segunda-feira, 25 de março de 2013

SÃO CIPRIANO

Venerado pela igreja, adorado pelos feiticeiros, respeitado pelos magos…



São Cipriano, bispo de Antioquia, passou para a história co­mo um már­tir e ganhou a fama co­mo o mago mais conhe­cido do mundo.



Nascido no século III d.C., segundo a len­da, ele logo entrou para a irmandade dos magos depois de uma estadia entre os persas.


Na sa­grada terra do culto do fogo, ele aprendeu as ar­tes adivinhatórias e in­vocatórias.


Os ances­trais espíritos e gênios eram conhecidos por Ci­priano, que mantinha con­tato fre­qüente com o Mundo Invisível.


Voltando para sua cidade natal, Ci­priano começou exercer sua ren­tável pro­fissão.


Logo adquiriu fama e era pro­cu­ra­do por nobres, comerciantes e guer­rei­ros.Certo dia um cavalheiro apaixo­nado pe­diu um feitiço amoroso, um “filtrum”, co­mo chamamos em magia natural.


O al­vo era a bela e jovem Justina, nobre vir­­gem cobiçada por muitos ricos senho­res.


Justina havia sido recentemente con­ver­tida a uma nova e estranha religião…


Seus seguidores adoravam um judeu cru­cificado da Palestina que tinha feito muitas curas e profecias.


Aos olhos dos antio­que­nos isso era até engraçado.


Por que adorar um homem, se existiam tantos deu­ses e gênios?


Cipriano preparou um filtrum e nada acon­­teceu.


O cavalheiro apaixonado re­cla­­mou e exigiu o dinheiro de volta.


Nosso mago, muito contrariado e não acostu­ma­­do a falhar, refez a poção e adicionou um conjuro especial.


Nada!


Agora a coisa era para valer!


O Mestre Cipriano convocou o Rei dos Gênios em pes­­soa.


Dentro do círculo mágico ele or­de­­nou e o terrível Jinn se fez presente.


O gênio explicou que Justina era serva de uma entidade de maior magnitude e nada poderia fazer…


Dito e feito.


Movido pela curiosidade Cipriano vai até Justina.


Estabelece uma rica conversa com ela e percebe na garota uma luz espe­cial.


Dias depois, o poderoso Cipriano se con­vertia ao Cristianismo primi­tivo,
que nesta época era uma re­ligião cheia de magia, sa­be­doria e simplicidade.


Afinal, o Cristianismo nas­cente era o her­deiro da religião dos velhos ma­gos da Pérsia.


Não esta­vam os três grandes ma­gos persas diante do me­nino Jesus na noite de Na­tal?


Cipriano e Justina mor­rem juntos durante a perseguição aos cristãos.


Séculos depois, curan­dei­ros e benzedores eu­ro­pe­us vão pedir a Cipria­no, que virou santo, fa­vo­res e saberes.


O culto de São Cipriano chegou ao Brasil com os degredados portugueses perseguidos pela Inquisição.


Na memória eles traziam as fórmulas, orações e magias ciprianas.


Bem mais tarde os primeiros “livros de São Cipriano” chegaram aqui.


Com a chegada dos negros escravos, os Mulojis (xamãs) bantus tomaram conhe­cimento da tradição do mago de Antioquia.


Boa coisa!


Na Kimbanda Cipriano era con­siderado um Makungu (ancestral divi­ni­zado) e digno de culto.


Em Angola os Mu­lojis já cultuavam Santo Antonio, que se encarnou numa profetisa bantu cha­ma­­da Kimpa Vita.


Por isso, dentro do cul­­to de Cipriano os xamãs botaram muitas mirongas e mandingas.


O tempo passou e a Kimbanda virou Quimbanda.


Elementos da feitiçaria ocultis­ta e mesmo da magia negra penetraram nos ensinamentos dos sábios Tios e Tias africanos.


São Cipriano entrou nos mistérios da noite.


O respeito virou medo e assombro.


O santo ganhou Ponto Cantado, Riscado e Dançado.


