HOMENAGENS



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SÁBADO, 11 DE FEVEREIRO DE 2012


Pomba gira Sete Rosas

Sete Rosas pertence à falange da Pomba Gira Rosa Caveira.
É muito misteriosa, reservada. Chegando em alguns casos, parecer austera. Costuma preparar muito bem seu médium, antes de se apresentar.
Quando incorporada, trabalha sempre com sete rosas vermelhas, que o médium deve levar, tirando todos os espinhos.
Costuma ficar no meio do terreiro, dançando suavemente, e fazendo sua magia, sempre com uma de suas rosas nas mãos.
Gosta em suas roupas, das cores vermelha e roxa ou preta e roxa.
É grande conhecedora da magia e poderosa para quebrar feitiços.
Se quer agradá-la, leve sete rosas vermelhas abertas, a um médiumque trabalhe com ela, a um terreiro que aceite receber oferendas, ou a uma encruzilhada em T adequada.
Salve Pomba Gira Sete Rosas.
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DOMINGO, 29 DE JANEIRO DE 2012


Dona Maria Redonda

Dona Maria Redonda nos fez um relato sobre a origem de seu nome.
Nossa querida preta velha nos contou que, ao contrário do que todos acham, ela não era gorda, e sim alta e magra. Seu apelido vem de outra característica, ou melhor, de uma história.
Dona Maria Redonda era a parteira do grupo no qual vivia, e também a pessoa encarregada de cuidar dos filhos dos escravos enquanto eles estavam na lida. Passou sua vida criando estas crianças, e por ter esta responsabilidade foi poupada dos trabalhos escravos impostos aos negros na época.
Por ter que cuidar de muitas crianças, costumava colocá-las em um círculo para conversar e brincar com elas.
Certa vez, na intenção de dar-lhes esperança diante do que elas e seus pais estavam vivendo, Dona Maria Redonda disse às crianças:
Filhos, peguem nos seus calcanhares, vejam como eles são redondos! Peguem em suas cabeças, elas também são redondas! Nossas barrigas, e até nossas bundas são redondas!!" - e as crianças deram risada.
Olhem para o céu, o sol e a lua são redondos! Até mesmo os portugueses estão dizendo que esta Terra onde vivemos é redonda. Veja o que comemos, quase tudo é redondo. Agora, vejam, as argolas que escravizam a nós e aos pais de vocês também são redondas, mas estas com certeza vão se desmanchar, pois são as únicas que não foram criadas por nosso pai Oxalá!.
Com estas palavras, Dona Maria Redonda afagava os corações das crianças.Agora sabemos de onde vem tanta doçura, e porque é tão bom deitar em seu colo e receber seu agrado!
Perguntamos a ela se havia se casado, se tinha tido uma família.
Disse que as crianças eram sua família, assim como todos com quem vivia eram como seus irmãos. Os negros escravos tinham um sentido de irmandade muito diferente do que temos hoje. Tinham uma sentimento de fraternidade, eram todos irmãos, unidos por sua condição, independente de serem parentes de sangue ou não.
Dona Maria Redonda nos contou também que ela estava encarnada quando a Abolição da Escravatura finalmente aconteceu. Sobre isso comentou:
Filha, tive a sorte de viver para ver este dia. Mas, na verdade, a gente nem sabia o que fazer com a liberdade...
Salve nossa doce e querida Maria Redonda !!
  • Adriana e Robert, cambones da Mãe Lucilia Guimarães - Terreiro do Pai Maneco, Curitiba, na festa dos Pretos Velhos
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DOMINGO, 29 DE JANEIRO DE 2012


Exu Tranca Rua de Embarê

Exu tranca ruas não é um Exu comum ele tem o poder de trancar e destrancar ruas uma Exu de muitas qualidades e muito serio o que é dele é dele,  e o que ele mais aprecia são filhos de fé e amor , não gosta de nada forçado não é Exu de muitas brincadeiras e tem uma forma diferente de amar e ensinar .
 tem o poder incrível da cura e receitas para cada enfermidade.
 trabalho com ele,   ele vira poucas vezes no ano aparece somente para trabalhos de curas de saúde e pessoas dominadas por problemas com delegacias e risco de vida e vícios.
suas palavras são sempre de muita sabedoria e axé , domina a arte da cura como ninguém só por ele esse ano passaram umas 10 pessoas com casos de saúde graves , como caroços em seios , caroços em cabeça , mulheres gravidas e crianças enfermas e todos os problemas solucionados . 
Exu tranca rua de Embarê sendo bem cultuado abre muitas portas boas no campo de trabalho e na saúde e justiça .
posso dizer que ele é um rei de poucos luxos e de muito trabalho , é extremamente direto em suas palavras e tem o dom de conquistar sempre bons amigos ,que sua falta sentem sempre que lembrado .

ele não gosta muito de virar em cabeça feminina pois muitas vezes em seus trabalhos e rezas leva o consulente nas costas para rezar ou colocar algo do corpo no lugar ( coluna , circulação , espinhela caída etc ... )  ele gosta de bebidas fortes e charuto não demora muito em terra age o que tiver que fazer e logo se vai deixando saudades.


salve seu tranca ruas !


já chegou a hora de seu tranca ruas 
já chegou a hora do trabalhador 
ele é general 
ele é doutor 
tranca ruas venceu guerras ele é curador .


Salve o mestre tranca Rua !
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DOMINGO, 29 DE JANEIRO DE 2012


Guardiã Rainha das Sete Encruzilhadas

Rainha das Sete Encruzilhadas

Diz a história ter sido ela uma linda cortesã que amarrou o coração de um Rei Francês que a tornou Rainha. Passou-se alguns anos e o Rei veio a falecer.
A rainha passou a tomar conta sozinha do seu reino o que deixou alguns membros da corte indignados porque ela não teve filhos para deixar o trono como herança e tampouco parentes sangue azul para substituí-la após a sua morte.
Devido a tenacidade da rainha o seu trono começou a ser cobiçado por outros reinos o que trouxe muita preocupação para a política da corte, então o conselheiro real convenceu a Rainha a casar-se novamente com um homem cujo o reino fosse ainda maior que o seu para juntos vencerem as batalhas e trazer ao reinado a paz e a tranqüilidade que já não tinham mais.
Um dia surgiu no castelo um homem que se dizia seduzido pela beleza da rainha e dono de um reinado incalculável no oriente e a pediu em casamento, a rainha preocupada com destino da sua corte e pela proteção de seu trono, aceitou a oferta de imediato e logo em seguida casaram-se.
Não demorou muito a querida rainha foi envenenada pelo seu atual marido que logo após se titulou o Rei e começou a governar a corte da pior maneira possível.
A saudosa rainha após o seu desencarne chegou ao mundo astral muito perdida e logo começou a habitar o limbo devido a faltas graves que na terra havia cometido.
Depois de algum tempo na trincheira das trevas do astral a Rainha foi encontrada pelo seu antigo Rei que no astral era conhecido como Senhor das encruzilhadas, este senhor passou a cuida-la e incentiva-la a trabalhar do seu lado para as pessoas que ainda viviam no plano material aliviando suas dores e guerreando com inimigos astrais.
O feito deste casal no astral tornou-se tão conhecido e respeitado que o Exu Belo nomeou o Senhor das encruzilhadas como Rei das Sete encruzilhadas e prontamente o Rei nomeou a sua Rainha.
Juntos eles passaram a reinar os caminhos das trevas e da luz e sob o seus comandos milhares de entidades subordinadas que fizeram do Reino das sete encruzilhadas o maior reino do astral médio superior.
Passou-se muitos anos e o Rei que havia envenado a rainha veio a morrer durante uma batalha, e este foi resgatado pelos soldados da Rainha das sete encruzilhadas e o mesmo foi levado até ela.
O homem ainda atônico sem entender ainda o que estava acontecendo com ele, se viu diante daquela poderosa mulher a qual foi obrigado a curvar-se e a servi-la para o resto da sua eternidade como castigo por ter-la envenenado.
E hoje através das suas histórias que compreendemos que o povo de Exu não são entidades perdidas do baixo astral e sim entidades respeitadas e de muita importância no mundo astral superior e inferior.
A Pomba-Gira Rainha das Sete Encruzilhadas adora a cor Maravilha, Vermelho, Preto e Dourado trazendo na mão um cedro de ouro.
Suas oferendas são sempre as mais caras, pois ela é muito exigente.
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SÁBADO, 14 DE JANEIRO DE 2012


CABOCLO SETE-PEDREIRAS




Pois bem irmãos o Caboclo homenageado de hoje e de quem falarei um pouco é um dos falangeiros de Xangô, o Caboclo Sete-Pedreiras, é um caboclo relativamente conhecido que não aceita qualquer médium como seu aparelho de ação. Pois como seu Orixá é um grande justo. Nesta postagem além da homenagem a este caboclo, falaremos também dos Caboclos de Xangô no geral.

Os mensageiros de Xangô são a representatividade mais perfeita da força da Umbanda na quebra de demandas. Sua manifestação é tão forte e poderosa que chega a assustar iniciantes e assistidos que não estejam familiarizados com estas entidades das montanhas e pedreiras.São caboclos, indígenas, que vivem ou viveram mais isoladamente e portanto possuem um comportamento mais rústico. Alguns ainda nem falam nosso idioma.Talvez por isso, pouco se pratica a Gira de Xangô na Umbanda, mas quem o faz e acaba então conhecendo melhor esta entidade, descobre um verdadeiro Pai.

São amorosos, preocupados e acima de tudo muito justos.
Essas entidades usam a forma de Caboclos, e se entrosam no Corpo Astral de maneira semibrusca, refletindo-se em arrancos no físico; suas vibrações atingem logo o consciente do aparelho (médium), forçando-o do tórax a cabeça, em movimentos de meia rotação e pela insuflação de suas veias do pescoço, com aceleração pronunciada do ritmo cardíaco, na respiração ofegante, até normalizarem seu domínio físico.

Emitem não um urro histérico alucinado que traduzem como “KA-Ô”, acentuando as sílabas, e sim uma espécie de som silvado, da garganta para os lábios, que parece externar o ruído de uma cachoeira ou de um surdo trovejar…
Não gostam de falar muito. Seus pontos cantados são sérias invocações, de imagens fortes e podem ser cantados em vozes baixas.
São guias de incorporações rápidas e contidas, geralmente arriando o médium no chão.


Trabalham para : emprego; causas na justiça; imóvel e realização profissional.
Dão também muito passe de dispersão. São diretos para falar.

Seu Sete-Pedreiras em especial na sua incorporação é muito arcada e rude, andam arcado no chão sempre com suas pedras nas mãos, seu fio de contas sempre trazem pedras lascadas, todos espíritos desta falange trazem a justiça de Xangô a todo custo, por este motivo seus médiuns não são tão fáceis de ver pois se sua vida não for regrada rapidamente esses caboclos se afastam, poucos tem a dádiva de trabalhar com este guia de frente.
NAs consultas são ríspidos e rudes, parecendo até mal educados, mas são diretos se rodeios falando a verdade mesmo que esta doa para quem ouve, sua consultas costumam ser rápidas e construtivas.
São ótimos no trabalho de tronqueira pois por serem grandes e robustos reprimem qualquer ação desordenada, trabalham só em casos que não vão de encontro com a lei espiritual, por isso deve-se ter muito cuidado ao invocar as entidades desta linha. Outros caboclos que trabalham com Seu Sete-Pedreiras são: Caboclo Sete-Montanhas, Sete-Cachoeiras, Cajá, Pele Dourada, Pedra Preta, Pedra Branca, Caboclo Guará, Caboclo do Fogo, Caboclo Fogueira, Caboclo Pedra Grande.
Léo Del Pezzo




Salve seu Zé Pilintra!
Saravá a Família Pilintra!!
Salve a corrente dos Malandros! !!


zepilintra
Além do Zé Pilintra, há espíritos mentores, como ele, também conhecidos como Antônio Pilintra, Maria Pilintra, João Pilintra, Joana Pilintra, Mané Pilintra e Rosa Pilintra. Mas ainda, há suas qualidades de Zé Pilintras viradas na esquerda, que ganham atributos específicos da vida do Seu Zé, como Seu Zé Malandrinho, Seu Malandro, Malandro das Almas, Zé da Brilhantina, Malandro da Madrugada, Zé Malandro, Zé Pretinho, Zé da Navalha, Zé do Morro, e por aí vai. Só vale ressaltar que os Malandros não são exus, embora venham na Linha de Esquerda. Ao contrário dos Exus que estão nas encruzilhadas, encontramos os malandros em bares, subidas de morros, festas e muito mais.
Aqui, gostaria de fazer uma especial contribuição sobre uma Guia, muuuuuito importante na minha vida mediúnica. A baiana que eu trabalho desde o meu primeiro dia de Filha de Santo, na Umbanda, Sra. JOANA PILINTRA! Trabalho com ela há 5 anos e desde então, aprendi muito com suas histórias. Em vida, foi mãe de 3 filhos. Trabalhou nas louvas de Milho enquanto o marido foi tentar a sorte no ciclo da borracha, nos seringais. Ela sempre se intitula devota de Nossa Senhora da Glória. Solitária mas muito bonachona, penso na Joana quando penso naquelas mulheres de avental, saia, blusa de campanha e lenço na cabeça. Mulher da Lida!! Mão calejada do trabalho da roça e de casa. Mas, a noite, depois do banho, era Senhora Vaidosa. Sempre em seus vestidos de tecidos muito simples mas rendeiros, Joana só se dedicava, ora aos filhos, ora a comunidade. ‘Rezedeira’, como ela mesma diz, era daquelas que conhecia todo mundo, que era chamada pra ir na casa de todo mundo, mas particularmente na dela, ela não gostava de receber. Dona de uma generosidade sem fim, ao mesmo tempo que ela pode ser carinhosa e cuidadosa, também já a vi dura e rígida. Como mãe que dá a palmatória certa nas horas que tem que dar. Sua fala é comprida… adora uma boa prosa. Mas quando dá pra falar curto e grosso… hummm. Segura! A língua fica maior do que a boca.
Acho que aprendi com ela e com a Família Pilintra esse lado, ri para resistir!!
Dançar, beber e brincar, sem abusar. Porque a vida não é feita só de excessos… é também senhora da moderação. Com eles, percebi quanto dessa luta e dessa gana sou capaz de reinventar, todos os dias, para eu mesma suportar as peripécias que esse mundo dá. E, ao mesmo tempo, fazer da aflição do outro, um motivo de se motivar e prosseguir, como quem trilha sua própria tristeza e avança. Porque vê no outro e projeta na caridade e generosidade alheia a mesma dedicação e o mesmo esforço que tanto precisa ter e desenvolver na vida para dignar a si mesma.

SEGUNDA-FEIRA, 2 DE JANEIRO DE 2012


MARIA MULAMBO DA ESTRADA

 

Sua lenda diz que Maria Mulambo nasceu em berço de ouro, cercada de luxo. Seus pais não eram reis, mas faziam parte da
corte no pequeno reinado. Maria cresceu sempre bonita e delicada. Com seus trejeitos, sempre foi chamada de princesinha, mas não
o era. Aos 15 anos, foi pedida em casamento pelo rei, para casar-se com seu filho de 40 anos.
Foi um casamento sem amor, apenas para que as famílias se unissem e a fortuna aumentasse. Os anos se passavam e
Maria não engravidava. O reino precisava de um outro sucessor ao trono. Maria amargava a dor, além de manter um casamento sem
amor, ser chamada de árvore que não dá frutos; e nesta época, toda mulher que não tinha filhos era tida como amaldiçoada.
Paralelamente a isso tudo, a nossa Maria era uma mulher que praticava a caridade, indo ela mesma aos povoados pobres do
reino, ajudar aos doentes e necessitados. Nessas suas idas aos locais mais pobres, conheceu um jovem, apenas dois anos mais
velho que ela, que havia ficado viúvo e tinha três filhos pequenos, dos quais cuidava como todo amor. Foi amor à primeira vista, de
ambas as partes, só que nenhum dos dois tinha coragem de aceitar esse amor. O rei morreu, o príncipe foi coroado e Maria declarada
rainha daquele pequeno país.
O povo adorava Maria, mas alguns a viam com olhar de inveja e criticavam Maria por não poder engravidar. No dia da coroação
os pobres súditos não tinham o que oferecer a Maria, que era tão bondosa com eles. Então fizeram um tapete de flores para que
Maria passasse por cima. A nossa Maria se emocionou; seu marido, o rei, morreu de inveja e ao chegar ao castelo trancou Maria no
quarto e deu-lhe a primeira das inúmeras surras que ele lhe aplicaria. Bastava ele beber um pouquinho e Maria sofria com suas
agressões verbais, tapas, socos e pontapés. Mesmo machucada, nossa Maria não parou de ir aos povoados pobres praticar a caridade.
Num destes dias, o amado de Maria, ao vê-la com tantas marcas, resolveu declarar seu amor e propôs que fugissem, para viverem
realmente seu grande amor. Combinaram tudo. Os pais do rapaz tomariam conta de seus filhos até que a situação se acalmasse e ele
pudesse reconstruir a família. Maria fugiu com seu amor apenas com a roupa do corpo, deixando ouro e jóias para trás.
O rei no princípio mandou procurá-la, mas, como não a encontrou, desistiu. Maria agora não se vestia com luxo e riquezas,
agora vestia roupas humildes que, de tão surradas, pareciam mulambos; só que ela era feliz. E engravidou. A notícia correu todo o
país e chegou aos ouvidos do rei. O rei se desesperou em saber que ele é que era uma árvore que não dá frutos. A loucura tomou
conta dele ao saber que era estéril e, como rei, ele achava que isso não podia acontecer. Ele tinha que limpar seu nome e sua honra.
Mandou seus guardas prenderem Maria, que de rainha passou a ser chamada de Maria Mulambo, não como deboche mas, sim, pelo
fato de ela agora pertencer ao povo. Ordenou aos guardas que amarrassem duas pedras aos pés de Maria e que a jogassem na parte
mais funda do rio. O povo não soube, somente os guardas; só que 7 dias após esse crime, às margens do rio, no local onde Maria foi
morta, começaram a nascer flores que nunca ali haviam nascido. os peixes do rio somente eram pescados naquele local, onde só
faltavam pular fora d’água. Seu amado desconfiou e mergulhou no rio, procurando o corpo de Maria; e o encontrou.
Mesmo depois de estar tantos dias mergulhado na água, o corpo estava intacto; parecia que ia voltar à vida. os mulambos com
que Maria foi jogada ao rio sumiram. Sua roupa era de rainha. Jóias cobriam seu corpo. Velaram seu corpo inerte e, como era de
costume, fizeram uma cerimônia digna de uma rainha e cremaram seu corpo. O rei enlouqueceu. Seu amado nunca mais se casou,
cultuando-a por toda a vida, à espera de poder encontrá-la de novo. À espera de poder reencontrar sua Maria. No dia em que ele
morreu e reencontrou Maria, o céu se fez do azul mais límpido e teve início a primavera.
Assim a nossa Maria, que agora era a rainha Maria Mulambo, virou lenda; e até hoje é invocada para proteção dos amores
impossíveis.
MAIS UM PEDACINHO DE MULAMBO PARA VOCÊ …!!!
COMO MULAMBO É …
D. Maria Mulambo mostra-se quase sempre bonita, feminina, amável, elegante, sedutora. Ela gosta das bebidas suaves como
vinhos doces, licores, cidra, champanhe, anis, etc. E gosta dos cigarros e cigarrilhas de boa qualidade, assim como também lhe atrai o
luxo, o brilho e o destaque. Usa sempre muitos colares, anéis, brincos, pulseiras, etc. Exus e pombagiras dessa linha (estrada) são os
mais Brincalhões. Suas consultas são sempre recheadas de boas gargalhadas, porém é bom lembrar que como em qualquer consulta
com um guia incorporado, o respeito deve ser mantido e sendo assim estas brincadeiras devem partir SEMPRE do guia e nunca do
consulente.
São os guias que mais dão consultas em uma gira de Exu, se movimentam muito e também falam bastante, alguns chegam a
dar consulta a várias pessoas ao mesmo tempo. Nesta linha trabalham vários espíritos, desde os Exus da estrada propriamente dita,
como também os Cíganos e a malandragem. Também se encaixam nesta linha alguns espíritos, que apesar de já terem atingido um
certo grau de evolução, optaram por continuar sua jornada espiritual trabalhando como Exus .
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TERÇA-FEIRA, 6 DE DEZEMBRO DE 2011


HOMENAGEM A OXUM S.E.S.L.

