ir com o intuito de se beneficiar em relação amorosa, familiar ,financeira, o que for , devem ir por se sentir bem por ter paz e harmonia no local e as conquistas vem com o tempo , não sei como conseguem dizer que pomba gira e exu tem que trabalhar para ter algo , isso foge do que aprendi de espiritismo , sei que existe fundamentos que não podemos deixar para traz cobranças para que possamos ser responsaveis , mais existe uma forma de fazer oferendas sem exigir das entidades falar com o coração e com a fé , tenho certeza que eles escutam de forma muito mais fervorosa e eficiente pois vão ajudar não por causa de um padê ou um charuto ou marafo , mais pelo respeito e amizade que conquistou deles .


Nilo Coelho
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DOMINGO, 23 DE OUTUBRO DE 2011


A UMBANDA LHE CHAMA…. ATENDA ESSE CHAMADO, OU NÃO

Muitas pessoas têm, sistematicamente, procurado centros espíritas, principalmente de Umbanda, para solucionar problemas diversos. A convivência com os trabalhos, a presença nas sessões de consulta ou até mesmo de desenvolvimento, costumeiramente, desperta um interesse maior pela religião. A partir daí o consulente passa a viver a expectativa de, muito em breve, passar a integrar o corpo mediúnico da casa, ou, como se diz popularmente, “fazer parte da gira”.
Com o passar do tempo, no entanto, muitas pessoas ficam decepcionadas pois não encontraram aquilo que procuravam e a saída do terreiro é uma questão de tempo. Deixam de lado a fé, a esperança, a credibilidade e, simplesmente, buscam novos rumos. Novos tesouros.
Isso ocorre, na grande maioria das vezes, em razão da falta de orientação ao consulente por parte dos dirigentes espirituais. Via de regra é comum transformar um Centro Espírita, seja qual for a doutrina empregada ou o ritual seguido, em um balcão de atendimentos. Cartazes com promessas de solução para casamentos, amarração, problemas financeiros e de saúde são encontrados com facilidade pelas ruas da cidade.
Até mesmo atendimento eletrônico, seja via telefone ou Internet, já é oferecido hoje em dia.
E, com certeza, não será um atendimento gratuito. Cursos, então, tem para todos os gostos: curtos, longos, caros, baratos. E, em apenas nove meses, você pode se tornar um babalaô ou uma babá.
OBJETIVOS DA UMBANDA
Procura-se uma forma mais fácil de atrair o público para as sessões, sem, contudo, esclarecer quais são os reais objetivos da Umbanda. É certo que cada casa tem sua forma de atuar e cabe ao dirigente máximo definir suas prioridades. Mas transformar a religião em um balcão de negócios, certamente, não é o caminho mais correto.
A Umbanda preconiza a evolução espiritual, a busca pelo equilíbrio interior, a prática da caridade, a renovação da fé e o crescimento da esperança. Esperança por um mundo melhor, muito mais justo, igual, sem preconceitos de raça, credo, cor, sexo ou qualquer outra diferença que possa existir entre as pessoas. Afinal, aos olhos de Zambi, nosso Deus todo poderoso, somos todos iguais.
Portanto, quando receber o chamado da Umbanda, atenda-o. Mas tenha consciência de que esse chamado lhe representará uma oportunidade de reparar erros do passado, de progredir espiritualmente visando a vida futura. Contribuirá também para melhorar sua autoconfiança e valorizar a fé.
Não pense que, ao assumir seu compromisso com o Astral, estará dando o primeiro passo para receber bonificações materiais – um novo emprego, um carro importado e do ano, um marido (ou esposa) rica, aquela casa dos seus sonhos. Não meu irmão, essa não é a prioridade da Umbanda. Esses benefícios materiais serão resultados do seu esforço, da sua dedicação ao trabalho e, acima de tudo, do seu merecimento.
Na Umbanda você encontrará a Luz. Na Umbanda você encontrará a Fé, a Esperança e a Caridade. Agora, se esses não são os seus objetivos, por favor, não atenda ao chamado da Umbanda. Você ainda não está preparado.

Inívio da Silva Borda 
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DOMINGO, 16 DE OUTUBRO DE 2011


A UMBANDA DE JESUS

Sete Encruzilhadas, o Caboclo que anunciou o surgimento da Religião de Umbanda em 1908, declarou que Jesus seria o Mestre a ser seguido pelos umbandistas. Controvérsias à parte, já que alguns não aceitam suas palavras como base para uma vida espiritual sadia, Jesus é o modelo mais perfeito escolhido para ser o espelho dos médiuns e demais seguidores da Umbanda. Não há outro Médium vivido entre os homens que tenha subtraído toda a autoridade do Grande Mestre da Judéia em se tratando de vida mediúnica sadia e correta.
Jesus, o Médium, em nenhum momento fez alarde de sua missão na Terra. Sendo detentor de tanta autoridade, jamais exigiu que os homens se subjugassem a Ele. Jamais impôs sua condição de Ser Iluminado a fim de obter prestígio perante os grandes e diante dos pequenos. Suas palavras, cheias de autoridade, jamais foram autoritárias. Pelo contrário, tinham uma meiguice e uma simplicidade que encantavam os pequenos e incomodavam alguns que se achavam grandes.
Em sua trajetória mediúnica na Terra, Jesus aguardou o momento certo para agir em favor da caridade. Seu primeiro ato caritativo, no casamento de Caná, foi precedido de uma oração feita pela mãe que, aflita, intercedeu pelos noivos e seus pais. Jesus podia muito bem ter feito a transformação do vinho antes mesmo de Maria lhe pedir com tanta veemência, mas aguardou a hora certa. Não se precipitou, mas foi paciente para esperar que o tempo definisse o momento propício.
O médiuns de Umbanda, tanto os que estão iniciando quanto aqueles que já militam na fé, precisam ser menos apressados em ser úteis no trabalho espiritual da caridade. O tempo urge, mas não se precipita. Há médiuns que desejam ou querem tanto ser utilizados como aparelhos dos Caboclos e Pretos Velhos que não se preocupam com o próprio aprimoramento ou com o tempo certo para tal trabalho. Avançam apressadamente para os terreiros, colocando roupas brancas – ou coloridas, como queiram -, enchendo os pescoços de guias sem fundamentos e “incorporando” alguma Entidade.
Esquecem-se que incorporar qualquer Entidade não é o principal. Essa faculdade é apenas uma das muitas tarefas a desempenhar durante toda a vida. O início de tudo é a mudança que deve ocorrer dentro de cada um. Assim como foi a transformação que Jesus realizou em Caná, quando a água dos jarros ganhou cor, sabor e essência de vinho.
Apressadamente, muitos médiuns estão servindo fel aos que comparecem às bodas que são realizadas cotidianamente nos Terreiros de Umbanda. Em nome da “vontade” de trabalhar ou “receber” Caboclo – como se isso fosse um verdadeiro milagre – estão sendo depositários de uma bebida amargosa, fétida e intragável, quando incorporam sem o devido preparo espiritual e logo realizam consultas e receitam banhos, garrafadas e obrigações sem fim aos convidados da festa chamada Gira. Não atinam para o fato de que eles próprios são os jarros que devem conter a verdadeira bebida espiritual servirá para alegrar os corações necessitados que foram chamados a participar do evento. E, como se isso não bastasse, logo depois das primeiras incorporações, já que tomam para si o título de “mestre divino”.
Satisfeitos de sua capacidade mediúnica de incorporar e de falar em nome dos Pretos Velhos e dos Caboclos, logo sobem num pedestal ilusório e passam a encenar o quadro do Sermão da Montanha.
Olham do alto para os irmãos, tal como o humilde Jesus, e orgulhosos iniciam uma pantomima que supostamente pretende ensinar aos fracos e oprimidos da última hora. Baseados em sua pouca experiência e sem a devida mudança de pensamentos, hábitos e desejos, levantam-se de peito inflado e voz autoritária sobre os menos favorecidos como verdadeiros “mestres da Galiléia”.
Jesus, o exemplo apontado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, não foi um médium dessa estirpe. Ao contrário, desde moço, encheu-se de sabedoria, discernimento, autoridade e virtude para depois transmitir as novas da salvação aos homens de sua época e os dos dias atuais. Não teve como base seus pensamentos e suas experiências, mas sim nas Palavras Sagradas dos Profetas.
Jesus não teve olhos para os reinos do mundo. Como médium poderia servir-se de sua condição para angariar respeito e poder diante dos magistrados, sacerdotes e senhores da Judéia, mas rejeitou os oferecimentos políticos, mundanos e passageiros, para continuar humildemente sua missão na Terra.
Jesus não se intitulou “mestre”, mas Filho. Não se arvorou como “doutor”, mas apresentou-se como Aprendiz diante do Templo. Não subiu num trono para ser rei, mas encurvou-se como “Servo” aos pés dos discípulos.
Assim deve ser a Umbanda praticada por aqueles que se acham estupendos por incorporarem uma Entidade de Luz. Esse deve ser o retrato daqueles que batem no peito e dizem que são “médiuns”.
A Umbanda que Jesus praticou foi simples, sem estardalhaços, sem holofotes, sem soberba, mas cheia de doçura como o vinho e de palavras vivas como as da Montanha.

Deus Salve a Umbanda!
Julio Cezar Gomes Pinto
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SÁBADO, 8 DE OUTUBRO DE 2011


Quando Chega a Hora


O intuito desta matéria é auxiliar alguns irmãos que vez ou outra me questionam de como identificar "quando chega a hora" de levar adiante sua missão dentro da Umbanda na condição de Pai ou Mãe de Terreiro. Pois bem, sabemos que muitos médiuns possuem o que podemos chamar de "coroa de chefia", que mais cedo ou tarde suas Entidades irão lhe dar condições para que possa estar na direção espiritual de uma Tenda de Umbanda.


Neste momento é que começam a surgir às dúvidas, entre elas cito: "Será coisa da minha cabeça?"; "Será que não estou satisfeito em minha casa atual?"; "Será que terei condições para assumir tais responsabilidades?"; e muitas outras interrogações lhe surgem.


Neste momento entra em cena a Entidade Chefe do médium que começa a sinalizar que os caminhos do filho de fé não serão mais os mesmos a partir de então, lentamente vai se formando no mental do médium os caminhos que deverá trilhar.


Através do tempo, da consistência de trabalho, tudo começa a ficar mais claro no mental do médium, que deve se dirigir ao seu Pai ou Mãe de Terreiro e dividir com ele(a) as suas orientações, isso quando a própria entidade não o faz. Uma coisa é certa: não adianta querermos avançar se não dominamos nem o simples, o trivial, o cotidiano, etc., o médium que possui esta missão deve ter o preparo necessário para estar à frente de uma Tenda de Umbanda, deve possuir os conhecimentos necessários que exige tal cargo, deve gostar de pessoas, pois cuidara delas diuturnamente, deve ter humildade e buscar conhecimentos externos, sejam nas escolas da terra, com as Entidades de Luz, com os nossos mais velhos na religião ou até mesmo com os mais novos, pois na Umbanda seremos sempre eternos aprendizes e meros instrumentos da vontade de Olorum.


O médium que deseja seguir neste caminho dever ter sempre o desejo sincero de servir, pois na sabedoria se diz assim: "Quando o discípulo está preparado o mestre aparece". Para se tornar um Pai ou Mãe de Terreiro não existe nenhuma fórmula mágica! Plim! Agora você é um dirigente! Ninguém se torna do dia para noite um dirigente sem antes ter sido um médium de trabalho, sem ter participado das limpezas (faxina mesmo) dos terreiros pelos quais tenha passado, sem ter dado muitas consultas, sem ter zelado pelo terreiro que sempre te acolheu. Nada na vida acontece de "mão beijada", mas sim de forma natural e com muito empenho, fé e dedicação. É complicado expor em palavras o que se leva anos para ir se formando, mas com certeza as respostas sempre são dadas no momento certo.


A missão de ser Pai ou Mãe de Terreiro não é nada fácil, ao contrário às vezes é até penosa, cheia de espinhos, mas as flores que colhemos são sem sombra de dúvidas lindas.


Deixo abaixo algumas perguntas que o médium deverá se fazer antes de pensar em ser um Pai ou Mãe de Terreiro, lembrando que se responderem sinceramente, elas muito contribuirão para sua caminhada: O que diz seu coração?; O que diz sua Entidade Chefe?; Você sente segurança?; Você já conversou com o seu Pai ou Mãe de Terreiro?; O que diz sua família?


"Aprenda tudo o que puder, absorva os ensinamentos dos que souberem mais, pronto você nunca estará se no seu coração assim não se sentir. Tenha confiança em ti!" Caboclo Tupinambá (10/11/09).


Agora se você acha que reúne tudo o que se precisa, vá em frente, leve adiante a bandeira do Nosso Pai Oxalá. Não importa o tamanho de seu terreiro, a quantidade de médiuns, a beleza física do local, o que importa é a continuidade aos trabalhos em prol da humanidade, é a ligação com o Pai Supremo, com o Divino Mestre, com os nossos Queridos Orixás e com as nossas Entidades de Luz, o resto será conseqüência de um trabalho correto, digno e íntegro! Fique na Luz e na Paz de nosso Pai Oxalá!


Pai Cristiano T. E. Luz e Amor de Mamãe Oxum


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DOMINGO, 2 DE OUTUBRO DE 2011


Umbanda é de graça?

Eu não sou Pai de Santo, mas estou sempre em contato com diversos e hoje recebi um comentário que me deixou um pouco curioso e pensativo. Não defendo certas praticas, mas analisei pontos de vista!

E mais uma vez tenho uma postagem completa que me veio do nada a minha cabeça! Do nada não RS... Veio de algum lugar!

Eu acho muito interessante o ponto de vista da caridade, quem faz caridade recebe caridade, com certeza precisamos sempre ajudar e sendo de coração tenho certeza que tudo se multiplica se me entende bem, Eu vejo o Pai ou Mãe de Santo de diversas casas, por exemplo, sempre dispostos a ajudar levando sempre a bandeira da Fé e da caridade, sem duvidas pessoas com o coração e Fé muito aguçados, cuidar de uma tenda, terreiro, casa, ou seja, lá qual for o nome destinado é muito complicado difícil e principalmente caro... Sim imagine, conta de água, luz aluguel flores, etc. etc., E de onde vem recursos?

As pessoas se dedicam tanto que em alguns casos nem ao menos conseguem trabalhar fora, e seria justo também a pessoa trabalhar para manter a casa? Seria justo empregar todo seu salário para manter uma obra de caridade? Irmão de Fé tem de ter consciência também e colocarmos a mão na cabeça e ver este lado. Um centro sempre ajuda as pessoas e muitas das vezes se não a maioria pessoas carentes e garanto que numa proporção muito grande com problemas financeiros também, algumas casas cobram mensalidade de seus filhos e outras cobram consultas, errado? Não acho! Pois de algum lugar temos de arrecadar, doação no Brasil? Ainda não funciona infelizmente, tudo nesta vida é valido irmãos desde que não se cometa exageros ou excessos, não adianta desvestir um santo para cobrir outro, mas uma Andorinha sozinha não faz verão.

Muitos lugares nos pegam pelo psicológico ao invés de uma boa conversa! E isso é muito complicado, pois você já chega ao local debilitado e precisando de ajuda, muitas vezes com um sério sentimento de culpa, e ainda tem de se sentir obrigado a pagar, irmãos o que é dado com carinho rende, sem carinho não podemos dizer o mesmo, o terreiro é o local onde temos de estar o mais serenos possíveis, local onde receberemos ajuda, e faremos nosso tratamento. A culpa é nossa? É do Pai (a) de Santo? Cabe a todos nós aceitarmos ou não tal situação!

Minha Mãe de Fé sempre me disse: Temos o livre arbítrio e sempre temos de procurar o melhor para nossas vidas. Mas temos de ter consciência também, e lembrar de que por traz de um belo culto sempre tem um belo custo. Ela particularmente em reuniões conversa com seus filhos e a casa vive de doações e quando a mesma não se supre ela intera do bolso dela! Mas tudo com muito carinho e Fé ela mesma diz: Minhas entidades não me abandonam e sempre me deram condições de manter a casa aberta e fazendo o bem.

Sempre de contrapartida também temos os picaretas, este assunto prefiro deixar de canto, pois na verdade muito se fala de coisas negativas e sempre se esquece do bem. Portanto não vou apontar ou mesmo relacionar mais nada sobre o mesmo, todos já conhecemos bem.

Certa vez um amigo meu Pastor de uma Igreja (sim tenho amigo pastor antes que me perguntem, rsrs ele me tem grande respeito e eu por ele também, independente do fundamento a religião sempre nos leva a um só lugar a Deus) ele me falou de tamanha complicação que também ocorre na Igreja, já que a mesma também não tem fins lucrativos e aplica o dizimo é dizimo tanto para quem pede quanto para quem dá, a Igreja precisa de sustentabilidade, mas seria justo ele pagar as contas do bolso dele (mesma pergunta?), orar, ajudar, fazer caridade, tudo com ele? Mas também não é justo ele impor valores e cobranças maçantes e diárias ou mensais nos cultos... Então ele decidiu não mais pedir dízimos e colocou ao lado do altar uma caixinha chamada a caixinha da oferta e quem se sentir a vontade no final do culto se dirige a ela e deposita o que tocar no coração... Ele disse ter visto maior felicidade em receber ajuda por parte dos fiéis, Hoje ele se sente muito mais a vontade assim como os freqüentadores da Igreja. Este exemplo que eu deixo para nós Umbandistas...

Amigos a Umbanda é uma religião vamos praticar a religião e exercitar nossa Fé!

Meu texto pode não agradar a todos, mas é um assunto muito abordado!
Não tirei conclusão alguma isso cabe a cada um refletir.
Obrigado!

Dinheiro rege o mundo, mas dinheiro não pode reger nosso espiritual... Axé!

Fiquem todos na Força de nosso Pai Ogum!

Terra de Aruanda
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SÁBADO, 8 DE OUTUBRO DE 2011


A UMBANDA E A INTERNET


A Internet, em pouquíssimo tempo, virou o maior meio de comunicação do mundo. Através das revistas eletrônicas encontramos tudo o que precisamos saber acerca dos mais variados assuntos. Desde a mais recente descoberta ao mais antigo registro da humanidade. Não há nada que fique escondido aos olhos e ouvidos humanos hoje em dia.

Os computadores se transformaram em vitrines, cinemas e bibliotecas. Nunca o homem teve tanta oportunidade de aprender mais. Desde a invenção da imprensa, na idade média, até a televisão, na contemporânea, jamais o homem conseguiu adquirir tanto conhecimento e de forma tão precisa. A Internet surgiu e revolucionou o conhecimento humano.

Os hábitos também sofreram mudanças. O teatro, as livrarias, o cinema e até mesmo a própria televisão tiiveram que se adaptar à nova realidade. A juventude que costumava ficar ligada na tv, agora fica no computador. As pesquisas escolares ganharam muito com a Internet, já as bibliotecas e livrarias, nem tanto.

E, em meio a tudo isto, aparecem as religiões. Cada qual com sua filosofia, ritual e maneira de professar a fé. Há de tudo na Internet: cristianismo, voodoo, bruxaria, protestantismo, islamismo, e é claro… umbandismo. A Umbanda é uma pequena Religião lutando por um lugar no grande panteão religioso que, em muitos casos, governa e massacra as gentes. A expansão da Umbanda faz-se necessário num mundo em que a minoria comanda e massacra a maioria, num mundo em que há tantos sofredores encarnados e desencarnados

Sem desconsiderar a grande arma de divulgação da fé umbandista em que se tornou a Internet, é preciso porém analisar friamente o que está acontecendo com os filhos de santo ou, como queiram, filhos de Umbanda.

Disfarçados de divulgadores do nome da Umbanda surgem inúmeros filhos de fé que se transformaram em verdadeiros pop star’s da Internet. É grande a quantidade de umbandistas que quer “mostrar a cara” a todo mundo, a qualquer custo e de qualquer forma. Sem levar em conta o senso e o respeito às coisas santas, vários médiuns estão colocando em cheque o próprio Terreiro que pisam. Utilizando-se de imagens extremamente pobres e de qualidade ruim, surgem os umbandistas dos dias atuais.

Estampando uma aparência de muita sabedoria e compenetração gritam alguns pretensos estudiosos das coisas ocultas toda uma verborragia sem fim com o propósito de incutir suas convicções infundadas aos menos esclarecidos. São os sábios dos dias atuais que ouviram tudo o que seus mestres encarnados lhes disseram, aceitaram de prontidão suas idéias, e passaram a divulgá-las como verdades absolutas. Ora, a venda de livros caiu vertiginosamente desde a era da televisão, então por que não usar a Internet?