Pulou do altar para o chão de terra, virou chefe de Linha e Falange, vestiu toga negra e até adquiriu um gato preto!


Na Lua Cheia de agosto ele tem festa à meia-noite, junto com a Comadre Salomé e os Compadres Bode Preto e Ferrabrás.


Até uma Fraternidade Mágica ele ganhou, quando Dom Fausto, um cu­randeiro,


encontrou um frade agonizando perto de um local desértico.


Examinando o doente, ele notou que o religioso fora mordido por uma vene­nosa serpente e estava à beira da morte.


Dom Fausto o carregou até sua casa e o curou com a ajuda de preciosas ervas.


Como agradecimento, o frade presenteou o curandeiro com uma velha cruz de ma­deira.


Noites depois, na pobre casinha de Dom Fausto, ocorreu um fato sobre­na­tural.


Uma estranha e misteriosa luz ema­nou da cruz, preenchendo todo o am­biente.


O curandeiro acordou e viu, ao la­­do da cruz iluminada, a figura de um velhinho barbado com mitra na cabeça.


O personagem que segurava um cajado, sorriu para ele e disse:


-“ Venho até você e peço…


Crie uma fraternidade de bons homens e mulheres, façam a caridade e curem em nome de Deus.”


O curandeiro, admirado, perguntou:


- “Quem é você?”


O espírito respondeu:
- “Sou Cipriano!”


Dias depois, Dom Fausto reuniu seus tios, alguns primos e contou o ocorrido.


Nasceu assim uma Fraternidade de cura sob a proteção de São Cipriano.


Isto acon­teceu no século XVIII, em Dezembro de 1771.


Durante algum tempo o piedoso gru­po só admitiu parentes.


Porém, se­gundo orientações espirituais, foram sendo convidadas pessoas de boa índole de ou­tras famílias e procedências.


Por tradição uma cidade mágica era escolhida para sediar a Fraternidade.


O critério da escolha sempre foi motivado por estranhas leis estudadas na Radiestesia.


Paraty (RJ) foi a cidade escolhida, pois, além das condições telúricas excelentes,


ela é toda construída com sólido simbo­lismo maçônico.


Coincidentemente, a re­gião também tinha forte presença kimban­deira e quimbandeira,


que com o tempo chegou até a receber os místicos cultos da Cabula e da Linha das Almas.


Hoje a cida­de não fica por menos, já que conhecemos algumas irmandades de iniciados caba­listas,


templários e yogues que se estabe­leceram por lá.


Na Quimbanda os espíritos de alguns pretos velhos de origem bantu se filiam na Linha de São Cipriano.


Estas são almas de antigos mandingueiros, feiticeiros (aqui com o sentido de xamã) e kalungueiros.


Todos mestres nas artes da cura e da magia.


Muitos até adotam o nome do Pa­­trono:


Pai Cipriano das Almas, Pai Ci­priano Quimbandeiro, Pai Cipriano de Angola…


Estas entidades recebem ofe­rendas na kalunga pequena, perto do Cruzeiro.


Também são ofertadas nas por­tas das igrejas e capelas.


Oferendas: Velas brancas ou brancas e pretas, marafo, café preto e tabaco.


Uma Linha pouco conhecida, mas também ligada a São Cipriano, se chama Linha dos Protetores.


Neste grupo tra­ba­lham espíritos de velhos magos europeus, ciganos curandeiros e misteriosas entida­des do fundo do mar.

São Cipriano está vivo e é do bem.


As receitas exóticas dos Livros de São Ci­priano


(Capa de Aço, Capa Preta, Capa Vermelha, etc…)


jamais foram praticadas ou escritas por ele.


Elas são uma triste con­­tribuição da magia negra européia.


Os segredos de São Cipriano passa­ram para os Mulojis da Kimbanda e


foram repartidos com alguns adeptos da Quim­banda.


Contudo, ainda existe o mistério.


Quais seriam estes segredos?