HOMENAGEM FEITA PELA SOCIEDADE ESPIRITA SÃO LÁZARO A MAMÃE OXUM:
























AGRADECEMOS A MAMÃE OXUM PELO AXÉ RECEBIDO NESTE LINDO DIA.
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TERÇA-FEIRA, 6 DE DEZEMBRO DE 2011


Cayçaras


Princesa Cayçara 
Princesa Cayçara
A Princesa Cayçara quando encarnada neste Plano Físico era uma Cabocla que vivia na mata selvagem, e comandava um grande povo, razão essa de ser o seu nome de origem indígena “CAYÇARA”.
Naquela época havia tribos de índios guerreiros que, por sua natureza, eram rivais da Cayçara e de seu Povo, eles os perseguiam na tentativa de exterminá-los.
Um dia a Cayçara teve uma visão, e por intuição começou a esconder seu Povo nas matas, prevendo a chegada daqueles selvagens guerreiros.
Não tardou muito quando surgiram os rivais de sua tribo, sedentos de ódio, de maldade, de destruição, que a pegaram, pois a Cabocla Cayçara já sabia o seu destino, e por esse motivo ficou à mercê daqueles sanguinários para salvar o seu povo. Eles a maltrataram, fazendo-lhe muitas crueldades, terminando por sacrificá-la em uma roda de fogo.
Assim desencarnou a Cabocla Cayçara, sem que os seus comandados (seu povo), sofresse o mesmo destino, ela desencarnou para salvá-los.
O povo da Cabocla Cayçara, sem a sua liderança, se perdeu, e hoje no Plano Espiritual, ela na roupagem de Princesa Cayçara, está a reuni-los nesta missão, neste sacerdócio.
A Falange das Cayçaras tem missão específica no trabalho de Estrela, razão pela qual trazemos em nossa Indumentária a miniatura da Estrela Candente.
Somos as Caçadoras no Mundo dos Espíritos menos esclarecidos, e trabalhamos juntamente com as Falanges das Madalenas, das Muruaicys e com os Cavaleiros da Falange de Ypuena.
A missão no Mundo Espiritual é muito bonita, importante e sofrida.
As Caçadoras do Espaço vão aos Vales das Sombras, às Cavernas e, onde estiver uma Cayçara, com sua rede magnética, estará ao seu lado um Cavaleiro da Falange de Ypuena.
As Muruaicys seguem sempre na frente abrindo os portões magnéticos desses lugares (Vales das Sombras e Cavernas), onde encontram aqueles Espíritos que “por sua força e ferocidade, são Espíritos de tal forma deformados pelo ódio, por sua vibração negativa, que apresentam formas animalizadas e até monstruosas”.
As Muruaicys se aproximam dos portões magnéticos, jogam seu charme e vem cantando mantras muito bonitos e toda luz para aqueles Espíritos, que estão do lado de dentro dos portões que separam o mundo evoluído, dos negros abismos, das chamas ardentes, dos vales negros da incompreensão.
Os Espíritos ficam admirando aquela beleza e, como que hipnotizados, são atraídos por aquele encanto, deixando-se levar e vão se aproximando dos portões e, quando pensam em se afastar, aparecem as Guias Madalenas que fazem no etérico, em frente aos portões, um poço de lama.
É uma lama pegajosa, de cor escura, repelente, onde elas (Madalenas) se jogam, transformando-se, mudando sua roupagem e ficando irreconhecíveis, semelhantes a esses Espíritos que as confundem e, na tentativa de agarrá-las, pensando serem elas da mesma condensação, são surpreendidos e aprisionados pelas redes magnéticas lançadas pelas Guias Cayçaras, não escapando nenhum.
Todos aqueles que ultrapassarem as barreiras dos portões de entrada são levados, pois os Cavaleiros da Falange de Ipuena, de honra e guarda das Cayçaras as protegem com seus escudos.
As Guias Cayçaras clamam pela presença e a Força do Cavaleiro da Lança Vermelha, do Poder da Cura Desobsessiva dos cegos, dos mudos e dos incompreendidos, para ajudá-las a transportar esses Espíritos até a Estrela Candente.
Eles recebem no trabalho de Estrela Candente a Energia Ectoplasmática extraída do Plexo Iniciático dos Doutrinadores, deixada nos esquifes, recebendo a Doutrina como complemento e o lenitivo para sua dor, se energizando para que possam alcançar os Mundos Encantados de Deus Pai Todo Poderoso.
Nossa Mãe Clarividente nos pedia sempre em reuniões, que lutássemos juntas, unidas, com as mentes elevadas a JESUS Divino e Amado Mestre, para que em hipótese alguma viéssemos a magoar, ferir ou muito menos decepcionar a nossa Princesa Cayçara, uma vez que ela já sofreu muito tentando nos unir.
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TERÇA-FEIRA, 6 DE DEZEMBRO DE 2011


EXU GIRA-MUNDO

Seu Gira-Mundo é de serventia de Xangô, trabalha no corte de negativos e desmancho de trabalhos de baixa magia cortando correntes numa situação tormentosa, de correntes de atrito de ordem astral percebendo-se males cardíacos; desenrola (dentro da linha justa) casos arrastados na justiça tendo trabalhos de magia interferindo no andamento e descarga e desimpregnação nos filhos de Xangô. Pode-se dizer que ele é o "machado" de Xangô é a lâmina do corte da justiça divina de Xangô, o grande executor.
Este Exu não é muito fácil de se ver em terra, pois seus aparelhos de ação são muito cobrados por este grande Maioral, este Exu é a solidificação do fogo sagrado, um grande justiceiro e manipulador das energias do fogo. Como todo maioral este Exu é incompreendido, pois por serem os justiceiros cármicos são a linha de frente da justiça de Xangô "quem deve paga, quem merece recebe"

Ponto a Exu Gira-Mundo

Girou,girou
Girou,girou
Girou Exu Gira-Mundo
Girou,girou
Girou,girou
Exu, que vence demanda
É rei na encruza
Saravá Umbanda
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Seu Gira-Mundo é amigo e camarada
Seu Gira-Mundo é amigo e camarada
Ele sempre lhe dá tudo, mas nunca fica sem nada
Ele sempre lhe dá tudo, mas nunca fica sem nada
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TERÇA-FEIRA, 6 DE DEZEMBRO DE 2011


TATUAGENS






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SEXTA-FEIRA, 25 DE NOVEMBRO DE 2011



DIA DA BAIANA

Esta sexta-feira, 25 de novembro, é o dia dedicado às baianas de acarajé. Pelas ruas de Salvador, são mais de quatro mil profissionais que viraram símbolo da Bahia vendendo o tradicional bolinho feito à base de feijão fradinho e frito no azeite de dendê.
As homenagens começaram cedo com uma alvorada e às 9h30 será realizada uma celebração na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, Centro Histórico de Salvador. Depois da cerimônia, os festejos seguem pelo Terreiro de Jesus, também no Centro Histórico. A comemoração será incrementada pelo samba de roda no monumento da Cruz Caída, onde será servido um almoço às 12h. No local, está instalada o Memorial das Baianas.
A atividade das baianas de acarajé já é considerada patrimônio cultural imaterial do Brasil. O historiador Manoel Passos explica que o tombamento traz, sobretudo, "mais respeito". O especialista explica que bolinho de Oiá, ou de Iansã, como é chamado no Candomblé, começou a ser vendido em maior escala pelas mulheres alforriadas após a abolição da escravatura e a partir daí, ganhou a cidade. Para o pesquisador, a conquista das baianas serve para "barrar o preconceito que ainda insiste em se manter na sociedade".
Nos tabuleiros das vendedoras mais famosas em Salvador, um acarajé custa em média R$ 5, mas o bolinho pode ganhar um preço mais baixo em bairros populares da cidade.
Rita dos Santos, coordenadora da Associação de Baianas de Acarajé, comemora o dia, mas ressalta que a luta das baianas está na tentativa de regulamentação da profissão. "Estamos comemorando este passo para que o Ministério do Trabalho reconheça a nossa profissão", diz. A baiana ainda relata as dificuldades diárias em comercializar a iguaria na capital. "Hoje está muito difícil sustentar a família com a venda do acarajé, principalmente por conta do comércio em delicatessens e outros estabelecimentos fechados", salienta.
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DOMINGO, 13 DE NOVEMBRO DE 2011


OGUM XOROQUÊ



Segundo a tradição afro-brasileira, Ogum foi o segundo filho de Yemanjá e Oxalá, devido a isso, ligou-se por uma grande amizade ao irmão mais velho, Exú, que lhe era mais próximo do que os demais irmãos. Aventureiros, os dois andavam sempre juntos. Seus interesses e habilidades eram muito semelhantes: donos das estradas do mundo, enquanto Exú dominava as encruzilhadas, Ogum mandava nas retas dos caminhos. O desbravamento de novos espaços, a abertura de passagens e a luta contra os inimigos constituiam sua vida.

Talvez essa grande união e afinidade explique a existência de uma entidade que reúne as características dos dois Orixás: Exú-Ogum, segundo Nina Rodrigues (citado por Câmara Cascudo e por Roger Bastide), seria o nome dado pelos iorubás ao Orixá do ferro (Ogum) sob sua forma de Deus da guerra, ou ao Exú de ferro, uma das duas modalidades gerais de Exu (a outra é Exú da terra), que simboliza os ossos (os minérios), o esqueleto do corpo da terra. Essa fusão parece não existir somente no Brasil: Câmara Cascudo também cita o pesquisador Fernando Ortiz, que descreve a existência de uma combinação semelhante, encontrada eventualmente na Santería de Cuba.

Apenas um apelido, pois a palavra significa em português aquele que fala mais alto, soro = falar, ke = mais alto, que corta cruelmente. Ogúm Soroke ou Xoroquê aqui no Brasil surgiu na realidade da necessidade de um sacerdote que então ele juntou Esú, Oxalá e o próprio Ogum cultuavam Ogúm em um pé de árvore chamado Obogúta uma árvore imensa de tronco grande parecido com a gameleira enfrente a sua casa de axé.

Ele plantou essa árvore louvando a essência de Ogún e ali colocou alguns alkidares, pois na África se cultua assim em pé de árvore e ele queria fazer o mesmo. Mas eis que as pessoas iam ao pé desta árvore namorar enfim por ser uma árvore muito grande. Então ele juntou ao plantado que era Ogún uma serie de coisas então colocou um pote grande colocou tridente colocou um pano vermelho e preto e outro branco matou um galo e colocou pendurado nos ferros quando as pessoas viam aquilo tudo corria.

Um dia um outro sacerdote perguntou a ele porque tudo aquilo ai ele disse assim: Ogúm xoro-kê o que significa ogúm-xóró-kê Ogúm falou mais alto na verdade está é uma lenda que se originou ao orixá Ogum xoroquê no Brasil por tanto lendas não existe. Então o que seria a ajunção do vermelho preto e o branco? Seria Esú Oxalá, e Ogúm na verdade o nome deste orixá verdadeiramente falando é Baráguiàn, Oní Baráguiãn Oni (Ogún nome verdadeiro de Ogum) Bará (diríamos que seria o espírito de vida) Guiãm (vindo dos céus). Dentro de Itãns (rezas) Baráguiãn tornou Baráguiãn porque usou de irá, mas ao mesmo tempo se arrependeu se temos e nossas vidas essas coisas de ficarmos muito bravos e depois nos arrependermos é trazido desta essência de Baráguiãn ele se revoltou com algumas coisas na criação no Universo e depois se arrependeu. Baráguiãn entrou no subsolo da terra extraindo de uma irá, mas ao se deparar com Oxalá ele se curvou e se arrependeu. Em Olodumare deixou em Baráguiãn o destino diga filho de Olodumares das pessoas no Mundo dentro disso as pessoas confunde-se que ele seja um Exu.

Mas não é ele é um Oxalá, mas se fez vingativo, mas ao mesmo tempo benevolente e sábio em suas ações. Baráguiãn anda muito até que se arrependa de seus atos, mas se bem cuidado ele traz a mesma paz que Oxalá. Herança de Olodumare Irá de Esú porque desceu nos sete infernos abaixo da terra e a guerra onde travou sua primeira irá com o orixá Ogum. Vejam quantos nomes tem esse orixá, Oxaguiãn, Baráguiãn, Baravagãn, e o xoroquê Oxaguiãn a palavra é Oxá (sábio, feiticeiro) Guiàn dos céus Bará (nome próprio) Guiãn dos céus Baravagãn (Bará nome contrário, mas próprio) Vágãn (caminhar) que vem do sentido o que vaga o que caminha nas estradas da vida. Juntando todos encontraremos um só Orixá.

O PERFIL DO ORIXÁ

Divindade masculina ioruba, figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos. Foi uma das primeiras figuras do candomblé incorporada por outros cultos, notadamente pela Umbanda, onde é muito popular.

Tem sincretismo com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.
A relação de Ogum com os militares (é considerado o protetor de todos os guerreiros) tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo ioruba. Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou.

Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após te sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou.


Ogum não era, segundo as lendas, figura que se preocupasse com a administração do reino de seu pai, Odudua; ele não gostava de ficar quieto no palácio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moças da região e brigas com seus namorados.

Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, por que fosse a independência a ele garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta. Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.

Segundo as pesquisas de Monique Augras, na África, Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, tatuadores, e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria automobilística, de computação e da aviação.

Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido.

É pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão.

Tem, junto com Exu, posição de destaque logo no início de um ritual. Tal como Exu, Ogum também gosta de vir à frente. A força de Ogum está tanto na coragem de se lançar à luta como na objetividade que o domina nesses momentos (e o abandona nos momentos de prazer e gozo).

É fácil, nesse sentido, entender a popularidade de Ogum: em primeiro lugar, o negro reprimido, longe de sua terra, de seu papel social tradicional, não tinha mais ninguém para apelar, senão para os dois deuses que efetivamente o defendiam: Exu (a magia) e Ogum (a guerra); segundo Pierre Verger. Em segundo lugar, além da ajuda que pode prestar em qualquer luta, Ogum é o representante no panteão africano não só do conquistador mas também do trabalhador manual, do operário que transforma a matéria-prima em produto acabado: ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias inertes a serem modificadas .

Ogum gosta do preto no branco, dos assuntos definidos em rápidas palavras, de falar diretamente a verdade sem ter de preocupar-se em adaptar seu discurso para cada pessoa.

Ogum gosta de dormir no chão, precisa que o corpo entre em contato sempre direto com a natureza e dispensa roupas elaboradas e caras, que possam ser complicadas de vestir ou que exijam muito espaço na mochila. Não tem compromisso com ninguém, nem com seus próprios objetos.

A violência e a energia, porém não explicam Ogum totalmente. Ele não é o tipo austero, embora sério e dramático, nunca contidamente grave. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sensualidade não se contenta em esperar nem aceita a rejeição. Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro.

Existem sete tipos diferentes de Ogum, mas Ogum Xoroquê merece um destaque específico, pois é um Orixá masculino duplo, ou seja possui duas formas diferentes de manifestação. É associado à irmandade e afinidade estreita de Ogum com Exu, pois passa seis meses do ano como Ogum e os outros como Exu, sendo considerado guerreiro feroz, irascível e imbatível.

OGUM XOROQUÊ

Em primeiro lugar temos que nos lembrar de que Ogum Xoroquê existe aqui no Brasil, na África ele era conhecido como Xoroquê ou, mais precisamente Exú Xoroquê, ele era o guardião das porteiras de Gêge. Mais tarde teria sido roubado por outras tribos. Uns dizem os Yorúbas outros dizem que os Bantos o roubaram, mas o certo mesmo é que ele foi roubado.

Cultuamos Xoroquê como uma dualidade. Metade exú metade ogum. Sempre que fazemos algo para ele, temos que ter em mente que essas duas entidades distintas fundem-se em um só quando realizados os seus atos.

Ao lidarmos com essa entidade toda precaução é pouca, uma vez que ele sempre está pronto para ajudar, mas, não conhece a palavra perdão. Dono do ouro e da magia é constantemente chamado para abrir caminhos, algumas pessoas despreparadas insistem em chamar esse Orixá para ajudar na solução de problemas variados, desde a abertura de caminhos até mesmo nas questões financeiras e amorosas. Mas, se por ventura não alcançam seus objetivos, se enfurecem e alguns até mesmo blasfemam.

O que acontece é que Xoroquê assim como os demais Orixás, não atende pessoas que não sejam devidamente preparadas para a realização de seus atos ritualísticos secretos.

Na realidade Xoroquê sempre atende os pedidos a ele feitos com fé e amor, desde que seja o consulente orientado por um zelador devidamente preparado, mas, a pessoa que a ele se dirige deve tomar alguns cuidados como, por exemplo, dar a ele tudo o que for prometido, pois uma vez com Raiva da pessoa, ele pode tirar tudo que deu.

Se bem tratado, se respeitado e amado com veemência, dará muito mais do que a pessoa pediu e claro, que esteja em seu merecimento receber. Seus iniciados quando praticam qualquer ato contrario às determinações dele, são cobrados de forma severa, e, essa cobrança pode ser de três, sete ou vinte e um anos, dependendo do erro.

Para alguns zeladores, ele é um Ogum muito briguento e feroz, e quando bravo se transforma em um Exú. Tem por hábito pegar as quizilas e problemas de seus filhos e adeptos para ele mesmo. Seu nome em Yorúba significa: Xoro = Cortar, Ké = feroz. Assim sendo, Xoroquê, se traduz como: aquele que corta ferozmente. Apenas pela tradução de seu nome podemos ver que se trata de uma entidade totalmente sem controle algum de nossa parte e assim sendo precisamos tratá-lo com muito zelo.

Grande guardião das forças espaciais, daquelas que habitam as esferas altas, Xoroquê tem assim livre passagem entre o mundo dos vivos e o mundo dos Orixás, encantados e dos mortos.

Uma ambiguidade que sempre está disposta a ajudar a nós seres humanos, com seus conhecimentos e com sua magia. Senhor absoluto das magias viaja através do tempo ajudando as pessoas que a ele recorrem.

Xoroquê então é na verdade nosso amigo, pronto a nos ajudar sem medir esforços, basta que saibamos como lidar com ele, como invocarmos sua força e com certeza ele virá em nosso socorro.

AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OGUM

Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto. São conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos, conseqüentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina, tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo. São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande.

Os filhos de Ogum custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.

São pessoas determinadas e com vigor e espírito de competição. Mostram-se líderes natos e com coragem para enfrentar qualquer missão, mas são francos e, às vezes, rudes ao impor sua vontade e idéias. Arrependem-se quando vêem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas idéias e opiniões, desde que sejam coerentes e precisas.As pessoas de Ogum são práticas e inquietas, nunca "falam por trás" de alguém, não gostam de traição, dissimulação ou injustiça com os mais fracos.

Nenhum filho de Ogum nasce equilibrado. Seu temperamento, difícil e rebelde, o torna, desde a infância, quase um desajustado. Entretanto, como não depende de ninguém para vencer suas dificuldades, com o crescimento vai se libertando e acomodando-se às suas necessidades. Quando os filhos de Ogum conseguem equilibrar seu gênio impulsivo com sua garra, a vida lhe fica bem mais fácil. Se ele conseguisse esperar ao menos 24 hs. para decidir, evitaria muitos revezes, muito embora, por mais incrível que pareça, são calculistas e estrategistas. Contar até 10 antes de deixar explodir sua zanga, também lhe evitaria muitos remorsos. Seu maior defeito é o gênio impulsivo e sua maior qualidade é que sempre, seja pelo caminho que for, será sempre um Vencedor.

A sua impaciência é marcante. Tem decisões precipitadas. Inicia tudo sem se preocupar como vai terminar e nem quando. Está sempre em busca do considerado o impossível. Ama o desafio. Não recusa luta e quanto maior o obstáculo mais desperta a garra para ultrapassá-lo. Como os soldados que conquistavam cidades e depois a largavam para seguir em novas conquistas, os filhos de Ogum perseguem tenazmente um objetivo: quando o atinge, imediatamente o larga e parte em procura de outro. É insaciável em suas próprias conquistas.

Não admite a injustiça e costuma proteger os mais fracos, assumindo integralmente a situação daquele que quer proteger. Sabe mandar sem nenhum constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde que não seja desrespeitado. Adapta-se facilmente em qualquer lugar. Come para viver, não fazendo questão da qualidade ou paladar da comida. Por ser Ogum o Orixá do Ferro e do Fogo seu filho gosta muito de armas, facas, espadas e das coisas feitas em ferro ou latão. É franco, muitas vezes até com assustadora agressividade. Não faz rodeio para dizer as coisas. Não admite a fraqueza e a falta de garra.

Têm um grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as ofensas sérias de que são vítimas. São desgarrados materialmente de qualquer coisa, pessoas curiosas e resistentes, tendo grande capacidade de se concentrar num objetivo a ser conquistado, persistentes, extraordinária coragem, franqueza absoluta chegando à arrogância. Quando não estão presos a acessos de raiva, são grandes amigos e companheiros para todas as horas.

É pessoa de tipo esguio e procura sempre manter-se bem fisicamente. Adora o esporte e está sempre agitado e em movimento, tendem a ser musculosos e atléticos, principalmente na juventude, tendo grande energia nervosa que necessita ser descarregadas em qualquer atividade que não implique em desgastes físicos.

Sua vida amorosa tende a ser muito variada, sem grandes ligações perenes, mas sim superficiais e rápidas.


Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi: Odé Mutaloiá
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DOMINGO, 13 DE NOVEMBRO DE 2011


Xangô do Nordeste



Xangô do Nordeste também conhecido como Xangô do Recife, Xangô de Pernambuco ou Nagô Egbá.
Em todo o Nordeste da Paraíba à Bahia, a influência dos Iorubas prevalece a dos Daomé. Esta é a zona mais conhecida quanto às religiões africanas, a que deu lugar a maior número de pesquisas e de trabalhos. Se encontra duas palavras para designá-las, a de Xangô em Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, e de Candomblé da Bahia para o sul, esta dualidade de nomes, que não são nomes dados pelos negros, mas sim pelos brancos em virtude da popularidade e importância de Xangô nessa região, e Candomblé por designar toda dança dos negros, tanto profanas como religiosas.

Pureza Nagô
Mundicarmo Ferretti em "Pureza nagô e nações africanas no Tambor de Mina do Maranhão" escreve: "Os terreiros de religião de origem africana mais identificados com a África geralmente constroem sua identidade tomando como referência o conceito de “nação”, que os vincula ao continente africano, à África negra, através de uma casa de culto aberta no Brasil por africanos antes da abolição da escravidão (“de raiz africana”). No campo religioso afro-brasileiro, os terreiros Nagô mais antigos e tradicionais da Bahia foram considerados, tanto por pais-de-santo como por pesquisadores da área acadêmica, como mais puros ou autênticos e sua “nação” como mais preservada e/ou organizada. A partir do que foi convencionado na Bahia como “nagô puro”, têm sido avaliados terreiros nagô de outros estados das mais diversas denominações: Candomblé, Xangô, Mina, Batuque e outras. Analisando a questão da “pureza nagô”, Beatriz Góis Dantas (Dantas, 1988), apoiada em pesquisa realizada em Sergipe, mostra que, apesar da hegemonia do Candomblé nagô da Bahia na religião afro-brasileira, os indicadores de autenticidade africana ou “pureza nagô” adotados na Bahia nem sempre são os mesmos de outros estados e que traços muito valorizados no Candomblé da Bahia podem ser desvalorizados ou até rejeitados em terreiros de outras localidades."
Fernandes, Gonçalves - autor do livro Xangôs no Nordeste, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1937, também é autor do livro O Sincretismo Religioso no Brasil, São Paulo, Guairá, 1941, que fala sobre a noite de 1 de fevereiro de 1912 nas ruas da cidade de Maceió onde houve cenas de muita violência, com a invasão e destruíção dos mais importantes terreiros de Xangô de Alagoas.
O Sítio de Pai Adão foi tombamento pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE[1], e todo o conhecimento foi transmitido sucessivamente a Obalonein, Fatemi e Oluandê, para que finalmente fossem passados em Belford Roxo a Osunaloji (Pai Milton), que zela pela conservação e manutenção dessa tradição recebida, no Ilê Axé Agawere Xapanan. Em seu ilê (casa), cujo orixá patrono é Iemanjá, as novas gerações de filhos de santo recebem dele todo esse rico arsenal de cultura afro-brasileira, com fundamento na nação Nagô-Egbá. Liderado hoje por Manuel Papai e Maria das Dores ja falecida, juntamente Pai Raminho de Oxossi que incentiva os desfiles de Maracatu no Carnaval do Recife[2].
Fatemi que antes do seu falecimento, procurou de todas as formas um sucessor(a), logrando êxito apenas em uma de suas Omorisa de nomeOluandê. Sem esquecer de Yá Ciça de Yemanjá, já falecida, de Yá Talamuzango, também falecida. Essas pessoas, foram as responsáveis diretas pela manutenção dos ritos Nago Egba no Rio de Janeiro.
No Maranhão, a Casa Fanti Ashanti, em São Luís, nação Jeje-Nagô, babalorixá Euclides Menezes Ferreira (Talabian), (de Oxaguian c/Oxum) e Mãe Isabel de Xangô com Oxum. A raiz é do Sitio de Pai Adão, Nagô do Recife.
Em São Paulo, a iyalorixá Maria das Dores Talabideiyn deixou a seu filho Pai José Alabiy (José Gomes Barbosa), babalorixá do Ilê Axé Ajagunã Obá Olá Fadaká, a tradição Egbá, passada à sua filha Oya Dolu (Lorena de Santiago) iyalorixá do Ilê Axé Oya Tundê, juntamente com Baba Alajemi (Nilso Jorge Júnior), onde também se preservam os mais antigos fundamentos do Nago-Egba. Entre outros, destaca-se a iyalorixá Valdecir de Obaluaye que, sendo filha-de-santo de Osunalogi, traz consigo a tradição e cultura dessa grande raíz.
No Rio de Janeiro, a sacerdotiza nigeriana Adioê Bamgballa (Liberata Martins Rubião; contemporâneo de João Alabá e Assumano), trouxe para o Brasil os fetiches necessários para o culto aos Orixás, em especial Iemanjá; que passou à ser considerada a divindade patrona da nação; quando ele utiliza alguns fetiches retirados do rio Ogun onde Iemanjá é cultuada em Abeokutá, para assentar os Orixás de sua casa, após se desligar do Sitio do Pai Adão, onde fora iniciada; fundando assim a Raiz Bamgballa, que atualmente tem o Baba Beto de Bara, como seu principal representante e atual guardião da Iemanjá da Nação e zelador dos axés.
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DOMINGO, 6 DE NOVEMBRO DE 2011


VOVÓ CATARINA DE ANGOLA


Os tambores tocavam o ritmo cadenciado dos Orixás, e nós dançávamos. Dançávamos todos em volta da fogueira improvisada ou à luz de tochas ou velas de cera que fazíamos. A comida era pouca, mas para passar a fome nós dançávamos a dança dos Orixás. E assim, ao som dos tambores de nosso povo, nos divertíamos, para não morrer de tristeza e sofrimento. Eu era chamada de feiticeira. Mas eu não era feiticeira, era curandeira. Entendia de ervas, com as quais fazia remédios para o meu povo, e de parto; eu era a parteira do povo de Angola, que estava errando naquela terra de meu Deus. Até que Sinhazinha me tirou do meu povo. Ela não queria que eu usasse meus conhecimentos para curar os negros, somente os brancos; afinal, negro - dizia ela - tinha que trabalhar e trabalhar até morrer. Depois, era só substituir por outro. Mas Dona Moça não pensava assim. Ela gostava de mim, e eu, dela. Fui jogada num canto, separada dos outros escravos, e todas as noites eu chorava ao saber que meu povo sofria e eu não podia fazer nada para ajudar. De dia eu descascava coco e moía café no pilão. À noite eu cantava sozinha, solitária. E ouvia o cantar triste de meu povo, de longe. Ouvia o lamento dos negros de Angola pedindo a Oxalá a liberdade, que só depois nós entendemos o que era. E os tambores tocavam o seu lamento triste, o seu toque cadenciado, enquanto eu respondia de meu cativeiro com as rezas dos meus Orixás. A liberdade, que era cantada por todos do cativeiro, só mais tarde é que nós a compreendemos. A liberdade era de dentro, e não de fora.