Há também os neófitos que precisam extravasar toda a emoção que sentem por encontrarem o caminho que os tirou de um poço de dúvidas e questionamentos acerca do mundo espiritual. Tudo é novo! Tudo é bonito! Como é belo o mundo dos Espíritos! E lá vão eles para as páginas de relacionamentos mostrar sua conversão, seu batismo, sua primeira incorporação, seu Exu, sua Pomba Gira, seu Velho, seu Altar, sua Tronqueira, etc, etc, etc. E, logo ali, colada à foto do lugar mais sagrado do Terreiro – o Altar – uma foto do seu namorado peladão ou daquela atriz que saiu na revista masculina. Junto do médium que aparentemente está incorporado por um Caboclo, há também o vídeo da mocinha de olhar lânguido e voz sensual que, completamente nua, leva seu pretendente para a cama e mostra o coito cheio de gemidos e palavras obscenas.

Na Internet também não faltam os comerciantes da Umbanda, e de outros cultos, que não têm vergonha de se apresentarem “incorporados” pelo Pai Fulano, ou Cigana Beltrana, ou Mãe Sicrana, e apresentarem seu preço por uma “rodada” de baralho ou “lançada” de búzios. E, para confirmarem seu poder, exibem uma infinidade de penduricalhos no pescoço, rendas, lamês, turbantes, palhas e vários outros utensílios ritualísticos. É claro, não podia faltar a filmagem de uma roda de pólvora, de uma incorporação de Exu, do sacrifício de uma galinha. Tudo filmado em primeiro plano e com riqueza de detalhes em close.

Os oportunistas também não deixam de se exibir na Internet. Há hoje um grande número de candidatos a isso ou aquilo, desejosos de poder, já que o Terreiro se tornou pequeno para eles exercitarem seu poder de persuasão. Prometem ser os defensores da fé alheia, os candidatos dos humilhados e reprimidos, o salvador da religião! Consideram que a política, palco de escândalos interesseiros e mesquinhos, será a força que impulsionará a pobrezinha da religião que não consegue se unir nem dentro dos próprios centros.

Em profusão, proliferam os que necessitam de auto-afirmação. Aqueles mediuns frustrados por nao estarem à frente de um terreiro, chefiando e ditando normas que eles consideram as mais certas. Alguns babalaôs e babás que sentem uma grande inveja por não terem um belo templo. Alguns pais e mães que não conseguem chefiar nem mesmo os filhos de sangue. E também os filhos de Umbanda que ainda não aprenderam que mediunidade não é qualidade de um ser altamente iluminado ou de um “enviado” especial das Hostes Celestes. Mas, mesmo assim, querem se auto-promover e estabelecer sua condição de Mensageiros do Alto. E, baseados nessa premissa, expõem sem critério suas imagens de umbandistas ataviados de Zé Pelintra, Pomba-Gira, Exu, Marinheiro, Caboclo de pena e sem pena, desnudos, embriagados, maquiados, empunhando taças e garrafas; com capas, espadas e chapéus, lanças, bodoques, flechas; vestidos de baianas, damas da corte, marujos, índios e outros personagens saídos dos contos de terror e da Vó Benta – Não a Preta Velha – mas a do Sítio do Pica-pau..

Mesmo que a Espiritualidade não tenha aparelhos de computador em Aruanda, no Juremá ou no Humaitá, os Guias e Mentores da Religiao de Umbanda estão conectados com o que seus diletos aparelhos, cavalos e burros estão fazendo aqui embaixo, na Terra. Nada está passando desapercebido, pois não necessitam de uma tela ou da própria Internet para estarem a par do que andam fazendo em nome da Umbanda.

Como cantam os sábios Pretos Velhos, ” a Umbanda é linda, pra quem sabe ler. Quem não conhece Umbanda, diz que Umbanda é cangerê!”.

Deus Salve a Umbanda

Julio Cezar Gomes Pinto



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DOMINGO, 2 DE OUTUBRO DE 2011


Chuta que é Macumba?


Imagine uma mãe com um filho internado em estado grave. Ela se dirige a uma igreja, acende vela para seu santo de devoção e uma vela para o anjo da guarda. Ou uma mãe neo-pentecostal na mesma situação, após várias orações, consagra um óleo e o mantém perto de si e de seu filho na esperança da cura. Eu acabei de ler esta situação, pensei e a Mãe umbandista? Ela faz seu Amalá.
Muitos que chegam para conhecer a Umbanda pela primeira vez estranham, nãoentendem e até acabam por emitir comentários negativos sobre a nossaReligião devido ao uso de matéria nos trabalhos. E esse Amalá? Amalá é uma entrega que se faz, onde podem ser utilizados como material de feitura, comidas e bebidas, e eles tem a propriedade de um grande campo de força.Amalá não é "dar de comer a espíritos", já que eles vão utilizar somente a força vibracional desses elementos para criar uma proteção, um escudo ou uma maneira de guiar "suavemente" a pessoa que está ofertando esse "presente". No amalá são utilizados elementos que vibram na sintonia dos espíritos ou Orixás, onde são adicionadas a força do médium, dos Orixás regentes e dos espíritos que aceitam e se compromentem a realizar o trabalho.Os Amalás para os Orixás devem ser feitos com elementos crus, já que Orixás são a natureza (reinos Cristalino, Mineral, Vegetal, Ígneo, Eólico, Telúrico, Aquático), portanto não faz sentido cozinhar um peixe para entregar ao ORIXÁ Ogum. Agora, para entidades espirituais (caboclos, crianças, pretos, Exús, Pomba-Giras, etc...) como são espíritos que uma vez tiveram a forma humana, esse tipo de entrega fica a escolha do médium, pois cozinhar um peixe ou entregá-lo cru, para um Caboclo de Ogum está perfeitamente dentro do contexto.Lembrem-se que Umbanda é magia, é manipulação de elementos naturais ou fabricados pelo homem. E um amalá bem feito e direcionado a uma entidade, ou Orixá certo, pode sim resolver o problema.Todo amalá deve ter um objetivo específico, não se faz amalá "a toa", e o termo utilizado para a feitura do amalá é “entrega”. Durante sua feitura, é importante saber que sua energia está sendo transmitida para ele. As vibrações do seu Orixá aumentam a energia do trabalho que será somada com a do espírito que for utilizá-la.A intuição deve fazer parte da construção de um amalá. Existem muitas receitas das entregas de cada Orixá ou espírito, mas elas não devem ser utilizadas como as únicas fontes de sabedoria, pois alguns elementos intuídos devem ser acrescentados nos amalás, desde que não fuja da vibração do orixá ou espírito ao qual se está fazendo a entrega. O médium só se tornará independente, ou seja não vai depender da orientação de um espírito incorporado, quando ele souber manipular os elementos que constroem um campo de força através do amalá. Fundango, ponteiras, pembas, etc., dificilmente devem ser usados em uma entrega, já que são elementos que tem outras finalidades dentro da Umbanda.As vezes, somente o ato de acender uma vela já é um amalá.

DOMINGO, 18 DE SETEMBRO DE 2011


OS TRÊS MACACOS EVANGÉLICOS


Todos estamos familiarizados com esta imagem.
Nada podia ser mais representativo para falarmos sobre a hipocrisia evangélica em relação à própria fé mas, principalmente, na crença alheia.

primeiro macaco é o cego e representa o evangélico que vive criticando e atacando outras confissões religiosas, mas não consegue ver a podridão que ronda o seu próprio meio.

Vivem taxando as religiões de matriz africanas de “coisa do demônio”, seus adeptos de “servos de satanás”, falando das “maldições” que recaem sobre as vidas das pessoas que frequentam nossos Terreiros, mas justificam como “vontade de Deus” desastres como os ocorridos na sede de Igreja Renascer em janeiro deste ano, na cidade de São Paulo.
Advertem seus fiéis e simpatizantes sobre o “engano de satanás” em relação à mediunidade e as comunicações entre o mundo astral e o físico, mas ensinam sobre cobras (Gen 3:1) e mulas (Num 22:28) falantes. Para este povo, pelo jeito, é mais verossímel falar com animais do que com espíritos desencarnados.

Falam sobre magia, como se Moisés não tivesse sido um dos maiores magos que este mundo já viu. Esquecem que ele foi criado pela família real egípcia e que, por tradição, os homens da Casa Real eram iniciados nos Mistérios de Hórus.

Condenam os sacrifícios de animais (que chamam de “coisa do demônio”), mas esquecem que na Bíblia há várias passagens onde cordeiros e outros animais eram imolados e o sangue espargido no altar do Sanctum Sanctorum” (Exo 30:10; Lev 7:2). Mas como isto era para o “deus” deles, está tudo certo, justificado. Os deuses dos outros é que não podem se alimentar de sangue. (não que eu defenda os sacrifícios, fique bem claro.)

segundo macaco é o mudo e representa o evangélico que não fala das coisas que acontecem em seu próprio meio, mas adora falar dos outros.
São aqueles que defendem figuras como o casal de “apóstolos” Hernandez, o “bispo” Edir Macedo, dentre outros, que enriquecem à olhos vistos e tem seus nomes envolvidos em problemas judiciais, mas vivem a falar contra qualquer problema com padres e sacerdotes de outras religiões. As suas bocas se fecham para os escândalos do próprio meio, mas se abrem para os que acontecem em outros.

Quando surge qualquer notícia desabonadora em relação a algum evangélico ou igreja, gritam aos quatro ventos que são vítimas de perseguição, de intolerância, mas não se importam em denegrir outras religiões em seus programas de rádio e televisão e até mesmo como, ao que parece, virou moda, invadir e destruir terreiros e centros umbandistas, candomblecistas e espíritas.

terceiro macaco, que considero o pior deles, é o surdo.
É o evangélico típico que acredita que somente aquilo que ouve de seu pastor é o certo, o verdadeiro, a “vontade Deus”. Não consegue dialogar e se colocar em um ponto neutro para analisar nenhum tipo de argumento que é apresentado.

É aquele que quer pregar para você, mas não quer ouvir nenhum tipo de contra-argumentação. Acredita que aquilo que está falando é a verdade absoluta, que ele está do lado direito de Deus e que ninguém tem o direito de negar aquela “verdade”. Ele não quer conversar e sim impor a sua doutrina para os outros.

O maior problema que, cia de regra, o evangélico surdo possui características dos outros dois, o que o torna, sem sombras de dúvida, o religioso mais antipático e intolerável que se possa conceber.
Mas, se você é evangélico e está lendo este artigo, não fique magoado comigo. Existem muitos “três macacos” no meio umbandista também. Aliás, em especial entre alguns “líderes” e seus seguidores, é o que mais achamos.

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Foto: Os Três Macacos Sábios – Artesanato em Rhodes, Grécia, 2005.
Fotógrafo: Raul Zito
Fonte: Ouvindo Vozes de aruanda.
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DOMINGO, 18 DE SETEMBRO DE 2011


Enxergando as razões da Religião de Umbanda


Eu vejo que o grande problema da Religião de Umbanda são os próprios Umbandistas, em suas razões humanas, nas afirmações mais puras, muitas vezes, e dedicadas, do que seja a sua Umbanda e vendo essa sua Umbanda, uns com mais de 30, 40 anos de trabalho, como sendo a Umbanda ou tentando levar essa Umbanda aos outros como sendo a Umbanda para todos.
Esse foi e é o grande motivo de brigas e de afirmações que, ao longo da história da religião, trouxeram tantas mágoas, tantas dissensões entre as pessoas (existem outros, mas esse acaba sendo o pano de fundo para os outros).
Sei que é muito difícil, às vezes até impossível, por mais bondosa e dedicada que seja a pessoa, em aceitar mudanças de conceitos ou, de uma hora para outra, ter que ver e conviver com outras formas de Umbanda, enquanto ela acreditava que a sua forma ou a forma que lhe foi ensinada e passado durante anos e anos era a correta, a certa, a verdadeira.
A Internet trouxe proximidade entre pessoas do mundo todo; proximidade entre Umbandistas de todo mundo, mas também o confronto entre formas totalmente diferentes e, muitas vezes antagônicas, do que seja Umbanda em termos de ritos, práticas, fundamentos, doutrina e formas de trabalho.
Nesses mais de 12 anos de moderador/administrador de listas de discussões sobre Umbanda na Internet, consegui ver de tudo no que se refere a confrontos entre formas distintas de Umbanda e, dentro desses confrontos, a não aceitação do outro como sendo Umbanda. Temos como uso de bebida, fumo, corte, sacerdócio, feitura, atabaques, trabalhos, iniciações, entre outras coisas, mas principalmente os de teor mais africanista, sempre são vistos de forma preconceituosa. Porém, se
aceita formas externas, mas conceituadas como cultura religiosa do país católico que somos, como a imagem de Jesus e dos Santos, ou as práticas doutrinárias Espíritas onde muitos passaram e continuaram a cultuar dentro da Umbanda que definiram como a sua forma de trabalho.
Já vi mudança de significado e adaptação do que seja Orixá, para uma forma apropriada, onde o nome Orixá se transformou em outra coisa que não a sua forma Original (uma divindade Africana). Outros, em uma associação direta e da visão de Jesus como Oxalá, mas cultuando, sem perceber, o Jesus Católico e utilizando as orações da Igreja, assim como no batismo com hóstia (conseguida na igreja, consagrada por um padre – também com direito a água benta para passar na cabeça da criança que estava sendo batizada). De um outro lado, também vi a negação de qualquer forma de sincretismo, onde se pratica o culto africano na conjunção com os guias, tudo de maneira transparente e tranqüila.
Existem muitos caminhos, muitas formas e encarar que elas existam ou ter que aceitá-las como sendo Umbanda, muitas vezes, é problemático, penoso, mas é uma realidade que não se pode negar. Existe um outro caminho que é o de tentar impor uma forma, uma codificação, uma unificação, priorizando o que se pratica como sendo a Umbanda e colocando isso como verdade para modificar os outros, e, no tocante a si mesmo, não ter que modificar a sua verdade, salientando que a do outro é que está deturpada. É um caminho mais fácil, mas é o correto?
Existem conceito e formas de ver que a pessoas não irá mudar nunca, pois já foi condicionada a isso durante anos e anos, mas e os outros, e as outras formas de Umbanda? Elas deixam de existir ou são falsas e erradas só porque uma outra parte não as aceita ou não consegue vê-las como sendo Umbanda, pois isso fere os seus conceitos, as suas verdade?
Lembro que num tempo, não muito distante, que o negro era coisa, mercadoria, não tinha nem alma, abaixo até de um animal doméstico, também não tinha cultura e nem se via a cultura ou a religião do negro como algo “evoluído”, mas sim primitivo e que deveria ser combatido.
De um outro tempo em que os Russos comiam criancinhas e qualquer alusão ao comunismo ou ao socialismo eram vistos como subversão.
Hoje em dia o Islã virou sinônimo de fanatismo, de fundamentalismo, de radicalismo. Só que o engraçado é que o fundamentalismo é uma invenção do protestantismo Norte Americano, o mesmo que deu origem a Ku Klux Kan, ao movimento de supremacia branca,aos movimentos Neo-nazistas.
Estamos vivenciando um tempo de crise institucional (Estado) e social (sociedade civil) tão grade, que só “Jesus Salva” gerando um exército de pessoas marcada por medos, problemas diversos de ordem moral, de vícios de drogas e outros, que encontraram refúgio em Jesus e assumiram com isso o fundamentalismo de crenças oriundas desses mesmos Norte Americanos, traduzidas para nossa cultura Tupiniquim, onde os cultos de matriz africana (uma parte da Umbanda é de matriz africana) se tornaram os novos demônios e criou-se uma nova inquisição velada, onde esses fundamentalistas querem o poder e irão fazer de tudo para gerar uma nação baseada nesse mesmo fundamentalismo protestante (história que a história se repete, onde não se aprende com essa própria história)….
Como a realidade pode ser tão distorcida e com tanta facilidade.
Como podemos notar, a carga de preconceito e de não aceitação do outro começa com a nossa própria negação desse outro como um semelhante, como um igual, e passa pela nossa incapacidade de assumir mudanças e outras forma de ver, sentir e praticar a fé, a crença a religiosidade.
A nossa incapacidade de nos ver, o que fazemos, como sendo mais uma e não a única, a verdadeira, a correta forma de ser a Umbanda.
A história mostra que Católicos Romanos, após fundamentarem o Cristianismo, de codificá-lo, de assumir a supremacia de conceitos rígidos e únicos, começaram a perseguir outras formas de cristianismo, de perseguir outras formas de crenças e religiões. Quando se assume uma única verdade, por mais que se diga que essa verdade é de Deus, é amor, é caridade, que não matarás (os seus iguais), acaba-se contrariando tudo isso ou lhe dando uma interpretação distinta e pessoal, para que essa forma sobreviva e se imponha ‘as demais. E isso não sou eu que digo, está em qualquer livro de história geral (Imperador Constantino, Concílio de Nicéia, Cruzadas, Reforma, Contra-Reforma, Inquisição, Guerras entre Protestantes e Católicos, Noite de São Bartolomeu, Fundamentalismo …).
Para mim a Umbanda não é uma Religião muito novo e que precisa crescer, mas que os Umbandistas têm conceitos muitos proprietários e precisam crescer. Não é a Umbanda que necessita de uma codificação única, mas os Umbandistas que necessitam ver o que fazem e aos outros, codificando suas próprias práticas, doutrina, fundamentos e reconhecendo o que fazem como sendo uma parte da Umbanda e não a Umbanda. A Umbanda não é uma só e nunca foi. É mais prático ver assim e sentir assim, mas se ela assim o fosse, não teríamos tantas Umbandas, tantas doutrinas, tantas formas ricas e diversas.
Os Umbandistas é que fazem a religião crescer e se expandir (como em qualquer religião, quem a expande são os fiéis, os seus crentes), só que necessitamos nos reconhecer como iguais dentro de uma diversidade religiosa e plural, e isso só se faz se despindo dos preconceitos e em aceitar o outro como um igual.
O interessante é que alguns dizem que a Umbanda não é dogmática, mas ao dizer isso, já criaram um dogma. Dizem que a Umbanda aceita a todos e vê a todos como iguais, mas esses mesmos criticam e condenam outras práticas de Umbanda. Que é necessário ver o outro como a si mesmo, de se importar e cuidar do próximo, mas quando vêem um próximo fazendo e manifestando a Umbanda de maneira diferente a sua, o apedrejam. Dizem que a Umbanda é amor e caridade, mas se entram em contato com outras formas diferentes de Umbanda que discordam com as suas, não existe mais amor e nem caridade, só preconceito. Acho que tem alguma coisa errada nisso tudo!
Acredito que devemos rever nossos conceitos, palavras e seus significados, nossa maneira de ver e sentir, não a Umbanda, mas os diversos segmentos Umbandistas, mudando a nossa forma de enxergar uns aos outros.
Que cada um reflita…
Um abraço,
Etiene Sales
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DOMINGO, 4 DE SETEMBRO DE 2011


Pai e Mãe de Terreiro

PERGUNTA: A incumbência de dirigente de Umbanda, como denominam
carinhosamente de Pai ou Mãe de terreiro, é carma ou mérito?

maioria dos presentes que ganhamos tem o papel do pacote mais bonito do que o conteúdo. E esse é um deles.O médium que recebe da espiritualidade a missão de dirigir um agrupamento de outros médiuns, o faz, em primeiro lugar por necessidade de evolução e em segundo lugar porque possui a confiança daqueles que lhe dão tal incumbência.Vamos falar daqueles que receberam a missão do plano
espiritual, projeto realizado antes de sua encarnação na terra e
não daqueles dirigentes " feitos" em cursos.Tarefa mediúnica das mais difíceis e que exige dedicação total daquele espírito reencarnado, além de dose extrema de paciência, perseverança, humildade e amor. Mas ao mesmo tempo, exige dele também pulso firme e forte personalidade para impossibilitar que sua colheita seja prejudicada pela invasão das pestes.A dificuldade de cumprir a tarefa de dirigente sempre se acentua dentro do terreiro, com os médiuns e muito pouco na caridade com o povo. Todo médium de tarefa, é um ser encarnado para curar seu espírito endividado e o terreiro é o hospital onde vai se internar por um longo tempo de sua vida na terra. Sabemos que a maioria dos pacientes são impacientes, não é mesmo? E aí é que complica!O dirigente também não deixa de ser um doente que além de se tratar, agora pode estagiar ajudando aos médiuns de sua corrente " hospitalar". Isso não o coloca como um semi-deus perfeito do qual não se admitem mais erros, muito menos como alguém que tudo pode, em qualquer hora e em qualquer situação.Dele será exigido posturas mais firmes bem como entendimento mais apurado. Ele deverá se aprimorar constantemente com estudo e reforma íntima, exigindo da corrente igual compromisso. Tais posturas serão necessárias em função do tamanho de sua responsabilidade e dentre elas está a de cortar o mal pela raiz, priorizando sempre a corrente como um todo, sem privilégios a quem quer que seja.Ao assumir tal posto diante da espiritualidade, antes de
reencarnar, já estará consciente de que sua vida não será " comum" e que certamente terá que abdicar de muitas coisas materiais, em favor do lado espiritual.
O termo Pai e Mãe agracia o médium com a postura de se colocar como
tal, amparando, educando e auxiliando a corrente como verdadeiros
filhos de seu coração. Tarefa mais difícil ainda, pois esses "
filhos" não vieram de seu ventre e não nasceram ontem. São adultos,
viciados e com personalidade formada. Cada um com seus egos
aflorados, com suas necessidades de reformulação e o fato de
portarem a mediunidade, já os qualifica como devedores em
potencial.
E certamente, reeducar um adulto é muito mais difícil do que educar
uma criança. É pepino torto. Observo nos terreiros por onde ando
que muito se exige do dirigente e muito pouco se retribui. Falta
nos médiuns, desde respeito até aquilo que os deveria mover dentro
da corrente, que é amor. Humildade então, meus filhos, é coisa
rara. Em compensação sobra bajulação, geralmente usada como meio de
se fazer preferido na corrente.Todo aquele que não teve rédea firme
na infância para domar suas más tendências, vai chegar no terreiro
e expô-las de modo a perturbar a ordem do lugar. Hora e vez de
impor as leis que regem a Casa, independente do que possa pensar a
respeito disso, o médium em questão. Se mesmo indisciplinado, tiver
algo de humildade, vai receber o chamamento como aprendizado e ali
vai crescer, mas se pelo contrário, além da indisciplina prevalecer
nele a arrogância e o orgulho, acolherá como ofensa e infelizmente, o remédio é amargo para essa doença.A tarefa é tão árdua que muitos desistem na metade da caminhada, outros se corrompem, mas, ainda bem que
uma grande maioria volta à casa com sua coroa iluminada pela luz do dever cumprido e a estes,
o mérito de conseguir dar um salto em sua evolução.
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DOMINGO, 4 DE SETEMBRO DE 2011