Como diz um velho Ponto Cantado de São Cipriano:
“Santo Antonio é mandingueiro,
Santo Onofre é mirongueiro.
Ai, ai, ai, meu São Cipriano…
Negro que sabe fazer bom feitiço,

Faz em silêncio, fala pouco e é quimbandeiro!”



terça-feira, 19 de março de 2013

O VALOR DA GUIA!






O VALOR DA GUIA!



Receba essa guia oh meu filho...

Esta guia sou eu quem lhe dou...

Para te lembrares Oh meu filho...

Na Hora da Alegria e na Dor...

.......... .............................. ...........



”A guia é um elemento de ligação

entre o médium e o seu espírito vibratório.



Imanta-se um campo de força nela centralizado,

criando uma eficiente proteção contra eventuais

energias negativas.



A guia serve ao médium,

para invocar e atrair energia negativas,

num ato de caridade em relação aos outros.



Portanto a guia é sobretudo uma ferramenta

de trabalho espiritual, e assim sendo

deve ser cultuada com todo o zelo e respeito.



Guia não é colar e, muito menos, enfeite.

Em nosso Ritual, a guia representa também

a ordem hierárquica que o médium

encontra-se para com a sua evolução Espiritual. “


Enviado por Viviane de Oxum

segunda-feira, 4 de março de 2013

O BOLO DE CHOCOLATE

Mensagem de Preto Velho
Pai Jerônimo

“Um certo dia, ele atendeu de uma senhora que lhe veio consultar sobre um tumor nos seios, diagnosticado por uma mamografia.
Passes daqui, trabalhos dali, enfim, uma consulta normal…vela, erva, água…
Disse o preto:
- É mizim fia… Tá feito…mas num deixa de procurá o Homi de branco, dispois vem contá pro nego…nego vai ficá no toco esperando zunce vortá…
E saiu a consulente.
Numa próxima gira, estava lá o preto no toco e chegou a sua consulente, já na segunda parte do trabalho.
- Podi entrá mi zim fia, tava le esperano….
- É meu Velho, fui no médico sim… ele disse que o tumor sumiu, vai ver foi engano, o que a mamografia mostrou foi uma sombra de um queloide, que eu já tinha de cirurgia anterior. mas vim lhe agradecer, pois sei que o Senhor me curou..
Diga, meu Pai, o que o Senhor quer de presente, quero lhe agradecer…
Em nossa casa, as entidades as vezes ganham presentes, charutos, bebidas, mas não que peçam, porque as pessoas trazem em agradecimento mesmo, como deve ser em todo lugar.
Mas naquele dia o preto pediu…
- Me traga um bolo de chocolate, mi zi fia, suncê pode faze isso…?? Mais tem qui ser na próxima gira… eu num vô tá aqui, mas fala com o caboclo chefe que ele manda mi chamá….
Todos estranharam, e eu mais ainda, passei a semana pensando naquele pedido, eu que amo bolo de chocolate, pensava comigo, Meu Velho… porque um bolo, Meu Pai… Até os filhos da casa acharam estranho e houve uma brincadeira ou outra… do tipo achando que iam comer o bolo….Alguém arriscou dizer que era a comemoração pela cura da mulher… Enfim… esperei ansiosa… Afinal… confio neles.
Em verdade torci para a mulher nem aparecer com aquele bolo…
Mas ela apareceu, e sentou na primeira fila, como tal bolo, todo confeitado de confetes coloridos.
Chegou o preto, com autorização do chefe do terreiro, que é Seu Serra Negra….
- Trouxe meu bolo, mi zim fia…
- Trouxe meu velho…
Então o preto levantou e disse que na assistência tinha uma menina, de cor morena, que estava fazendo aniversario, 14 anos, e chamou-a.
Disse à menina:
- Mi zim fia, esse é presente que sunce pediu ao seu anjo da guarda, ele não pode vir, mandou o nego te entregar…
A criança marejou os olhos e saiu com o bolo na mão, sentar ao lado da mãe, que chorava muito na assistência. Em 14 anos, nunca havia ganhado um bolo de chocolate….Nunca mais voltou, nunca mais vimos. E nunca esquecemos esta história.”
Autor desconhecido