Aqueles eram dias difíceis, e nós aprendemos com os cânticos de Oxóssi e as armas de Ogum o que era se humilhar, sofrer e servir, até que nosso espírito estivesse acostumado tanto ao sofrimento e a servir sem discutir, sem nada obter em troca, que, a um simples sinal de dor ou qualquer necessidade, nós estávamos ali, prontos para servir, preparados para trabalhar. E nosso Pai Oxalá nos ensinou, em meio aos toques dos tambores na senzala ou aos chicotes do capitão, que é mais proveitoso servir e sofrer do que ser servido e provocar a infelicidade dos outros.

Um dia, vítima do desespero de Sinhá, eu fui levada à noite para o tronco, enquanto meus irmãos na senzala cantavam. A cada toque mais forte dos tambores, eu recebia uma chibatada, até que, desfalecendo, fui conduzida nos braços de Oxalá para o reino de Aruanda. Meu corpo, na verdade, estava morto, mas eu estava livre, no meio das estrelas de Aruanda. Em meu espírito não restou nenhum rancor, mas apenas um profundo agradecimento aos meus antigos senhores, por me ensinar, com o suor e o sofrimento, que mais compensa ser bom do que mau; sofrer cumprindo nosso dever do que sorrir na ilusão; trabalhar pelo bem de todos do que servir de tropeço. Eu era agora liberta, e nenhum chicote, nenhuma senzala poderia me prender, porque agora eu poderia ouvir por todo lado o barulho dos tambores de Angola, mas também do Kêtu, de Luanda, de Jêje e de todo lugar. Em meio às estrelas de Aruanda eu rezava. Rezava agradecida ao meu Pai Oxalá.

Fui pra Aruanda, lugar de muita paz! Mas eu retomei. Pedi a meu Pai Oxalá que desse oportunidade pra eu voltar ao Brasil pra poder ajudar a Sinhá, pois ela me ensinou muita coisa com o jeito dela nos tratar. E eu voltei. Agora as coisas pareciam mudadas. Eu não era aquela nega feia e escrava. Era filha de gente grande e bonita, sabia ler e ensinava crianças dos outros. Um dia bateu na minha porta um homem com uma menina enjeitada da mãe. Era muito esquisita, doente e trazia nela o mal da lepra. Tadinha! Não tinha pra onde ir, e o pai desesperado não sabia o que fazer. Adotei a pobre coitada, fui tratando aos poucos e, quando me casei, levei a menina comigo. Cresceu, deu problema, mas eu a amava muito. Até que um dia ela veio a desencarnar em meus braços, de um jeito que fazia dó. Quando eu retomei pra Aruanda, o que vocês chamam de plano espiritual, ela veio me receber com os braços abertos e chorando muito, muito mesmo. Perguntei por que chorava, se nós duas agora estávamos livres do sofrimento da carne, então, ela, transformando-se em minha frente, assumiu a feição de Sinhazinha! Ela era a minha Sinhá do tempo do cativeiro. E nós duas nos abraçamos e choramos juntas. Hoje, trabalhamos nas falanges da Umbanda, com a esperança de passar a nossa experiência pra muitos que ainda se encontram perdidos em suas dificuldades.

  • Extraído do Livro (TAMBORES DE ANGOLA)

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DOMINGO, 6 DE NOVEMBRO DE 2011


MARIA NAVALHA


A pomba gira navalha que muitas vezes confundem com malandragem é uma pomba gira odara que trabalha com os malandros e exus de calunga.

  
É uma pomba gira amiga e conselheira, quando cuida da forma correta ou presenteada ajuda seus cavalos nas questões financeiras e do amor.

Ela como nenhuma outra é autentica e adora envolver seus amigos com suas canções de alegria e de dor, carrega consigo sua navalha marca dessa pomba gira incrivel , ela é uma pomba gira que cobra seus cavalos na saúde e trazendo muita confusão e brigas domiciliares, fechando às portas financeiras levando às vezes a pessoa a loucura.

Adora bebidas de bar, e também petiscos de bar como salames, queijos, ovos, lingüiça entre outros, padê, frangas e cigarro.

Gosta de usar chapéu e calça, sua cor pode ser vermelho e preto, branco e vermelho, existem qualidades que usam saia.

Maria navalha não gosta de ser afrontada diz que perdoa, mais sempre da o troco.

 Pomba gira malvada porque matou o rapaz a eu mato e vou preso a senhora mata e não vai!

Pomba gira malvada porque matou o rapaz a eu mato e vou preso a senhora mata e não vai !

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DOMINGO, 13 DE NOVEMBRO DE 2011


Cigana Salomé do Egito

Com cabelos longos e ondulados, e olhos profundamente negros e amendoados, Salomé traz em sua cabeça um adorno de ouro que ganhou de seu pai e no pescoço um cordão de ouro herança de sua mãe.
Sua voz é doce, mas sua palavra é de ferro, pois sabe mandar, mas ao mesmo tempo acolhe seus protegidos com amor e carinho, e os livra de muitas perseguições, pois esta cigana é justiceira, e luta por quem nela tem fé.Esta cigana é maravilhosa,a beleza de Salomé era marcante e exótica.
Excelente vidente, e tiradora de cartas era sempre procurada também por suas magias fortíssimas para união de casais que se amavam,. mas que estavam separados, para devolver a saúde à pessoas doentes, etc, e Salomé sempre ganhou muitas jóias de moedas de ouro que foram guardadas em um baú que era só dela.
Quando Salomé morreu, o povo do povoado onde nasceu lamentou muito a sua partida, pois ela se fez muito querida, e sempre passava por lá com a sua caravana, até o dia de sua morte.
Após o seu falecimento,o espírito de Salomé recebeu muitas e muitas orações de agradecimento, e sua alma iluminou-se de tal modo que aqueles que tem o dom de vidência logo a reconhecem pela luz que se manisfesta à distância, e o cheiro de jasmins frescos do campo.
Salomé cuida muito bem de seus protegidos, mas não admite mentiras ou traições, pois é muito justa. Quem tem esta cigana na aura, é extremamente intuitiva, e tem tendências a explosões de humor. Bem, a cigana Salomé tem uma força espiritual muito grande, desde menina era vidente e clarividente (ouvia espíritos), antepassados que lhe mostravam tudo o que deveria aprender.
Encantadora, muitos homens se apaixonaram por ela, ciganos ou não, e ela sempre ganhava muitos presente por sua beleza, mas era muito desconfiada e não entregava o seu amor à ninguém.
Salomé amou uma única vez na vida, mas o seu amor morreu primeiro que ela, lhe deixando muitas saudades, muita dor...
Dona de uma vontade de ferro quando batia o pé, nada a o movia do que queria, mas também profundamente justa, e tinha muita compaixão por idosos e pessoas doentes, e adorava crianças. Salomé era muito procurada pela força de sua magia, e ganhou muitas moedas de ouro e jóias por resolver problemas de amor, doença, e unir casais que se amavam mas que estavam separados.
Salomé detesta pessoas mentirosas e falsas e mais ainda pessoas "espertalhonas" que gostam de lesar os outros. Salomé inspira meiguice, mas tem palavra de ferro quando quer.
Suas cores são: amarelo, dourado, marrom, laranja,cobre,o amarelo claro, areia, e seus horários são sempre após o sol se por, pois ao por do sol, Salomé tem saudades de seu amor.
Espírito iliminado, alguns médiuns sentem a sua presença, com o perfume de jasmins do campo que acompanha a sua linda alma, de uma impressionante luminosidade.
Sua flor favorita é o jasmin e a rosas branca, em suas mãos, geralmente se vê uma flor de jasmin branco, ou um ramalhete de jasmins.
Tem a aparência de uma menina, e a sabedoria de uma mulher idosa, lindo espírito!!!

DOMINGO, 6 DE NOVEMBRO DE 2011


Guardiã Cigana Sete Facadas



ESPÍRITO DE MULHER, ESSE EXU FEMININO CULTUADO NA UMBANDA É USADO PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS RELACIONADOS AO AMOR E À SEXUALIDADE

De beleza exuberante e inteligência rara, Elisa se achava uma mulher sem sorte. Vivia infeliz: todos que a cercavam, todos a quem amava pareciam sofrer com ela. Uma maldição, pensava ela. Casada, logo o marido passou a se servir de putas, embora amasse e desejasse a mulher, que só penetrou uma vez, na primeira noite. Apesar de seu tremendo desejo por Elisa, só alcançava a ereção com outras. Ela sofria pelas dores do marido. Ele a acusava de rejeitá-lo e batia nela.

No começo, nem tudo era sofrimento. Daquela única vez nasceu Vitória. A menina cresceu bonita e saudável até os sete anos. Depois começou a definhar. "É a maldição!", Elisa se culpava. O marido se enterrou de vez nos puteiros, ia chorar sua desventura no colo das putas. Todas as especialidades médicas foram consultadas, todas as promessas foram pagas, todas as rezas foram rezadas.

Consultados médiuns e videntes, cartomantes e benzedeiras, padres, pastores e profetas, nada. A saúde da menina decaía dia a dia. Até que Elisa foi bater à porta de mãe Júlia, famosa mãe-de-santo. "Você nasceu com a beleza de Oxum e a majestade de Xangô, mas seu coração é de pombagira", disse-lhe a mãe-de-santo, depois de consultar os búzios.

A vida recatada de Elisa, seu senso de pudor, sua modéstia, a repressão de costumes que ela mesma se impunha, a falta de interesse pelo sexo, tudo isso negava os sentimentos de seu coração, contrariava sua natureza. A cura, a redenção -dela e dos seus-, tinha uma só receita: libertar seu coração, deixar sua pombagira viver. Foi a sentença da mãe-de-santo.

Leve e livre

Ali mesmo, naquele dia e hora, sem saber como nem por quê, Elisa se deixou possuir por três homens que, no terreiro, tocavam os atabaques. O prazer foi imenso. Sentiu-se leve e livre pela primeira vez na vida.

Pensando na filha, voltou correndo para casa e encontrou a menina melhor, muito melhor: corria sorridente, pedia comida, queria brincar.

No dia seguinte, Elisa voltou ao terreiro. "Seu caminho é longo ainda", mãe Júlia disse.

Depois a abençoou e se despediu. Um dos homens com quem se deitara no dia anterior lhe deu um endereço no centro da cidade, um local de meretrício, que Elisa começou a freqüentar. Passava as tardes lá, enquanto o marido trabalhava. Voltava para casa mais feliz e esperançosa, a menina melhorava a olhos vistos.

Para preservar a honra do marido, Elisa se vestia de cigana, cobrindo o rosto com um véu. O mistério tornava tudo mais excitante. A clientela crescia. O marido soube da nova prostituta e quis experimentar. Na cama com a Cigana, o prazer foi surpreendente, muito maior do que sentira com Elisa e que nunca fora superado com outra mulher. Seria escravo da Cigana se ela assim o desejasse. Mas a Cigana nunca mais quis recebê-lo.

A insistência dele foi inútil. "Um dia te mato na porta do cabaré", ele a ameaçou, ressentido e enciumado. Ela se manteve irredutível.

Num entardecer de inverno, ele esperou pela Cigana na porta do puteiro e, na penumbra, lhe deu sete facadas. Assustado, olhou o corpo ensangüentado da morta estirado no chão e reconheceu, no piscar do néon do cabaré, o rosto desvelado de Elisa. Um enfarto o matou ali mesmo.

Longe dali, no terreiro de mãe Júlia, o ritmo dos tambores era arrebatador. As filhas-de-santo giravam na roda, esperando a incorporação de suas entidades.

Na gira de quimbanda, exus e pombagiras eram chamados. Os clientes, que lotavam a platéia, esperavam sua vez de falar de seus problemas e resolver suas causas. As entidades foram chegando, e o ambiente se encheu de gargalhadas e gestos obscenos. O ar cheirava a suor, perfume barato, fumaça de tabaco, cachaça e cerveja. A força invisível da magia ia se tornando mais espessa, quase podia ser tocada.

Cada entidade manifestada no transe se identificava cantando seu ponto. De repente, uma filha-de-santo iniciante, e que nunca entrara em transe, incorporou uma pombagira.

Com atrevimento ela se aproximou dos atabaques e cantou o seu ponto, que até então ninguém ali ouvira: "Você disse que me matava/na porta do cabaré/ Me deu sete facadas/ mas nenhuma me acertou/ Sou Pombagira Cigana/ aquela que você amou/ Cigana das Sete Facadas/ aquela que te matou".

Mãe Júlia correu para receber a pombagira, abraçou-a e lhe ofereceu uma taça de champanhe. "Seja bem-vinda, minha senhora. Seu coração foi libertado", disse a mãe-de-santo, se curvando.

Pombagira Cigana das Sete Facadas retribuiu o cumprimento e, gargalhando, se pôs a dançar no centro do salão.

Biografias míticas

Essa é uma história de ficção, mas poderia não ser. É baseada em relatos que ouvi e li em anos de pesquisa sobre umbanda e candomblé. Pombagiras são espíritos de mulheres, cada uma com sua biografia mítica: histórias de sexo, dor, desventura, infidelidade, transgressão social, crime.

Pombagira é um exu, um exu feminino. Na concepção umbandista, o termo exu nomeia dezenas de espíritos de homens e mulheres que em vida tiveram uma biografia socialmente marginal.

Pombagira tem múltiplas identidades, cada uma com nome, aparência, preferências, símbolos, mito e cantigas próprios. Entre dezenas há: Pombagira Rainha, Maria Padilha, Sete Saias, Maria Molambo, Pombagira das Almas, Dama da Noite, Sete Encruzilhadas.

Apela-se especificamente às pombagiras para a solução de problemas relacionados a fracassos e desejos da vida amorosa e da sexualidade. Pombagira junta e separa casais, protege as mulheres, propicia qualquer tipo de união amorosa ou erótica, hétero ou homossexual.

aspirações e frustrações

Para a pombagira e seus companheiros exus, qualquer desejo pode ser atendido. Por meio dos pedidos feitos às pombagiras, podemos entender algo das aspirações e frustrações de parcelas da população que estão de certo modo distantes de um código de ética e moralidade embasado em valores da tradição ocidental cristã.

O culto dá acesso às dimensões mais próximas do mundo da natureza, dos instintos, das pulsões sexuais, das aspirações e desejos inconfessos.

Revela esse lado "menos nobre" da concepção de mundo e de agir no mundo. Umbanda e candomblé são religiões que aceitam o mundo como ele é e ensinam que cada um deve lutar para realizar seus desejos.

Por isso, com freqüência são vistas como liberadoras. Não se crê no pecado nem em premiação ou punição após a morte. A vida é boa e deve ser levada com prazer e alegria.

Nessa busca da realização dos anseios humanos mais íntimos, exus e pombagiras reforçam sem dúvida uma importante valorização da intimidade, às vezes obscura, de cada um de nós, pois para os exus e pombagiras não há desejo ilegítimo nem aspiração inalcançável nem fantasia reprovável.


REGINALDO PRANDI
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DOMINGO, 30 DE OUTUBRO DE 2011


João Alves Torres Filho

JOÃOZINHO DA GOMÉIA
Nasceu em 27 de março de 1914 em Inhambupe, Bahia. Sua família era católica e chegou a ser coroinha da paróquia de sua cidade. Mas o menino parecia realmente já vir predestinado a vivenciar o mundo das tradições religiosas afro-brasileiras, mesmo antes de se iniciar em uma casa de culto.
Na pequena cidade onde nasceu, distante 153 km da capital, aos 10 anos já demons-trava sua forte personalidade, como bom filho de lansã. Aos 17, deixou a família e rumou para Salvador, onde fez de tudo para sobreviver. No armazém onde trabalhou, conheceu uma senhora que muito lhe ajudou e que considerava como sua madrinha. Foi ela quem o levou ao terreiro de Severiano Manuel de Abreu, que recebia a entidade conhecida como Caboclo Jubiabá. 

MESMO CONSCIENTE DA GENEALOGIA E HIERARQUIA DOS DEMAIS TERREIROS, CONSEGUIU IMPOR SUA AUTORIDADE E SE LEGITIMOU AO LONGO DOS ANOS
Uma das muitas histórias que se conta sobre sua iniciação é o fato de Joãozinho sofrer de fortes dores de cabeça sem explicação ou cura por meio da medicina. Assim que se realizou sua feitura, as dores de cabeça cessaram; teriam sido apenas um aviso de que o menino já vinha com o destino traçado pelos Orixás, que cobravam sua iniciação.

Em torno da figura de Joãozinho da Goméia sempre houve muita polêmica; para muitos, que buscavam formas de criticá-lo, sequer teria sido "feito". Mas há filhas-de-santo de Pai Joãozinho que contam todo o seu processo de iniciação. Uma delas, aos 92 anos declarou ao jornal Correio da Bahia que tinha dúvidas de que, se ele fosse vivo, alguém tivesse coragem de contradizê-Io.



INíCIO DA TRAJETÓRIA EM SALVADOR 
Após a feitura de santo com Severiano Manuel, aos 18 anos Joãozinho já tinha seu terreiro, onde mantinha os padrões do Candomblé de Caboclo e Angola, cultuando Orixás, Encantados e Espíritos de ameríndios. Com a morte de seu Pai-de-Santo, segundo alguns relatos, Joãozinho "refaz" o santo no terreiro do Gantois com Mãe Menininha, de Nação Keto. Começa então a polêmica que cercaria toda a vida de Joãozinho em relação a seus trabalhos no Candomblé a mistura de Nações.


Mas "Seu" João da Pedra Preta foi de fato importante para a consagração do culto de Candomblé Angola e sua popularização. Intelectuais como Jorge Amado e Édison Carneiro projetaram o Terreiro da Goméia para o resto do Brasil. Joãozinho foi importante colaborador de Édison Carneiro durante a realização do II Congresso Afro-Brasileiro, realizado em 1937, em Salvador. Segundo o escritor e pesquisador das tradições africanas, Joãozinho era, aos 24 anos, um Pai-de-Santo que se destacava no ambiente conservador da época. Mesmo consciente da genealogia e hierarquia dos demais terreiros, con¬seguiu impor sua autoridade e seu nome se legitimou ao longo dos anos.


Com relação às polêmicas levantadas por alguns pesquisadores, ou mesmo pais e mães-de-santo da época em torno de sua iniciação e de seus trabalhos como sacerdote pelo fato dele, em seu culto, incorporar também entidades ameríndias - Caboclos e Encantados, assim escreveu a pesquisadora americana Ruth Landes em seu livro 'A Cidade das Mulheres':

"Caboclos não são Orixás, mas Espíritos Encantados, originários das religiões indígenas, sem relação com a África". Os chamados Candomblés de Caboclo eram desprezados pelos povos de Keto sob a alegação de que era preciso preservar a pureza com relação às raízes africanas. Mas a associação e a permanência dos Caboclos nos cultos de Angola não se devia à "falta de pureza" africana. O povo Bantu também tem suas tradições, sendo que a mais forte em sua religiosidade é o Culto aos Ancestrais. Foi para preservar a ancestralidade dos donos da terra - os índios, que esse povo incorporou em seus cultos os Caboclos. Outra citação preconceituosa de Landes: "Há um simpático e jovem pai Congo, chamado João, que quase nada sabe e que ninguém leva a sério, nem mesmo as suas filhas-de-santo ( ... ); mas é um excelente dançarino e tem certo encanto. Todos sabem que é homossexual, pois espicha os cabelos compridos e duros e isso é blasfemo. - Qual! Como se pode deixar que um ferro quente toque a cabeça onde habita um santo!"

AINDA É
SURPREENDENTE HOJE OUVIR FALAR DE UM SACERDOTE DO RITO ANGOLA SENDO LEMBRADO
COM TANTO CARINHO PELO POVO DE SANTO

Mas o que incomodava os sacerdotes em joãozinho era a sua visão de futuro e sua grande contribuição para o crescimento e aceitação do Candomblé em outras áreas da sociedade, como as classes artística e política. Foi um homem que soube muito bem usar sua imagem à frente do tempo, divulgando a si mesmo e a sua roça.


Quantas vezes Joãozinho não afrontou sacerdotes e sacerdotisas ao se apresentar em público com seu Orixá, atitude não aceita e proibidíssima, mas que tornou sua dança famosa e fez dele um bailarino respeitado. Homossexual assumido, não se envergonhava diante de toda a repressão que havia naquelas primeiras décadas do século XX.


Em seu Candomblé Joãozinho era conhecido por incorporar o Caboclo Pedra Preta, entidade indígena. Era praticante do culto de Angola, e jovem ainda enfrentou a supremacia dos cultos Jeje e Nagô na antiga Salvador. Foi também por ser tão jovem e desafiador que acabou provocando nas tradicionais Mães-de-Santo baianas um sentimento de repulsa a seu trabalho - aos 26 anos de idade já havia assumido a chefia de seu terreiro, o primeiro, que ficava na Ladeira da Pedra. Logo depois, mudou-se para a rua que o tornaria famoso - a Rua da Goméia - que ficava no bairro de São Caetano, Cidade Baixa, onde tocava Angola e Keto, o que aumentava ainda mais o desprezo por seu nome.


Mas a verdade é que Joãozinho da Goméia se tornou um Pai-de-Santo famoso em uma cidade dominada pelas mulheres, e em torno de sua trajetória criou-se muita lenda. Mas sempre foi muito respeitado por seus inúmeros filhos-de-santo, com quem sempre foi muito rígido e autoritário.

Segundo Edison Carneiro, escritor e pesquisador das tradições africanas, Joãozinho era, aos 24 anos, um Pai-de-Santo que se destacava no ambiente conservador da época.

Joãozinho em seu terreiro na Goméias, entre as décadas de 1930 e 1940 em ritual de Candomblé Angola.


O QUE INCOMODAVA OS SACERDOTES EM JOÃOZINHO ERA A SUA VISÃO DE FUTURO E SUA GRANDE CONTRIBUiÇÃO PARA O CRESCIMENTO E ACEITAÇÃO DO CANDOMBLÉ EM OUTRAS ÁREAS DA SOCIEDADE, COMO AS CLASSES ARTíSTICA E POLíTICA.


A MUDANÇA PARA O RIO DE JANEIRO

Sua fama como Pai-de-Santo atingiu realmente o auge com a mudança para o Rio de janeiro, onde se instalou na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ainda é sur-preendente hoje ouvir falar de um sacerdote do Rito Angola sendo lem¬brado com tanto carinho pelo povo de santo. Sua voz rouca, firme e afinada, saudava de Exu a Oxalá, e foi o mais importante agente na época em que começou a divulgação de termos usados no Candomblé por meio da mídia e das artes, que sempre foram seus grandes aliados. Ao ir para a região Sudeste com seu culto, Joãozinho da Goméia sabia da importância e das vantagens de tornar conhecidos os cultos afro-brasileiros. E sua influência se estendeu para outros estados; segundo pesquisa realizada em 1983, dos 24 mais antigos terreiros da capital e do litoral paulistas, oito haviam sido fundados por seus filhos e filhas-de-santo. 