COMENTÁRIO DE UM SACERDOTE UMBANDISTA

O QUE, NÓS UMBANDISTAS , E PRINCIPALMENTE OS DIRIGENTES DE CENTROS, DEVERÍAMOS LER, ESTUDAR E MEDITAR PARA LIBERTAR A UMBANDA DA IGNORÂNCIA,
DA FALÁCIA E DAS PERTURBAÇÕES PROVOCADAS POR ENCARNADOS E DESENCARNADOS, ILUDIDOS COM SUPOSTOS PROCEDIMENTOS MENTIROSOS ADIVINHATÓRIOS E RESOLVEDORES DE PROBLEMAS MATERIAIS E MESQUINHOS, QUE APRISIONAM E VICIAM OS CAMINHANTES ENCARNADOS À BAIXA VIBRAÇÃO, E À ESTAGNAÇÃO MORAL E RELIGIOSA. AO QUE MUITOS ACERTADAMENTE CHAMAM DE “BAIXO ESPIRITISMO”.
É UMA VERDADEIRA ESCRAVIZAÇÃO DE SERES À BUSCA CONSTANTE DE UMA PAZ E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS, EM SUAS VIDAS, QUE JAMAIS ALCANÇAM, POIS A IGNORÃNCIA É A MÃE DA ILUSÃO QUE, POR SUA VEZ, EMANA A DESILUSÃO, FONTE DA INQUIETUDE, PERTURBAÇÃO E DESARMONIA.
NO NOSSO TEMPLO, QUE SE PROPÕE A SER UMA CASA RELIGIOSA QUE ENSINA, ORIENTA E AJUDA OS IRMÃOS, QUE NOS PROCUREM E QUEIRAM, NA SENDA DO EVANGELHO E DA DOUTRINA CRISTÃ QUANTAS VEZES TEMOS A TRISTEZA DE RECEBER PESSOAS COMPLETAMENTE DESEQUILIBRADAS E PERTURBADAS, BUSCANDO ADIVINHOS E FEITICEIROS, PERTURBANDO O AMBIENTE RELIGIOS
COM PALAVRAS COMO ESSAS:
- O GUIA TEM QUE ADIVINHAR O MEU PROBLEMA.
- O GUIA TEM QUE TER MAIS LUZ PARA RESOLVER E ADIVINHAR O QUE TENHO.
- NAS CASAS DE UMBANDA EM QUE ESTIVE OS GUIAS ADIVINHAM, E NÃO FICAM NESSE BLÁ, BLÁ, BLÁ DE EVANGELHO.
- ISSO AQUI É MESMO UMBANDA? NAS CASAS EM QUE VOU NÃO TEM ESSE NEGÓCIO DE PALESTRA E CANTORIAS.
-NUNCA VI GUIA DE UMBANDA FALAR DE EVANGELHO, ELES TÊM É QUE RESOLVER OS PROBLEMAS.
-AQUI DEMORA MUITO, COM PRECES, CANTORIAS E PALESTRA. E AS CONSULTAS?
- AQUI SÓ TEM CANTORIA, NAS CASAS EM QUE CONHEÇO VOCÊ FALA LOGO COM O GUIA E VAI EMBORA, AQUI VOCÊS PRENDEM A GENTE COM TANTA CANTORIA E PALAVREADO
- QUERO FALAR COM UM GUIA FORTE, NÃO COM QUALQUER UM.
- ESSE GUIA PRESTA?
-CASA QUE NÃO COBRA CONSULTA E TRABALHOS, NÃO TEM FORÇA.
E POR AÍ VAI....!
QUER DIZER, PARA ESSAS PESSOAS, INFELIZMENTE VICIADAS POR SUPOSTAS CASAS QUE SE DIZEM UMBANDISTAS, O TEMPLO DE UMBANDA TEM QUE SER O SUPERMERCADO ONDE VAI SATISFAZER SUAS NECESSIDADES E RESOLVER SEUS INTERESSES MESQUINHOS E MATERIAIS. E, INFELIZMENTE, PASMEM, ISSO É PROVOCADO E MANTIDO POR CENTROS CHAMADOS DE UMBANDA! ESSES CENTROS ESTÃO MAIS PREOCUPADOS EM ENCHEREM SUA ASSISTÊNCIA DE PESSOAS, QUE NA VERDADE SÃO CLIENTES, NÃO IMPORTA COMO, SATISFAZENDO O QUE CADA UMA DELAS EXIGEM OU QUEREM, DESDE QUE FREQÜENTEM "A MINHA CASA", E CHAMAM ISSO, DE FORMA DETURPADA, DE "CARIDADE", ESQUECENDO-SE QUE A NOSSA MISSÃO NÃO É A DE AGRADAR, MAS A DE ORIENTAR, ENSINAR E CURAR, QUER AGRADE OU QUER DESAGRADE. ESSES CENTROS VEÊM NOS OUTROS CENTROS VERDADEIROS COMPETIDORES, DAÍ SE OUVIR COISAS FEITAS E DITAS CONTRA AS OUTRAS CASAS UMBANDISTAS QUE ATÉ DEUS DUVIDA!
COMO DIZ RAMATIS, NÃO EXISTE OUTRO REMÉDIO CAPAZ DE CURAR AS DORES DOS SERES SOFREDORES SENÃO A “EVANGELHOTERAPIA”. E, COMO PODEMOS COMPROVAR NOS TEXTOS ABAIXO, OS BONS ESPÍRITOS NÃO VÊM A NÓS PARA SEREM NOSSOS ADIVINHOS E FEITICEIROS, MAS PARA NOS ENSINAR O CAMINHO DA LIBERTAÇÃO ESPIRITUAL, FONTE DE PAZ E ALEGRIA INTERIOR.
O RESTO É TRABALHO SUJO E APRISONADOR DAS SOMBRAS.
SE OS SACERDOTES, DIRIGENTES DE CENTROS, NÃO SE ABREM PARA A REALIDADE DE QUE NÃO EXISTE SOLUÇÃO PARA AS MAZELAS DE SOFRIMENTO E DOR SENÃO NA REFORMA INTERIOR, ÍNTIMA, NOS CAMINHOS DO EVANGELHO DE JESUS, A UMBANDA SERÁ MISTIFICADA, COMO JÁ O É, PRODUZINDO PESSOAS DESAJUSTADAS, IGNORANTES E PERTURBADAS PELAS FALÁCIAS E ILUSÕES DE UMA AÇÃO ESPIRITUAL ADVINHATÓRIA E MÁGICA E TERMINAM DESILUDIDAS NAS TEIAS DO NEOPENTECOSTALISMO FANÁTICO.
SEM A CIÊNCIA, A RELIGIÃO SE TORNA UM CONJUNTO DE CRENDICES E SUPERSTIÇÕES AONDE SE AMONTOAM ESPÍRITOS SOMBRIOS QUE SE AFINIZAM COM TAL.
NÃO ADIANTA SE FALAR EM OGUM, FESTEJÁ-LO E ETC, SE NÃO SE QUER OUVIR OS SEUS CLARINS CONCLAMANDO OS UMBANDISTAS À VIVÊNCIA DA LEI, LEI DE DEUS, LEI DO CONHECIMENTO, LEI DO EQUILÍBRIO, LEI QUE NOS APONTA, PELA ESPADA SAGRADA, O CAMINHO EM DIREÇÃO À LUZ.
A UMBANDA NÃO É ESPETÁCULO, O TEMPLO UMBANDISTA NÃO É CASA DE FESTAS OU CLUBE DE AMIGOS, MUITO MENOS É CASA DE ADIVINHAÇÃO E CONSULTA. É UMA TEMPLO, CASA RELIGIOSA, ONDE OS MÉDIUNS , E GUIAS (AMIGOS DO PLANO ESPIRITUAL) SE JUNTAM PARA UM TRABALHO CRÍSTICO, OU SEJA, EVANGELIZADOR. SE ELES ATENDEM OS IRMÃOS SOFRIDOS PARA UM DIÁLOGO FRATERNO É NO SENTIDO DE ACONSELHAR E ORIENTAR. POR ISSO CASA BRANCA DE OXALÁ LUZ CHAMAMOS DE ACONSELHAMENTO E NUNCA DE CONSULTA, POIS A PALAVRA CONSULTA PRESSUPÕE TRABALHO PROFISSIONAL E REMUNERADO.
O SURGIMENTO DA UMBANDA NO BRASIL TEM SUAS RAIZES NA PROPOSTA IDEALIZADORA DO CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS QUE ASSIM SE EXPRIMIU: “VENHO FUNDAR UMA NOVA RELIGIÃO CUJA BASE É O EVANGELHO E O MENTOR MAIOR, O CRISTO”.
AÍ ESTÁ A REALIDADE PROFUNDA DA MENSAGEM DA RELIGIÃO UMBANDISTA. O RESTO É FRIVOLIDADES, FESTAS, SUPERSTIÇÕES E CRENDICES SEM BASES RACIONAIS E VIVENCIADAS.
NÓS, OS SACERDOTES DIRIGENTES E PRESIDENTES DE TEMPLOS UMBANDISTAS, TEMOS O DEVER DE ABRIR OS OLHOS PARA ESSAS COISAS, POIS SEREMOS REPONSABILIZADOS PELA ESPIRITUALIDADE SUPERIOR POR TANTAS E TANTAS PESSOAS QUE FREQÜENTEM OS TEMPLOS E SEJAM INDUZIDAS AO ERRO, À SUPERSTIÇÃO, À CRENDICE.
NÃO PODEMOS ABRIR TEMPLOS UMBANDISTAS PARA AGRADAR A , B, OU C, QUE BUSCAM APENAS PREENCHER SEUS VAZIOS, NA CEGUEIRA DA BUSCA DE SOLUÇÕES MÁGICAS E, PORTANTO, MENTIROSAS, DE SUAS MESQUINHAS NECESSIDADES MATERIAIS E EMOCIONAIS.
LEMBREMOS QUE “A UMBANDA NÃO FAZ MILAGRES, FAZ CARIDADE”, E QUE ELA, “A UMBANDA É COISA SÉRIA PARA GENTE SÉRIA”.
COMO DIZIA JESUS “QUEM TEM OUVIDOS DE OUVIR, QUE OUÇA”.
INFELIZMENTE MUITA GENTE TEM OUVIDOS, MAS NÃO ESCUTAM, PORQUE NÃO TÊM INTERESSE EM ESCUTAR E BUSCAM ACREDITAR NAQUILO QUE LHES INTERESSA, NÃO NAQUILO QUE É A VERDADE E A LEI DA VIDA, E “CONHECEREIS A VERDADE E ELA VOS LIBERTARÁ”, DIZ O MESTRE JESUS.
A INTENSÃO DESSAS PALAVRAS É FALAR ÀQUELES QUE TENHAM A MESMA FORMA DE PENSAR, PARA QUE NOS UNAMOS NUM TRABALHO SÉRIO EM PROL DA PROPAGAÇÃO E VIVÊNCIA DA UMBANDA COMO INSTRUMENTO DE RELIGAÇÃO COM DEUS, ATRAVÉS DE UMA FÉ RACIOCINADA E QUE NOS FAZ APROXIMAR CADA VEZ MAIS DE CRISTO
LIVRO DOS MÉDIUNS – ALLAN KARDEC E ESPÍRITOS SUPERIORES

336. NÃO ESQUEÇAMOS QUE O ESPIRITISMO TEM INIMIGOS INTERESSADOS EM OBSTAR-LHE A MARCHA, AOS QUAIS SEUS TRIUNFOS CAUSAM DESPEITO, NÃO SENDO OS MAIS PERIGOSOS OS QUE O ATACAM ABERTAMENTE, PORÉM OS QUE AGEM NA SOMBRA, OS QUE O ACARICIAM COM UMA DAS MÃOS E O DILACERAM COM A OUTRA. ESSES SERES MALFAZEJOS SE INSINUAM ONDE QUER QUE PODEM FAZER MAL. COMO SABEM QUE A UNIÃO É UMA FORÇA, TRATAM DE A DESTRUIR,AGITANDO BORDÕES DE DISCÓRDIA.
QUEM, DESDE ENTÃO, PODE AFIRMAR QUE OS QUE, NAS REUNIÕES, SEMEIAM A PERTURBAÇÃO E A CIZÂNIA NÃO SEJAM AGENTES PROVOCADORES, INTERESSADOS NA DESORDEM? SEM DÚVIDA ALGUMA, NÃO SÃO ESPÍRITAS VERDADEIROS, NEM BONS; JAMAIS FARÃO O BEM E PODEM FAZER MUITO MAL. ORA, COMPREENDE-SE QUE INFINITAMENTE MAIS FACILIDADE ENCONTRAM ELES DE SE INSINUAREM NAS REUNIÕES NUMEROSAS, DO QUE NOS NÚCLEOS PEQUENOS, ONDE TODOS SE CONHECEM. GRAÇAS A SURDOS MANEJOS, QUE PASSAM DESPERCEBIDOS, ESPALHAM A DÚVIDA, A DESCONFIANÇA E A DESAFEIÇÃO; SOB A APARÊNCIA DE INTERESSE HIPÓCRITA PELA CAUSA, TUDO CRITICAM, FORMAM CONCILIÁBULOS E CORRILHOS QUE ROMPEM A HARMONIA DO CONJUNTO; É O QUE QUEREM.
EM SE TRATANDO DE GENTE DESSA ESPÉCIE, APELAR PARA OS SENTIMENTOS DE CARIDADE E FRATERNIDADE É FALAR A SURDOS VOLUNTÁRIOS, PORQUANTO O OBJETIVO DE TAIS CRIATURAS É PRECISAMENTE ANIQUILAR ESSES SENTIMENTOS, QUE CONSTITUEM OS MAIORES OBSTÁCULOS OPOSTOS A SEUS MANEJOS. SEMELHANTE ESTADO DE COISAS, DESAGRADÁVEL EM TODAS AS SOCIEDADES, AINDA MAIS O É NAS ASSOCIAÇÕES ESPÍRITAS, PORQUE, SE NÃO OCASIONA UM ROMPIMENTO GERA UMA PREOCUPAÇÃO INCOMPATÍVEL COM O RECOLHIMENTO E A ATENÇÃO.

306. MÉDIUNS INTERESSEIROS NÃO SÃO APENAS OS QUE PORVENTURA EXIJAM UMA RETRIBUIÇÃO FIXA; O INTERESSE NEM SEMPRE SE TRADUZ PELA ESPERANÇA DE UM GANHO MATERIAL, MAS TAMBÉM PELAS AMBIÇÕES DE TODA SORTE, SOBRE AS QUAIS SE FUNDEM ESPERANÇAS PESSOAIS. E ESSE UM DOS DEFEITOS DE QUE OS ESPÍRITOS ZOMBETEIROS SABEM MUITO BEM TIRAR PARTIDO E DE QUE SE APROVEITAM COM UMA HABILIDADE, UMA ASTÚCIA VERDADEIRAMENTE NOTÁVEIS, EMBALANDO COM FALACIOSAS ILUSÕES OS QUE, DESSE MODO, SE COLOCAM SOB A SUA DEPENDÊNCIA.
EM RESUMO, A MEDIUNIDADE É UMA FACULDADE CONCEDIDA PARA O BEM E OS BONS ESPÍRITOS SE AFASTAM DE QUEM PRETENDA FAZER DELA UM DEGRAU PARA CHEGAR AO QUE QUER QUE SEJA QUE NÃO CORRESPONDA ÀS VISTAS DA PROVIDÊNCIA. O EGOÍSMO É A CHAGA DA SOCIEDADE; OS BONS ESPÍRITOS A COMBATEM; A NINGUÉM, PORTANTO, ASSISTE O DIREITO DE SUPOR QUE ELES O VENHAM SERVIR. ISTO É TÃO RACIONAL, QUE INÚTIL FORA INSISTIR MAIS SOBRE ESTE PONTO.

303..."OS ESPÍRITOS VOS VÊM INSTRUIR E GUIAR NO CAMINHO DO BEM E NÃO NO DAS HONRAS E DAS RIQUEZAS, NEM VÊM PARA ATENDER ÀS VOSSAS PAIXÕES MESQUINHAS. SE NUNCA LHES PEDISSEM NADA DE FÚTIL, OU QUE ESTEJA FORA DE SUAS ATRIBUIÇÕES, NENHUM ASCENDENTE ENCONTRARIAM JAMAIS OS ENGANADORES; DONDE DEVEIS CONCLUIR QUE AQUELE QUE É MISTIFICADO SÓ O É PORQUE O MERECE.
"O PAPEL DOS ESPÍRITOS NÃO CONSISTE EM VOS INFORMAR SOBRE AS COISAS DESSE MUNDO, MAS EM VOS GUIAR COM SEGURANÇA NO QUE VOS POSSA SER ÚTIL PARA O OUTRO MUNDO.
QUANDO VOS FALAM DO QUE A ESSE CONCERNE, É QUE O JULGAM NECESSÁRIO, PORÉM NÃO PORQUE O PEÇAIS. SE VEDES NOS ESPÍRITOS OS SUBSTITUTOS DOS ADIVINHOS E DOS FEITICEIROS, ENTÃO É CERTO QUE SEREIS ENGANADOS.
"SE OS HOMENS NÃO TIVESSEM MAIS DO QUE SE DIRIGIREM AOS ESPÍRITOS PARA TUDO SABEREM, ESTARIAM PRIVADOS DO LIVRE-ARBÍTRIO E FORA DO CAMINHO TRAÇADO POR DEUS À HUMANIDADE. O HOMEM DEVE AGIR POR SI MESMO. DEUS NÃO MANDA OS ESPÍRITOS PARA QUE LHES PREPAREM A ESTRADA MATERIAL DA VIDA, MAS PARA QUE LHE PREPAREM A DO FUTURO."
A) PORÉM, HÁ PESSOAS QUE NADA PERGUNTAM E QUE SÃO INDIGNAMENTE ENGANADAS POR ESPÍRITOS QUE VÊM ESPONTANEAMENTE, SEM SEREM CHAMADOS.
"ELAS NADA PERGUNTAM, MAS SE COMPRAZEM EM OUVIR, O QUE DÁ NO MESMO. SE ACOLHESSEM COM RESERVA E DESCONFIANÇA TUDO O QUE SE AFASTA DO OBJETIVO ESSENCIAL DO ESPIRITISMO, OS ESPÍRITOS LEVIANOS NÃO AS TOMARIAM TÃO FACILMENTE PARA JOGUETE."
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DOMINGO, 4 DE SETEMBRO DE 2011


VOCÊ COLABORA COM SEU TERREIRO?


Sem dinheiro não conseguimos nem pegar um ônibus, comer, vestir ou fazer parte de alguma atividade social que se auto mantenha a não ser que... Outros estão custeando nossa presença; o que é feito de fato quando um templo recebe a todos para um culto, louvação ou atividade mediúnica caritativa. Sempre há gastos e, se estamos sendo recebidos graciosamente e gratuitamente, alguém está custeando os gastos para realizar tal empreitada.
O bem mais precioso, que é a vida, nos foi concedido gratuitamente assim como a presença de Deus, são bens que não se compram, vende ou troca. Daí a máxima: “dar de graça o que de graça recebemos”.
Poe esta máxima se dá a ética: Não cobrar um único centavo pelo trabalho espiritual realizado nos templo, que são a Casa de Deus, em que se reconhece o poder de realização muito além de nosso querer, ego ou vaidade. Gratuitamente está ali a Graça Divina e o poder de ação de nossos Guias e Orixás.
No entanto, quem paga o aluguel, luz, água, produtos de limpeza, vela, defumação, bebidas, fumo e outros elementos ritualísticos além de encargos e cobranças relativas à legalização e contabilidade de um Templo?
O dirigente deve pagar tudo a fim de fazer valer sua condição de “beneficiário maior” ou este é seu “Carma”, o de manter e sustentar, sozinho, o trabalho que é realizado por um grupo de médiuns, uma comunidade?
Então os outros médiuns, todos os Templos vivos de Deus e sacerdotes deste templo individual, que se reúnem no coletivo (terreira), não têm a mesma responsabilidade que seu dirigente/sacerdote, guardando as proporções a que cada um foi chamado em sua missão?
Para um médium assumir, realmente, este compromisso mediúnico/sacerdotal deve ter na Umbanda, em sua mediunidade e missão espiritual, uma prioridade perante a vida, na qual não deve haver compromisso que seja que o libere de estar presente de forma consciente de suas responsabilidades, que não se limitam a “vir e vestir o branco”, além de se mostrar presente e disposto a ajudar deve se informar, também, de como colaborar financeiramente com o templo que o acolheu, tomando conhecimento do valor de uma mensalidade ou do quanto a casa necessita para suas despesas e realizações outras voltadas a comunidade.
Direitos e Deveres, obrigações e responsabilidades, também fazem parte de um trabalho espiritual. Se, de um lado, tudo recebemos do “espírito”, de Deus e suas Divindades e Entidades, por outro vivemos e nos movimentamos em um mundo real, no qual estamos em sociedade com suas regras e leis que devem se observadas, respeitadas e cumpridas. Quem pretende realizar um trabalho espiritual com os olhos vendados para esta realidade está fadado ao fracasso, pois deve haver um equilíbrio, como um “caminho do meio”, entre espírito e matéria, nem tanto a terra e nem tanto ao céu.
Pregar e viver o sagrado, fora da realidade material, em que vivemos, é tão perigoso e arriscado quanto pregar e viver um mundo sem a presença do sagrado, de Deus e seus mistérios. Pois ambas as opções podem alimentar, iludir, fanatizar e tornar a pessoa cega e fundamentalista. Não é difícil identificar médiuns acomodados, encostados e muito mal acostumados que em nada contribuem para as condições físicas, básicas e mínimas necessárias para se realizar um trabalho espiritual, com o mínimo de higiene, limpeza e dignidade. Muitos esquecem de que, se o espírito é sagrado o corpo que recebe o espírito também é sagrado, se o espírito tem origem divina o corpo também tem, pois a natureza é divina. Se o mundo espiritual é sagrado na realidade de terreiro o próprio terreiro em si, como a casa que recebe e aconselha o “Espírito”, a Deidade, também é sagrado. O chão do Templo é solo sagrado no qual “pisam” os Orixás e Guias Espirituais, as paredes são sagradas, tanto quanto o altar e a tronqueira, pois tudo compõem o todo que é a casa de fé, espaço mágico-mistíco-religiosa, no qual se manifesta o Mistério Maior por meio de seus adeptos; força, poder e mistério que está presente, também, em cada pedaço de pedra que compõe o Terreiro de Umbanda.
Nosso corpo material assim como, a estrutura física do terreiro é uma dádiva concedida como oportunidade de evolução para nosso espírito, logo, que se cuide e tenha o mesmo sentimento/respeito tanto pelo espírito/divindade quanto pelo corpo/templo, zelando por sua manutenção.
Aquele que não tem como prioridade participar efetivamente da sustentação material para sua realização espiritual, não é merecedor da mesma. Salvo raras exceções de médiuns em dificuldades, reais, de desemprego, diferente daqueles que, por não priorizar a “Sua Casa”, vivem dando desculpas de que “não tem recursos” ou estão “apertados este mês”; simplesmente por que têm outros gastos que vem antes de seu compromisso, com a casa que o acolheu. Se sobra um “dinheirinho” já está destinado a qualquer outra atividade, menos ao compromisso assumido. Alguns fazem todos os cursos de espiritualidade que vêem pela frente, se gabam de ser estudantes da espiritualidade, iniciados e preparados pelo astral em sua caminhada certa ao dia em que vão abrir sua própria casa, no entanto em nada colaboram com o principal, o templo ao qual dizem “fazer parte”.
Se quiser descobrir ou conferir basta observá-los na cantina, nos bares, restaurantes ou convidá-los para comer uma pizza e frustrar-se quando o mesmo se oferece para rachar a conta, mesmo “sem um tostão para a contribuição do terreiro”.
Assim sendo, antes que tudo acabe em pizza, explique à sua corrente mediúnica: Dar uma contribuição mensal para a manutenção de seus trabalhos espirituais e outras atividades realizadas pela casa (templo/terreiro) que o acolheu é o mínimo que se espera de quem assumiu este compromisso e o tem como prioridade na sua vida. Geralmente as  colaborações individuais para a manutenção individual para a manutenção de um terreiro não passam do valor de uma ou duas pizzas...
Mas... E sempre tem um “mas”... para aqueles que sempre estão descontentes, reclamando de tudo, há uma opção deveras interessante e pela qual muitos “umbandistas descontentes” já fizeram. Trocar esta colaboração, esta mensalidade, por 10% do seu salário, apresentando seu holerite para o calculo do bom e justo “dízimo”, devidamente explicado no livro sagrado, na Bíblia (Gêneses 14, 18): Melquisedec, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, mandou trazer pão e vinho, e abençoou Abraão, dizendo: “Bendito seja Abraão pelo Deus Altíssimo, que criou o céu e a terra! Bendito seja Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos em tuas mãos”! E Abraão deu-lhe o dízimo de tudo...

 TEXTO: ALEXANDRE CUMINO
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DOMINGO, 25 DE SETEMBRO DE 2011


Umbanda e Caridade


Dizem por aí que a Umbanda não é caridade! Que é normal se cobrar pelas palavras amigas de um Preto-Velho, pela energia revigorante de um Caboclo, pela pureza de uma Criança ou pela proteção de um Exu. Que devemos cobrar pelo que nos foi dado gratuitamente.


A mediunidade é um dom, mais que um dom, um presente divino. Uma forma de atingir o coração das pessoas mais necessitadas e lhes encher de carinho e segurança. Afinal, a Umbanda também é a- mor! Amor pelos encarnados e pelos desencarnados. Amor por ajudar aos necessitados. Amor pela caridade, pois a Umbanda é acima de tudo amor pela caridade!


Desde que foi revelada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, a caridade foi colocada como alicerce da Umbanda. Pois a Umbanda é louvação à Deus. E Deus é amor e caridade. E todas as entidades que estiverem dispostas a trabalhar em prol da humanidade terão seu lugar em um verdadeiro terreiro de Umbanda. Afinal, a Umbanda é serviço prestado ao próximo, é se esquecer do orgulho humano e aprender a ser humilde. Aprender a respeitar o sofrimento alheio como se fosse o nosso próprio sofrimento.


Ser Umbandista é ter sempre o coração aberto ao novo. Pois a Umbanda é filha do preconceito, e na Umbanda não se deve existir discriminação. Somos todos iguais! Em gênero, cor (todos somos da raça humana) e classe social!


Na Umbanda não há distinção entre os encarnados e nem entre os desencarnados. Afinal, somos todos filhos de Deus. E todos merecemos ser tratados com amor e dedicação
Na Umbanda todos temos o direito de buscar e obter o auxílio necessário para nossa evolução. Pois evoluir é necessário. E não há meio melhor de se evoluir do que com a prática da caridade, do que sendo caridoso. Como diz Pai Pery, "fazer caridade é importante, ser caridoso com o irmão é essencial". Ser Umbandista é ser caridoso!


Então meus irmãos, não se iludam! Não se deixem enganar por quem diz que devemos pagar para obter auxílio em um terreiro de Umbanda. Não se deixem enganar por quem diz que a Umbanda é uma fábrica de desejos e lhes promete tudo com prazos. Pois a Umbanda, também é merecimento.
Seja caridoso meu irmão, e então serás Umbandista. Umbandista de corpo, alma, mente e coração. Umbandista a serviço da caridade.
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DOMINGO, 25 DE SETEMBRO DE 2011


REFLEXÕES DE UM CANOEIRO


Vai canoeiro canoeirarCanoeiro a sorte se avista no norteCanoeiro o vento te leva pra láCanoeiro vai, Canoeiro vemTem um peito bronze queimado de sol
e coberto de fé
dá amor até a quem lhe negou

(“Canoeiro”, Paulo Diniz)

Todos temos uma função nesta vida.
A do Canoeiro, como bem expressa neste poema de Paulo Diniz, é “canoar”, ou seja, manter-se em movimento, vencendo a água, não se limitando às margens do rio, enfrentando os seus perigos e, principalmente, levando outras pessoas a, pelo menos por alguns momentos, exatamente pelo tempo que dura a travessia, a experimentar a mesma sensação de liberdade que à ele é tão comum e rotineira ao singrar as águas do rio.

O Canoeiro, portanto, é um condutor.

Não um mero apontador do caminho, mas é aquele que leva as pessoas de uma margem à outra. É o que conhece os perigos daquelas águas, sabe o melhor ponto para aportar com segurança a sua canoa e, consequentemente, seus passageiros.

O mais célebre canoeiro de todos os tempos, sem sombras de dúvida, é Caronte. O barqueiro, que na mitologia grega, levava as almas ao Hades e, por conta de seu trabalho, exigia adiantado uma moeda como pagamento.
Segundo o mitólogo Thomas Bulfinch, ele “recebia em seu barco pessoas de todas as espécies, heróis magnânimos, jovens e virgens, tão numerosos quanto as folhas do outono ou os bandos de aves que voam para o sul quando se aproxima o inverno. Todos se aglomeravam querendo passar, ansiosos por chegarem à margem oposta, mas o severo barqueiro somente levava aqueles que escolhia, empurrando o restante para trás”.

Segundo a lenda, o barqueiro concordava apenas com o embarque das almas para as quais os vivos haviam celebrado as devidas cerimônias fúnebres, enquanto as demais, cujos corpos não haviam sido convenientemente sepultados, não podiam atravessar o rio, pois estavam condenadas a vagar pela margem do Aqueronte durante cem anos, para cima e para baixo, até que depois de decorrido esse tempo elas finalmente pudessem ser levadas.
Não sei ao certo se nós, Umbandistas, somos canoeiros ou aquelas almas que Caronte deixava para trás por não terem sido sepultadas devidamente e que por cem anos vagam às margens do rio aguardando ser resgatadas.
Este ano comemora-se o centenário do advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas, marco inicial do (re)surgimento da Umbanda e fico me perguntando se realmente temos algo a festejar.

A verdade é que o Movimento Umbandista está de cabeça para baixo. Apesar de toda esta propaganda massiva e enganosa de alguns setores, de uma “convergência”, “diálogo”, “convivência pacífica”… apesar das Federações e orgãos assemelhados, de uma movimentação política, de faculdade e tudo mais, a Umbanda continua, nos bastidores, sendo motivo de lutas fratricidas, disputas políticas, doutrinárias e econômicas.

Como eu sempre digo, a Umbanda vai muito bem – obrigado – os que estão mal são os umbandistas. Somos, realmente, aquelas almas perdidas, vagando de uma lado para o outro, às margens do Rio da Vida, esperando atravessar. Mas diferente do destino dos passageiros de Caronte, o nosso deveria ser “um mundo cheio de luz”, conforme nos indica o “Hino da Umbanda”.
Mas não…Não estamos indo nem para este Mundo Iluminado e nem para o Hades. Nem paraíso e, muito menos, tormento. Estamos ali, perdidos como cegos, sem rumo, sem destino. Nem Caronte nos aceitou.


O mais triste, porém, é quando estas almas tão perdidas começam a ouvir uma voz que se arvora em “condutor”, como um instrumento do “astral superior” e que vem trazendo “revelações”, normas, regras, doutrinas que se baseiam em uma temporalidade e conveniência por parte daqueles que as revelam.

Então, aqueles que pensam, raciocinam, questionam, são abandonados, sozinhos, às margens do grande rio, enquanto os demais seguem andando em círculos e submetendo-se às “verdades relativas” e momentâneas do seu “mestre”. Mas estes nunca deixam de lançar um olhar por cima dos ombros afim de verificar se realmente o Canoeiro desponta.

Sim… porque da mesma forma que estas “verdades” são “momentâneas” (aforismo para “mentiras convenientes”), a fidelidade do seguidores também o é. Não existe honra entre as almas perdidas.
De toda forma, continuemos aguardando o “canoeiro” que nos levará ao outro lado. Mas ao invés de buscarmos nos outros, procuremos dentro de nós mesmos e acharemos a resposta.

QUINTA-FEIRA, 1 DE SETEMBRO DE 2011


A PEDIDO


NOTA DE ESCLARECIMENTO

A empresa VERYNIL PRESTADORA DE SERVIÇOS LTDA.-ME, nome fantasia “CENTRAL DE SERVIÇOS”, vem a público para esclarecer os seguintes fatos:
A 20 anos no mercado de prestação de serviços nossa empresa nunca teve uma sequer reclamação no PROCON ou qualquer órgão de defesa do consumidor.
Infelizmente está semana recebemos uma notificação da Delegacia do Consumidor, a qual nós dirigimos imediatamente, e fomos colocados a par de uma queixa contra nossa empresa. Queixa essa feita por uma cliente que, após negociação diplomática e esclarecida dos fatos, a retirou.
Para maior entendimento, vamos aos fatos:
A citada cliente recebeu de outra cliente a indicação de que nossa empresa poderia prestar os serviços que a mesma necessitava, feito o contato, foi atendida por nós para orçamento dos serviços e aprovou os mesmos. Por motivos de agendamento e confiança terceirizamos os serviços para o SR. RENATO FURTADO. Infelizmente nosso voto de confiança foi quebrado e o citado Sr. Renato não cumpriu o acordado no orçamento deixando a desejar com a qualidade do material e serviços prestados. A cliente por sua vez, após diversas tentativas de contactar o SR. Renato procurou o Órgão de Defesa que não tendo nenhum outro meio citou nossa empresa para esclarecimentos.
Gostaríamos de deixar bem claro e registrado que o SR. RENATO FURTADO não faz parte de nosso quadro de colaboradores e tão pouco tem qualquer vinculo com nossa empresa. Tratava-se de somente um contato terceirizado que prestou alguns serviços a esta empresa.
Alertamos a  nossos clientes, fornecedores e público em geral que nossos colaboradores estão sempre identificados com uniforme da empresa, crachá ou documento.
Toda e qualquer pessoa que sentir-se prejudicada por qualquer serviço prestado em nome de nossa empresa deve entrar em contato imediatamente para esclarecimentos.
Não podemos nos ausentar-nos de culpa no citado caso, por termos repassado os serviços para terceirização. Indiretamente também temos  responsabilidade  pelo  mesmo.  Sendo assim, acordamos  com  a cliente  que  caso  o SR. RENATO FURTADO não resolva a situação no prazo estipulado, devolveremos o valor pago pelos serviços e materiais e, em seguida, tomaremos as medidas judiciais necessárias.
Para preservamos a confiança adquirida de nossos clientes e fornecedores divulgamos esta nota que também será veiculada nos jornais de maior circulação em nossa cidade.
Atenciosamente
Dr. José Roberto Rosa
Assessoria Jurídica
VERYNIL PRESTADORA DE SERVIÇOS LTDA.-ME
verynil@gmail.com

DOMINGO, 28 DE AGOSTO DE 2011



UMBANDA E A LEI SECA



A nova Lei 11.705, que altera o Código de Trânsito Brasileiro, deve provocar uma mudança de hábitos da população brasileira. O consumo de qualquer quantidade de bebidas alcoólicas por condutores de veículos está proibido. Antes, era permitida a ingestão de até 6 decigramas de álcool por litro de sangue (o equivalente a dois copos de cerveja).
Quem for pego dirigindo depois de beber, além da multa de R$ 955,00 vai perder a carteira de motorista por 12 meses.


As informações são do jornal “O Globo”.
Em uma das listas de discussões das quais participo, foi levantada a questão da Lei Seca e o uso de bebidas álcoolicas pelas Entidades durante a gíra. Em resumo, as questões colocadas foram as seguintes, in verbis:
1) Com a criação da Lei Seca, onde a tolerância para a presença de álcool no sangue dos motoristas é praticamente zero, como ficam os médiuns cujas Entidades ingerem bebibas álcoolicas?
2) Os Guias entenderão as leis humanas e passarão a adotar outras práticas, abolindo o uso de álcool? Ou não vão nem querer saber da lei e vão continuar utilizando esse elemento através da ingestão? (sic)
3) Muitos estudiosos e médiuns alegam que não tem nenhum problema o uso de álcool, porque os Guias levam tudo quando vão embora. Alguns dizem até que o cheiro da bebiba não fica na boca do médium. Diante destas afirmativas, teremos uma boa oportunidade, mesmo que forçada, para que diante do bafômetro e de possíveis exames hematológicos, verificarmos a veracidade destes conceitos.
As questões colocadas são deveras pertinentes e tentaremos respondê-las aqui.
As Entidades que se manifestam em nossos Terreiros, Casas, Tendas e Choupanas, o fazem por amor às humanas criaturas, trazendo ensinamentos e o alento para aqueles que aos milhares recorrem à Umbanda para a solução de seus problemas.
Dentro da assim chamada “Umbanda Esotérica”, acreditamos que nossas Crianças, Caboclos, Pretos-Velhos e Exus estão livres do círculo encarnatório, não mais resgatando na penumbra da forma, portanto livres de vícios e demais mazelas típicas de espíritos que ainda não se libertaram da Roda de Samsara. Não irei me aprofundar por demais, visto que foge completamente do escopo deste artigo, deixando para um texto futuro o tema, apenas completando que as Entidades que estão dentro da Lei de Umbanda evoluem dentro de suas próprias linhas.
Sendo assim, estas Entidades não usam do tabaco e do álcool por vício.
Na verdade elas manipulam os elementos contidos nestes produtos em benefício do médium e dos consulentes. Com o fumo há a manipulação dos elementos água, fogo e ar, usados na forma de uma defumação “forte” e com o álcool a utilização dos elementos água e fogo com o intuito de descarregar o próprio médium das cargas que vão se acumulando durante os atendimentos.
Vejamos o que diz Pai Guiné d’Angola, através do seu médium, o saudoso W.W. da Matta e Silva (Mestre Yapacani) na obra “Lições de Umbanda (e quimbanda) nas Palavras de um Preto-Velho“:
Pergunta: Por que os Guias fumam?
Resposta: A fumaça do charuto e do cachimbo substitui o defumador cujo objetivo real é limpar o ambiente e as pessoas de vibrações negativas. Não é, como os leigos julgam, um vício ou uma prova de inferioridade do espírito.
Pergunta: E sobre o uso do álcool e bebida?
Resposta: 1º) O álcool é um dos elementos empregados como processo para afugentar certos espíritos que não resistem a seu cheiro, como por exemplo: os obsessores renitentes.
2º) O uso de certas bebidas pelas entidades espirituais que trabalham, em missão no terra a terra, em dias festivos, é somente como confraternização com seus médiuns e nunca por vício. Fora isso, é que os médiuns, abusando do dom consciente, gostam de molhar a garganta.
Percebemos, portanto, que a falha no uso de fumo e bebida não vem das Entidades que, como já dito, manipulam estes elementos de forma benéfica, mas daqueles que abusando da mediunidade dita “consciente” abusam.
Portanto, respondendo as questões “1″ e “2″, os médiuns sérios, que trabalham com Entidades de fato e de direito, não mudarão sua forma de trabalhar devido a Lei Seca. No entanto, não são as Entidades que devem se enquadrar às Leis humanas e sim seus médiuns. Não há sentido algum de nossos Guias e Mentores espirituais deixarem de trabalhar como devem e podem, simplesmente por haver uma determinação legal que não os atinge.
Então, que o médium realmente cumpridor de seus deveres como cidadão e religioso, evite o uso do automóvel nos dias de gíra, escolhendo meios alternativos como o transporte público (ônibus, táxi, metrô) ou carona com algum Irmão-na-Fé que more próximo de si. Com certeza, ficar sem o conforto e a comodidade do automóvel por uma ou duas vezes na semana não será um grande sacríficio para ninguém.
Sobre o último questionamento, isto é de uma relatividade enorme.
Já tive a oportunidade de presenciar médiuns incorporados ingerirem uma quantidade absurda de cachaça (algo em torno de 3 -4 litros) e após a Entidade ir embora não constatar nenhum sinal de embriaguez. Em documentários do National Geographic sobre as práticas de Santeriaem Cuba, o culto a Santa Muerte no México, o Voodoo Haitiano e o culto à Maria Lionza na Venezuela, vemos médiuns e adeptos ingerirem altíssimas quantidades de bebidas álcoolicas e não haver alteração vísivel em seu comportamento ao fim dos trabalhos.
A Umbanda, dentro de sua imensa e maravilhosa diversidade, não sendo uma religião codificada (e jamais o será…) deixa espaço para todas as formas de trabalho. Desde que a máxima deixada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas de que a Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade esteja sendo observada, o uso (ou não) de atabaques, álcool, fumo, etc, é irrelevante.
Para finalizar, no caso específico de seguirmos as Leis humanas, lembremos as sábias palavras do Mestre de Nazaré:
Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” (Mat. 22:21)
Mas não nos esqueçamos que as Leis de “César” não são mais importantes que as Leis de Deus. Na verdade, elas se complementam, ainda mais se levarmos em conta outro de seus ensinamentos:
“Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus.” (Rom 13:1)
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DOMINGO, 21 DE AGOSTO DE 2011



ÓDIO


Existem coisas que, realmente, não há como entender.
Venho há anos estudando religiões e não consigo entender, por exemplo, como os movimentos protestantes conseguem adorar um Deus que, ao mesmo tempo, ama e odeia todas as suas criaturas.
Esta semana estava em uma jantar de confraternização da associação profissional da qual faço parte e, como sempre, política, religião e futebol são assuntos sempre presentes nas mesas. Apesar de achar que são temas delicados demais para se discutir de forma imparcial, nunca me furto ao debate, sejam com quem for.