Da década de 1950 em diante Joãozinho já era muito famoso no Rio de Janeiro e, até sua morte, em 1971, era o Pai-de-Santo mais conhecido do Brasil. Apesar de tudo, nunca con-seguiu ser unanimidade entre o povo de santo - para muitos era um transgressor das ordens do culto e falava demais, características de um filho dos Orixás guerreiros Oxossi e lansã.


Há uma passagem que ficou fortemente marcada em sua trajetória desafiadora aos costumes da época o Carnaval de 1956, quando saiu pelas ruas fantasiado de "vedete Arlete" e foi duramente criticado e repreendido pelas maes-de-santo da Bahia e pela Federação Umbandista do Rio de janeiro, o que acabou lhe rendendo uma matéria na revista "O Cruzeiro", cujo título era: "Joãozinho da Goméia no Tribunal da “Umbanda". Em entrevista, o polêmico pai-de-santo de¬monstrou sua forte personalidade ao repórter, ao ser perguntado se sua atitude ao sair fantasiado de vedete não chocava os regulamentos do Candomblé. - "De nenhuma maneira. Primeiro, porque antes de brincar pedi licen?a ao meu "Guia", segundo, porque o fato de ter me fantasiado de mulher não implica em desrespeito ao meu culto, que é democrático. Os Orixás sabem que somos feitos de carne e osso e toleram superiormente as inerências da nossa condição humana, desde que não abusemos do Iivre arbítrio" .


Com relação as lalorixás baianas, Joãozinho se referia a todas com certo rancor, por nunca terem aceitado sua condição como importante sacerdote do culto. A única a quem se referia com mais respeito era Mãe Menininha, pois sempre manteve um relacio¬namento um pouco melhor com ela. Sobre Mãe Senhora, na época poderosa sacerdotisa do lIê Axé Opô Afonjá, certa vez disse: "Conheço Senhora, mas nunca tive maior contato com ela, e não lhe sou simpático. É um tipo de mulher muito orgulhosa; não é bem orgulho, é um pouco de ignorância ... ". 


Joãozinho estabeleceu-se definitivamente no Rio de Janeiro em 1946, com apenas 32 anos de idade, quando já era bastante conhecido na Bahia. Sua festa de despedida foi assunto comentadíssimo na época - montou, no Teatro jandaia, um espetáculo com danças típicas do Candomblé, apresentando-se como um excelente bailarino.


Nem é preciso dizer que essa comemoração também acabou gerando controvérsia no meio do povo de santo, que sempre criticava os "desmandos" do babalorixá-artista. Mas, segundo relatou o próprio Joãozinho a um jornal carioca, sua mudança para o Rio se deu por acaso, quando foi à cidade de Duque de Caxias para "dar comida" ao santo na casa de uma de suas filhas. "Depois de concluído o ritual, voltei para a Bahia, mas não tive sossego; os amigos insistiam para que eu voltasse ao Rio e não tive outra saída senão mudar de vez para Caxias. Cheguei, gostei e fui ficando". Naquele momento, a Baixada Fluminense estava se tornando um grande reduto de terreiros dedicados aos cultos afro-brasileiros. Mas, como tudo a respeito de joãozinho da Goméia, sobre a sua mudança para o Rio de janeiro também pairam outras histórias. Uma delas diz que, ao desafiar seu Caboclo que o avisara que aquele não era o momento certo de mudar-se para o Rio, acabou dando tudo errado e ele chegou a ser preso, tendo que voltar para a Bahia. Ele esperou então, até que o Caboclo disse: ':Agora é a hora". Joãozinho foi definitivamente para o Rio e se deu bem. Na verdade, muitas histórias se construíram em torno do mito e ficou difícil desassociar a figura de Pai-de-Santo do lendário "joãozinho da Goméia".


Assim que fundou seu terreiro em Duque de Caxias, toda a beleza e riqueza de seus rituais chamaram a atenção. Várias pessoas passaram a freqüentar sua casa, e não só o povo de santo - todos, dos mais diferentes segmentos sociais, queriam aprender mais sobre o Candomblé. Joãozinho tornou-se famoso e tinha uma clientela que vinha das mais altas camadas da sociedade carioca. Nas festas mais importantes sempre havia uma área nobre dedicada a receber os mais influentes - políticos da Baixada Fluminense. Conta-se que na época, até a sogra de Juscelino Kubitschek frequentou suas festas. A exemplo dos políticos, muitos artistas também passaram a se interessar pelo Candomblé e a frequentar sua casa, pois ele próprio, fora das atividades religiosas, também era um artista e participou de diversos shows folclóricos como dançarino no Cassino da Urca, mostrando aos que não conheciam as danças sagradas dos Orixás. Em todos os relatos conhecidos, Joãozinho sempre foi muito elogiado como bailarino.




Com a chegada de Joãozinho da Goméia ao Rio de janeiro, a Nação Angola se viu devidamente instalada em Caxias, ganhando sua merecida importância. Mesmo para aqueles que nunca aceitaram ou simpatizaram com ele, admitem que foi o grande respons?vel pela expansão do Candomblé no Sudeste, a partir de 1950. Formou milhares de filhos-de-santo que fundaram seus próprios terreiros em São Paulo e no Rio de janeiro. Até hoje essas casas têm orgulho em dizer que são da raiz da Goméia:


Hoje em dia a verdadeira Goméia não existe mais. Depois de sua morte, em 1971, o terreiro em Salvador, no bairro de São Caetano e o de Duque de Caxias, não foram mantidos. O Caboclo Pedra Preta, sua entidade mais famosa, não teve um sucessor para representá-Io.

Seus problemas de saúde começaram em 1966, quando teve um derrame cerebral; talvez já fosse uma manifestação do tumor que o levaria à morte em 1971. Mas, segundo os membros de sua casa, a proximidade de sua morte já havia sido anunciada, mas não identificada a tempo. Na última festa que fez para lansã, esta teria relutado muito para se manifestar. Isso aconteceu também diversas vezes com o Caboclo Pedra Preta, que por quatro vezes sacudiu Joãozinho, mas não incorporou. Isso aconteceu pouco antes de sua viagem para São Paulo, onde viria a fazer sua passagem, durante cirurgia para retirada de um tumor cerebral. Quanto à cirurgia, Joãozinho havia concordado, pois, segundo filhas-de-santo que estiveram ao seu Jado durante a luta contra a doen?a, Pai Joãozinho desejava que se cumprisse a vontade de Deus.


A descendência de Joãozinho da Goméia ? maior no Rio e em São Paulo do que na Bahia. Após sua morte, o terreiro em Duque de Caxias passou por uma disputa de poder - uma menina de dez anos teria sido indicada para dar continuidade à Casa. Houve divergência interna e o terreiro acabou extinto. Em Salvador, na Rua da Goméia, o lugar onde ergueu sua roça foi tomado por uma imensa caixa d'água de concreto, instala¬da pela companhia de saneamento básico da cidade. Mas as lembran?as do "Pai da Goméia" continuam vivas para os mora¬dores mais antigos, e sua memória continua preservada nas muitas histórias contadas a seu respeito, por aqueles que o conheceram bem de perto. 


Joãozinho dança para os Deuses 

O terreiro de Joãozinho da Goméia em dia de festa se transformava em uma maravilhosa passarela por onde desfilavam suas filhas-de-santo: imponentes senhoras, orgulhosas com seus belos torços na cabeça e suas longas e rodadas saias brancas. 



No grande salão, decorado com bandeirinhas e muitas luzes, havia um mezanino somente para gente ilustre, sempre repleto de autoridades e convidados, todos esperando o momento da triunfal entrada de joãozinho da Goméia - o Rei do Candomblé, com sua bela lansã, a rainha dos ventos, raios e tempestades. A entrada do sacerdote no salão empolgava todos os presentes: Ele vinha dançando maravilhosamente, com uma bacia de fogo na cabeça.

laôs, Ogans e atabaques, que batem seu ritmo de chamada aos deuses africanos, vibram enquanto as filhas-de-santo entram em transe, são recolhidas à camarinha e voltam ricamente vestidas e adornadas, representando suas divindades.

A festa no mezanino - espécie de tribuna, era regada a pratos típicos baianos, petit fours, doces e champanhe. A casa de Joãozinho era um ponto de encontro de gen¬te importante na sociedade cario¬ca da época, e cada convidado levava sempre o melhor presente para mostrar que era frequentador da "Casa da Goméia". 


Joãozinho dança em transe, com a bela paramentação da deusa lansã

Segundo uma filha-de-santo de Joãozinho da Goméia, no início de sua atuação como pai-de-santo, ainda muito jovem, aos 18 anos, este tinha verdadeiro temor de seu Caboclo Pedra Preta.
Certa vez, ainda em Salvador, quando vinha descendo a ladeira de uma rua perto da casa de Jubiabá, o Caboclo Pedra Preta começa a falar com Joãozinho instruindo-o sobre as ordens do dia. O babalorixá, apavorado, começou a correr, gritando coisas sem nexo. Seu pai-de-santo, jubiabá, vendo a cena segura João pelo braço e o chama à razão, levando-o para dentro da casa de culto em que havia sido feito no intuito de acalmá-lo.


Nas festas em seu terreiro, antes de ter início o toque, uma filha-de-santo trazia sempre uma botija de água e um prato com farofa de azeite que era posto no chão no meio do terreiro. Era o chamado despacho de Exu, ou o Ipadê de Exu, acompanhado de três ou sete pontos, ritual indispensável para que o homem das encruzilhadas não atrapalhasse a festa.

Houve um movimento interessante no início da década de 60 no Brasil: foi uma urgência na busca incansável por símbolos nacionais, e o que se desejava naquele momento eram símbolos afro-brasileiros. "Fazer santo", tanto em Salvador quanto no Rio de ja¬neiro era moda, e não podia ser em qualquer bairro não, tinha de ser no centro da cidade de Salvador por mães e pais de santos reconhecidos nacionalmente, e na Baixada Fluminense, prefe-rencialmente no terreiro de Joãozinho da Goméia, em Duque de Caxias.


De meados dos anos 50 até o começo dos 60, Joãozinho da Goméia, que havia muitos anos, transferira sua roça de Salvador para Caxias, no Rio de Janeiro, visitava constantemente São Paulo onde era amigo de influentes líderes umbandistas. Muitos dos primeiros personagens do Candomblé de São Paulo foram por ele iniciados ("feitos", na linguagem de santo). E feitos aqui em São Paulo, embora este primeiro começo tenha contado também com filhos de Joãozinho feitos na Goméia do Rio e na originária Goméia da Bahia. Linhagem e Legitimidade no Candomblé Paulista - Reginaldo Prandi



Édison Carneiro praticamente projetou o nome de Joãozinho da Goméia, nos apontando para um fato interessante: a troca de favores, muito comum às casas de culto tradicionais baianas. Em troca de uma entrada fácil e uma conscientização clara das coisas do Candomblé, que interessariam ao jovem pesquisador aprender para que auxiliassem seu trabalho como jornalista e etnólogo, este deveria divulgar o "bom nome" de João da Goméia, tornando sua casa de culto conhecida entre os inte¬lectuais, estrangeiros e o povo do santo.


Uma curiosidade: Eram colados nas paredes dos mercadinhos de Nilópolis, Nova Iguaçu e Duque de Caxias papéis e cartazes onde se divulgava todo o calendário semanal do terreiro de Joãozinho, como por exemplo: Segunda-feira: dia de distribuições de sopas e agasalhos aos pobres, festa para Obaluaiê e Gira para Exus. Quinta-feira: dia de festa à lansã, Oxossi e Ogum. Sexta e Sábado: Festas de confirmação de laôs e atendimento médico, sábado à tarde. A comunidade aparecia em peso, e mesmo os que não freqüenta-vam o Candomblé iam para ver as festas.

Segundo a Mãe Criadeira da Goméia, Joãozinho possuía uma espécie de diário onde Iistava os contribuintes de seu terreiro, dando à sua casa de culto a personificação de uma instituição. Grande parte daqueles que freqüentavam não eram filhos-de-santo, e sim pessoas que estavam naquele momento fascinadas pelo grande movimento de popularização do Candomblé na cidade do Rio de janeiro. A noção de pertencimento ao culto dos Orixás era visível no terreiro da Goméia, era uma espécie de associação mística ao cam-po religioso, em que os laços de associação do indivíduo com a forma de culto se redefinia a cada divulgação das festas de Candomblé, tanto na imprensa carioca como nos mercados populares da Baixada Fluminense.


Dentro do Enredo do Carnaval 2007, em que a Acadêmicos do Grande Rio homenageou a cidade de Duque de Caxias, Joãozinho da Goméia foi tema quarto setor da escola - 'A fé de um po valente', que contou sua trajetória popularizador dos cultos afro-brasileiros no Rio de janeiro, especialmente na Baixada Fluminense. "Sua transferência para Duque de Caxias fez com que sua fama como pai-de-santo atingisse contornos nacionais"


1971 MORRE O GRANDE BABALORIXÁ
JOÃOZINHO DA GOMÉIA 

O dia em que o Candomblé chorou! 

19 de março de 1971 - o dia da semana era sexta-feira, fatídico para alguns, benéfico para outros. O local, Rua General Rondon, 360, bairro Copacabana, no município de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Já passava das nove horas e o relógio em breve faria soar as dez badaladas. De repente, um silêncio se faz sentir; as poucas pessoas que ali se encontravam se entreolham assustadas. Parecem hipnotizadas, presas ao chão. Na face de cada uma, a palidez, o medo. 

No enorme galpão, uma imagem de lansã se desprende da parede atrás de uma imponente cadeira. Cai ao chão e a deusa se desfaz em dezenas de pedaços. Um vento frio sopra e redemoinhos se formam levantando poeira; o céu se cobre de nuvens pretas como se vestisse luto, onde antes brilhava o solou se via o azul.
O vento uivante aumenta de intensidade e as pessoas começam a se mexer. Muitos diriam, depois, que os gemidos do vento mais pareciam lamentos de Omolu, o guardião dos cemitérios.
Assustados e talvez adivinhando as razões de tão estranhas manifestações da Mãe Natureza, alguns correm ao pátio: o pé de jurema, a árvore sagrada, começa a murchar, a canjica azeda minutos depois de colocada aos pés do Orixá. Nesse instante todos tiveram conhecimento do que estava ocorrendo e lágrima silenciosas começaram a descer nas faces negras e a molhar as vestes brancas. Os atabaques gemeram e choraram e, no gemido de seu couro, transmitiram ao Céu e à Terra os lamentos de uma dor que se espalharia por todo o Brasil. 


Tudo isso se passou na roça de joãozinho da Goméia. No mesmo instante, a 400 quilômetros de distância, o Rei do Candomblé, maior propagador dos ritos afro-brasileiros, mais antigo e respeitado sacerdote do Brasil, deixava o mundo dos vivos, desencarnara e partira para o Reino de Oxalá - o Pai Supremo.


São Paulo, Hospital das Clínicas, 9 horas e 50 minutos, sexta-feira. Num leito branco, um homem moreno, forte, grandalhão e de finos traços trava uma batalha com a morte. Seu rosto é tranqüilo, aparentando uma enorme paz interior. Nas têmporas, os cabelos ralos já agasalham a neve dos anos que sobre eles passaram: retratam as dores, os sacrifícios, as lutas e os sofrimentos.

Ao seu lado os médicos se empenham para impedir os desígnios da morte, que quer levar mais um tributo e eles não concordam. O combate é desigual: de um lado, os fracos conhecimentos e as desvalidas forças do ser humano; do outro, os misteriosos poderes extraterrenos.


A luta é árdua; há muitas horas o combate se trava num vaivém irritante. Em momentos, parece que os médicos conseguirão enganar a morte; em outros, a vitória pende para esta. De um lado, os médicos de branco, cor tão querida e amada por aquele homem que ali se encontra sem poder participar da batalha. Ele, que durante toda a vida foi um valente que nunca fugiu à luta, não sabe que do outro lado o espectro da morte tenta arrebatar-lhe a vida, a alma. Seu espírito, este sim está vendo tudo, sabe até o destino que lhe é reservado, só que não pode intervir. Ele, o espírito, o motivo da batalha, dela não pode participar. Altos desígnios, mais fortes do que ele, presidem todos os detalhes do combate. Como humilde servidor desses desígnios, só lhe cabe apreciar os lances. Mesmo sabendo que no final o prêmio do vencedor será ele próprio.

A batalha chega ao fim - João Alves Torres Filho, o doente que os médicos não conseguiram salvar - talvez porque Oxalá houvesse decidido em contrário¬entrega sua alma ao Mestre Supremo.


Joãozinho da Goméia morreu aos 57 anos, 40 dos quais dedicados ao Candomblé.Desencarnou no dia de São José, oito dias antes de completar 57 anos. Por estranha coincidência, no dia de sua morte sua roça em Duque de Caixas iria promover o Lorogun - uma das grandes cerimônias do Candomblé que significa o fechamento do terreiro para o período da Quaresma.


Em dezembro ele pretendia promover uma grande festa para lansã, sua protetora. Oxalá, porém, decidiu que sua missão na Terra estava terminada.


Quando seus filhos-de-santo receberam a notícia de sua morte, o pranto e a dor tomaram conta de todos. Uma histeria coletiva jamais vista fora de um terreiro levou quase à loucura milhares de pessoas que se aglomeravam em frente ao hospital. Mulheres choravam, entravam em transe, desmaiavam; os homens murmuravam preces por sua alma e gritavam: - Pai, me leva com você!


Ao se confirmar a triste verdade, os atabaques começaram a marcar em toques fúnebres, anunciando a dor da perda irreparáveI. Todos ficaram inconsoláveis, mas mesmo assim lembraram de render tributo a Oxalá, pedindo que recebesse o filho amado de braços abertos. Para eles, o grande sacerdote apenas desencarnara, ganhando uma estrada de estrelas para chegar ao Reino de Oxalá.


Há muito joãozinho da Goméia se encontrava doente, e nos últimos meses queixava-se de fortes dores de cabeça. Os médicos encontraram a causa das terríveis dores do Rei do Candomblé: Na parte frontal da cabeça, em local de difícil exploração, formara-se um tumor, e sua localização tornava perigosa qualquer intervenção cirúrgica. Após comunicarlhe os perigos que correria, indagaram se deviam ou não operá-Io. Joãozinho não pensou nem um segundo para responder: - Podem operar, seja feita a vontade de Deus. 


Às 8 horas e 15 minutos de sábado o corpo foi liberado para o transporte ao Rio de janeiro. No carro funerário foi o corpo, atrás caravanas de I 5 federações de São Paulo e dezenas de carros de fiéis. O motorista diria depois: - Em 19 anos de profissão, nunca vi tanta gente acompanhar um corpo. 


"Se eu morrer, quero que todos os meus filhos-de-santo continuem fazendo caridade. E que se esforcem para que o Candomblé do Brasil seja, cada vez mais, encarado com seriedade e respeitado por todo o mundo"

DEPOIS DE SUA MORTE, O TERREIRO EM SALVADOR, NO BAIRRO DE SÃO CAETANO E O DE DUQUE DE CAIXAS, NA BAIXADA FLUMINENSE NÃO FORAM MANTIDOS. O CABOCLO PEDRA PRETA, SUA ENTIDADE MAIS FAMOSA, NÃO TEVE UM SUCESSOR PARA REPRESENTÁ-LO.

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A outra versão da iniciação de Joãzinho da Goméia no Candomblé (Depoimento da Mãe Criadeira do terreiro de Duque de Caxias)
"João Alves saiu do interior da Bahia ainda menino, junto com os pais, que queriam se estabelecer em Salvador. O menino João passou a trabalhar gratuitamente para o padre da paróquia da cidade (seu sonho era ser padre). Segundo informações de filhos-de-santo mais antigos, Joãozinho mesmo
dizia que na época, ainda menino, não gostava de nada que se relacionasse com o Candomblé, achava que era coisa de 'gente doida'. Mas um dia os Orixás lhe chamaram e aí Pai João ficou muito doente, sofrendo de fortes dores de cabeça. A partir daí não tinha mais jeito, foi feito no Candomblé de Caboclo para Oxossi e lansã pelo Encan¬tado Jubiabá, que trabalhava com Mestre Severiano".
Nesta foto, João Alves Torres sai pelas ruas do Rio de janeiro vestido como a "vedete Arlete", no carnaval de 1956, o que gerou muitos comentários e críticas por parte do "povo de santo".


Pai Joãozinho, durante filmagem de "Copacabana, Mon Amour"
O filme mostra o cenário do Rio de Janeiro em plena década de 1970, onde a protagonista Sônia Silk circula, entre barracos, nos morros e terreiros de Candomblé da Baixada Fluminense. Ela sonha ser uma cantora da Rádio Nacional e sofre porque costuma ver espíritos em toda parte por onde anda. Aí entra o Pai-de-Santo, a quem ela procura para livrá-la dessa aflição - Joãzinho da Goméia, no papel dele mesmo.
Joãozinho da Goméia e a Igreja
Desde menino, sempre freqüentou a igreja e era amigo de padres e freiras. Era devoto de Nossa Senhora Aparecida e nunca deixou de comparecer às ceri¬mônias católicas. Mas jamais permitia que se misturasse Candomblé e religião ca¬tólica. Costumava dizer: "Não confun¬dam Candomblé com Igreja. Oxalá é Oxalá, e Jesus Cristo é Jesus Cristo". 

A prisão ao chegar ao Rio de Janeiro, em 1946
Segundo um neto de santo da Casa da Goméia em Ca)d as , ao chegar ao Rio de Janeiro para dar comida ao santo de uma de suas filhas, Joãozinho acabou cau¬sando certo receio em Pais-de-Santo que já tinham seus terreiros no local, que se sentiram constrangidos diante da vinda do aclamado "Rei do Candomblé" de Salvador.