No meio da conversa, que saiu abruptamente do tema “Obama” para o “religião”, um amigo, já em um grau de embriaguez alto, menciona que eu era um “pai-de-santo”, informação esta emendada por outro participante com a seguinte afirmação:

“Xiiii… todo pai-de-santo é gay!”.

Houve um mal estar geral na mesa, com exceção de mim que permaneci tranquilo. Não foi esta a primeira, e com certeza não será a última vez, que escuto tal bobagem.

Apesar do mal estar, percebi que as pessoas esperavam uma resposta de minha parte, talvez curiosas em saber se realmente eu era homossexual ou, sabe-se lá o que se passa na cabeça das pessoas, se realmente todo sacerdote de Umbanda e Candomblé é gay.

Perguntei ao autor desta “pérola” no quê se baseava para fazer tal afirmação, e ele respondeu que todos os “pais-de-santo” que conhecia e via na televisão são homossexuais, logo, por “lógica”, ele entendia que ser homossexual seria condição “sine quo non” para ser sacerdote de religiões de matriz africana.
Está certo… vamos levar em consideração que estamos lidando com uma pessoa que já havia bebido cinco ou mais doses de whisky, que apesar de ser formado em uma ciência que prioriza o pensamento lógico e despreza o uso de falácias, ele estivesse fazendo uma brincadeira sem graça.

Mas não era o caso.

Dizem que a bebida consegue desinibir e mostrar as pessoas sem as amarras sociais, ou seja, faz com que a máscara caia. Este sim foi o caso.
Perguntei ao meu interlocutor qual a religião que professava, e ele disse: sou evangélico. Sinceramente, tal revelação não causo-me surpresa, ainda mais quando ele, emendando a resposta, começou a citar versículos bíblicos que condenariam a homossexualidade.

Esperei que acabasse toda aquela verborragia e respondi que não era homossexual, mas que não tinha nenhum tipo de reserva à qualquer pessoa que o fosse. Afirmei que as religiões de matriz africana possuem muitos adeptos homossexuais porque não há (ou pelo menos não deveria haver) nenhum tipo de preconceito em relação às escolhas pessoais que cada um faz no campo da sexualidade, da política, etc.

Dentro da Umbanda, não se faz diferença entre o homo e o heterossexual, assim como entre o pobre ou o rico, entre o faxineiro e o presidente da multinacional. Pelo menos assim deveria ser em qualquer Terreiro, visto a universalidade de nossa doutrina, mas não seria eu hipócrita ao afirmar que realmente isto acontece em todos os lugares.

Conheço umbandistas que acreditam, realmente, que a homossexualidade é algo que deve ser tratado, como se fosse uma doença. Este conceito é igual ao da maioria esmagadora das denominações evangélicas e também da Igreja católica. Na cabeça destas pessoas, o homossexual pode ser “convertido” à heterossexualidade.

Estive fazendo uma pesquisa sobre a homofobia e descobri, estupefato, que 80% dos movimentos homofóbicos partem de igrejas de orientação protestante, em especial (que surpresa) as neopentecostais. O que não consigo entender é como pessoas que seguem um Mestre que pregou o “amai uns aos outros”, assim como ensinou que Deus não faz exceção de pessoas, podem encabeçar ações que, não raramente, terminam em violência e desrespeito à pessoa humana.

Nos Estados Unidos, por exemplo, existe a Igreja Batista de Westboro que prega abertamente o ódio de Deus pelos homossexuais. Aliás, o título deste artigo foi inspirado em uma frase recorrente que usam em seu site e em suas manifestações. Em uma tradução livre, seria algo como “Deus odeia as bichas”.

Na verdade, para esta Igreja, Deus odeia todo mundo exceto, obviamente, aqueles que se alinham com suas idéias preconceituosas.
Apesar de ocorrer em menor escala, ainda existe preconceito contra homossexuais dentro do movimento umbandista, o que não deveria acontecer.

A discriminação, seja lá por qual motivo for, é uma prática contrária aos mais básicos princípios da Umbanda e um ato lesivo à sua universalidade.
Infelizmente, a incompreensível prática da dupla filiação religiosa, como é o caso dos “católicos-umbandistas” que vemos aos montes por ai, contamina nossos Terreiros com as doutrinas e orientações do Vaticano. Conheço Terreiros que têm o quadro com o retrato do Papa em seus altares, que fazem novenas e observam o calendário litúrgico da Igreja Católica. Acompanhado estas práticas, vem também a hipocrisia, os conceitos pseudo-puristas das bulas papais.

Não acredito, realmente, que Deus odeia ninguém, sejam os homossexuais, os heterossexuais, os democratas, republicanos, corintianos ou são paulinos. O ódio é uma emoção por demais humana para que um Ser que é a Causa de tudo que conhecemos, sinta por qualquer uma de suas criaturas.
Deus é tão amoroso, tão misericordioso, que não odeia nem mesmo aqueles que em Seu Nome, pregam a violência e o preconceito.
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DOMINGO, 14 DE AGOSTO DE 2011


Carta aberta ao preconceito

Divido com vocês um comentário que recebi essa semana. Saliento ainda que o texto abaixo está exatamente como recebi, inclusive com os erros de português e/ou digitação.

"pela amor de deus o povo ta doido nao ve q o diabo ta usando eles abran os olhos enquanto e tenpo os mortos nao voltam quem volta eo sujo mal lavado o invejoso q foi espulso por deus do paraiso volta en forma de parente para enganar so deus no dia do juizo final vai ressusitar os mortos ta marrado repreendido no sangue do cordeiro!!!!!!!!!!!" - denisinha



Bem, segue então minha resposta a esse construtivo comentário:

"Querida irmã Denisinha,

Alguns pontos em seu comentário me chamaram a atenção, o primeiro foi o fato de uma pessoa evangélica - pelo menos seu texto indica isso - ter lido um blog feito especialmente sobre e para a Umbanda. 

Outro ponto muito forte é que você comentou uma matéria postada em 24 de julho de 2010, ou seja, você não só entrou no blog como pesquisou, navegou, leu, e se deu ao trabalho de escolher e comentar justamente uma matéria que fala sobre o batismo na Umbanda, que é o ponto máximo de entrega de um filho de fé.

Denisinha, a sua invasão ao nosso espaço me dá permissão para lhe esclarecer algumas coisas:

Nós, filhos de fé da Umbanda, não dedicamos o nosso tempo a entrar em blogs ou sites alheios para tecer comentários preconceituosos e maldosos. A Umbanda toma tanto nosso tempo e nossa mente que a única coisa que fazemos é nos dedicarmos totalmente a ela, e quando digo dedicarmos totalmente me refiro também a reforma íntima que sofremos, visto as principais características da Umbanda serem paz, amor e caridade.

Quando nos tornamos filhos de fé muitas coisas mudam em nossas vidas: a forma de ver, sentir, pensar, amar. A mudança de um filho de fé não é só na rotina, não é só externa, não é só por conta dos rituais que praticamos, das regras que seguimos, é também e principalmente interna.

A Umbanda acolhe a todos, independente de cor, credo ou raça.

Quando uma pessoa chega a um terreiro procurando ajuda, não perguntamos de onde ela veio, o mais importante para nós é aonde ela quer chegar.

Não nos preocupamos em "converter" a pessoa para a nossa religião, dando o argumento de que estamos certos e somos donos da razão, porque não somos. Aliás, você também não é. O que difere minha religão da sua são pequenos pontos como rituais e nomenclaturas, mas a base e objetivo principal das duas é a mesma: servir ao nosso Pai Oxalá, o qual você pode até dar outro nome, mas Ele continua sendo o mesmo. E para falar a verdade, quem sabe o verdadeiro nome de DEUS?

É uma pena você ter dedicado seu tempo a me atacar, quando poderia ter aproveitado para aprender um pouco mais sobre a nossa sagrada Umbanda, já que você fez um verdadeiro "tour" pelo meu blog. Não precisaria aceitar ou acreditar no nosso modo de viver a fé, mas poderia se empenhar em entender um pouquinho antes de nos criticar.

O bom disso é que você me deu um excelente tema para uma nova matéria, a qual divulgarei mais uma vez pelos quatro cantos do mundo, divulgando assim o nome da nossa sagrada Umbanda.

Que nosso Pai Oxalá possa lhe abençoar e tirar de seu coração tanta amargura!

LUZES & SONHOS
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DOMINGO, 14 DE AGOSTO DE 2011


Umbanda , Com Amor e Sem Pré-Conceitos e Preconceitos


Creio na Umbanda , como uma religião que permite e é a “ manifestação do espírito para a caridade” e creio que “ Não cai uma folha de uma árvore sem a permissão do Pai” e procuro ser coerente com isso .
Tenho observado muitos pré-conceitos e preconceitos na Umbanda , uma certa onda de “Purismo” que chega a ser descabida numa religião que não é fechada ou dogmática , antes pelo contrário, é evolutiva e evolui todos os dias.
Todos nós sabemos que a VERDADE, pertence a Deus e que o mais que podemos adquirir, será uma versão dela, e em geral, cada um de nós fica com a versão /visão da Verdade que melhor lhe cai ao espírito e à mente e ao coração .
Vejo muitos se debaterem contra a existência de imagens, ou a permanência de pessoa que vieram de outras religiões para a umbanda e que trazem em si os conhecimentos dessas mesmas religiões, sem falar nos que mesmo estando na Umbanda tem um comprometimento com a Nação e que acabam muitas vezes sendo discriminados dentro de suas casas.
Que umbandistas somos nós ? Será que seguiremos os exemplos de outras religiões e nos tornaremos simplesmente dogmáticos e fechados ? Será que pretendemos ser os únicos donos da Verdade ? Será que ainda não aprendemos que Umbanda é uma religião que tem que cumprir sua missão de caridade e evolução , atendendo à todos os que venham às suas portas ? Será que queremos nos transformar em ritualistas mecânicos ? Será que a espiritualidade não evolui? Não muda?
Vamos falar sério . Umbanda é evolução e caridade , é simplicidade , foi uma religião criada para atender aos simples , àqueles que não tinham perfil para atuarem no kardecismo científico da época em que ela surgiu com nome de Umbanda …( porque ela já existia e era praticada muito antes) a Umbanda , foi criada para acabar com o “racismo” social e intelectual. È uma religião onde o mais importante é o Amor , a vontade de praticar o bem , de evoluir . Onde os títulos sociais pouco importam , onde a cor da nossa pele ou o poder do nosso bolso não nos faz melhores ou piores . Onde deve haver igualdade , fraternidade , e compreensão.
Assim como a Umbanda se abriu aos espíritos independente de suas características e raças no plano astral, também abriu a mesma possibilidade no plano material .
Ela já nasce ensinando que embora hierarquia seja muito importante para organizar as coisas , todos temos o que ensinar e o que aprender , todos tem para dar e todos precisam receber, todos somos iguais e filhos de um mesmo Deus que nos espera , com a maior calma do mundo , pela eternidade até que cheguemos à um estágio evolutivo tal que retornemos à ele .
Precisamos nos conscientizar que ser umbandista é mais que colocar “roupa branca”, colares e guias, que fazer uma obrigaçãozinha , acender uma vela , “receber” santo … Ser umbandista é se abrir espiritualmente ao Amor , ao Amor Incondicional , à possibilidade de evolução , mesmo sabendo que não é fácil evoluir e que o umbandista ainda vai passar por muita luta …
O que me dói é ver que a discriminação , a formação de facções e as piores imposições vem dos próprios membros da umbanda , que por terem rituais diferenciados , passam a achar que somente sua forma de cultuar a Umbanda é correta .
Sei que tenho uma visão considerada liberal sobre a Umbanda , mas temo que percamos, como os cristãos primitivos o perderam , a simplicidade , o messianismo que devem pautar as religiões . Que ao nos tornarmos simples repetidores de rituais deixemos a “alma” que anima e rege a Umbanda para trás em favor de uma “unificação” que não deveria representar rituais iguais como o querem muitos , mais unicidade de metas , de objetivos como a caridade e o amor ao próximo , a evolução e a iluminação.
Todas as religiões que se tornaram muito rígidas em seus rituais e que se tornaram tão senhoras da “verdade absoluta” criadas por elas mesmas, acabaram gerando fanáticos que por sua vez crucificaram outros tantos que não estavam de acordo com aquilo que eles achavam ser o certo . Isso é histórico , é cíclico.
Todas as vezes que o homem em nome de Deus , e por achar que sua forma de cultuá-lo é a melhor e a mais certa , se propõe à rigidez, temos mais guerras e desgraças ocasionadas pelas suas falsas posturas morais, pela hipocrisia reinante , pela pretensão, pela ambição, pela ânsia de poder , etc…
É que em nome desse ”Deus”, do qual eles criaram sua versão, fazem a guerra e massacram milhares por terem visões distintas das suas . Querem se impor como se deuses fossem , querem decidir a vida do outro , controlar tudo até mesmo Deus. E, eu me pergunto , onde ficam nisso tudo, o respeito pelo outro , por Deus e por si mesmos?
Como pode um homem se intitular um representante da Verdade e de Deus na terra? Quero ver a procuração assinada . Onde fica o Livre –arbítrio tão falado , especialmente pelos espiritualistas ?
Não sou melhor ou pior, mais ou menos sábia que ninguém . Não pretendo ditar regras , não me acho dona da verdade. Aceito o ser humano com suas limitações , com seus defeitos e qualidades, mesmo os que não me agradam . Penso que cada um de nós tem seu próprio modo de entender Deus e de expressá-lo e tentar chegar à Ele. Penso que devemos nos respeitar uns aos outros , e se não gostarmos das formas como o outro cultua a sua visão do nosso Deus que é único , que nos afastemos. E deixemos que ao seu tempo esse irmão perceba qual é o melhor caminho para ele chegar ao Pai . Pode não ser o mesmo que o nosso , ou ele pode não estar preparado ainda para seguir esse caminho . Talvez um irmão ainda precise crer no fogo do inferno para se sentir mais confortável , ou outro que creia que se se suicidar e assassinar em nome de Alah, em uma “Guerra Santa” vai direto para o paraíso enquanto mata em nome de Deus e supostamente envia os infiéis para o inferno .
Tudo faz parte da evolução . E toda discriminação é resultante da prepotência , da ambição , da maldade residente no coração humano , da vontade de dominar o outro , da sede de poder e do medo que o outro possa ser diferente e superior.
O que eu me pergunto é como pode um Umbandista ser preconceituoso qualquer que seja o tipo de preconceito , ser tão pretensioso a ponto de achar que sua visão de Verdade é a única correta , discriminar outras religiões , e o pior discriminar os de sua própria religião por terem opiniões e rituais diferentes dos seus . Como pode um Umbandista discriminar um espírito por achar que ele é kardecistas ou é de Nação , ou mesmo de kimbanda ? Não é a Umbanda a manifestação do espírito para a caridade ? Acaso não devemos, até por caridade, abrigar , ensinar, consolar , curar e encaminhar para o bem outros espíritos ? Seremos tão poderosos assim para podermos dispensar ajuda, qualquer ajuda, seja de que espírito seja, para fazermos caridade ? Será que somos senhores da Verdade ? Que temos que nos dividir e subdividir em facções ? Onde ficam então o amor , a caridade , a fé na onipotência do Pai que tanto pregamos aos outros ? Onde fica a humildade tão badalada nos discursos bonitos e tão pouco real em nós mesmos? Onde a União que traz a força ? Onde o respeito pelo outro e por si mesmo ?
Já é tão difícil cuidarmos de nossa próprias consciências , de nossa própria vida, administrarmos nossas próprias Casas de Santo , nosso filhos e irmãos , nossa vida familiar e nosso trabalho . Como podemos então ousar nos meter e intrometer na forma de praticar a Umbanda ou nas casas alheias ?
Claro que debatemos em grupos e trocamos conhecimentos e podemos até discordar das opiniões alheias , mas temos de respeitá-las. É óbvio que devemos buscar uma união , mas essa deve ser conseguida com base no amor , na fé , intensão no bem e não como limitante e delimitante , como restrição à forma de culto do outro.
Ou será que a espiritulidade da Umbanda também tem graus diferentes e que caboclos que seguem um ritual são melhores que os que seguem outro ?
Será que todos os nossos caboclos , pretos –velhos e demais entidades tiveram a mesma formação , fizeram a mesma escola? Será que são seres sem personalidade e sem preferências , meros bonecos astrais e que não sabem o que fazem , paus-mandados de Deus que não tem nenhuma capacidade e tem que seguir um livro de receitas que nós , os encarnados estamos tentando enfiar-lhes “goela abaixo”? Será que todos os caboclos vieram da mesma tribo ? Será que toda magia só tem uma única receita , e pior , será que algum de nós acha que sabe todas as receitas ?
Se dizemos : “Não cai uma folha do céu sem a permissão do Pai “ como podemos pretender que a magia , mesmo que diferente , feita por um espírito também não seja parte do permitido por Deus ? Será que as casas de Umbanda assim como outras religiões não são diferentes porque Deus sabe que nós humanos, temos necessidades e capacidades diferentes? Como mãe , procuro atender meus filhos em suas necessidades , o mais paritariamente possível, mas eles tem necessidades diferentes , precisam de formas diferentes de atenção , tem formas diferentes de apreender conhecimentos, e eu dou-lhes conforme suas necessidades e capacidades e sou somente um pequeno espírito engatinhando na evolução . Que falar de Deus então em relação aos seus mais diversos filhos ? Seria Ele , menos amoroso e compreensivo que eu ?
Pensemos nisso …
Meditemos , profundamente , para que aprendamos com a vida, observemos antes de nos metermos à sábios, se a casa do vizinho, mesmo com um ritual diferente , não está mostrando resultados em caridade e evolução. Não julguemos .
Os debates , são ótimos, pois nos fazem ver novos ângulos , trocar conhecimentos , fazer amigos, mas jamais deveriam se tornar embates pessoais , jamais deveriam sair do campo da retórica filosófico-religiosa para o campo do pessoal e jamais poderiam de transformar numa discussão .
Assim também as associações devem ter por base a união pautada no respeito e não na obrigação de seguir outro “mestre” que não seja o PAI.
O que todos precisamos mesmo é vivenciar mais o amor e menos nossas vaidades e pretensões individuais . Precisamos nos melhorar e assim estaremos melhorando o mundo. Precisamos compreender o outro pela ótica de vida dele e não pela nossa ( não é fácil, eu sei) . Precisamos cuidar de resgatar nosso carmas e resolver nosso próprios débitos antes de querermos ensinar os outros à fazê-lo . Até porque os carmas, assim como as vivências das almas, são diferentes .
Devemos sim, estender às mãos ao próximo , mas jamais poderemos obrigá-lo a aceitá-las, ou a seguir nosso caminho conforme nós o entendemos. Nem Cristo , O Grande Mestre, obrigou ninguém a nada , ou a crer como ele ou a crer no que ele acreditava . Ele veio , deu seu recado , fez sua caridade , não atacou nenhuma religião, ao contrário seguiu todos os rituais indicado pela religião de seus pais , e espalhou a Boa Nova: “Todos somos filhos de Deus e devemos amar à Deus sobre todas as coisas e ao próximo como à nós mesmos” Isso num tempo e num local onde somente alguns privilegiados eram considerados como Filhos de Deus.
Devemos sim , como na Parábola dos Talentos , ser fiéis ao Nosso Senhor e tratar de dobrar os talentos que recebemos através do amor ao próximo e da caridade , do estudo e da evolução de nós mesmos . Devemos ser como a boa terra que ao receber a semente a faz germinar no solo da humildade, regada à fé, aquecida pelo sol do amor.
Devemos começar em nossas vidas a reforma que nos levará ao Alto , começar por nós mesmos , compreendendo e auxiliando nossas famílias , grande terreno de provas ; nossos colegas de trabalho, muitas vezes , tão difíceis de aturar ; os irmãos de santo com suas diversas experiências e expectativas , com suas formas mais diversas de perceber uma mesma Verdade; e pelos que tendo outras religiões pensam tão diferentes de nós . Devemos praticar o amor e o respeito , para sermos mais felizes .
Cristina Zecchinelli
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"UMBANDA" DE JORNAL

É comum em todo caderno de classificados, em qualquer jornal do país, que entre anúncios de venda de prostituição, venda de veículos, imóveis, etc, se encontre anúncios de magos, bruxos, macumbeiros e toda sorte de “místicos” em geral.

As ofertas de serviços são as mais variadas possíveis: desde trazer a pessoa amada entre 3 – 7 dias (de certo depende da distância que ela estiver e sem virá de ônibus, carro ou avião), a cura de doenças, problemas empresariais e espirituais. Enfim, nenhum problema é grande demais que não tenha uma solução nas mãos destes “poderosos” feiticeiros.

Por várias vezes já manifestei-me à favor da chamada “Lei de Salva”, que consiste no pagamento pecuniário ao magista para a realização de determinados trabalhos, em especial aqueles que envolvem o combate a magia negra e outros tipos de demandas pesadas. Alguns trabalhos que envolvam prosperidade material devem ser motivo, igualmente, da cobrança da “Salva” no meu entender.

A diferença entre cobrar a “salva” dentro da chamada “Lei de Amra”, inclusive dando “um à quem não tem” e fazer disto um comércio, depender economicamente desta atividade, cobrando de forma extorsiva, é enorme.

A ilustração deste artigo retrata anúncios reais publicados em um jornal popular de enorme tiragem e grande circulação em Belo Horizonte. Resolvi mantê-los na íntegra, com os meios de contato, por acreditar que não haverá ninguém, em sã consciência, que procuraria este tipo de serviço após ler meu texto. Mas se acontecer de alguém se interessar e procurar algum destes vendilhões, não é problema meu.

Entre todos eles, quero destacar dois que chamam muito a atenção.

O primeiro é do tal “Zé Cavera”, que além de trazer a pessoa amada “chorando e se humilhando aos seus pés, rindo ou chorando”, é tão poderoso que “derruba até o demônio”.

Não consigo entender, porém, o motivo de uma entidade tão poderosa não prover ao seu médium uma vida material farta de modo a não necessitar vender seus “serviços” em classificados de um jornaleco qualquer. Outra coisa interessante é a inovação do tal “exu capa vermelha”, certamente um “meio irmão” do “exu capa preta” que preside ritos onde há matança de dezenas de animais diversos por ai.

A grande surpresa, porém, fica por conta do anúncio de um tal “pastor” Célio Nunes do “Santúario Pentecostal”. De acordo com o anúncio, o “pastor” tem o dom da revelação e da profecia, desenterra trabalhos de feitiçaria, revela o “profundo e o escondido” (seja lá o que venha a significar isto…), traz alegria à pessoas e tudo mais. Só faltou dizer que entre uma coisa e outra faz umas empadinhas e bolos para festas de aniversários.

Obviamente que tudo isto não passa de embuste, que estas pessoas que anunciam tais serviços não têm poder e fundamento algum para cumprir o que prometem. Só querem o embolsar o valor da “consulta” e, com sorte, convencer o consulente a fazer um trabalho dispendioso que não dará o menor resultado.

Em termos legais, apesar de muitos ficarem por ai alardeando que esta conduta é “charlatanismo”, tipo penal previsto no art. 283 do Código Penal, não é.

Poderia se aplicar, em tese, tal dispositivo legal àqueles que prometem curas milagrosas, mas mesmo assim alguns Tribunais têm entendido que as pessoas que se sujeitam à tais procedimento estão apenas exercendo sua fé e que não podem alegar, posteriormente, terem sido enganadas. Esta decisão, em termos práticos, praticamente coloca o crime de charlatanismo, como aconteceu com o antigo crime de adultério (extinto), em desuso.

Questões legais e éticas à parte, as pessoas que procuram tais serviços deveriam, antes, se perguntar o motivo pelo qual estes “poderosos místicos” vivem de anúncios como estes em jornais. Por que eles mesmo não têm a prosperidade que prometem aos outros sendo que, via de regra, atendem em salas pequenas em prédios velhos e decadentes ou em casas/apartamentos/barrações nas mesmas condições?

As benesses do mundo espíritual são regidas por algumas Leis inexoráveis, sendo que uma delas podemos resumir desta maneira: “quem deve paga, quem merece recebe”. Não há feiticeiro, mago, teurgo, hierofante, por mais poderoso que seja, que conseguirá o milagre de dar-lhe aquilo que não é de seu merecimento, seja lá o que for.

Enfim, se quer manter a pessoa amada ao seu lado, seja gentil, atencioso, honesto, decente e sempre respeite o espaço dela. Se quer prosperidade financeira, trabalhe.

A intervenção do Astral nestas coisas é rara e seletiva, reservadas a situações especiais onde as condições se mostram em sua totalidade favoráveis à quem está pedindo. Se alguém falar algo diferente disto está enganando você.


Deus não joga dados.
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OS PERIGOS DA MEDIUNIDADE MAL ORIENTADA



A falta de doutrina e de comprometimento que existe, em muitas casas espiritualistas, coloca em risco a saúde física e psicológica dos médiuns.

Para se ter idéia, há casas que iniciam qualquer pessoa que tenha vontade em trabalhos de desenvolvimento mediúnico de incorporação.

E as pessoas que começam a frequentar os trabalhos, por não terem a menor noção do que é certo ou errado, se submetem.

Na verdade, existem casos em que a mediunidade de incorporação nunca vai se manifestar porque o médium deverá desenvolver outras formas de mediunidade.

Consequentemente, tentando fazer incorporar quem não deve, surgem atrapalhações de toda ordem.

A mediunidade deve ser desenvolvida de forma progressiva e individualizada, e o bom desenvolvimento do corpo mediúnico depende muito da firmeza e da competência do chefe encarnado do grupo e do espírito dirigente dos trabalhos.

Na Terra, a esfera material das diversas formas de religião é conduzida pelos encarnados, o que inclui a organização das casas, a orientação das pessoas e até a redação dos textos que explicam os fenômenos espirituais.

É justamente por se tratar de “coisa de humanos” que a religião muitas vezes é deturpada.

Se os espíritos de luz pudessem atuar sozinhos, várias situações inoportunas deixariam de acontecer.

Mas os trabalhos religiosos na Terra precisam da união do plano físico e do espiritual.

Sem o fluido animal dos médiuns, não é possível para os espíritos atuar em nosso nível vibratório.. Daí a grande importância dos médiuns e também da assistência nos trabalhos religiosos.

Quando um dirigente religioso, independente da linha em que trabalhe, se deixa envolver pelo ego, passa a acreditar que é dono-da-verdade e, o que é ainda pior, que é dono das pessoas sua mente se fecha para as orientações do plano espiritual que deveriam orientar sua conduta, porque sua vontade passa a ser mais importante.

Quando o chefe dos trabalhos “se perde”, os espíritos não compactuam com os erros cometidos, mas respeitam o livre-arbítrio de todos. Ficam à parte, aguardando que a situação se modifique para novamente poderem trabalhar com seus médiuns.

As pessoas não ficam desamparadas, mas os espíritos não compactuam com o ego. Há trabalhos que, irresponsavelmente, surgem em função da vontade que têm algumas pessoas de dirigirem grupos. Se uma pessoa resolve iniciar uma sessão, a responsabilidade é dela. Os seus protetores não vão puni-la por isso, mas toda a carga que surge em função dos trabalhos vai ser também responsabilidade dela.

Surgem, em função disso, muitas complicações, para quem dirige e para quem é dirigido. Portanto, não bastando atrapalhar a si mesmo, o chefe deverá arcar com as consequencias do que provoca para o corpo mediúnico de sua casa.

O mesmo vale para quem decide que vai prestar “atendimentos espirituais” ou outros tipos de “trabalho” relacionados, sem as devidas proteções que só uma casa, com os devidos calços, pode ter.

Toda aplicação do dom mediúnico deve estar sobre a proteção de uma corrente espiritual e de uma chefia realmente capacitada.

Infelizmente, em muitas casas sem boa direção espiritual, exerce-se o hábito de desenvolver a mediunidade em pessoas obsediadas, causando-lhes desequilíbrios ainda piores do que a própria obsessão.

São pessoas que, estando claramente doentes, são levadas a abrirem seus canais de mediunidade, irresponsavelmente, a fim de supostamente se curarem.

A pessoa perturbada chega nos trabalhos e é aconselhada a desenvolver… porque tem mediunidade. Deveria procurar entender o que acontece consigo, através da doutrina, e não sair procurando um lugar para “desenvolver” Situações como essa, ocorrem devido ao pouco conhecimento doutrinário dos dirigentes das casas e até dos médiuns que dão consultas, acreditando que estão falando pelos espíritos.

A mediunidade perturbada pela obsessão não merece incentivo.

No aspecto patológico, existem aqueles que, por desequilíbrios neurológicos, se comportam como vítimas de processos obsessivos.

Nestes casos, também é inoportuno o desenvolvimento das faculdades mediúnicas.

Mentores espirituais de casas honestas cuidam de tratar desses processos obsessivos até que os fenômenos cessem, e o enfermo, curado, possa retomar suas atividades normais e, quem sabe, desenvolver sua mediunidade.

Tudo está muito bem, se o médium está preparado, saudável e consciente de que desenvolver a mediunidade é o que realmente deseja e de que realmente precisa.

Por outro lado, se a pessoa está desequilibrada, doente, desenvolvendo algo que nem sabe exatamente o que é, possuir um canal aberto será algo muito perigoso.

Em ambos os casos, haverá a possibilidade da comunicação com o mundo dos espíritos, e um médium despreparado não vai saber identificar, nem filtrar,mensagens boas de mensagens oriundas de espíritos obsessores.

Por isso, desenvolver a mediunidade em quem não está preparado permite que as obsessões se manifestam pelo canal mediúnico que foi aberto, ocasionando demências em diferentes graus.

A mediunidade não é causadora da enfermidade ou da loucura. É o seu desenvolvimento indevido que permite que um espírito obsessor dela se utilize para instalar, na mente de sua vítima, a enfermidade mental.

Pensar na mediunidade como causa desses distúrbios seria o mesmo que culpar a porta de uma casa pela entrada do ladrão. A porta foi somente o meio ou a via de acesso utilizada para a realização do furto, por negligência e desatenção do dono da casa.

Precisamos também conhecer a fadiga mediúnica. O exercício da mediunidade provoca perda de fluidos vitais do corpo do médium e tende a esgotar os seus campos energéticos. Por isso os dirigentes capacitados dedicam especial atenção e cuidado para com os médiuns iniciantes.

É comum encontrar médiuns desequilibrados, atuando em grupos espiritualistas, onde incluem-se até mesmo os brandos trabalhos de mesa kardecistas.

Em alguns casos, o descontrole psíquico pode levar o indivíduo à loucura,principalmente no caso das pessoas predispostas ao desequilíbrio.

Convém que o dirigente espiritual esteja atento à conduta dos médiuns, para perceber indícios de anormalidade.

Mediunidade é uma atividade psíquica séria, e a ela só devem se dedicar pessoas que se disponham a ter conduta religiosa, ou seja, uma moral sadia e hábitos disciplinados.

A prática da mediunidade em obsediados é capaz de produzir a loucura.

A irresponsabilidade e incompetência de dirigentes nos critérios de admissão e instrução de seus trabalhadores pode culminar em demência. Basta imaginar a situação em que uma pessoa obsediada é submetida a entidades hipócritas.

É fácil imaginar que se estabelecerá um processo de fascinação que pode culminar em demência.

Lembremos que a humildade, a dedicação, a paciência e a renúncia são os caminhos do crescimento mediúnico.

O orgulho e os maus espíritos são seus obstáculos.

A mediunidade, assim como todos os dons, possui dois lados.

Se, por um lado, é fonte de abençoadas alegrias; por outro, pode ser também de profundas decepções.

Mas isso nunca deve ser motivo para que alguém desista de desenvolver a sua mediunidade, de cumprir a sua missão, pois ela é simples e gratificante na vida das pessoas que a abraçam como missão de serviço nas legiões do Grande Pai Oxalá.

Por Jorge Menezes
Umbanda Online

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AMEAÇAS

NO MÊS DE AGOSTO FAZEM DOIS ANOS QUE SUSTENTO TRÊS BLOGS.
DOIS DE ESTUDOS ESPIRITUAIS (Caboclo da Lua e Vovó Maria Rosa) E UM PESSOAL (Blog Tô Puto).


COM A POPULARIZAÇÃO DA INTERNET, ESTES BLOGS SÃO LIDOS NO MUNDO INTEIRO, AINDA MAS QUE O GOOGLE TEM O TRADUTOR AUTOMÁTICO. COMO EU MILHARES DE PESSOAS CRIARAM SEUS BLOGS E SITES, ASSIM VI SURGIR A UMBANDA VIRTUAL. COM ATÉ MESMO ATENDIMENTO DE ALGUMAS ENTIDADES ON-LINE E AO VIVO (VIA SKIPE VOCÊ PODE FALAR COM MARIA PADILHA OU EXU MARABO).


E SURGIRAM OS GRUPOS DE ESTUDOS, MUITOS ÓTIMOS COM CERTEZA E ALGUNS UMA GRANDE BOBAGEM. COMO BOM ESTUDIOSO DE NOSSA UMBANDA INSCREVER-ME NELES ERA INEVITÁVEL. 
ENTÃO, CONHECI MUITA GENTE BOA E INTELIGENTE, E MUITOS MISTIFICADORES E CRÁPULAS DO MEIO UMBANDISTA. ALGUNS SE AUTO DENOMINANDO DONOS DA VERDADE E SALVADORES DA PÁTRIA UMBANDISTA. 


ESTES NÃO MEDEM ESFORÇOS PARA INTIMIDAR SEUS DESAFETOS (NO CASO EU), COM CALÚNIAS, DIFAMAÇÕES E AMEAÇAS FEITAS POR EMAIL OU TELEFONE. PORQUE PESSOALMENTE NÃO FAZEM. 
O PROBLEMA É MANTER A BRAVEZA E MACHEZA PESSOALMENTE, CARA A CARA, HOMEM PRA HOMEM. 
A CORAGEM DELES SE LIMITA AO MONITOR DE UM COMPUTADOR ONDE PROMETEM COLOCAR MEU NOME EMBAIXO DE UM EXU OU NA BOCA DE UM SAPO. 
ALGUNS SE PROTEGEM NA CALADA DA NOITE, ME LIGANDO DE MADRUGADA DIZENDO-SE ATÉ MESMO INCORPORADOS COM ENTIDADE TAL (EU NEM SABIA QUE EXU SABIA TELEFONAR) COM VOZ CAVERNOSA E FINGINDO ESTAR VERDADEIRAMENTE NA CALUNGA.


BOM SENDO ASSIM, HOJE TENHO 3 PROCESSOS CONTRA MINHA PESSOA E 2 QUE ABRI CONTRA ELES. 
OS OUTROS (QUE ABRI OU ABRIRAM) NORMALMENTE SÃO ARQUIVADOS PELA JUSTIÇA. 


INFELIZMENTE, POR ORDEM JUDICIAL DEVE COLOCAR O BLOG DO CABOCLO DA LUA EM OFF POR 30 DIAS. 
DE 22 DE JULHO A 22 DE AGOSTO O BLOG FICA FORA DO AR E DIA 23 DE AGOSTO O AUTOR DO PROCESSO TEM DIREITO DE RESPOSTA NA PÁGINA INICIAL DO BLOG. NÃO CITAREI O NOME DO DITO CUJO POR ESTAR PROIBIDO DE POSTAR SEU NOME OU QUALQUER REFERÊNCIA AO MESMO, NO DIA 23 ELE MESMO DEVE COLOCAR O NOME (SE FOR HOMEM SUFICIENTE PARA ISSO).


RECEBO DIARIAMENTE EMAILS COM XINGAMENTOS E AMEAÇAS DE MORTE, DE PROCESSOS, PARENTE DE POLÍTICOS ME AVISAM QUE VOU PERDER ATÉ AS CUECAS EM PROCESSOS, ETC. 
NÃO VOU PERDER TEMPO IMPRIMINDO E PROCURANDO A JUSTIÇA POR ESTES OTÁRIOS QUE NÃO SUPORTAM A VERDADE, NUNCA TIVE MEDO DELES NEM DE NINGUÉM. SÓ UMA COISA TENHO CERTEZA: 
EU INCOMODO! E MUITO. 
SE ELES SE SENTEM AMEAÇADOS COM MINHAS POSTAGENS E SINAL QUE ESTÃO CIENTES DE SEUS ERROS E SE FOSSEM INTELIGENTES NÃO FARIAM AMEAÇAS NEM ABRIRIAM PROCESSOS. RESPONDERIAM EM SEUS EMAIL E SITES COM A VERDADE QUE ACHAM QUE NÃO COLOCO NOS BLOGS.


E AVISO: 
VOU CONTINUAR A POSTAR E NADA VAI IMPEDIR 
(NEM O EXU DOS INFERNOS)!


NILO COELHO.
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INICIAÇÃO, SINÔNIMO DE RESPONSABILIDADE


A Iniciação é uma bênção quando estamos preparados para ela, liberta nossa mente de muitos devaneios; porém, quanto mais nos aprofundamos na Iniciação, mais responsabilidade assumimos perante a Lei Kármica e perante a comunidade planetária.

Ao pleitearmos graus dentro da Iniciação também pleiteamos responsabilidade e quanto maior o grau, maior o compromisso.

Imaginemos um estádio de futebol completamente lotado, onde milhares de pessoas se reúnem para um jogo e um destes espectadores resolve ir até o centro do campo e lá sentar-se; com certeza toda a atenção irá se voltar para ele, mesmo que sua intenção não seja essa. As pessoas ali reunidas estarão observando o indivíduo e todas as atitudes que ele tomar estará influenciando em maior ou menor porcentagem cada espectador.

Muito bem, a pessoa que se dirigiu ao centro do campo foi por livre e espontânea vontade. Foi causando um certo furor no público que a priori era pequeno, pois quando iniciou sua caminhada apenas alguns o observavam, aqueles que se encontravam próximos. Mas de acordo com que foi se destacando da massa indo à margem do campo, o número de observadores foi aumentando mais e mais, de cem passou a mil, de mil a milhares, até atingir o ponto central do campo e chamar a atenção de todos.

A pessoa em destaque é um Iniciado que, desejando ou não, estará em evidência, mesmo que ninguém a sua volta seja consciente disto. Mas com certeza os tribunais kármicos o serão. Suas atitudes passarão a ser de maior penetração no meio (planeta) e tudo que ocasionar em decorrência de suas atitudes com certeza será tributado sobre si, tanto as positivas como as negativas; porém, como é um ser consciente de sua condição de espírito, toda vez que falhar em relação a esta verdade lhe será atribuído um ônus maior que o das pessoas comuns, não iniciados.

As milhares de mentes que o estão observando dependem de suas atitudes para mudar a rota de suas vidas. As atitudes de um Iniciado têm peso redobrado.

Cuidado, meus irmãos Iniciados, pois a vocês foi perguntado se desejavam penetrar na Iniciação, ninguém os obrigou, e a partir deste dia estão sob um tribunal rigoroso, o da própria consciência.

Ser Iniciado não é mero título, é uma condição de responsabilidade e, se vencer em tal circunstancia os milhares que o observam e dependem de você vencerão e será considerado um ser vitorioso; se falhar será responsável por milhares de falências além da sua própria.

Este é o famoso axioma: rolar os degraus da Iniciação. Penetrar os planos dos falidos não é fácil!

Cada degrau da Iniciação que se galga, mais amigos terá; porém lutamos contra a ignorância (visão distorcida da realidade), mas milhares de mentes ainda se encontram arraigadas a ela e não desejam que seja desconstruída; isto fará com que também ganhe inimigos que, mesmo sem conhecê-los, lutarão para que falhe em sua empreitada.

Nenhum Mestre promete apenas belos momentos após a Iniciação, nos compromete com a liberdade de sermos apenas espíritos sem a escravidão da ilusão, só que matar monstros que nós mesmos criamos e alimentamos é difícil e dolorido.

Pense, reflita se está preparado para a Iniciação ou se deseja apenas enaltecer seu ego com títulos.

Desejar é poder; porém, tenha cuidado com o que deseja e se pergunte se pode desejar, pois se desejar algo para o qual não está preparado pode criar sua autodestruição em vez de seu autoconhecimento.