Estes fizeram uma série de oferendas e depositaram na porta do palácio do Catete, sede do Governo federal e residência do presidente Getúlio Vargas.
No dia seguinte, ao saber da chegada do famoso Pai¬de-Santo baiano ao Rio de Janeiro, Getúlio manda prendê¬-lo. As filhas-de-santo que vieram com ele correram para a casa do Zelador de santo Agenor Miranda Rocha, para que este fizesse um trabalho para livrar João da prisão. Pai Agenor pede que entreguem o trabalho para o Babalorixá João da Goméia, telefona para Getúlio Vargas, seu amigo pessoal, e Joãozinho no mesmo dia é solto, voltando a Salvador imediatamente. 


joãozinho , tocando para o Caboclo Pedra Preta

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DOMINGO, 30 DE OUTUBRO DE 2011


“Magias e Mistérios do Povo Cigano”


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Quando abordamos os segredos das magias do Povo Cigano, muito se diz, das Entidades, dos Mestres, dos Ciganos Astrais, numa liturgia colorida, intrínseca e abrangente.
Mas nós Povo Cigano, ainda encarnados, temos as nossas magias em conjunção com os mistérios espirituais, para diversos casos. Pois muitos, apesar de cultuarem fielmente, e de trabalharem espiritualmente pela caridade, pôr não terem um embasamento próprio dos ciganos, acabam muitas vezes caindo num lugar comum:
“Ajudo a tantos, mas não sei me defender das forças maléficas, não sei ajudar a mim mesma…..”.
E quem já não ouviu de alguém esta frase?
Mesmo que o interlocutor seja um dedicado trabalhador das forças astrais?
Todos nós já ouvimos e até mesmo alguns de nós, já pronunciamos.
E porque isto acontece?
Porque a Magia (todos os tipos), a Espiritualidade (de todas as formas), e os mistérios, são um aprendizado continuo.
É um sentar no banco escolar da espiritualidade, sem esmorecimento.
Quando abordamos uma cultura sem um codificador, fica ainda mais difícil. E o trabalho é duplicado, necessita-se de estar sempre em pratica, trabalhando elementos da magia, protegendo-se, discernindo, se familiarizando ainda mais com os segredos do povo das estradas.
Afinal, nós como povo, somos misteriosos, não só por fora, mas principalmente por dentro, afinal você já entrou na casa de um cigano?
Sabe para que serve aquela terra no jarro em cima da pia da cozinha?
Isto são segredos das ciganas, assim como o que guardam em suas cestas de magia, afinal, para que tantas sementes?
Como eles identificam as formas sutis?
Como nós interagimos com os elementos?
Estes questionamentos são formas individuais de uma parte da cultura não revelada ainda aos que são Ciganos de Alma.
Porque?
Hão de perguntar, porque toda nossa vida esta permeada de religiosidade, em todos os momentos. Os ciganos tem características tão próprias quanto secretas. E mesmo quando parte de nosso povo acompanha, a dinâmica do mundo, se sedentarizando, isso não nos faz, deixar nossos ritos de lado, e assim eles permanecem em toda nossa estrutura de viver.
Os costumes, os rituais, o acompanhamento das mudanças de estação, assim como a influencia da lua, dita muitas das decisões tomadas na casa de um cigano.
O povo cigano é admirador e conhecedor da força feminina, que é capaz de muitas magias.
As ciganas seguindo esta linha de religiosidade tem muitos segredos só delas.
Isto é demonstrado na força que elas tiram das ditas “fraquezas” de seu próprio corpo. Pois as ciganas tem força de magia, mesmo quando parecem que estão fazendo a tarefa mais simples (comida – alquimia dos alimentos) e as fazem sem alarde, simplesmente, fazem.
Para uma cigana, sua menstruação, seu sexo, sua fertilidade, seus cabelos são a sua força mágica, da onde ela tira muitas benesses para os seus que estes nem sabem.
O Povo Cigano é assim, prospero, bonito, sabe que através de todos os seus gestos, contem uma condução de forças espirituais, que pelas palavras que proferem, podem trazem ou fazer o bem ou o mal a si mesmos.
Por isso conduzem bem sua magia para socorrer gente sofrida.
Nós, ciganos nos valemos da sabedoria, dos mistérios das artes, de nossa forte estrutura, de nossa intuição, observação e psicologia, para receber estes irmãos com um ensinamento puro sobre a nossa cultura e nossa vida.
Você que busca entendimento com o mundo espiritual para atenuar as dores, e trazer alento aos necessitados, saiba que primeiro haverá de conhecer esta magia e aprender, para se preparar dignamente para o trabalho astral, podendo desvendar os meandros mais simples, do dia a dia em caráter fidedigno, os meandros na manipulação da Magia Cigana.
Os segredos perpetuados hoje, se faz livre de perseguições.
Então, você “Cigano de Alma” pode se beneficiar usando o conhecimento, abrindo seus caminhos para uma espiritualidade, rica, colorida, mas que acima de tudo, descansa carregando pedra.
Mensagem recebida por email do grupo 7 elementos
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DOMINGO, 23 DE OUTUBRO DE 2011


Tatuagem de São Jorge - Ogum

São Jorge, o santo guerreiro, é talvez o santo mais popular do Brasil, não só do Brasil, mas de diversos outros Países:

Padroeiro da Inglaterra, Portugal, Grécia, Sérvia, Canadá, dos soldados, e dos escoteiro. O santo tem seu dia comemorado no 23 de abril e sua influência é tão forte , que no Rio de Janeiro essa data é declarada como feriado. Sua comemoração tem seu ápice na alvorada, assim que o sol começa a nascer são soltados fogos de artifícios em um "Salve Jorge" apaixonado por seus fiéis.

Sua história é recheada de lendas, que muitas vezes confundem os NÃO devotos.

Uma delas diz respeito a não canonização de Jorge pelo Vaticano, mas o padre Carlos Gustavo Haas, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), afirma que a Igreja reconhece São Jorge como santo. O que ocorre é que em 1969 com a reforma do calendário litúrgico católico a igreja optou por retirar São Jorge do calendário oficial e universal das comemorações da Igreja.

São Jorge é um dos santos mais antigos de que se tem notícia e, como não temos toda a documentação da história desse santo, preferiu-se tirá-lo do calendário”, explica.

Guerreiro Capadócia e do Império Romano, Jorge converteu-se ao cristianismo e foi perseguido, torturado e decapitado por não aceitar seguir os deuses Romanos.

Muitos devotos de São Jorge costumam tatuar o santo Guerreiro derrotando o Dragão como forma de promessa e agradecimento de uma graça alcançada.

Normalmente as tatuagens de São Jorge são iguais as que todos conhecem em folhinhas e estátuas do Santo. O que costuma mudar são pequenos detalhes, como tamanho e sombreado.




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DOMINGO, 9 DE OUTUBRO DE 2011


Crianças e o Papai do Céu


Em uma das muitas escolas de Aruanda, um Preto - Velho de nome Antônio estava tendo uma conversa com um grupo de encantados - crianças que trabalham dentro da Umbanda. Era uma “aulinha” onde o "vô” , como eles o chamavam, tentava explicar algumas coisas a respeito dos encarnados e do que eles deveriam fazer durante os trabalhos espirituais:
_ ... Bem, como eu estava dizendo, os encarnados são um pouco complicados sabe, têm alguns que não acreditam nem em Olorum... _ dizia o velho Antônio.
_ Como não vô? Eles num acreditam no papaiii-mamãeee-do-céu? Ué, você num ensinou para eles que “O Papai” mora dentro do coração de cada um? _ perguntou uma menininha de nome Catarina.
_Ensinei minha filha, mas sabe, na matéria eles têm tantos problemas, preocupações, dificuldades, que eles não conseguem nem mesmo escutar o próprio coração. A intuição e tudo isso que para vocês aqui é muito claro, para eles não passam de fantasia, misticismo, bobagens...
_Ah, eles são bobocas mesmo, e depois vocês me dizem que um dia eu vou ser igual, vou ter que en ... en ... como é mesmo vô?
_Encarnar! _ Respondeu Joãozinho, outra criança que estava na aula e que não saía nunca de perto do vô.
_Isso, en – car – nar! Eu não quero vô! Não quero esquecer do Papai do céu! Eu amo tanto Ele. _ Disse Catarina quase chorando.
_Minha filha, você não precisa ter medo, afinal também existem muitos encarnados bondosos, que crêem no divino Criador e por Ele trabalham avidamente. Além do mais, ainda vai demorar um bocado para você encarnar.
_ Ufa, ainda bem! _Catarina parecia aliviada.
_ É meus pequenos, é difícil e triste quando muitos dos que a gente mais ama, esquecem de Deus na carne e se entregam a coisas pouco louváveis a seus divinos olhos. E então eles fecham – se a nossa inspiração, e nada mais nos resta a não ser se afastar e esperar... _ e o velho Antônio assumiu uma feição tristonha.
As criancinhas, que não entendiam muito dos sentimentos e pensamentos dos adultos, mas tinham uma intuição incrível e conseguiam escutar como poucos o coração dos espíritos, perceberam que o “vô” ficou um pouco triste. Por isso começaram a jogar bolinhas de luz nele e pularam todos juntos em cima do velho Antônio, o que acabou resultando no começo de uma verdadeira bagunça:
_Mas o que é isso aqui? Antônio, você não consegue colocar ordem nos pequenos? _ disse uma rechonchuda negra de traços bondosos, que chegava na sala de aula, trazendo algumas xícaras de chá.
_Ordem é comigo vó “Dita”, pode deixar! _ Disse Jorginho, o maiorzinho daquelas crianças que era “fanático” em colocar tudo em ordem.
_Não, num precisa não Jorginho! Deixa que já está tudo normal... _ se antecipou a vó “Dita” antes que ele fizesse alguma de suas loucuras:
_Vim trazer um chá, colhido aqui do canteiro da mãe Jurema. E você em Antônio, que vergonha, brincando que nem um mocinho...e não me chama para participar! Hahaha...
A Velha “Dita” chamava – se Benedita e junto com Antônio eram os responsáveis por uma escola que tinha como objetivo dar instruções a todo um grupo de encantados da natureza, que trabalhavam dentro da religião de Umbanda, onde são conhecidos como a "linha das Crianças". Eles eram muito puros e estavam ainda muito ligados aos reinos da natureza e suas divindades Orixás, assim tinham muita dificuldade de entender o comportamento humano. Além disso, esse convívio com os encarnados um dia facilitaria, quando as crianças também tivessem que encarnar.
_Bem por hoje chega. Amanhã vamos ter trabalho em uma Casa de Umbanda. Vai ser gira dos irmãos caboclos, mas quem quiser ir para conhecer e estudar um pouco mais os encarnados podem vir com a gente. _disse vó Dita.
Todos foram embora, mas as crianças secretamente se reuniram com a vó Dita e pensaram em fazer uma surpresa, no outro dia, para os encarnados e desencarnados...
e ENTÃO...
Gira no terreiro, correria na parte física e espiritual. Todo mundo tomando seus postos, nos astral diversos espíritos sendo encaminhados, curados mesmo antes do começo dos trabalhos, na parte física ascende – se à defumação, afina – se os atabaques, etc. Antônio como um dos mentores da casa coloca – se ao lado do congá.
Os trabalhos começam: hino da Umbanda, defumação, bater cabeça, etc. Nesse dia o dirigente chama a presença de mãe Iemanjá no terreiro. Os médiuns são tomados por suas naturais, belíssimas que cantam e dançam, trazendo paz, harmonia e amor a todos. O velho Antônio que tem um carinho especial pela encantadora “sereia do mar” se emociona e chora. Às vezes achamos que apenas os médiuns se emocionam com a manifestação dos Orixás, mas isso não é verdade, os guias também.
Chega o momento da incorporação da linha de trabalho, os caboclos naquele dia é que iriam dar passe. Mas algo estranho acontece. Um portal luminoso abre – se e as crianças começam a chegar e envolver todo o ambiente. O dirigente percebe a diferença, e como sempre está aberto ao que o “alto” determina, resolve incorporar as crianças mesmo. E elas chegam fazendo a festa que todos conhecemos tão bem.
O velho Antônio não sabe o que faz, mas parece que todo mundo já sabia que isso aconteceria, menos ele. De repente ele vê a vó Dita e percebe que isso só podia ser coisa dela mesmo.
A médium de Catarina toma a frente do trabalho, fica de frente para a assistência, e diz:
_Boa noite! Olha meu nome é Catarinaaa e eu vim aqui para dizer umas coisinhas...
_Sabe, vocês já viram aquele velhinho bondoso chamado Antônio dizer que o Papaiii-mamãee-do-céu mora no centro dos seus corações, né?! E por que na hora vocês todos fazem cara de “que lindo”, mas depois que saem daqui esquecem de tudo?
_Ou vocês acham que só aqui vocês estão em contato com Deus? Esse templo é a casa do Papai? Claro que é! Mas dentro de vocês também! Até eu que sou criança sei disso, como é que vocês não sabem?
_ A vida de vocês é difícil, eu sei. A gente tá aqui para ajudar, mas tudo depende de vocês. Nem o vô que é muito lindo pode fazer alguma coisa, se vocês não ajudarem a si próprios. Entendem?
_Olha, eu trouxe esse buquê lá do jardim de Aruanda, ele tem flores de todas as cores. Mas vocês não as enxergam. Então eu vou dar para cada um de vocês uma flor, e vou pedir que vocês acreditem e guardem-nas bem no coração, e toda vez que se sentirem tristes, lembrem dessa florzinha, porque nela o Papai do céu também está.
E ela foi dando um beijinho, um abraço e uma palavra de amor para cada uma das pessoas que lá estavam presentes. Quando terminou disse:
_Viram só, eu quero que vocês guardem essa flor de Aruanda. Ela se chama AMOR, e quem a tem no coração tem também o Pai – Mãe Criador de Todos.
As pessoas da assistência estavam todas meio espantadas. Elas conheciam as crianças, achavam – nas engraçadas, mas não esperavam tanta ternura, amor, e porque não, sabedoria daqueles “pequenos”.
E então naquele terreiro a gira que era para ser de caboclo, virou uma festa de criança, e toda assistência brincou junto delas.
As pessoas enfim entenderam, que o AMOR é a presença viva do Criador dentro dos nossos corações.
O velho Antônio sorria e começou a pensar como aquelas crianças tinham uma forma diferente de ver as coisas, uma forma que nós os adultos já não mais tínhamos.
_É Antônio a gente também aprende muito com eles, não é mesmo? Isso foi idéia da Catarina, eu só ajudei. Eles queriam te fazer uma surpresa. Acho que conseguiram...
_Ah “Dita”, só você mesmo né?! Hahahaha...
E aqueles dois espíritos que amavam – se tanto e trabalhavam juntos pelo Criador se abraçaram e foram para um outro lugar, afinal, os pretos – velhos também namoram, mas isso já é outra historia...
Por Fernando Sepe
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SÁBADO, 8 DE OUTUBRO DE 2011


OXUM


Axé pessoal! Estamos chegando perto do dia 12 de outubro, dia que devido ao sincretismo católico com Nossa Senhora Aparecida muitos umbandistas festejam a orixá Oxum.

Acredito que muitos já sabem que Oxum representa o Amor Puro, cheio de candura e sensibilidade, que é o orixá responsável pela União, ou seja, o elo que une, propiciando e gerando assim mais “UM”, tanto que Oxum é quem atua no momento da fecundação.

Outros ainda a vêem como “menina-moça” faceira e sedutora, dona de uma personalidade forte que não se limita frente a obstáculos. Ela, assim como a água, se transforma em vapor, chuva, rio, cachoeira, corredeira, mina, mar ou conforme a necessidade, mas não deixa de chegar ao seu destino.

Também sabemos é uma Doce Mãe que considera seus filhos sua maior riqueza, é a mãe das crianças que até aos sete anos mantêm sua inocência e a alegria, e por eles luta e chora até lavar todas as dores.

Com essa crença e com esses saberes compartilho o vídeo abaixo que, se olharmos com carinho e poesia, enxergaremos vários momentos em que os atributos de Oxum se fazem presentes.

Percebam, é uma árvore caída separando pessoas, gerando discussões, paralisações e incômodos. É a chuva repentina e a expressão de uma criança com um movimento firme e corajoso, certo e esperançoso que contagia e atrai várias outras crianças que decididas, felizes e brincando vão transformando, atraindo e unindo pessoas e mais pessoas, consequentemente, vão gerando mudanças, amizades e principalmente, sorrisos.

É, quando nos unimos, transformamos; quando sorrimos, cativamos; quando esperançosos, atraímos… E “isso” É Oxum!

Quem já mudou de lugar uma “árvore” caída sabe o que estou querendo dizer, sabe que não se consegue sozinho, sabe que esse momento é inesquecível, que as transformações são grandes e intensas.

Quem já viu a Força que tem a União, quem já se Emocionou por ter a capacidade e a oportunidade de Dar e quem já afirmou a transformação que tem um Sorriso, sabe o que representa e o que é Oxum.

Quem já percebeu que as Águas dão de beber às folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxóssi, esfria o aço forjado por Ogum, lava as feridas de Obaluayê, compõe a luz do arco-íris de Oxumáre e purifica nossa alma, sabe do que Oxum é capaz…

Axééé… Bom final de semana e um “mimo” especial aos meus filhos, pois tenho certeza que vocês sabem do que Oxum é capaz, assim como sabem o que é mudar de lugar uma árvore caída e ainda transformá-la em “altar”.

Que a Luz de Oxalá nos Ilumine e

Que as Forças de Oxum nos unam na Fé em Olorum!




Escrito por Mãe Mônica Caraccio
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SÁBADO, 8 DE OUTUBRO DE 2011


OXUM A RAINHA DO CANDOMBLÉ


Oxum é conhecida como a mãe do candomblé, pois segundo uma lenda ela que inventou o culto:


ASSIM NASCEU O CANDOMBLÉ

No começo não havia separação entre o Orum, o Céu dos orixás, e o Aiê, a Terra dos humanos.
Homens e divindades iam e vinham, coabitando e dividindo vidas e aventuras.
Conta-se que, quando o Orum fazia limite com o Aiê, um ser humano tocou o Orum com as mãos sujas.
O céu imaculado do Orixá fora conspurcado.
O branco imaculado de Obatalá se perdera.
Oxalá foi reclamar a Olorum.
Olorum, Senhor do Céu, Deus Supremo, irado com a sujeira, o desperdício e a displicência dos mortais, soprou enfurecido seu sopro divino e separou para sempre o Céu da Terra.
Assim, o Orum separou-se do mundo dos homens e nenhum homem poderia ir ao Orum e retornar de lá com vida. E os orixás também não podiam vir à Terra com seus corpos. Agora havia o mundo dos homens e o dos orixás, separados. Isoladas dos humanos habitantes do Aiê, as divindades entristeceram.
Os orixás tinham saudades de suas peripécias entre os humanos e andavam tristes e amuados.
Foram queixar-se com Olodumare, que acabou consentindo que os orixás pudessem vez por outra retornar à Terra.
Para isso, entretanto, teriam que tomar o corpo material de seus devotos.
Foi a condição imposta por Olodumare.
Oxum, que antes gostava de vir à Terra brincar com as mulheres, dividindo com elas sua formosura e vaidade, ensinando-lhes feitiços de adorável sedução e irresistível encanto, recebeu de Olorum um novo encargo: preparar os mortais para receberem em seus corpos os orixás.

Oxum fez oferendas a Exu para propiciar sua delicada missão.
De seu sucesso dependia a alegria dos seus irmãos e amigos orixás.
Veio ao Aiê e juntou as mulheres à sua volta, banhou seus corpos com ervas preciosas, cortou seus cabelos, raspou suas cabeças, pintou seus corpos.
Pintou suas cabeças com pintinhas brancas, como as pintas das penas da conquém, como as penas da galinha-d’angola. Vestiu-as com belíssimos panos e fartos laços, enfeitou-as com jóias e coroas.

O ori, a cabeça, ela adornou ainda com a pena ecodidé, pluma vermelha, rara e misteriosa do papagaio-da-costa. Nas mãos as fez levar abebés, espadas, cetros, e nos pulsos, dúzias de dourados indés.
O colo cobriu com voltas e voltas de coloridas contas e múltiplas fieiras de búzios, cerâmicas e corais.
Na cabeça pôs um cone feito de manteiga de ori, finas ervas e obi mascado, com todo condimento de que gostam os orixás.

Esse oxo atrairia o orixá ao ori da iniciada e o orixá não tinha como se enganar em seu retorno ao Aiê.
Finalmente as pequenas esposas estavam feitas, estavam prontas, e estavam odara.
As iaôs eram as noivas mais bonitas que a vaidade de Oxum conseguia imaginar. Estavam prontas para os deuses.
Os orixás agora tinham seus cavalos, podiam retornar com segurança ao Aiê, podiam cavalgar o corpo das devotas.
Os humanos faziam oferendas aos orixás, convidando-os à Terra, aos corpos das iaôs.
Então os orixás vinham e tomavam seus cavalos.

E, enquanto os homens tocavam seus tambores, vibrando os batás e agogôs, soando os xequerês e adjás, enquanto os homens cantavam e davam vivas e aplaudiam, convidando todos os humanos iniciados para a roda do xirê, os orixás dançavam e dançavam e dançavam.
Os orixás podiam de novo conviver com os mortais.
Os orixás estavam felizes.
Na roda das feitas, no corpo das iaôs,


eles dançavam e dançavam e dançavam.

Estava inventado o candomblé.

Que Oxalá nos abençoe sempre


Que a Divina Luz esteja entre nós
Emidio de Ogum
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DOMINGO, 2 DE OUTUBRO DE 2011


EXU TIRIRI



Portugal, final do século XIX. Passam das 23 horas quando Pedro bate á porta de seu primo e é atendido pelo rapaz que, visivelmente, foi acordado pelas insistentes batidas.
- Primo, preciso urgente de ti!
Fernando manda-o entrar deixando claro estar contrariado com a visita repentina em tão tardio horário.
- Nem me fale Pedro! São réis de dinheiro o que deseja. Não é?
O homem baixa a cabeça e responde num fio de voz:
- Perdi mais de mil no carteado do Barão senão pagar ele ameaçou acabar com minha família.
- Mil? Estás louco? Não faz um mês que paguei sua divida de quinhentos e já vens aqui pedir-me mais de mil? Onde vais parar, ou melhor, aonde vou eu parar com tantos réis que se vão ladeira abaixo? Achas que por ter tido sorte na vida tenho que carregá-lo nas costas? A ti, tua família, teu maldito vicio?
Pedro ouve tudo sem levantar os olhos.
- Primo, só tenho a ti para recorrer. O que será de minha mulher e meus filhos? Juro-te que nunca mais jogarei um só conto em nada!
O rapaz está descontrolado e replica aos gritos:
- Já ouvi essa ladainha muitas vezes e não vou mais cair nessa conversa. Vá ao Barão e diga que não tem, não conseguiu, e ele que espere. Ainda ontem a pobre de tua mulher veio até aqui pedir-me comida. Crês nisso? Tive que dar comida a tua família. Enquanto tu espezinha-me com dívidas de jogatina. Olhe para ti! Estás em estado lamentável, além de cheirar a vinho à distância. Saia já de minha casa.
Então, dirige-se para a porta e a abre com violência.
Pedro levanta-se lentamente, de seus olhos caem lágrimas, é duro ter que ouvir tudo que está ouvindo, apesar de ser a mais pura verdade. Faz ainda uma última tentativa.
- Primo, pelos teus filhos, ajuda-me!
Fernando continua parado à porta apontando a rua.
- Fora daqui, vagabundo! Nunca mais me apareça, porco imundo!
Sem mais nada dizer o homem retira-se lentamente ouvindo o baque violento da porta atrás de si. Caminha tropegamente enquanto as lágrimas embaçam sua visão. Sabe que fez tudo errado. Sempre! Foi mulherengo, bêbado, viciado em jogos. Tem a exata noção do péssimo pai e marido que é. Seu primo tem toda a razão em humilhá-lo. Sem perceber, depois de muito caminhar, está sobre uma ponte. Talvez seja essa a única saída. Faz uma pequena prece e atira-se nas águas profundas do rio. O espírito de Pedro durante anos perambulou por sendas escuras e tortuosas. Passado um longo tempo e depois de rever erros e acertos de vidas anteriores, foi amparado por mentores que o encaminharam para a labuta do resgate cármico. Hoje, trabalhador do astral, é conhecido como o grande Exu Tiriri, elegante, educado e sempre com um profundo respeito para com seus consulentes, nem de longe lembra o personagem apresentado neste texto.



Laroiê Seu Tiriri!