Termino minha pequena obra com um alerta, pois a Iniciação liberta as mentes que estão se fortalecendo e destrói as mentes fracas que acham ser a Iniciação um mero brinquedo.

A todos, Iniciados ou não, meus sinceros votos de luz na mente e paz no coração.

Aranauan, Saravá,

Yamaracyê

( Blog Espiritualidade e Ciência )
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OGUM - O Guerreiro Aposentado.



Há poucos meses atrás (23 de abril) umbandistas e candomblecistas comemoraram a data festiva referente a Ogum - nome do orixá nagô que "batizou" uma das LINHAS DE UMBANDA criada como culto ou religião a partir do ano de 1908, como já estamos cansados de saber.
Sincretizado com o Santo São Jorge da ICAR, o Inkice Roxi Mucumbe dos Bantus e o Vodum Gu dos  Gêges, esse "orixá", para os umbandistas que assim o entendem e os candomblecistas, é o VERDADEIRO SENHOR DOS CAMINHOS e das Guerras, desde há muitos anos assim reconhecido.
É aquele que pode nos "abrir os caminhos" (facilitando ou retirando as dificuldades de nossas vidas) para que En - cru - zi - lha - das (dificuldades de escolhas ou INDECISÕES) não se apresentem a todo momento enquanto por ele somos guiados.

Fato é, infelizmente, que uma ala umbandista moderna parece ter se esquecido dos reais valores, tanto os relativos ao orixá (entidade ou energia) quanto aos espíritos que integram esta LINHA de TRABALHO e, na sombra desta imensa EXUMANIA que ora assola as mentes ditas umbandistas, resolveram eleger Exu (ESPÍRITOS NESTA CONDIÇÃO), não só como "donos ou senhores dos caminhos" mas também "executores de karmas", "guardiães dos umbrais", "justiceiros divinos", "executores das leis", "guerreiros de umbanda" e por outros qualificativos mais que as mentes lhes permitem, numa exaltação que, além de quase cega, parece visar destituir OGUM (e seus comandados) de "seus afazeres".


Se é exu quem abre caminhos agora, se é exu o guardião dos portais, se é exu o "espadachim de umbanda" (sim, já existe uma classe de "exus espadados"), se é exu o guerreiro de umbanda ... O QUE SOBROU PRA OGUM ?

RESPOSTA: ESTÁ SENDO APOSENTADO!!


Só se lembram dele agora como um vovozinho, provavelmente, de vez em quando (nas festinhas em comemoração), e ainda há quem diga que sua energia é PASSIVA!?!?!?!?!
Provavelmente se apassivou pela idade porque esse negócio de ser guerreiro deve tê-lo cansado em demasia ... quem sabe?
Mas como eu já estou kakurucaia demais pra sair batendo paô pra tudo o que se cria no presente, vejo-me no dever e até obrigação de avisar aos verdaderos filhos de fé da Umbanda: CUIDADO, MUITO CUIDADO e VÃO DEVAGAR, BEM DEVAGARINHO.

Sigam o exemplo dos PRETOS VELHOS e caminhem devagar, sempre prestando muita atenção em onde vão pisar e, principalmente, nunca esqueçam de que o PÉ DE TRÁS (o que fica no chão até que o da frente se apoie devidamente) é que é a base para o caminhar firme e para a frente; aquele que, se estiver bem embasado, pode livrá-los(as) de muitos e muitos tombos que possam vir a ser provocados por FALSAS FUNDAMENTAÇÕES À FRENTE.


Lembrem-se dos mais velhos (antigos) em seus cultos e dêem ouvidos a eles e lembrem-se de que só podemos acessar o cume da montanha APÓS termos vencido todos os entraves, dificuldades, desde a sua base.
Evolução da Umbanda é uma coisa. Invenções e inserções descabidas já são outras bem diferentes.
SALVE O SANTO GUERREIRO - SALVE O ORIXÁ GUERREIRO.
Que OGUM lhes abra os caminhos da vida e os acompanhe em PROTEÇÃO E GUARDA e que Oxalá os ilumine para que nunca lhes falte a LUZ e as VITÓRIAS!!!
por C.ZEUS
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JOÃO DE ABADIÂNIA


No programa “Sbt Repórter” mostrou a história e o trabalho do médium João Teixeira de Farias, o “João de Deus“, que mantém a Casa Dom Inácio de Loyola na cidade de Abadiânia, Estado de Goiás.
O médium é conhecido internacionalmente pelas supostas curas que faz, ao melhor estilo “Dr. Fritz“, com direito a cortes sem sangue e dor usando facas e bisturis não esterlizados, tesouras cirúrgicas enormes introduzidas nas narinas sem nenhuma cerimônia, raspagens de côrnea com facas de cozinha, dentre outros fenômenos comuns nas assim chamadas “cirurgias espirituais”.

O número de pessoas que procuram o médium é impressionante. Pessoas de todas as nacionalidades, inclusive de paises como a Romênia onde não nenhuma tradição espírita-espiritualista.
Gente da Suécia, Itália, Reino Unido, Alemanha… enfim, pessoas dos quatro cantos do mundo buscam o alívio, senão a cura total, para seus problemas de saúde junto ao médium conhecido como “João de Deus” (ou na versão internacional, “John of God“).

Nunca estive em Abadiânia, apesar de reiterados convites de pessoas de minha relação que há anos peregrinam por lá. Os relatos que me fizeram, assim como as reportagens que já li e assisti sobre o lugar me desanimam: uma longa viagem de ônibus, imensas filas, horas sentado, um regime disciplinar extremamente rígido.

Aliás, este é o aspecto dos trabalhos de “João de Deus” que quero desenvolver neste texto.
Assistindo a reportagem de ontem à noite, algumas coisas me incomodaram muito em “João de Abadiânia”, como também é conhecido o médium, assim como nas entidades que supostamente o mesmo incorpora.

A primeira coisa que reparei é a GROSSERIA com que ele trata as pessoas, em especial aquelas que demonstrem o mínimo de ceticismo sobre tudo que acontece ali. Tanto o médium, quanto a entidade que se manifesta, um tal Dr. Augusto de Almeida, que teria sido militar em sua última encarnação, age de forma grosseira.

A repórter e a equipe do “Sbt Repórter” foram tratadas com desdém.

A entidade chega ao ponto de deixá-la segurando uma bandeja com instrumental cirúrgico por um bom tempo, diante de centenas de pessoas, depois de perder completamente a paciência e a compostura com a mesma por ela ter perguntado se um italiano, que se submeteria a uma operação, estava consciente.
Diante disto, a entidade simplesmente, após um rompante de impaciência, simplesmente dá às costas para a ela e o tal paciente e vai-se embora, retornando minutos depois, pedindo “autorização” da jornalista para operar.

Esta não seria a primeira e nem a última vez que médium/entidade tratariam a equipe de televisão de forma desrespeitosa.

Outra coisa que chamou a atenção é a forma que “João de Deus” é tratado e reverenciado. Ele se senta em uma cadeira de madeira, de espaldar alto, que lembra muito um trono. As pessoas que eram atendidas ajoelham-se diante dele e, exceto que tenham algum problema que as impossibilitem de fazê-lo, permancecem naquela posição até o final da consulta.

Para as chamadas “cirurgias invisíveis”, onde a mera presença do médium é o suficiente para operar a cura, “João de Deus” caminha de forma altiva por entre as pessoas sentadas em diferentes cômodos daquela Casa espírita. Eventualmente toca a cabeça de um e outro, e sai a passos contidos, lembrando muito a forma com que os santos são representados em filmes.

No entanto, tal culto à personalidade e esta “santificação” do médium é comum em todas os lugares, em especial aqueles que se tornam famosos devido ao trabalho de seu dirigente.

O médium, apesar de se dizer mero “instrumento de Deus”, em geral demonstra arrogância, altivez e um orgulho exarcerbado (mal dos “famosos” espíritas e umbandistas, de modo geral. Vide Rivas Neto, Robson Pinheiro, dentre outros…). Não aceitam nenhum tipo de contestação ou menor sinal de dúvida ou ceticismo diante de seus poderes, exigindo, não raramente, que as pessoas fiquem em posição inferior à eles, em geral ajoelhadas.

Não irei contestar a validade do trabalho e o sucesso das operações espirituais realizadas por “João de Abadiânia”, visto que existem centenas de relatos de pessoas que se dizem curadas de alguma moléstica grave após tratamentos na Casa Dom Inácio de Loyola.
Não vou taxá-lo de mistificador ou de estar se locupletando da fé alheia, no que pese o fato dele ter saido de um vida modesta, simples, como alfaiate e minerador e hoje ser um dos maiores fazendeiros do Estado de Goías.

Não existem elementos factíveis que comprovem que seu patrimônio veio da exploração financeira da Casa Dom Inácio de Loyola, coisa, aliás, que seria muito comum e absolutamente aceitável em paises da Europa e nos EUA, onde, em alguns lugares, é até mesmo obrigatória, por entender-se que há uma prestação de serviço, a cobrança de consultas espirituais com sensitivos e congêneres.
O que questiono é a falta de trato com as pessoas, o modo grosseiro com que algumas (muitas) são tratadas por alguém que se diz “instrumento” de Deus.

Como sempre digo, a caridade não pode ser feita pelas metades e, com certeza, tratar com carinho, respeito e educação as pessoas que ali ocorrem e que muitas vezes não entendem bem tudo aquilo que está acontecendo, é o mínimo que se espera de uma casa de caridade, seja ela espírita ou umbandista.
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Foto (divulgação): www.johnofgodhealing.com/
Site oficial da Casa de Dom Inácio de Loyola: http://www.joaodedeus.com.br/
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Resposta a matéria "Desmistificando o Mistério Exu" [Revista dos Orixás Ano II nº 10]

Prezados Senhores,

Recentemente adquiri o exemplar identificado no subject desta missiva e deparei-me como a matéria em questão. Assim como fiz com os demais, lia atentamente o texto em questão e não posso furtar-me em tecer alguns comentários.

Como disse Pierre Beaumarchais: Sem liberdade de criticar, não existe elogio sincero. Portanto, antes de elogiar, sinceramente, alguns pontos da publicação, permitam-me criticar o texto do Sr. Daniel Augusto Sossi.
O autor da matéria começa a falar de “Exús Africanos” (sic), dissertando brevemente sobre o yangi e sua características, para logo após falar de uma lenda, um mito envolvendo Exu e uma suposta dualidade, para depois exemplifcar tal conceito apresentando um “ponto cantado” onde fala sobre um “exu” de “duas cabeças”, onde uma é de “satanás do inferno” e outra é “Jesus de Nazaré”, arrematando, ipsis literis, que “no inferno apresenta um aspecto de Deus e de Nazaré apresenta outro aspecto de Deus, oposto ao primeiro (…)”.


Ora, esta é uma concepção absurda de Exu. Qualquer estudante sério da cultura e religiosidade africana, sabe que Exu nunca representou uma dualidade “bem x mal”, ou mesmo que fosse oriundo de um local, minimamente, parecido com o mitológico inferno judaico-cristão. Aliás, não consigo entender o motivo de vários, senão a maioria, dos que se dizem umbandistas insistirem em identificar Exu como o diabo ou algo parecido.

O mais engraçado que estes mesmos umbandistas que adoram receber um “exu-diabo”, são aqueles que se sentem injuriados quando as religiões evangélicas taxam nossos Guias e Protetores de “demônios”.

Infelizmente, os fiéis dos cultos afro-brasileiros ainda estão por demais amarrados ao sincretismo afro-católico, achando que Xangô é São Jerônimo, Jesus Cristo é Oxalá, Yansã é Santa Bárbara e Exu é o demônio.
Adiante, a explicação do autor sobre a palavra “pomba-gira” chega a ser, desculpem a sinceridade, cômica. Vamos reproduzir, in verbis tal conceito apresentado:
“Pomba-Gira, vem do aspecto sexo: Pomba – sexo feminimo Gira – está em tudo, em todos”. Adiante, solta a seguinte “pérola”: “Bombo-Gila: a poderoza (sic) (Exú-Mulher)”

Aterrador….

Como nunca soube que a palavra “pomba” era sinônimo de orgão sexual feminino, fui consultar o dicionário. No sul do pais significa “vulva” e no nordeste brasileiro significa “pênis”. Então, fiquei confuso e pergunto: será que “pomba-gira” no nordeste é “cabra macho” e no sul seria uma “guria trilegal”?

Ora, faça-me o favor…

Na verdade a palavra “pomba-gira” não passa, nem de longe, próximo ao que o autor escreveu. A palavra é corruptela de Pambu Njila, como é denominado Exu no dialeto kikongo, dentro da mitologia Bantu.Aliás, também chamado de “Bombo Njila”, sendo que sua manifestação feminina é chamada de Vangira.
Vamos ver o que Tata Kisaba Kavinajé fala sobre o assunto:
“[Pambu Njila] É o mensageiro, não essencialmente mau ou essencialmente bom, desempenha seus papéis e funções no espaço destinado ao culto. Aluvaiá é lançado como síntese de um pensamento social voltado ao sentimento mais humano à proximidade e identidade com o próprio homem, sem no entanto, colocá-lo distanciado do elenco místico.”

Ou seja, se o Sr. Daniel Augusto tivesse se dado ao trabalho de fazer uma pequena pesquisa sobre o assunto não teria escrito TANTA BESTEIRA junta. Aliás, nem precisava pesquisar muito, bastava olhar no dicionário e veria que o Dicionário Houaiss explica que a palavra terá origem no quimbundo “pambu-a-njila”, «cruzamento de caminhos, encruzilhada, domínio de Exu», ou no quicongo “mbombo”, «porteira».

Nem vou prosseguir em comentar o restante do artigo, visto que são tantas bobagens em termos linguístico, cosmogônicos e teológicos que este meu e-mail ficaria imenso.

Por outro lado, não entendo como uma revista que publica excelentes artigos como os de Tat’eto Kiretauã, Tata Obalumbi, assim como as matérias sobre Kitembo e Kavungo, coloca em suas páginas um artigo tão cheio de conceitos distorcidos.

No mais, parabenizo a publicação, extremamente instrutiva no que tange aos fundamentos da Nação.
Iniciei com uma citação e com outra termino, fazendo minhas as palavras de Immanuel Kant:
A nossa época é a época da crítica, à qual tudo tem que submeter-se. A religião, pela sua santidade, e a legislação, pela sua majestade, querem igualmente subtrair-se a ela. Mas então suscitam contra elas justificadas suspeitas e não podem aspirar ao sincero respeito, que a razão só concede a quem pode sustentar o seu livre e público exame.

Recebam meu fraterno, sincero e respeitoso Saravá.




Ricardo Machado
(Mestre Ubajara)
Mestre de Iniciação de Umbanda Esotérica
Fraternidade de Umbanda Esotérica Vozes de Aruanda
Belo Horizonte/Minas Gerais

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PIRATAS DE ENERGIA (HÃ?!?)


Quando me convenço que já li todo o tipo de bobagens, deparo-me com “pérolas” como esta que transcrevo abaixo, mantendo o texto conforme foi veiculado, diretamente da lista “Apometria e Umbanda”:

Em nossa última reunião nos deparamos com um grupo de espíritos querealiza uma atividade bastante curiosa, o ‘tráfico’ de energia.
Em sua última encarnação, no século XIII, eram um bando de piratas e viviam do saque e da pilhagem. Ao desencarnarem, no astral, permaneceram com suas atividades e se ‘adapetaram’ ao ambiente. Passaram a roubar energia de grupos espíritas. Possuiam um tipo de garrafa transparente, semelhante ao vidro, onde armazenavam a energia retirada dos grupos mediúnicos, à qual misturavam outros fluídos de baixa vibração a fim de poderem absorver um pouco dessa energia e o restante era ‘vendido’ ou ‘trocado’ com entidades trevosas.

O líder deles estava tão ‘ligado’ nesta atividade que quando lhe propus que aceitasse nossa ajuda e lhe disse que ele seria levado a um hospital no astral ele imediatamente pensou que lá poderia obter muita energia e pensava em como fariam para manipulá-la.
Enquanto conversava com este ser incorporado numa das médiuns, um outro ser dançava freneticamente ao redor do grupo mediúnico lançando feitiços sobre nós.
Paralisei o ser e continuei o diálogo com o tal líder; como se mostrava reticente e só pensava em ‘roubar’ nossa energia, já estava a ponto de enviar todos para longe dali, estavam todos sentados de pernas cruzadas no chão ao nosso redor, dentro de uma bolha quando um deles disse a outro médium, num tom meio jocoso:

- Levamos tanto tempo pra te encontrar capitão e já ai nos mandar embora?
Indaguei a quem ele se referia e disseram que era comigo. Eu fazia parte daquele bando de piratas e parece que houve alguma ‘divergência’ de opinião e esse grupo foi degredado. Parece que todos tinham muito medo de mim e disseram que eu era muito mau.

O ser que estava incorporado tinha uma espada cravada nas costelas, retiramos e ‘curamos’ ele, que se impressionou com minha ‘magia’, assim como os demais. Curamos os demais e todos queriam saber como eu adquirira aquele ‘poder’. Por fim, após muita conversa, eles aceitaram nosso auxílio e foram levados pela equipe espiritual.

Abraços.

Realmente, não falta mais nada… Piratas de energia…
Não é dificil perceber pelo relato, que tal histeria coletiva (desculpe, mas não tenho outro nome para isto… aliás, tenho mas é impublicável…) se deu em uma sessão de apometria em algum terreiro “umbandista apométrico” por ai.

A capacidade criativa deste povo, realmente, não tem limites. Deveriam pensar em começar a escrever roteiros para o cinema e a televisão, pois ganhariam muito dinheiro. 
Um “médium” inventa a história, o tal “apometra” que comanda desenvolve o roteiro, com direito a “paralisações” de espíritos (será que, como o Sr. Spock da série “Jornada nas Estrelas”, há algum tipo de “toque” para que isto aconteça?) e uma revelação “bombástica” de que aquele que comandava os trabalhos havia sido o “capitão” dos maltrapilhos corsários.  

O animismo, conjugado com a vaidade, é tanto que as pessoas querem estar no comando, mesmo que seus comandados sejam espíritos trevosos de uma ridícula, fantasiosa e improvável trupe de “piratas de energia”.
Incrível como as pessoas nunca foram subalternas, sempe estiveram em sua encarnações passadas e mesmo nas “gangs” do astral inferior, como líderes, comandantes, capitães…

Acredito que atualmente tal “bando de piratas” deva ser comandada pelo sanguinário Davy Jones, aquele vilão com cara de polvo e mãos em forma de pinças de caranguejo da trilogia cinematográfica “Os Piratas do 
Caribe”.

E tem gente que ainda chama estas patacoadas de Umbanda.

AS MULHERES NA UMBANDA


A sociedade por muito tempo teve um comportamento machista, a mulher era relegada a segundo plano, levada a um estado de completa submissão:
· Pais que escolhiam casamentos para as filhas
· Não podiam votar
· Não podiam trabalhar fora
· Não podiam participar das conversas “de homens”
· Tinham de obedecer cegamente aos maridos
· Em algumas épocas eram inclusive impedidas de estudar, pois “não precisavam”
Este comportamento de certa forma foi trazido para o meio Umbandista, e o que é pior e que em muitos locais perduram até hoje:
· Mulher não pode trabalhar menstruada
· Mulher não pode tocar atabaques
· Mulher grávida não pode trabalhar
· Mulher não pode presidir cerimônia de casamento ou batizado, etc…
Que me desculpem aqueles que pensam e trabalham desta forma, mas ate hoje ninguém me apresentou um argumento que me convencesse destas restrições impostas às mulheres.
No meu entender, existe um agravante, estas “normas”, não ficaram somente no lado material, atingiram também o Astral, principalmente em ralação às Pombas Gira, entidades muito valiosas e preciosas dentro de um terreiro.
Existem muitos que ainda acreditam que toda Pomba Gira foi uma prostituta e que só trabalha o lado sexual, que só serve para arrumar companheiro ou desmanchar relacionamentos, que se incorporar num médium masculino este vai virar homossexual, e por ai vai…
Cheguei até a ouvir e ler em algum lugar que uma Pomba Gira não pode tomar a frente de um trabalho, pois ela é apenas auxiliar dos Exus, quanta prepotência…
Basta abrirmos os olhas e vermos a proporção de mulheres que militam na Umbanda em relação aos homens, eu ousaria colocar na casa dos 60 ou 70 %, agora tentem imaginar seu terreiro sem as mulheres…
Tem um ditado antigo que diz:
“Por trás de um grande homem tem sempre uma grande mulher”
Eu ousaria mudar este ditado, e ele ficaria assim:
“Ao LADO de um homem que realiza um bom trabalho, tem sempre pelo menos uma grande mulher”.

Dias atrás um amigo, durante uma conversa me disse que achava que eu estava fazendo um bom trabalho de divulgação com meus blogs.
Pois bem, tenho a mais absoluta certeza que um dos principais motivos para que este trabalho esteja sendo bem feito, é que tenho ao meu LADO, varias grandes mulheres, VERIDIANA, MINHA MÃE MARIA, IRACEMA, MARIANE, VIVIANE, MARLUCI, MAYARA, HELEN, ETC. (se colocar o nome de todas não caberia neste blog) e sem falar das valiosas “MULHERES DE ARUANDA”: VOVÓ MARIA ROSA, VOVÓ LUIZA, VOVÓ MARIA CONGA, ROSA CAVEIRA, MARIA PADILHA E POR AÍ VAI.
Pergunto a vocês: 
EXISTE ALGO MAIS BONITO QUE O GIRO DAS SAIAS?
LUGAR MELHOR PARA CHORAR QUE O COLO DE UMA BABÁ?
ALGUÉM QUE ENTENDA MAIS O QUE SENTIMOS?
Muitas mulheres são tão guerrei­ras, líderes, inteligentes quanto os ho­mens. Não há diferença para Pai/Mãe Olorum, pois na sua dualidade gerou de seu interior seres masculinos e seres femininos, com o mesmo princípio e genética, os criou e os dotou com qualidades, atributos e atri­bui­ções iguais.
Tem pai sacerdote, dirigente espi­ritual que até hoje não incorpora Orixás femi­ninos, como também não incorpora Ca­bocla, Preta Velha, Cigana, Erê fe­minino, Pomba Gira e Baiana.

Muito raramente você encontra em terreiros um dirigente masculino tendo como mentora, guia chefe ou guia de fren­te uma entidade feminina.

Nós umbandistas reclamamos da discriminação, do preconceito, da falta de respeito com as nossas práticas religiosas, porém falta entendimento mútuo para os próprios umbandistas.                                             

E quando um dirigente espiritual, rompe estas barreiras preconceituosas e pratica a doutrina umbandista com igual­dade, é considerado no próprio meio um inconseqüente, e  passa a ser visto como um adversário.

Os fundamentos umbandistas e as leis que regem a base ritualística, não ditam que homens e mulheres tenham atitudes diferenciadas dentro dos ter­reiros.

Apesar de tudo, e graças ao Divino Trono do Tempo, tudo na vida renova-se e evolui, pois é uma lei natural gerada e criada pelo Divino Pai/Mãe Olorum.

Enquanto houver pessoas que acre­ditam na igualdade do ser humano e sabem que a dualidade de Pai/Mãe Olo­rum é infinita, continuarão pra­ticando e respei­tando as suas leis imu­táveis que são eter­nas. Enquanto os seres humanos acre­ditarem na sua igualdade e na dualidade  de Pai/Mãe Olorum, continuarão  a  ma­nifestar de seu íntimo o amor incondi­cional.

A Umbanda sempre teve, por sua cultura, o ser feminino como estrutura fundamental em seu conceito social. Tratada com respeito e considerada portadora do Axé gerador da vida, não são subalternas, mas indispensáveis para a manutenção de um bom Axé em uma casa. Tanto no terreiro, como dentro de nossas casas aprendemos a respeitá-las pela sua sensibilidade e sabedoria emocional diante das dores alheias. São um hino de amor a vida.

Dentro da filosofia umbandista  temos as mulheres como descendências do eterno feminino, um dos pilares de sustentação de toda a natureza de Deus. Nossas Iaôs, as Iabás , filhas das Orixás femininas, são respeitadas como pares, jamais como subalternas ou inferiores. Nosso respeito não se restringe somente as mulheres do grupo mediúnico e sim a todas as frequentadoras de um terreiro. Sabe-se, por experiência, que as mulheres são portadoras de sentidos mais aguçados que os dos homens e por isso mesmo a freqüência nas casas é quase que dobrado em relação aos homens.
LEIA AGORA UMA MENSAGEM DE ROSA CAVEIRA:
Tenho percorrido esferas longínquas desta seara, e bem da verdade, quando cá retorno, percebo que as coisas não mudam tanto, a evolução vagarosa na Terra se dá única e exclusivamente pela mente limitada que o ser encarnado possui, a limitação que é exprimida pela negação constante em aceitar o novo, pois tudo se renova constantemente no processo evolutivo natural. 

Vejo ainda, muitos encarnados nos confundindo com ex-prostitutas, mulheres perversas ou até criminosas, muitos continuam a assimilar a entidade pomba gira como sendo a escoria do universo feminino.


O fato é que incomodamos ao trazer à tona não só a sensualidade, mas a força e magia que muita mulher esconde.

Durante anos, a mulher buscou independência e igualdade, e vem adquirindo, porém o conceito machista ainda abrange grande parte da sociedade.

Ainda vejo mulheres que se submetem às vontades de seus companheiros de modo a negarem a vontade interior latente, mulheres que se negam a derrubar conceitos pré-moldados e continuam a serem maltratadas ou simplesmente aquelas que aceitam a vida que possuem, com seus dissabores, por medo ou comodismo. Há também aquelas que descobriram seu poder interior e abusam deste.

Não posso deixar de lembrar como eu tenho visto mulheres fortes, que realizam trabalhos tão pesados quanto os homens, mas estes homens que estão se integrando à suas famílias e participando da criação dos filhos, deixando de ser tão-somente o provedor do sustento e passando a serem educadores, pais, tarefa até “pouco” tempo destinada às mulheres.
Vocês costumam dizer que atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher, essa frase já demonstra certa limitação, pois ninguém é responsável por impulsionar ou retrair o outro, posso dizer que, um guardião sempre tem uma guardiã ao seu lado, nunca atrás. Dessa forma, um relacionamento jamais dará certo enquanto um se achar melhor ou mais importante que o outro. Os companheiros possuem sempre o mesmo valor.

Trazemos a sensualidade de modo a mostrar o belo, o formoso, nunca o vulgar. Se fomos prostitutas, não! Mas se tivéssemos sido não haveria problema algum, pois passado é tudo o que ficou para trás e o que importa do lado de cá é o agora.

As pombas giras foram mulheres que ocuparam lugar de destaque na sociedade antiga, altamente patriarcal. São aquelas que lutaram por independência e dignidade, doando suas vidas. Aquelas que se movimentaram e construíram histórias como Joana D’Arc.
Eu vivi na Europa em minha última encarnação, na época em que as mulheres eram bruxas naturais e exerciam seus poderes e ritos com liberdade, esta que foi tolhida posteriormente. Fui torturada e enterrada viva por lutar pela minha crença e meus costumes na Santa Inquisição, quando o catolicismo imposto por um homem no poder buscou a tentativa cruel e covarde de abolir o que eles chamavam de paganismo, muitas foram omissas, mas junto a tantas outras eu lutei pelos meus ideais.

Falo às mulheres para que elas deixem de serem omissas no dia-a-dia, para que deixem de negar seus anseios e busquem a felicidade, para que se libertem de pré-conceitos.
Toda mulher é uma bruxa natural e tem seus poderes, assim como o sexto sentido, tem suas magias, assim como o “ser mãe” é a magia da vida. São detentoras de grandes faculdades, mas poucas são as que buscam exteriorizá-las, a maioria prefere se enclausurar sob uma vestimenta que seja agradável à sociedade pré-moldada e esquecem que a felicidade é dádiva de Deus.
Sou uma Pomba Gira, que se utiliza do simbolismo “Rosa Caveira”, que aos 56 anos de vida deixou a carne lutando por liberdade de expressão e crença, e continuo lutando ao lado daqueles que anseiam por liberdade e evolução.

Muitas de nós, pombas giras, já vieram trazer mensagens para desmistificar algumas linhas de pensamento preconceituosas que nos cercam, mas quero atingir outra finalidade com minha mensagem, a de mexer com os sentidos de quem a ler para que este possa soltar seus dons e viver intensamente, pois a vida é a oportunidade mor, e não se espera que a felicidade venha bater à porta, deve-se lutar por ela, buscá-la incessantemente com fé, amor e dignidade!
Sou Rosa Caveira, eu “bato” e não assopro, falo e não volto atrás, amo e não deixo de amar, e estarei sempre ao lado daquele que procura enfrentar os dissabores da vida e ser feliz, não alivio os tormentos de quem cai no erro, mas procuro ajudar a enfrentar as conseqüências de suas escolhas.

Sou pomba gira, sou guardiã, sou bruxa, sou mulher!
Axé

Pomba Gira Rosa Caveira - pela Médium Pandora / Joyce Gorgoll
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Carta Aberta a todos os Umbandistas!



Caros irmãos umbandistas!

Meu sincero e fraterno Saravá a todos!
Em muito dos artigos publicados aqui no blog, apresentamos realidades às vezes cruas e nada agradáveis, que ainda existem no seio do movimento umbandista, no intuito de cooperarmos na formação de uma consciência crítica e de colaborarmos no alicerce de uma fé racional dos nossos irmãos. Não o fazemos por nos considerarmos donos da verdade ou melhores que os demais, mas por acreditarmos, que todos os umbandistas devem exercer o direito inalienável de opinião e discernimento, além de poder se expressar livremente. Devemos colaborar com a formação de uma filosofia moral e comportamental, que balize a atuação de todos nas coletividades umbandistas em que atuamos e na interação destas com a sociedade em geral. Já nos basta termos que enfrentar o preconceito, que ainda persiste na sociedade e na mídia. A nós umbandistas cabe aperfeiçoar o movimento e combatermos ferrenhamente as discrepâncias existentes. A bem da verdade consideramos tais realidades desagradáveis, como de exceção, mas bastante renitentes e que trazem consequências danosas, tanto ao nosso universo religioso como aos adeptos que os vivencia.
Enxergamos como solução para corrigir tais atos a formação de um espírito de corpo, de uma movimentação de massa, que busque sedimentar práticas vivenciais, que a médio e a longo prazo, produzam comportamentos saudáveis para o desenvolvimento da Umbanda como Escola de Vida Espiritual. Algo que ela já é, mas que em determinadas situações fica minada, pelos objetivos duvidosos de uma minoria estática e irremovível.
Sim, no seio do movimento umbandista existe uma resistência muito grande para mudanças, o novo, principalmente quando estes significam sair dos seus terreiros e interagir com outros terreiros. Não falo aqui nos eventos em que cada terreiro tem o seu espaço reservado e participam de uma festividade conjunta, como as festas de Yemanjá espalhadas pelo Brasil afora; me refiro sim, a conversar, compartilhar atividades, a trocar informações, disseminar conhecimento e debater assuntos comuns, correlatos e afins. Mais ainda, falo de ações sociais, de cidadania, culturais e educativas que colocariam o movimento umbandista antenado com as necessidades emergentes da sociedade e nos proporcionaria a inserção devida como participantes do novo contexto social e não mero pedintes de reconhecimento para a nossa existência religiosa.
Já crescemos suficiente para deixarmos de ser massa de manobra e culto religioso periférico. Também não temos a intenção, nem a vocação para nos tornarmos parte do folclore nacional, objeto de atração turística e foco das lentes de documentários televisivos e cinematográficos, que buscam, na necessidade da instantaneidade de suas gravações, o aspecto externo da Umbanda e não um aprofundamento de sua espiritualidade.
Quando citamos mudanças e o novo, reiteramos a necessidade urgente de assumirmos um papel de direito, que a soma de nossas coletividades já possuem de fato no panorama nacional. Temos uma expressividade absoluta no todo, somando adeptos e simpatizantes, que se torna relativa e quase inofensiva, por conta da divisão excludente que é semeada em nosso campo interno. Discutimos muito o que é e o que deixa de ser Umbanda. Disperdiçamos tempo demais na procura de uma originalidade, ou pureza, como desejam alguns. Quase 100 anos de Umbanda histórica e não percebemos, nem conseguimos entender que se a Umbanda tivesse surgido para ser codificada ela já teria sido, ou já surgida como tal?
As diferenças existem, estão aí para ficar, outras estão surgindo e muitas ainda viram. Motivos não faltam para arranjarmos como desculpas: a globalização, a segmentação, a democratização do conhecimento etc. O importante que isto é inevitável. Aprendamos pois, a conviver pacífica e respeitosamente com as diferenças e dirijamos os nossos esforços e atenção para as nossas semelhanças. Estas sim, de valores fundamentais para a nossa sobrevivência religiosa.
As semelhanças são que nos distinguem, nos marcam, nos identificam e nos fazem existir. As semelhanças são que nos caracterizam e nos definem religiosamente. Elas também flexibilizam o nosso acesso a diversidade de consciências, permitindo democraticamente que todos, que forem convidados, possam aceitar o chamado. As semelhanças são a verdadeira fonte de união e fraternidade em nosso meio. Elas nos fortalecem mais do que as diferenças possam nos dividir.
Falamos tanto em evolução, amor, caridade, fraternidade planetária e universal, sobre mundo espiritual, valores morais, éticos e por que não conseguimos implantar esta realidade entre nós?
Precisamos derrubar as paredes de nossos terreiros, não as físicas, mas as barreiras conscienciais que nos impede de dialogarmos francamente, de peito aberto com o nosso semelhante mais próximo, o umbandista de outro terreiro. Não podemos nos limitar a considerarmos irmãos, apenas aqueles que fazem parte da corrente mediúnica do terreiro que frequentamos.
Em nossos textos pontuamos de forma bastante acentuada as responsabilidades de Pai/Mães-de-Santo, ou seja, os dirigentes de terreiros, templos, tendas, centros etc., pois entendemos que os mesmos possuem um papel preponderante como facilitadores para construção dessa visão ideal, não utópica, mas plenamente realizável, ao se modificar pensamentos, renovar atitudes e produzir ações para transformação.
Ao assumirem os papéis de matriarcas e patriarcas de suas coletividades, Mães/Pais-de-Santo devem ser o exemplo.
Chega dessa história de demandas entre Pais/Mães-de-Santo com os seus pares de outros terreiros.
Chega desse medo que Pai/Mãe-de-Santo tem de perder filho-de-santo. Como se filho-de-santo fosse sua propriedade.
Chega desses contos da carochinha que disseminam inverdades, tais como: “Quem está fora não queira entrar, quem está dentro não queira sair”; “Olho viu, boca calou, nada pode acontecer”; “Quem deve paga, quem merece recebe”.
Chega de sermos induzidos a acreditar nas famigeradas “surras espirituais” dos Orixás e das Entidades.
Chega de termos que conviver com o medo constante de demandas de nossos Pais/Mães-de-Santo, por alguma falta que venhamos a cometer.
Chega de endeusarmos Pais/Mães-de-Santo e colocarmos em suas mãos todas as decisões de nossas vidas.
Nenhum deles é Deus. São seres humanos como nós. E assim como todos, responsáveis diretos pelos seus atos. Fadados ao erro tanto como nós. Mais ainda, como orientadores, facilitadores e educadores acrescidos de uma responsabilidade maior pelo que plantam, disseminam, ensinam e instruem. Quer queiram ou não eles são co-reponsáveis pelos nossos fracassos no caminho espiritual.
Por que? Porque assim eles se impõem. Caso contrário, não deveriam cobrar o crédito de nossos sucessos.
Diferente do que pensam estes, fraternidade não é realizar uma festa em um terreiro, convidar diversos Pais/Mães-de-Santo com seus filhos-de-santo e depois distribuir comida e bebida a vontade.
Isto é confraternização e confraternizaçào se realiza até em festa de aniversário.
Fraternidade na Umbanda é unir-se pela fé, compartilhar rituais e liturgias, mesmo que diferentes mas, semelhantes na busca do bem, do amor e da caridade. É reunir templos de umbanda em uma ação comunitária e/ou social etc. É produzir as condições necessários para o diálogo, a conversa, o debate de idéias e compartilhar conhecimentos, vivências e experiências. É somar em vez de dividir. É pensar a Umbanda, é contribuir efetivamente com o movimento umbandistae e não apenas na coletividade em que se atua, ou em um terreiro em particular.
A bem da verdade, a Umbanda, graças à Zambi, tem tido exemplos, de como isto pode ser alcançado.
Citamos o trabalho do CONUB – Conselho Nacional dos Umbandistas do Brasil, que com seus locutórios e ritos pela paz, já conseguiu reunir templos, terreiros, tendas etc., em diversas localidades no Brasil como Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília e Porto-Alegre e em breve em outras cidades. A RBU – Rede Brasileira de Umbanda, que cada dia aumenta mais a sua rede de relacionamento, usando a internet como dissemidador do propósito de unir umbandistas e mudar a imagem que a sociedade possui da Umbanda. A FTU – Faculdade de Teologia Umbandista (SP), credenciada pelo MEC, portaria 3864, que além da formação acadêmica é promotora e geradora de liberdades, sendo uma fonte irradiadora de uma consciência para a Paz Mundial e do processo de superação das diferenças em todos os níveis. Podemos ainda falar das diversas listas de discussão sobre Umbanda na internet que democraticamente abrem seus fóruns para debates de temas os mais variados. A TV Saravá Umbanda que tem através dos seus programas on-lines na internet, disseminado o conhecimento e estudos relevantes a religião. E por fim as revistas e jornais umbandistas impressos e na internet que tem realizado um trabalho de divulgação ímpar do movimento.
Essa é apenas um pouco de quem está fazendo muito pela Umbanda e que está dando certo.
Todos umbandistas independente de cor doutrinária, segmentação, escola e/ou orientação rito-litúrgica devem apoiar e contribuirem com a participação, o trabalho e a fé.
Se não concorda, invente uma nova forma, mas faça alguma coisa.

A Umbanda agradece.


Caio de Omulú



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MOCINHOS E BANDIDOS

Ao me levantar pela manhã, cumpro uma espécie de ritual: vou direto ao quintal de casa buscar o jornal, o folheio rapidamente, leio a primeira página e deixo para depois do café para lê-lo na íntegra. Na verdade, o leio durante todo o dia um pouco a cada momento de folga.
Hoje, não sei porque cargas d’água, fiquei imaginando se alguns famosos “líderes” do movimento umbandista atual fazem coisas tão singelas como ir, eles mesmos, ao quintal de casa pegar o seu jornal. E, caso o façam, se não ficam esperando uma multidão de pessoas em frente à sua residência entoando mantras em seu louvor, algo do tipo “meu pai-de-santo é boooommmmm, meu pai-de-santo é boooommmmm“, à semelhança do “OM” tão usado no meio esotérico.
Fico imaginando isto porque diariamente lemos (em listas e comunidades) e ouvimos (em programas de rádio e televisão, pronunciamentos, video-aulas, revistas, sites, etc…) “mantras” assemelhados à este, então não seria de se admirar que houvesse um ritual diário onde discípulos, simpatizantes e puxa-sacos em geral fossem lamber as sandálias do “mestre” e entoar cânticos ao seu louvor para que toda a vizinhança tenha conhecimento de que estão morando ao lado de um semi-deus.
Uma das muitas coisas que chama a atenção, é o excesso de virtudes auto-proclamadas por alguns “mestres” (não todos…) e disseminadas por ai pelos seus discípulos e puxa-sacos. Os cidadãos são tão puros, tão abnegados, tão trabalhadores, sensíveis aos problemas mundiais (de modo geral) e dos umbandistas (específicamente), que já me peguei a pensar se eles, como todos os seres vivos, têm um tempo, nesta saga heróica e altruísta, para satisfazer suas necessidades fisiológicas.
Claro que estou falando da eliminação de resíduos (se é que você me entende), porque para práticas tântricas, onde as mais belas discípulas são escolhidas para receber o “àsé” diretamente da “fonte” de alguns destes “mestres”, o tempo não deve faltar, com certeza.
Esta coisa de ser “alto dignatário” d’ Aruanda tem muitas vantagens.
Os sujeitos têm comunicação direta com os Orixás, escrevem centenas de livros, abrem terreiros e filiais em todos os lugares do mundo, contam com uma “tropa de choque” para calar os opositores, uma outra para divulgar seu virtuosismo, se dão bem com o elemento feminino, têm grana, fama e tudo que nós, reles mortais, em geral, conseguimos trabalhando arduamente.
Em se falando de virtuosismo, o colunista Luiz Felipe Pondé, do jornal “Folha de São Paulo“, definiu muito bem a questão:
Uma ressaca de álcool ou uma ressaca moral cura qualquer vaidade. Achar-se virtuoso é a marca do bom canalha.”
E como temos “virtuosos” na Umbanda, não é mesmo?
Principalmente em época de eleições, há um verdadeiro “estouro” de hordas inteiras de “guerreiros” prontos para resolver os problemas da comunidade umbandistas e serem nossos representantes junto aos Poderes constituídos. O ativismo é tão forte, a “liderança” tão evidente, que só faltam sair por ai cantando “caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais braços dados ou não…”.

E neste imenso “filme B” em que se transformou ao movimento umbandista atual, os papéis de “mocinho” e de “bandido” mudam de acordo com o diretor, já que ora um se veste de branco e o outro de negro, invertendo as posições conforme a capacidade que seus auxiliares tenham de manter acesa a chama da idolatria à personalidade dos seus “mestres”.
Amanhã, como todos os dias, irei pegar meu jornal e continuarei imaginando alguns “mestres” fazendo o 
mesmo.

por vozesdearuanda