DOMINGO, 18 DE SETEMBRO DE 2011


Pomba Gira por Maria Quitéria




Bom dia moça... que o amor esteja sempre a abrir os teus
caminhos.
Hoje tenho um motivo especial para estar aqui.
Quero que você escreva um pouco sobre nós,
as Pomba Giras... tão mal interpretadas e sempre
tão requisitadas em trabalhos relacionados ao
amor...Ou falsos "amores".
Diariamente tentamos ajudar humanos que se
 dizem sem forças porque foram traídos, abandonados
e esgotados, que perderam seu amor, perderam
seu rumo e estímulo e se perdem em abismos
 por viverem em função de sentimentos egoístas
e vaidosos, quando o difícil é fazê-los perceber que
este falso amor nunca lhes pertenceu, e sim o
amor próprio que mora em cada um de nós,
esse sim soma com outros amores, o que nos
dá a sensação de termos encontrado um grande
 e único amor, o que realmente são, tão individuais
 como cada ser e sua natureza.
Nós, Pomba Giras, somos o verdadeiro e puro
estímulo, onde atuamos na capacidade da
mulher se auto sustentar, se auto afirmar em suas forças e belezas, estimulamos todos os sentidos
obscuros que existe dentro de uma mulher e de um homem para que eles possam seguir suas
caminhadas em busca de sonhos e ideais, ou pensas que só vocês mulheres precisam de estímulos?
Estimulamos todos os sentidos que façam com que humanos enxerguem e coloquem em práticas
todas as virtudes existentes em sua natureza.
Por muito tempo fomos comparadas com mulheres de vida fácil, liberais, quando o incômodo
está em nosso magnetismo de encantar, de conquistar e estimular todos os sentidos da vida,
com uma gargalhada, com uma dança, com uma lição de amor... Mas não se encantes
com tantos encantos. Sabemos e somos donas do sentido estimulador e podemos paralizá-lo
 quan assim for necessário e de belas e encantadoras mulheres, passamos a valentes
guerreiras e guardiãs de nossos protegidos, ou quem possa vir a nos evocar na Lei Divina da Luz.
Se quiserem nos humanizar, tenham nós como as guerreiras, como as mulheres de frente que
sempre se destacaram e lutaram por seus ideais, tenham a certeza de que estivemos a ampará-las,
apenas para ativar seus sentidos e protegê-las para que pudessem realizar suas missões,
única e exclusiva de desabrochar e chamar atenção de mulheres que já haviam se esquecido do
 que existe dentro de cada uma, seus sonhos e ideais, já as mulheres de vida fácil como dizem
parecermos, essas sim são carentes de amor próprio, movidas por falsas ilusões e falsos amores,
esse motivo maior de sermos procuradas e tão mais perto da realidade presente hoje entre vocês
humanos.
Porque citar essas duas classes de mulheres que por tempo viraram uma e que são de um
magnetismo contrário?
Porque são guerreira em descobrir sua própria natureza e não de querer descobrir a do próximo,
são felizes com o que tem e o que são e isso se chama amor próprio.
Quando citamos as que vocês classificam de mulheres da vida fácil, é porque buscam
incansavelmente por um amor fora de si. E o que buscamos, é fazer com que vocês possam
enxergar que o amor não se busca em outros corpos, não se busca em grandes empregos ou em
grandes amizades, tudo se soma para fazer do amor próprio ainda mais belo e fortificado, mas não
 traz e nem cria ele, nunca poderão ter um grande amor, enquanto não aprenderem a se amar,
não serão bem sucedidos em grandes ou pequenos empregos enquanto não amarem o que fazem,
vivam a amar o que fazem, o que buscam e o que são, vivam intensamente e atrairão o próprio
magnetismo puro do amor até vocês e entenderão ou começarão a entender as mensagens
que nós Pomba Giras buscamos passar...
Para nos evocar basta perceber e buscar o amor que mora dentro de si e para perceber o
que sou e onde estou, basta olhar para as estrelas, verá sua luz e beleza, todo seu
encanto e delicadeza, mas perceberá que ao seu lado mora um grande escuro imponente,
basta observar uma rosa, seu cheiro, textura e encanto, mas não se esqueça, que se muito
 dela querer, desta linda flor se machucará com seu próprio espinho...
Salve tu moça!
Salve o Amor e a Lei!
Salve a Magia!
Por Thaís Martins
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DOMINGO, 18 DE SETEMBRO DE 2011


CIGANA ESMERALDA

É uma cigana de vibração espiritual de muita luz e força. Cigana bela,andava sempre com uma cabra branca de mascote.
Viveu em Portugal,Espanha e França. Adora tachos,facas e colher de pau,pois é protetora da fartura. É festeira,risonha,mandona,deve ser tratada com cuidado e amor. Usa pandeiro enfeitado com fitas coloridas,tem olhos esverdeados.
Sua força em vida,era a justiça e a piedade. Gosta de bebida fina,frutas,doces variados; sua lua é cheia,e o dia é domingo. Adora dançar com seu pandeiro,usa uma tiara com pedras verdes e moedas.
Mais Pesquisas Sobre a Cigana Esmeralda
Protetora da fartura de alimentos, é feiticeira de comida, das que fazem feitiços que são comidos, para vários tipos de objetivos. Esmeralda é natural de Évora, em Portugal. Viajou por toda Europa, aprendendo pratos e aperfeiçoando suas magias. As magias de Esmeralda são douradouras e quando chega geralmente tem banquetes, por sua vez é ela mesma quem faz. É eximia usuaria de tachos (panelas de cobre) e facas, com as quais destricha, corta e cozinha. Para ela é indisponivel a colher de pau e a faca aflatada com bainha, que carrega em sua bolsa para caso de necessidade. È festeira, risonha, matrona, mandona e não aceita NÃO como resposta. grande doceira da magia cigana, é perigosa e deve ser tratada com muito amor e cuidado.

MAGIA DE CIGANA ESMERALDA PARA PROSPERIDADE E FARTURA
Faça um Pote para que não falta nada em sua casa.
Uma bomboneira pequena e coloque dentro um pouco decada deste grão e sementes.
Ervilha, lentilha, Arroz com casca, Amendoim, Grão-de-bico e trigo em grão Coloque por cima três moedas atuais, com o valor variado para cima, e um quartzo-citrino no meio delas. Deixe energizando por três dias na luz da Lua Crescente, e peça aos grãos que apresentem sua força magica, para que nada lhe falte ao seu lar. Ponha em um móvel em lugar alto, como se fosse um bebelô. Assim fazendo esteja certo (a) de que nunca faltarão alimentos no seu lar.
Bar Lachi ( Boa Sorte)
Texto extraido do livro: Segredo de Magia Cigana – Autora: Rosana Torres

Espírito de luz…
Santa Sara,minha protetora,cubra-nos com seu manto
celestial.
Nós filhos do vento,das estrelas,da lua cheia e do pai sol.
Pela força da cigana Esmeralda,abençoe à todos nós que
somos filhos do mesmo Deus.
Minha cigana Esmeralda,sempre que um aflito te invocar
dê-lhe consolo,a harmonia e a energia de sua paz.
Que ao olhar a chama de uma vela,passamos sentir tua
presença.
Cigana,cubra-nos com sua saia colorida de todos os perigos e
dos invejosos.
Cigana encantada,pela sua força,abra os caminhos da prosperidade e
da fartura.
Cigana cura os males do espírito,da alma e da matéria.
Cubra-nos com sua alegria.
Que possamos sentir em cada leve brisa seu perfume de amor…
Linda Esmeralda,que nossos pedidos sejam atendidos.
Cigana Esmeralda,que nesta hora possamos sentir segurança,paz e felicidade!
(oração enviada no dia 29/08/2006-por minha afilhada Samira)
Venha estou esperando você dançar para mim está noite…..
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Que a Divina Luz esteja entre nós
Emidio de Ogum 
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DOMINGO, 11 DE SETEMBRO DE 2011


Exu Morcego



Em um castelo, literalmente de pedra, mal cuidado e isolado no meio de uma floresta, típico daqueles pertencentes ao feudo europeu, vivia um homem branco e corpulento, trajando uma surrada roupa, provavelmente antes pertencente a um guarda roupa fino. Percebia-se o desgastes causado pelo passar do tempo, pois ainda carregava uma grossa e rica corrente de ouro de bom quilate, com um enorme crucifixo do mesmo cobiçado material. Parecia viver na solidão, muito embora no castelo vivessem vários serviçais.

Na torre do castelo, as janelas foram fechadas com pedra, e só pequenas frestas foram feitas no alto das paredes. A luz não podia entrar. A torre não tinha paredes internas, formando uma enorme sala. com pesada mesa de madeira tosca, tendo como iluminação dois castiçais de uma só vela cada. Ao lado da ténue luz das velas, livros se espalhavam sobre a mesa, mostrando ser aquele homem um estudioso e que algo buscava na literatura. de braços abertos. com um capuz preto cobrindo sua cabeça. emitia estranhos e finos sons, tentando descobrir o segredo da conhecida sagrada arte.
Pelas frestas da torre, entravam e saiam voando vários morcegos com os quais ele procurava inspiração e força para atingir sua conquista.

Por quê? Não sei. A ideia e as razões eram da estranha figura. Parecia um homem de fino trato, transfigurado na fixação de atingir um poder que não lhe pertencia. Seu nome? Também não sei. Só o conheço incorporado nosterreiros como o querido e mais temido Exú Morcego Guland, o senhor alquimista que e proprietário de muitos mistérios e segredos, mas nenhum deles me causaram tanta admiração e respeito quanto a sua linhagem deatuação. Hoje, ele é guardião do Vale dos Suicidas e já teve seu corpoperispiritual muito deformado por suas sucessivas vidas interrompidas das mais diversas formas.

Exú Morcego Líder da 11° falange, comanda Exús como Asa Negra, ExúCoruja, Exú Sombra, 7 Sombras e entre muitos outros. Exú nervoso, anti-social não é muito de prosa mas quando faz algum tipo de trabalho como ele mesmo diz "Vai buscar voando" e sempre cumpre com o que diz. Deve se ter um cuidado especial com este Exú, por ser considerado guardiões de muitos mistérios.

Bianca Rodrigues.
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DOMINGO, 25 DE SETEMBRO DE 2011


Iemanjá, a Mãe do Amor na cachoeira dos olhos

Iemanjá, a Mãe do Amor na cachoeira dos olhos
Mãe Iemanjá!*
Que faz dos meus olhos
Uma cachoeira,
Quando eu penso no Bem
E na evolução dos homens.
Quando eu canto a Luz
Em meu coração;
Quando o Amor me faz escrever
E os espíritos vêm cantar aqui.

Ah, Mãe Querida!
Que lava as maldades do mundo
Com as águas da compaixão,
E que acalma o coração.
Que faz a chuva de Amor acontecer
Na cachoeira dos meus olhos...

Ah, Mãe das águas!
Que me abraça com a luz azul e branca,
E fortalece a minha fé.
Que, na luz do luar e nas ondas do mar,
Vem me sussurrar o encanto do Bem.

A Senhora me conhece, bem mais do que eu mesmo.
E, em muitos vôos espirituais, me protegeu tanto...
E, novamente, eu estou aqui, igual a uma criança,
Brincando na chuva.

Sim, a sua chuva de Amor, que cai do Astral Superior,
E faz a cachoeira descer dos meus olhos...
Porque assim são as minhas lágrimas,
Quando o Amor me faz escrever,
E lava a minha alma

Ah, Mãe Iemanjá!
Que faz o meu corpo astral** flutuar nas vagas siderais...
Como uma pluma levada pelos ventos da espiritualidade.
Que me chama de menino, porque me conhece bem;
Que me fez ser médium*** de tudo o que é da Luz;
E que me deu a Fé que não me deixa trair o meu coração.

Ah, Querida!
Se eu tivesse o talento do poetinha, faria agora uma canção.
Mas eu só tenho um Grande Amor no coração,
E a Luz do Bem que a Senhora me ensinou.
E tudo isso desce na cachoeira dos meus olhos...

P.S.:
A chuva desce aqui,
Enquanto os espíritos
Cantam e dançam.
Porque eles sabem das coisas,
E eles cantam a Fé e o Amor.
E sempre dizem: Nunca traia o seu coração.
Porque a morte real não é a do corpo,
Mas, sim, aquela que afasta o Ser da Espiritualidade.

(Dedicado a Vinicius de Moraes, ao meu amigo baiano Carlito, que também mora no Céu, e aos guardiões espirituais que operam invisivelmente a favor do bem de todos os seres.)

Com gratidão.
Por Jaguar Mistico
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DOMINGO, 25 DE SETEMBRO DE 2011


POMBA GIRA DAS 7 COBRAS

Pomba gira rara, vista apenas em sessões de magia negra e catimbó, muito perigosa e extremamente pontual , se com ela for feito um acordo logo será cumprido e cobrado  , tem uma beleza hipnotizadora seu alhar é tremulo ,  e sombrio , é uma pomba gira de palavra e para ela só a palavra basta  , suas magias são difíceis de serem desfeitas sua ferramenta são sete chocalhos de cobra e suas vestes são escuras de cores fortes verdes , pretas  e corais , sua gargalhada e baixa e junto com o barulho de cobra , não é de virar , quando vira é para trabalho, e logo se vai , essa pomba gira não é de brincadeira , suas atividades são voltadas a feitiçaria , magia negra , e suas ferramentas de trabalho são perigosas .

Sua falange pertence aos espíritos da mata
Trabalhos : separações , traições , amarrações , defesa dos inimigos, encantos . 
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DOMINGO, 25 DE SETEMBRO DE 2011


DOMINGO, 4 DE SETEMBRO DE 2011


Crianças da Umbanda





São a alegria que contagia a Umbanda. Descem nos terreiros simbolizando a PUREZA, a inocência e a singeleza. Seus trabalhos se resumem em brincadeiras e divertimentos. Podemos pedir-lhes ajuda para os nossos filhos, resolução de problemas, fazer confidências, mexericos, mas nunca para o mal, pois eles não atendem pedidos dessa natureza.

São espíritos que já estiveram encarnados na terra e que optaram por continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda. Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por brinquedos e doces.

Assim como todos os servidores dos Orixás, elas também tem funções bem específicas, e a principal delas é a de mensageiro dos Orixás, sendo extremamente respeitados pelos caboclos e pelos pretos-velhos.

É uma falange de espíritos que assumem em forma e modos, a mentalidade infantil. Como no plano material, também no plano espiritual, a criança não se governa, tem sempre que ser tutelada. É a única linha em que a comida de santo (Amalás), leva tempero especial (açúcar). É conhecido nos terreiros de Umbanda e Candomblé, como (ÊRES ou IBEIJI). Na representação nos pontos riscados, Ibeji é livre para utilizar o que melhor lhe aprouver. A linha de Ibeji é tão independente quanto à linha de Exu.

Ibeijada, Erês, Dois-Dois, Crianças, Ibejis, são esses vários nomes para essas entidades que se apresentam de maneira infantil.


No Candomblé, o Erê, tem uma função muito importante. Como o Orixá não fala, é ele quem vem para dar os recados do pai. É normalmente muito irrequieto, barulhento, às vezes brigão, não gosta de tomar banho, e nas festas se não for contido pode literalmente botar fogo no oceano. Ainda no Candomblé, o Erê tem muitas outras funções, o Yaô, virado no Erê, pode fazer tudo o que o Orixá não pode, até mesmo as funções fisiológicas do médium, ele pode fazer. O Erê muitas vezes em casos de necessidade extrema ou perigo para o médium, pode manifestar-se e trazê-lo para a roça, pegando até mesmo uma condução se for o caso.

Na Umbanda mais uma vez, vemos a diferença entre as entidades/divindades. A Criança na Umbanda é apenas uma manifestação de um espírito cujo desencarne normalmente se deu em idades infanto-juvenis. São tão barulhentos como os Erês,  embora alguns são bem mais tranqüilos e comportados.

No Candomblé, os Erês, tem normalmente nomes ligados ao dono da coroa do médium. Para os filhos de Obaluaiê, Pipocão, Formigão, para os de Oxoce, Pingo Verde, Folinha Verde, para os de Oxum, Rosinha, para os de Yemanjá, Conchinha Dourada e por ai vai. 

As Crianças da Umbanda tem os nomes relacionados normalmente a nomes comums, normalmente brasileiros. Rosinha, Mariazinha, Ritinha, Pedrinho, Paulinho, Cosminho, etc...
 "Setembro, mês de alegria e muita pureza, porém, um mês de muito
 cuidado. Apesar de ser um mês para as crianças, é preciso ter cuidado
 para não confundir com a energia que está sendo trabalhada.

Muitos espíritos de baixa luz esperam esse momento para aproveitar 
da energia de um Médium, por isso é importante o terreiro sempre
 estar em sintonia não só com nossas Crianças, mas também com 
as entidades de Guarda, como: Caboclos e Pretos Velhos.

Muitas casas, no inicio desse ciclo fazem lavagem de coroa, 
apresentação de novos médiuns no corpo mediúnico e aplicam 
muito mais no desenvolvimento dos novos médiuns. 
A Lavagem de Coroa é muito importante, pois dá uma 
firmeza maior para os médiuns desenvolverem outra linha, 
o mês de Setembro é essencial para Médiuns não só os novos, 
mas também os antigos desenvolverem novas linhas para uma
 firmeza maior e para elevação espiritual. É importante
 lembrar que a Festa de Cosme e Damião é uma grande
 força de um terreiro, comece o mês louvando as nossas 
crianças, entre na energia deles, aos poucos o terreiro vai 
tomando forma para o grande dia, a festa tão esperada.

Vamos saudar nossos Cosminhos, Erês e claro também 
nossos amados Exus Mirins que muitas vezes são 
esquecidos nessa época do ano. "

 “A verdadeira paz é encontrada no olhar de uma criança"

Salve as águas de Mãe Iemanjá e as matas de nosso Pai Oxossi.


Jurema da Praia.
 



Psicografia feita pela Médium: 

Priscilla Farina.


SALVE COSME E DAMIÃO





Axééé!!! Começam as comemorações! Começam as festas! Começam ser  servidas as guloseimas!

É isso mesmo, começa um dos festejos mais envolvente, vibrante e “permitido” de nossa Umbanda. É a Festa de Cosme e Damião, de Erês, da Ibejada e das Crianças.

Mencionei a palavra “permitido” pois, assim como a festa de Iemanjá que acontece no final e no início do ano, percebo a diversidade de pessoas que, independente de suas crenças religiosas, participam dessa festa. São crianças, kardecistas, católicos, não religiosos, pessoas que normalmente não frequentam o terreiro, que nem sabem ou entendem o que é Umbanda muito menos o que representa essa Linha, mas que nesse dia, como tudo fica diferente, tudo fica mais colorido, mais leve e mais gostoso, não deixam de participar dessa festa e levar para casa muitos doces, balas e bexigas cheias de Axé.

Percebo também que muitas pessoas imaginam que as “Crianças” que se manifestam em nossos terreiros sejam realmente crianças que desencarnaram cedo, muitos ainda acham que o desencarne foi doloroso e que estão se manifestando nos terreiros em dia de festa para receberem presentes, para ver pessoas, enfim, para “curtir” a festa.

Mas isso não é bem assim, a Linha de Erês, Ibeji ou a Linha das Crianças da Umbanda é composta por Entidades iluminadas, por espíritos adultos que se plasmam, que se “vestem” como crianças para gerar a energia de alegria, pureza, doçura e irmandade, qualidades que muitas vezes estão distantes do mundo dos adultos, dos sérios e responsáveis. Também se manifestam nessa Linha os Encantados, considerados os Mensageiros, normalmente são as crianças mais quietas, mais sensíveis, que falam baixo, que se assustam facilmente, que trabalham mais energéticamente, afinal como encantados manipulam de forma potencializada as energias elementais realizando maravilhosas curas no corpo astral dos consulentes e do próprio médium.

Essa Linha é sincretizada pelo catolicismo com “COSME E DAMIÃO”. Gêmeos nascidos em 270 que, como médicos e cristãos, praticavam a medicina gratuitamente em socorro aos pobres, crianças, mulheres ou qualquer pessoa necessitada. Realizavam muitas curas milagrosas, mas sempre falavam e se referenciavam a Cristo e em nome de Cristo.

Dioclesiano, imperador da época, não tarda em persegui-los, pois Roma não tolerava o cristianismo que ameaçava expandir. Por fim, os gêmeos foram presos, torturados, acusados de prática de curandeirismo e decapitados em 303.

Contam que o imperador, ao tocar a cabeça dos mártires, recuperou milagrosamente o movimento de um dos braços paralisado desde uma antiga batalha.

No culto de Nação, “as crianças” estão ligadas ao ORIXÁ IBEJI (nação Ketu) ou VUNJI (nação Angola e Congo), que simboliza alegria, fertilidade e inocência. Uma das funções desse orixá é cuidar das crianças desde bebê até a adolescência.

Na Nigéria o nascimento de gêmeos era motivo de comemoração no povoado. A mãe e as crianças eram homenageadas e saiam para as ruas para festejar e receber presentes. Os gêmeos eram considerados pelos pais uma garantia de sorte e de fortuna.

Por serem considerados gêmeos, são associados ao princípio da dualidade, o que indica a contradição, os opostos que caminham juntos. Ibeji mostra que todas as coisas, em todas as circunstâncias, têm dois lados e que a justiça só pode ser feita se as duas medidas forem pesadas, se os dois lados forem ouvidos.

Por serem considerados crianças, são ligados a tudo que se inicia e nasce: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas etc. Importante refletir que não podemos falar em nascimento sem pensar na morte.

Há, entre tantas lendas, uma em especial que narra como os gêmeos dominaram e deteram a Morte.

Leiam a lenda “Os Ibejis enganam a Morte” contada por Reginaldo Prandi em seu livro Mitologia dos Orixás e entendam um pouco mais essa concepção:


Os Ibejis enganam a Morte


Os Ibejis, os Orixás gêmeos, viviam para se divertir.
Não é por acaso que eram filhos de Oxum e Xangô.
Viviam tocando uns pequenos tambores mágicos,
que ganharam de presente de sua mãe adotiva, Iemanjá.
Nessa mesma época, a Morte colocou armadilhas
em todos os caminhos e começou a comer todos os humanos
que caíam na suas arapucas.
Homens, mulheres, velhos ou crianças,
ninguém escapava da voracidade de Icu, a Morte.
Icu pegava todos antes de seu tempo de morrer haver chegado.
O terror se alastrou entre os humanos.
Sacerdotes, bruxos, adivinhos, curandeiros,
todos se juntaram para pôr um fim à obsessão de Icu.
Mas todos foram vencidos.
Os humanos continuavam morrendo antes do tempo.
Os Ibejis, então, armaram um plano para deter Icu.
Um deles foi pela trilha perigosa
onde Icu armara sua mortal armadilha.
O outro seguia o irmão escondido,
acompanhando-o à distância por dentro do mato.
O Ibeji que ia pela trilha ia tocando seu pequeno tambor.
Tocava com tanto gosto e maestria
que a Morte ficou maravilhada,
não quis que ele morresse
e o avisou da armadilha.
Icu se pôs a dançar inebriadamente,
enfeitiçada pelo som do tambor do menino.
Quando o irmão se cansou de tocar,
o outro, que estava escondido no mato,
trocou de lugar com o irmão,
sem que Icu nada percebessse.
E assim um irmão substituía o outro
e a música jamais cessava.
E Icu dançava sem fazer sequer uma pausa.
Icu, ainda que estivesse muito cansada,
não conseguiu parar de dançar.
E o tambor continuava soando seu ritmo irresistível.
Icu já estava esgotada
e pediu ao menino que parasse a música por uns instantes,
para que ela pudesse descansar.
Icu implorava, queria descansar um pouco.
Icu já não aguentava mais dançar seu tétrico bailado.
Os Ibejis então lhe propuseram um pacto.
A música pararia,
mas a Morte teria que jurar que retiraria todas as armadilhas.
Icu não tinha escolha, rendeu-se.
Os gêmeos venceram.
Foi assim que os Ibejis salvaram os homens
e ganharam fama de muito poderosos,
porque nenhum outro orixá conseguiu ganhar
aquela peleja com a Morte.
Os Ibejis são poderosos,
mas o que eles gostam mesmo é de brincar.


Na UMBANDA são grandes renovadores de nossos sentimentos, amparados pela irradiação de Oxum e seu imenso Amor.

Crianças, erês, ibejadas trabalham com tanta força, com tanta pureza e simplicidade, que uma “simples” bala imantada por eles suaviza nossa alma e adoça nossa vida.

Não devemos subestimar essa Linha de Trabalho ou julgar a forma que se apresentam, são espíritos elevados que brincam trabalhando e trabalham brincando.

Depois de Oxalá são os únicos que dominam totalmente a magia com e como Exu.

Vale a pena refletir e buscar um olhar diferenciado, um verdadeiro “Olhar de Poeta”…

Boa inspiração a todos, muitos doces e bom trabalho…

Axéééé!!!
Escrito por Mãe Mônica Caraccio
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DOMINGO, 25 DE SETEMBRO DE 2011



DESCENDENTES DE COSME

SALVE OS IBEJIS

DOMINGO, 16 DE OUTUBRO DE 2011



VOVÓ MANDA PARABÉNS

16/10 - Mirela
17/10 - Valcimar e Elizia
18/10 - Veridiana, Vladimir e Joice
19/10 - Hedy, Sandra e Ruan Lucas
20/10 - Andersson, Claudia, Geovani e Deise
22/10 - Vasco


QUE NOSSO PAI OXALÁ ESTEJA SEMPRE COBRINDO DE FORÇA E PROTEÇÃO.
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DOMINGO, 2 DE OUTUBRO DE 2011



VOVÓ MANDA PARABÉNS

03/10 - Naldira
04/10 - Elo e Francis
05/10 - Gizela
06/10 - Luis
07/10 - Bruno
08/10 - Juliana e Irene
QUE OXALÁ ESTEJA SEMPRE COBRINDO DE AXÉ.
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DOMINGO, 2 DE OUTUBRO DE 2011


Força Baiana... Força Africana!

Bahia ô África
Vem cá vem nos ajudar
Força baiana
Força africana
Força divina
Força do bem

Discarrega esses filhos
Leva pras ondas do mar
Bahia ô África
Vem cá vem nos ajudar
Força baiana
Força africana
Força divina vem cá vem cá


"Meu santo é forte,
Caboclo do Norte,
Que só faz o bem,
Só quer ajudar,
Não faz mal a ninguém,
É flecha encarnada,
mãe santa me deu..."

Caboclo do Norte, a gira de Baianos nada mais é do que a alegria de um povo que foi e é sofrido mas que não perde a esperança por possuir uma fé inabalável e uma experiência em lidar com problemas que fazem os nossos parecerem brincadeira.

Como encarar a vida e seus problemas com entusiasmo e alegria?
Pergunte a uma entidade da Gira de Baianos.
Sem a menor dúvida, a gira mais festiva e alegre da Umbanda.

Desprendida, descomplicada, um alto astral e uma vontade imensa de resolver as "coisas do coração" , verdadeiro obstáculo do ser humano.
Porque é nas coisas do coração que se encontram as soluções para todos os outros problemas.
Cansei de presenciar estas magníficas entidades desviarem assuntos relacionados a trabalho, dinheiro, ou qualquer outro problema para perguntar sobre as coisas do coração, no livro "Carma" enfatizo esse comportamento curioso, pois o impressionante é que realmente estes problemas existiam e eram o que realmente estava atrapalhando. Sanado estes problemas de relacionamento, os demais acabavam como que por mágica.


Água de coco, batida de coco, uma "branquinha", e a tradicional farofa, e qualquer coisa que só de sentir o cheiro nos remete a mágica Bahia de todos os santos.

É pra lá que eu vou!!.
Um convite a renascer para a alegria da vida, esta é a gira dos Baianos na Umbanda.

Salve o povo da Bahia!
Salve ao nosso Senhor do Bonfim!
Salve a Bahianada!

DOMINGO, 28 DE AGOSTO DE 2011



Exu Rei 7 Encruzilhadas



Esse Exu comanda uma das Falanges mais poderosas e numerosas de Exus. Sua aparência astral é a de ser visto como um ente humano normal qualquer, com a característica que está sempre vestido de preto. Esse Exu Rei tem a particularidade de não incorporar, apenas o fazendo os seus comandados e sob as suas ordens diretas.
Esses testas-de-ferro, incorporados usando o nome do Chefe, usam sempre a expressão “meu chefe determinou isso, aquilo, vou consultar meu chefe, isso eu posso fazer, isso eu não posso fazer, (trocam” "chefe" por "superior" ou outra expressão análoga).

Isso não quer dizer que não tenham força. Tem e muita. É comum em seus trabalhos, pedirem para os consulentes colocarem nas encruzilhadas um charuto aceso, uma garrafa de marafo, bem como oferendas diversas.

Em terra, bebe bebidas finas em taças e fuma charutos de boa qualidade. Come carne de todos os tipos.

Incorporado, se apresenta e caminha como uma pessoa normal, sem mascara de sofrimento no médium e gosta muito de receber honrarias, ser servido e ser bem tratado, como só acontece com quem é Chefe. Protege por demais os seus médiuns, dando a eles a intuição do perigo e da desconfiança quando alguma coisa não vai bem.

Sempre deixa patente gostar que seu médium trabalhe mais com ele do que com as demais entidades da Direita da Umbanda.

Sua guia é Vermelha e Preta ,trabalha muito com velas pretas ,vermelhas,preta e vermelha, Trabalha muito com ervas e na fixação do médium!!

Seu metal:Ouro

Seu mineral:Quartzo branco bruto

Sua erva:Guiné

Trabalha na linha negativa de Oxala serventia do caboclo Urubatão da Guia

Pontos:

1)7 facas de ponta em cima de uma mesa
7 velas acesa la na encruzilhada
Exu é rei,,exu é rei..exu é rei la nas 7 encruzilhadas

2)Sr.7 meu amigo de alma
Sr 7 meu irmão quimbandeiro
gira todo mundo gira
mas seu 7 é da coroa de Oxalá(bis)

3)Em cada encruza existe um guardião
Acima deles existe um rei
E esse rei é seu 7 Encruzilhada
Que nos da força e sua proteção

4)As curas do seu 7 Encruzilhadas
tem uma beleza rara
O seu 7 começa, aonde a medicina para
Mas ele cura mesmo, cura sim senhor
Mas ele cura mesmo, aos filhos seus
Me cura seu 7, pelo amor de Deus

Me cura seu 7, pelo amor de Deus
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ORAÇÃO AO SETE ENCRUZILHADAS

Saravá Santo Ântonio de Pemba!
Saravá à força do Sete!
Saravá à todos os Exus!
Ajoelhado aos teus pés, estou rogando que me escute no sopro dos sete ventos, meu grande Exú Sete Encruzilhadas.
Com a força do teu garfo que carregas nas costas e da cruz do teu peito, eu humildemente peço que tenhas vidência das dores que trago no peito aflito.
Sete Encruzilhadas Exú dos sete caminhos, senhor rei das Sete Encruzilhadas de fé, sepulte nas sete catacumbas os nossos problemas e tristezas.
És um lindo homem, um cavalheiro, andas descalço com tua linda capa de veludo, a gargalhar pela noite, venceste sete guerras, vença pelo menos uma para mim, se eu merecer pois estou em desespero.
Sete Encruzilhadas, conheces as dores e angústias do mundo onde tu vivestes, amaste, sofreste e foste humilhado, mas hoje carrega a Coroa dos infelizes e essa coroa quem te deu foi a misericórdia de pai Oxalá, nos pés de pai Olorum.
Sete Encruzilhadas, coloque debaixo de teu pé esquerdo o nome dos meus inimigos, livrando-me das invejas, calúnias e dos olhos grandes. põe no meu coração o perdão e a justiça, para me reconhecer e me corrigir das minhas faltas.
Lindo homem de cabelos negros e olhos de cristal, perfuma a minha vida com o perfume das sete rosas vermelhas.
Atenda meu pedido, te imploro Sete Encruzilhadas pois sei que os teus protegidos, tu jamais desampara.
Rei dos sete mistérios, carregas as sete chaves do destino, abra os meus caminhos e me faça feliz, pois contarei sempre com a sua proteção, agora e em todas as horas de aflição.
Saravá Sete Encruzilhadas
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UMA LENDA:
Como todos sabem exu sempre foi ranzinza e encrenqueiro, adorava provocar confusões e fazia brincadeiras que deixavam a todos confusos e irritados. Certa manhã acordou desalentado, afinal quem era ele? Não fazia nada, não tinha poder algum, perambulava pelo mundo sem ter qualquer motivação. Isso não estava correto. Todos os orixás trabalhavam muito e tinham seus campos de atuação bem definidos e para ele nada fora reservado. Essa injustiça ele não iria tolerar. Arrumou um pequeno alforje e colocou o pé no mundo. Iria até o Orun exigir explicações. Depois de muito andar, finalmente chegou ao palácio de Olorun. Tudo fechado. Dirigiu-se aos guardas do portão e exigiu uma audiência com o soberano. Eles riram muito. Quem era aquele infeliz para vir ali e exigir qualquer coisa. Exu ficou enfurecido nem os guardas daquela porcaria de palácio o respeitavam. Passou então a gritar impropérios contra o grande criador. Imediatamente foi preso e jogado em uma cela onde ficou imaginando como sair daquela situação. Já estava arrependido de ter vindo, mas não daria o braço a torcer. Iniciou novamente a gritaria e tanto barulho fez que Olorun decidisse falar com ele. Exu explicou o que o trazia ali, falou da injustiça que se achava vitima e exigiu uma compensação. Pacientemente o pai da criação explicou que todos os orixás eram sérios e compenetrados, mas que ele, Exu, só queria saber de confusões e brincadeiras. Então como ousava tentar se igualar aos companheiros? Que fosse embora e não o aborrecesse mais. Era assim? Não prestava para nada? Era guerra? Resolveu fazer o que mais sabia. Comer! Todos sabiam de sua fome incontrolável desde o nascimento. Desceu do Orun e começou a atacar os reinos dos orixás. Comeu as matas de Oxóssi. Bebeu os rios de Oxum. Palitou os dentes com os raios de Xangô. O mar de Iemanjá era muito grande e ele foi bebendo aos poucos. A terra tornou-se árida e prestes a acabar. Por conta disso todos os orixás correram ao palácio em completo desespero. Exu imediatamente foi preso e arrastado novamente até o Orun, desta vez, porém, sentia-se vitorioso. Exigiu ser tratado com respeito e assumir um lugar no panteão divino. Se assim não fosse, nada devolveria e comeria o restante do mundo. Foi feita então uma reunião para se resolver o grande problema. Olorun não poderia julgar sozinho, todos que ali estavam tinham muito a perder. Depois de muita discussão chegaram a um consenso. Exu seria o mensageiro de todos eles, o contato terreno entre os homens e os deuses. Ele gostou, mas ainda perguntou: - E vou morrer de fome? - Nova discussão. Decidiram então que todos os orixás que recebessem oferendas entregariam uma parte a ele. Exu saiu satisfeito, agora sim tinha a importância que merecia, desceu cantarolando e devolvendo pelo caminho tudo que tinha comido. E a paz voltou a terra, mas ficou o recado: Com Exu ninguém pode!
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DOMINGO, 28 DE AGOSTO DE 2011



VOVÓ MANDA PARABÉNS

DIA 28/08 - tenda Espirita Vó Benedita
29/08 - Portuga e Iris
30/08 - Nega D`Oxum
31/08 - Cleider
02/09 - Frederico
03/09 - Pai Ogum
QUE NOSSO PAI OXALÁ ESTEJA SEMPRE COBRINDO DE AXÉ.

DOMINGO, 21 DE AGOSTO DE 2011



NOVIDADES

QUEM PRECISA DE ROUPAS DE SANTO AGORA TEM UMA NOVA OPÇÃO;
A IRMÃ VERIDIANA ESTÁ ABRINDO SEU ATELIER DE COSTURAS.
FEITIOS SOB MEDIDA E PEÇAS PRONTAS.
BATAS, SAIAS, CALÇAS, ANÁGUAS, TURBANTES, ETC.
NA FOTO UMA AMOSTRA DE BATA.
OUTRAS PEÇAS EM BREVE NA LOJA DA VOVÓ.
CONTATO: 9914-2671 OU veryramos@gmail.com
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QUEM PRECISA DE MASSAGEM LINFÁTICA, ESTÉTICA OU RELAXANTE 
PODE PROCURAR A IRMÃ CLÉO PELO TELEFONE 8435-2494 OU cleomarcia@hotmail.com
ELA TAMBÉM TRABALHA COM REIKI I E II
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VOVÓ MANDA PARABÉNS:
DIA 21/08 - Gisele
22/08 - Xango, Sandro Pedra e Jacutá Moda Orixá
24/08 Keping
25/08 - Negro Rudhy
26/08 - Tranca Rua e Luxka
QUE NOSO PAI OXALÁ ESTEJA SEMPRE COBRINDO COM SEU MANTO SAGRADO.
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DOMINGO, 21 DE AGOSTO DE 2011



EXU MIRIM



7ª Falange ou Legião – Yariri – Exu Mirim
As Crianças Tanto na Esquerda Quanto na Direita , estão Associados as Mães.
Exu Mirim é um Mistério Natural Manifestado Por Deus .

Quem é , e o que Representa para a Umbanda o Exu Mirim?
Exu Mirim[ Serguith ], é o Travesso das Dimensões Negativas, que com sua Irreverência Resolve Qualquer Mal Entendido e Desmancha as Confusões. Guardião das Linhas das Águas, Trabalha junto com Exus, e de Preferência com as Pomba Giras. Ajuda a Abrir Caminhos, Desfazer os Malfeitos e Incentiva o Trabalho Social para Resgatar os que estão na Marginalidade. Fazem Par com os Erês nas Dimensões Negativas , As Meninas Apresentam-se Como Pomba Giras Meninas :
São Espíritos de Muita Luz e Sabedoria , Portadores de Mistérios dos Orixás , Nunca os Olhem Como: Engraçadinhos , Coitadinhos e Divertidos.
Exu Mirim Pólo Equilibrador Entre a Direita e a Esquerda , Atuam Como Agente Atrasador da Evolução , Faz o Ser Regredir vai Fechando as Faculdades por Mal Uso da Mesma Tanto no Material como no Espiritual.
Quando Erramos Em Nossa Vida , Sofremos uma Regressão ( Lei de Causa e Efeito),Sejam Umbandista , Espiritualistas ou Pessoas Comuns , essa Regressão e Feita por Exu Mirim , Quando Estamos no Caminho Certo de Vida Agem Como Agentes Evolutivos.
-O Recomeço da Vida , e o Plano de Atuação após essa Regressão e Feita por Exu.
Exu Mirim Elemento Regredi dor de Nossas Vidas.
Exu Elemento Vitaliza dor , Dando continuação aos Caminhos da Vida ou do Recomeço de Vida.
Obs: Deus Não é Impiedoso , Deus não Pune e Nem Castiga , O que Existe sim é a Conscientização ou Regressão dos Caminhos de Vida , Por Acertos ou Erros Como já Disse Lei de Causa e Efeito , e Nossas Entidades e Divindades Estão ai para nos Fazer Cumprir as Leis.
Apresentação:
Apresenta-se sempre na forma e com roupagem de criança travessa , Gostam da Cor Vermelho e Preto.
Obs; É justamente a falange de exu mirim que As Vezes se introduz nas `Ibeijadas ́fazendo se passar por eles.
Campos de Força:
Encruzas Próximas a Praia (Sempre a primeira Vindo da Linha da Praia para as Ruas)
Encruzas em Y
E os descampados
Seu Dia :
Muito Homenageado no dia 06/01 Dia de Reis.

Seus Gostos:
Gostam de Doces Escuros :
Chocolates: Cigarrinhos de Chocolates , Chocolates Com Licores por dentro , Doce de Bananas , Teta de Nega Etc...
Também Gostam de Moedas
Bebidas:
Guaraná com um Pouco de Conhaque
Coca cola com Pinga
As vezes Acrescentam um Pouco de mel nas Misturas.

Algumas Considerações sobre Exu - Mirim

Na religião de Umbanda existe uma linha muito pouco comentada e compreendida, sendo por isso mesmo muitas vezes deixada "de lado" dentro dos centros e terreiros. É a linha de Exu Mirim.
Tabu dentro da religião, muitos poucos trabalham com essas entidades tão controvertidas e misteriosas, chegando ao ponto de, em muitos lugares, duvidar - se muito da existência deles.
Na verdade, Exu Mirim é mais uma linha de esquerda dentro do ritual de Umbanda, trabalhando junto com Exu e Pombagira para a proteção e sustentação dos trabalhos da casa. Não aceitar Exu Mirim é proceder como em casas que não aceita - se Exu e Pombagira, mas que a partir do astral e sem que ninguém perceba, recebem a sua proteção. Afinal, "se sem Exu não se faz nada, sem Exu Mirim menos ainda".
Não nos chega dentro da cultura dos Orixás (nagô) um culto a uma divindade ou “Orixá Exu – Mirim”, assim como não nos chega a existência de um “Orixá Pombagira”. Apesar disso, sabemos da existência de um Trono responsável pela força e vigor na Criação (Exu/Mehor Yê), assim como existe uma divindade - trono responsável pelo estímulo em toda a Criação (Pombagira/Mahor Yê). Sendo assim, também existe uma divindade fechada e não revelada, que sustenta a força da linha de Exu – Mirim. Seria o “Orixá Exu – Mirim” responsável por criar meios ou situações para o desenvolvimento do intelecto e o amadurecimento das pessoas (fator complicador). Dessa forma, enquanto Exu vitaliza os sete sentidos da vida e Pombagira estimula – os, Exu – Mirim traz situações e “complicações” para que utilizando o vigor e estimulados possamos vencer essas situações e evoluirmos como espíritos humanos.
Dentro da Umbanda não acessamos nem cultuamos diretamente o Orixá – Mistério Exu, mas sim o ativamos através de sua linha de trabalho formada por espíritos humanos assentados a esquerda dos Orixás. Também assim fazemos com o mistério Exu – Mirim, pois o acessamos através da linha de trabalho Exu – Mirim, formada por "espíritos encantados" ligados a essa divindade regente.
Os Exus Mirins (entidades) apresentam - se como crianças travessas, brincalhonas, espertas e extrovertidas.
Apesar de serem bem “agitados”, sua manifestação deve estar sempre dentro do bom - senso, afinal dentro de uma casa de luz, uma verdadeira casa de Umbanda, eles sempre manifestam - se para a prática do bem sobre comando direto dos Exus e Pombagiras
guardiões da casa.
Podemos dizer que os Exus e Pombagiras estão para os Exus - Mirins como os Pretos - velhos estão para as crianças da Linha de Cosme e Damião.
Trazem nomes simbólicos análogos aos dos "Exus - adultos", demonstrando seu campo de atuação, energias, forças e Orixás a quem respondem. Assim, temos Exus - Mirins ligados ao Campo Santo: Caveirinha, Covinha, Calunguinha, Porteirinha, ligados ao fogo: Pimentinha, Labareda, Faísca, Malagueta, ligados a água: Lodinho, Ondinha, Prainha, entre muitos e muitos outros, chegando ao ponto de termos Exus - Mirins atuando em cada uma das Sete Linhas de Umbanda.
Quando respeitados, bem direcionados e doutrinados pelos Exus e Pombagiras da casa, tornam – se ótimos trabalhadores, realizando trabalhos magníficos de limpeza astral, cura, quebras de demandas, etc. Utilizam – se de elementos magísticos comuns à linha de esquerda, como a pinga (normalmente misturado ao mel), o cigarro, cigarrilhas e charutos, a vela
bicolor vermelha/preta, etc.
Uma força muito grande que Exu – Mirim traz, é a força de “desenrolar” a nossa vida (fator desenrolador), levando todas as nossas complicações pessoais e “enrolações” para bem longe. Também são ótimos para acharem e revelarem trabalhos ou forças "negativas" que estejam atuando contra nós, "desocultando -as" e acabando com essas atuações.
A Umbanda vai além da manifestação de espíritos desencarnados, atuando e interagindo com realidades da vida muitas vezes inacessíveis a espíritos humanos. Exu – Mirim muitas vezes tem acesso a campos e energias que os outros guias espirituais não têm.
Lembrem – se que a Umbanda é a manifestação de “espírito para a caridade” não importando a forma ou o jeito de sua manifestação.
Para aqueles que sentirem – se afim com a força e tiverem respeito, com certeza em Exu – Mirim verão uma linha de trabalho tão forte, interessante e querida como todas as outras.

PONTOS CANTADOS DE EXÚ MIRIM

ELÉ É EXÚ
É EXÚ MIRIM
NAÓ ME NEGA NADA
SEMPRE ME DIZ SIM.

Ó MEU SANHOR DAS ALMAS
NÁO FAÇA POUCO DE MIM,
EU É TÁO PEQUENINO
EU É EXÚ MIRIM.

EXÚ MIRIM É UM FORMOSO
ELE É EXÚ DE FÉ BIS
TEM UM PAI E TEM UM MANO
ESSE MANO É LUCIFER BIS.
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DOMINGO, 14 DE AGOSTO DE 2011



VOVÓ MANDA PARABÉNS

15/08 - Rakkelinda e Marú Pedra
16/08 - Renato, Camila e reginaldo
17/08 - Nadylet
19/08 - Lindinha
20/08 - Tenda Espirita Cabocla Iracema
OXALÁ ABENÇOE A TODOS NESTA DATA ESPECIAL.
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DOMINGO, 14 DE AGOSTO DE 2011



SALVE MEU PAI!


A oração dessa semana é para Ogum, Orixá Guerreiro de energia Vibrante, Quente e Pulsante.
Depois de reconhecer que respiramos o mesmo ar que Mandela, depois de entender que grandes Homens surgem com grandes desafios, depois de entender que só com luta se chega a vitória e depois de entender que sem Agir, nada, absolutamente Nada muda em nossa vida, nada melhor que clamar por Ogum para que Ele, Grandioso como é, nos inspire com suas Ações sempre firmes, decididas e convictas.
Acredito que muitos já tiveram a oportunidade de incorporar esse Orixá, acredito também que quem já teve essa oportunidade sabe o que é sentir firmeza, decisão, vontade, coragem e muita, muita Fé naquilo que pulsa dentro do peito, muita Fé naquilo que sente e entende, ou seja, sabe o que é convicção e crença.
Como se inspirar em Mandela, em nossa Umbanda ou em nossa vida religiosa sem ter Ogum vibrando dentro de nós? Sem ter Ogum percorrendo nosso corpo, nossas veias e fazendo pulsar nosso coração? Como não entrar na energia vibrante, na energia vermelha e branca, aquela da Paz e da Guerra? Ufa… Como negar esse Ar se Ele é quem me faz respirar? Como Ser menos Ogum num mundo de decisões e determinações, num mundo em que a Lei e Justiça se fazem tão necessárias???
Para Ogum, a Retidão, a Verdade e a Justiça são importantes, mas sua principal ação não é determinar o que é certo ou errado, e sim FAZER “apenas” PREVALECER aquilo que julga certo, consequentemente Ogum faz justiça com as próprias mãos, empreendendo, decidindo e jamais deixando para outros o que julga ser problema e domínio seu.
Saibam que em todos os cantos da África negra Ogum é conhecido e respeitado, pois soube conquistar cada espaço daquele continente com a sua bravura, com sua disciplina e com sua determinação.
ORIXÁ DO FERRO E DA GUERRA, suas lendas falam de um guerreiro que sempre está envolvido em batalhas para aumentar seus domínios, justiceiro impetuoso, eleva acima de tudo o conceito de honra.
Aliás, foi Ogum que ensinou o homem como forjar o ferro e o aço, representando o avanço, a tecnologia e as transformações que o trabalho propicia. Simboliza então, o desenvolvimento da tecnologia, o segredo da transformação, a passagem da “idade da pedra” para “idade do ferro”. Ogum nos torna Adultos.
Importante também esclarecer e salientar que tem grande entrosamento com Exu por ser considerado seu irmão. Exu é dono das encruzilhadas, assumindo a responsabilidade do tráfego, de determinar o que pode  e o que não pode passar, e Ogum é o dono dos caminhos em si, das ligações que se estabelecem entre os diferentes locais, portanto, é “Ele” que sustenta qualquer trabalho, é “Ele” que faz com que avancemos, é “Ele” que sustenta todo o povo da Esquerda.
Diante disso, cultuar Ogum é vital para quem quer conseguir vencer as suas batalhas com força, coragem e determinação, para quem quer conseguir vencer suas próprias demandas e para quem tem Fé e sabe da importância de sua Crença.
Afinal, Ogum é aquele que sempre está de “ronda” para proteger os injustiçados, é a Lei e a Ordem.
É o Ar e o Fogo Ativando e Transformando Tudo e Todos
É energia Vibrante, Quente e Pulsante.
É ação Ordenadora e Realizadora.
É Força, Coragem e Impulso Realizador.
É Reto, Correto e Capacitador.
Enfim, NÃO EXISTE LUGAR NESTE MUNDO QUE SE VÁ SEM A AJUDA DE OGUM.

ORAÇÃO A OGUM

Ogum, meu Pai, Vencedor de demanda, Poderoso Guardião das Leis,
Chamá-lo de Pai é honra, esperança, é vida.
Vós sois meu aliado no combate às minhas inferioridades.
Senhor, Vós sois o domador dos sentimentos espúrios, depurai com Vossa espada e lança minha consciente e inconsciente baixeza de caráter.
Ogum, irmão, amigo e companheiro, continuai em Vossa ronda e na perseguição aos defeitos que nos encontram a cada instante.
Ogum, glorioso Orixá, reinai com Vossa falange de milhões de guerreiros vermelhos e mostrai por piedade o bom caminho para o nosso coração, consciência e espírito.
Despedaçai, Ogum, os monstros que habitam nosso ser, expulsai-os da cidadela interior.
Ogum, Senhor da noite e do dia, Pai de todas as horas, boas e más, livrai-nos da tentação e apontai o caminho do nosso Eu.
Vencedor contigo, descansaremos na paz e na Glória de OLORUN.
Ogunhê, Meu Pai!
Escrito por Mãe Mônica Caraccio
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DOMINGO, 14 DE AGOSTO DE 2011



Exú Meia Noite "O Guardião da Meia-Noite"


Exu da Meia Noite Pertence a linha negativa de Xangô ,sendo serventia de Xangô Da Pedra Preta
Bebe licor ,marafo,conhaque,uísque,Fuma charutos,cigarrilhas ,trabalha muito com as moças bonitas(como é chamada as pomba-giras)
Uma de suas visões astrais é de um homem, com uma longa capa escura em volto de si
Sua guia é preto e branco,mas muito trabalham com vermelho e preto também,trabalha com velas vermelhas,pretas,brancas ,principalmente com vermelhas
Sua historia é de que em sua útima encarnação ele tinha sido um rico barão,viveu em Santos,aos 40 anos ,foi a Portugal procurar uma esposa,que tinha 14 anos,casou-se com ela,em sua primeira transa ,ela era virgem,só em sua transa ,ela não sangrou,sendo que ele pensou que ela não era virgem.
Armou uma cilada pra ela,dizendo que ela tinha o traído,ela fugiu com índios ,sendo que ele para procurar ela matou quase uma tribo inteira de índios, quando ele a encontrou,ela tinha tido um filho dele.
Voltou a ficar com ela,depois de um tempo o filho dele morreu.
Não demorando muito tempo tiveram outro filho,que teve o mesmo destino do outro filho ,faleceu depois de uns anos.
Ele com remorso,contou a historia para sua esposa do que ele tinha armado ,ela o largou.
Foi morrendo aos poucos em cima de uma cama ,não comia,não tinha força mais pra se levantar,morreu aos poucos.
Sua história inteira esta no livro "O Guardião da Meia-Noite" de Rubens Saraceni.

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Pomba Gira Dama da Noite a História



Pomba Gira Dama da noite, seu nome, Carmem, uma mulher sofrida, que teve em sua vida somente amarguras, seu triste fim, deu-se de forma rude e cruel, seu coração não estava nos lugares que a colocaram somente era conduzida, pois seu destino era traçado assim com muita dor, talvez seu maior erro foi nascer bela e adorável ao olhos dos homens.


Carmem vagava pelas ruas sem saber para onde ir. Perdera os pais, quando tinha cinco anos, e fora morar com seus tios. Tratada como escrava por anos, nunca soube o sentido da palavra felicidade. Analfabeta, somente conhecia os segredos da cozinha e da limpeza que era obrigada a fazer diariamente. O assédio de seu primo tornara-se insuportável conforme crescia em formas e beleza. Tanto o rapaz insistiu que acabou levando-a para a cama, onde foram flagrados pela velha tia, que em nenhum momento duvidou da palavra do filho que acusava a moça de seduzi-lo dia após dia. De nada valeram os apelos e juras de inocência. Imediatamente foi posta na rua sem um tostão e apenas com a roupa do corpo. Agora estava ali perambulando por ruas que não conhecia em uma noite escura e com lágrimas correndo pelo belo rosto. Um homem aproximou-se dela: - O que faz uma moça tão bonita perdida por aqui? E porque chora? Desalentada, começou a falar tudo que havia se passado. Não tinha nada a perder. Quem sabe aquele rapaz não a ajudaria? Fora o único que mostrara interesse no seu drama. Após ouvir tudo ele disse: - Venha comigo, tenho um lugar para você ficar! Sem outra opção a jovem o seguiu. Entraram em um casarão escuro em que somente uma pequena luz bruxuleava. Uma senhora vestida e maquiada com extravagância para àquela hora da noite, atendeu-os prontamente: - Mais uma menina, Jorginho? 




De maneira brusca, o rapaz agarrou a mulher pelo braço e sussurrou-lhe: - Esta é minha, vou querer somente para mim! - Calma lá garotão! Se você pagar não vejo motivo para que não seja sua. A partir desse momento Carmem transformou-se em mais uma menina da famosa Madame Eglantine. A principio deitava-se com Jorge pela gratidão, aos poucos, porém foi tomando-se de amores pelo rapaz, que em pouco tempo enjoou do que tinha com facilidade. Depois de dois meses de amor incondicional, o rapaz procurou pela Madame e falou: - Já está na hora da garota fazer a vida, não tenho mais como pagar pela sua estadia aqui. Eglantine sorriu com desdém, pois já sabia que o final seria esse, não era a primeira que passava por isso em sua casa. Ao ser informada de suas novas atribuições, a moça desesperou-se, chorou uma tarde inteira. Sem ter como fugir da situação, preparou-se para cumprir o combinado. Sentada no grande salão mal iluminado Carmem aguardava. 


Cada vez que uma das meninas subia acompanhada de alguém, ela suspirava de alivio por não ter sido escolhida. No entanto, quando já achava que estaria livre por aquela noite, Madame aparece com um senhor: - Querida, trate muito bem o Comendador Belizário, ele é prata da casa! Ao olhar o homem, sentiu o estômago revirar, ele podia ser seu avô! Eglantine percebeu e fixou um olhar gélido sobre ela: - Leve-o para seu quarto e faça tudo para agradá-lo. Com os pés pesados ela subiu as escadas que a levariam para o sacrifício, puxando o comendador pela mão. O velho fungava em sua nuca e ela tentava desviar do contato, ao sentir o hálito mal cheiroso, não resistiu, pediu que ele a soltasse e o empurrou com violência. Isso somente excitou mais o homem que agora literalmente babava em seu pescoço. Instintivamente agarrou a haste de bronze do abajur e desferiu com ódio na cabeça de Belizário. O sangue correu imediatamente manchando seu seio. Mas o velho não caiu, tomado de ira, apertou o pescoço da jovem até que, com os olhos vidrados, ela deu o último suspiro. Assustado pelo que fizera e com o sangue escorrendo pelo rosto, o comendador correu para as escadas onde tropeçou e rolou caindo morto no meio do salão de Madame Eglantine. Durante muitos anos o espírito de Carmem vagou por regiões escuras onde reviu e reviveu carmas e pecados de vidas anteriores. Amparada por linhas auxiliares começou seu trabalho de evolução espiritual utilizando a roupagem da Pomba-Gira Dama da Noite. Quem já se consultou com essa grande mulher sabe dos ótimos conselhos que ela sempre distribui entre sorrisos gentis e calorosos. 


Laroiê a Dama da Noite

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VOVÓ MANDA PARABÉNS



DIA 24/07 - Rose, Pai Leko, Fernando e Doris.
DIA 27/07 - João Paulo, Golbeats e Murilo.
DIA 28/07 - Tenda de Caridade Pai Oxalá e Yalorixá Iracema D`Obaluaê.
DIA 29/07 - Elton.
DIA 30/07 - Eija e Casa de Baiano Mané do Cangaço.


QUE OXALÁ ESTEJA SEMPRE LHES COBRINDO DE BENÇÃOS E PROTEÇÃO.
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SALVE XANGO!



 Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro Deus Iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras.
Xangô é um Orixá bastante popular no Brasil e às vezes confundido como um Orixá com especial ascendência sobre os demais, em termos hierárquicos. Essa confusão acontece por dois motivos: em primeiro lugar, Xangô é miticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça - representa a autoridade constituída no panteão africano. Ao mesmo tempo, há no norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nome de Xangô. No Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos de África. Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô de Caboclo, que se refere obviamente ao que chamamos de Candomblé de Caboclo.
Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando inquiridos.
Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão.
Na África, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca das pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo.
Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas, presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos amorosos e congêneres). Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.
O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas lâminas, o Oxé, que indica o poder de Xangô, corta em duas direções opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre. Numa disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada. Assim como Zeus, é uma divindade ligada à força e à justiça, detendo poderes sobre os raios e trovões, demonstrando nas lendas a seu respeito, uma intensa atividade amorosa.
Outra informação especifica que esse Oxé parece ser a estilização de um personagem carregando o fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao mesmo tempo, o duplo machado, e lembra, de certa forma a cerimônia chamada ajerê, na qual os iniciados de Xangô devem carregar na cabeça uma jarra cheia de furos, dentro da qual queima um fogo vivo, demonstrando através dessa prova, que o transe não é simulado.
Xangô portanto, já é adulto o suficiente para não se empolgar pelas paixões e pelos destemperos, mas vital e capaz o suficiente para não servir apenas como consultor.
Tudo que se refere a estudos, as demandas judiciais, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a Xangô.
Xangô teria como seu ponto fraco, a sensualidade devastadora e o prazer, sendo apontado como uma figura vaidosa e de intensa atividade sexual em muitas lendas e cantigas, tendo três esposas.
Xangô também gera o poder da política. É monarca por natureza e chamado pelo termo obá, que significa Rei. No dia-a-dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos, lideranças sindicais, associações, movimentos políticos, nas campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral.
 Xangô é a ideologia, a decisão, à vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”, o poder de liderança. Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo Rei é mais importante que o medo.
Xangô é um Orixá de fogo, filho de Oxalá com Iemanjá. Diz a lenda que ele foi rei de Oyó. Rei poderoso e orgulhoso e teve que enfrentar rivalidades e até brigar com seus irmãos para manter-se no poder.

O dia de xangô é 29 de Junho, mas a festa se inicia na noite de 28 com a fogueira de Airá.
28 de Junho é véspera de São Pedro e toda a Bahia está em festa: fogueiras, muitos fogos, balões, canjicas, licores, tec...
Xangô é festejado na roça de São Gonçalo do Retiro na claridade de uma enorme fogueira, com alguns de seus filhos, assando milho, soltando fogos e balões. Neste dia, reúnem—se todos os omo orixá, ogan e oloyê e principalmente os Obas, que são os Ministros de Xangô do Axé Opo Afonja.

Todas estas pessoas, antes da meia-noite tomam banhos de folhas e fazem bori defronte do peji de Xango, indo em seguida se recolher aos lugares determinados pela zeladora do culto, para conciliar o sono até a madrugada. Pela manhãzinha, na hora que a ialorixá acha conveniente para iniciar as obrigações e preceitos, acorda a todos com seu aja, enquanto os alabê fazem a alvorada com toques d atabaques e estouros de bombas, foguetes, etc...

Depois todas as filhas de xangô vão fazer osé, deixando tudo arrumado, bem limpo e enfeitado com ojá e flores.Antes do sol nascer, é realizada uma grande solenidade (semelhante a uma missa cantada) pela zeladora do culto, com a ajuda de todos os presentes invocando Xangô, com ele, Oduduá, Oranian e Yamassé, três orixás que não se manifestam m pessoa alguma.
Terminada esta solenidade, duas ayabas apanham os animais que vão ser sacrificados a Xangô, para preparar a cerimônia, deixando todos eles em ordem para serem ofertados de acordo com a determinação da yalorixá e dos axogum.

Neste dia, costuma-se sacrificar a Xangô os seguintes animais: abo(carneiro), akukó(galo), etú(conquem), pepelé(pato), ajapá(cágado), e ainda outros.
Depois do sacrifício, os axogum destrincham todos os bichos de quanto pés, levando-os em seguida para serem apresentados novamente no peji. Após esta apresentação, as carnes dos animais são entregues a Yábassê, ou às pessoas encarregadas da cozinha, para serem divididas conforme a obrigação, de acordo com o regulamento da seita, e do restante fazem as comidas apropriadas para todas as pessoas da casa e os visitantes.

Essas comidas são acompanhadas de acarajé, ekó, olelé e da comida predileta de xangô, o amalá, e de aluá ou aruá, bebida feita com água, rapadura, gengibre e casaca de abacaxi ou tamarindo. Os homens, uns vão para o mato buscar lenha, outros enfeitam o terreiro, arrumam o barracão, e assim todos trabalham Durante o dia, até quando se aproxima a hora do padê.
Terminado o Padê, é feita uma roda, no meio do barracão, composta de todas as filhas da casa, dando início à festa. As filhas dançam ao som dos atabaques, acompanhados os cânticos que são tirados em ordem pela yalorixá ou a quem ela deu a ordem. Os cânticos, já despachado exu com o padê, começam com os de Ogun, Oxossi, Omolu e os demais orixás.

Em seguida, passa-se a evocar e saudar o dono da festa:

Ora in alode o
Ara o nijê oni aloko !!! 


Todos se animam, a festa toma um certo realce, até as filhas de Xangô, que estão tomando parte da roda ou mesmo as que estão de fora, ficam manifestadas, o mesmo acontecendo com as filhas de oxum, oya e de todos orixás mulheres. Neste seu dia Xangô é felizardo: De homem , no terreiro, só ele. Os demais orixás que chegam são só mulheres. 

TEXTO.:do livro “ História de um Terreiro Nagô “
Deoscóredes Maximiliano dos Santos- Mestre DIDI- Max Limonad-Editora-1962 
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ESSA É MINHA POMBA GIRA!

Pomba gira rosa caveira é uma pomba gira que trabalha com seus parceiros de calunga em busca da evolução dos seres humanos e deles próprios.



Com aconselhamentos muitas vezes com certa impaciência não perdoa seus inimigos e protege seus cavalos sem mesmo eles pedirem sua proteção, odeia injustiça, se irrita com os tolos, temperamento forte como de exu caveira, se cuidada é uma pomba gira rica e bela ajuda em causas que aparentemente estão perdidas, e abraça a causa de uma pessoa injustiçada, não gosta  de teimosia, e seus recados são diretos e muitas vezes fortes , vem na falange de tatá caveira , falange maravilhosa e firme .

Uma mulher de fibra, vencedora de demanda, pomba gira de trabalho não gosta de muita brincadeira , quando vira sua gargalhada é de dor, é como se toda calunga viesse com ela estremecendo corações e o chão.

Quando cobra seus cavalos ataca diretamente a saúde e a parte financeira muitas vezes o cavalo tende a cair em depressão.

Geralmente os seus cavalos vivem em altos e baixos até acertar um tiro certo na felicidade e na realização profissional.

Rosa caveira gosta de fartura, as coisas certas  e positivas , é uma pomba gira que quando cuidada ajuda seus cavalos tanto a evoluir espiritualmente quanto na vida nessa terra , os realizando na parte financeira e amorosa .

Como trabalha com caveira e ele é o rei da sua falange, suas oferendas ela sempre pede um frango ou carré para oferecer antes ao senhor caveira como sinal de respeito e depois disso recebe a sua.


Geralmente, aprecia bebidas doces, cigarros, rosas, padês, frangas.

Suas vestes saias, capas.

Cores: preto, vermelho, roxo.



Salve Rosa Caveira minha amiga antiga.

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Uma lenda de Rosa Caveira:

Bom essa Lenda que será contada aqui, pertence à uma de suas vidas passadas, lembrado que nem sempre a Rosa Caveira que incorpora em Cicrano, é a mesma que incorpora Fulano. Então a historia poderá ser diferente da outra, mas sempre será a mesma Rosa Caveira. Larôye Pomba Gira.
Ela viveu aproximadamente á 2.300 anos antes de Cristo, na região da Mongólia, os seus pais eram agricultores e tinham muita terra. Ela era uma das 7 filhas do casal, sendo que seu nascimento, deu-se na primavera e a mãe dela tinha um jardim muito grande de rosas vermelhas e amarelas, que rodeava toda sua casa. E foi nesse jardim, onde ocorreu seu parto. Seus pais além de serem agricultores, também eram feiticeiros, mas só praticavam o bem para aqueles que os procuravam, e sua mãe tinha muita fé em um cruzeiro que existia atrás de sua casa no meio do jardim, onde seus parentes eram enterrados. No parto da Rosa Caveira, a mãe estava com problemas, e dificultava o nascimento da mesma e estava perdendo muito sangue, podendo até morrer no parto. Foi quando a avó da Rosa Caveira que já havia falecido há muito tempo, e estava sepultada naquele cemitério atrás de sua casa, vendo o sofrimento de sua filha, veio espiritualmente ajuda-la no parto, sendo que sua mãe com muita dificuldade e a ajuda de sua avó (falecida), conseguiu dar a luz a Rosa Caveira, e como prova de seu Amor a neta, sua avó, colocou em sua volta, várias Rosas Amarelas e pediu a sua filha que a batiza-se com o nome de ROSA CAVEIRA, pelo fato dela ter nascido em um jardim repleto de Rosas e encima de um Campo Santo (cemitério), e também por causa da aparência Astral de sua mãe (avó), que aparentava uma Caveira. E em agradecimento a ajuda da mesma, ela colocou uma Rosa Amarela em seu peito e segurando a mão de sua mãe, a batizou com o nome de ROSA CAVEIRA DO CRUZEIRO, conhecida com o nome popular de Rosa Caveira.
Ela cresceu com as irmãs, mas sempre foi tratada de modo diferente pela suas irmãs, sempre quando chegava a data de seu aniversario sua avó ia visitá-la (espiritualmente), e por causa destas visitas e carinho que seus pais tinham a ela, suas irmãs começaram a ficar com ciúmes e começaram a maltratar a Rosa, debochar dela, chamar ela de amaldiçoada pois havia nascido encima de um Campo Santo e seu parto feito por uma morta, de caveira dos infernos, etc. E a cada dia que se passava, Rosa ficava com mais raiva de suas irmãs. Então ela pediu para seus pais, que ensinasse a trabalhar com magia, mas não para fazer maldade, mas sim para sua própria defesa, e ajuda de pessoas que por ventura a fosse procurar. Sua avó vinha sempre lhe dizer que ela precisaria se cuidar, pois coisas muito graves estariam para acontecer. Seu pai muito atencioso a ensinou tudo o que ela poderia apreender, e também ensinou-a a manejar espadas, lanças, punhais, ou seja, armas em geral. Sua mãe lhe ensinou tudo o que poderia ser feito com ervas, porções, perfumes, e principalmente o que se poderia fazer em um Cruzeiro. Foi ai que suas irmãs ficaram com mais raiva ainda, pois ela estava sendo preparada para ser uma grande Feiticeira, e sendo ajudada por seus Pais e sua Avó, e zombava mais ainda dela, chamando-a de mulher misturada com homem e demônio, uma aberração da natureza, não por causa de sua aparência, pois ela era linda, mas sim por vir ao mundo nas mãos de uma Caveira (sua avó), e ter nascido encima de um cemitério.
Suas irmãs se casaram com agricultores da região, porém uma de suas irmãs (a mais velha), se aperfeiçoou em Magia Negra, e por vingança do carinho e a presteza que seus Pais davam a Rosa e não a elas, não porque seus pais gostavam mais dela, pois eles tinham amor igual a todas, mas Rosa demonstrava mais interesse do que as outras, ela fez um feitiço que matou seus pais. A Rosa com muita raiva, matou sua irmã e seu marido. As outras irmãs com medo dela, juraram lealdade a ela e nunca mais zombaram dela.
Aos 19 anos ela saiu ao mundo querendo descobrir algo novo em sua vida, foi quando ela conheceu um homem (Mago) que tinha 77 anos, e juntos com seus 4 irmãos, ele foi ensinando a ela varias magias e feitiços, tudo sobre a vingança, o ódio, a dor, pois esse homem era o Mago mais odiado e temido da redondeza pelos Senhores Feudais e Magos Negros. Vivia em um cemitério com seus 4 irmãos e discípulos. Ela aprendeu a ver o futuro e fazer várias Magias de um modo diferente, sempre usava um crânio tanto humano como de animal e em sua boca colocava uma rosa amarela, foi quando em uma de suas visões, viu suas irmãs planejarem sua morte. Ela por sua vez muito esperta, fez uma Magia, que matou todas suas irmãs. Após fazer isso ela voltou a companhia do mago, e com sua ajuda percorreu várias aldeias, causando guerras para fazer justiça e para livrar os povos dos Senhores Feudais, e também livrar esses povos de encantos de Magos Negros e Feiticeiros Malignos, e por causa disso ela era muito venerada, adorada e respeita por todos. Aos 99 anos, seu amado e seu mestre, morreu e ela assumiu seu lugar junto com o irmão mais velho do mago.
Aos 77 anos ela foi traída por um dos irmãos do mago falecido, o terceiro irmão, que a entregou a um mago que estava a sua procura, este Mago era um dos mais temidos e perversos e que sabia o ponto fraco dela. Com a ajuda desse irmão, esse Mago a matou, e degolou a Rosa e entregou sua cabeça em uma bandeja de ouro rodeada de rosas vermelhas, para os Espíritos dos Magos Negros. Após isso ela ficou aprisionada espiritualmente por esse mago até ser liberta pelo seu amado e mestre o mago falecido, que entregou a falange do Exu Caveira. O irmão do mago que a traiu, foi morto 3 anos depois pela própria Rosa, que deu sua alma de presente a seu Amado e Mestre, se tornando assim seu escravo.
Foi ai que ela começou a trabalhar na linha das almas e ficou conhecida como Rosa Caveira (Pomba-Gira Guerreira e Justiceira), pois em sua apresentação astral ela vem em forma de mulher ou caveira, ou meio a meio sempre com uma Rosa amarela em suas mãos e uma caveira aos seus pés, caveira esta que representa, todos seus inimigos que cruzam seu caminho.
Trabalha na linha das almas e faz parte da falange do Exu Caveira e Tava Caveira
Seu ponto de força, é no cruzeiro das almas, onde são entregues seus pedidos e oferendas.
Sua Flor preferida é Rosa Amarela
Sua guia é, preto e branco ou amarelo e preto.
Pertence a linha negativa dos pretos velhos.

Seu ponto:

Sacode o pó que chegou Rosa Caveira
Pomba Gira da calunga
Vem levantando poeira


Suas mandingas são cercadas de mistérios
Saravá a Pomba Gira que vem lá do cemitério
Se diz que faz é melhor não duvidar
Porque a Rosa Caveira promete para não faltar
Sacode o pó que chegou Rosa Caveira
Pomba Gira da calunga
Vem levantando poeira
Levo uma rosa quando vou ao seu axé
Falo com Rosa Caveira
Porque nela eu tenho fé
Tudo o que peço nunca me deixou faltar
Ela é muito famosa
E naê é mojubá

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Você sabe quem é sua Pomba Gira?
Mande o nome dela que faremos uma homenagem aqui no blog.