terça-feira, 2 de outubro de 2012

Baralho Cigano

amais conseguimos ver além das escolhas que não entendemos.
O tarô é um instrumento de orientação e previsão e nos auxilia a tomar decisões importantes na vida. Através dele é possível entender o presente e planejar o futuro. Nascemos para sermos felizes e nem sempre as nossas escolhas nos conduzem aquilo que é melhor para nós. O tarô nos ajuda a encontrar o melhor caminho.
Como alguém se torna tarólogo? Começa pelo interesse despertado pelo ocultismo; então se escolhe um professor e, partindo de informações básicas, amplia-se e se aprofunda a pesquisa, sempre seguida pela prática. A manipulação das cartas e a compreensão tanto dos significados quanto das relações acompanha a teoria.
Uma consulta de Tarô deve ser fiel à mensagem das cartas, mesmo que desagrade o consulente, que pode procurar o oráculo levado pela falsa idéia de que vai receber respostas prontas e milagrosas de acontecimentos futuros que solucionarão seus problemas sem necessidade de reflexão ou esforço. A mágica acontece quando o consulente abre alma e mente para o que se revela a ele, mensagem única e especial que pode levá-lo a uma mudança interna que lhe proporcionará tanto uma nova percepção de vida quanto um ânimo diferente para fazer as transformações necessárias para uma existência mais plena.
Um dos desafios do tarólogo é evitar conselhos, porque isto é competência de padres e pastores, ou resolver o problema do cliente, tendo claro os limites éticos e resistir ao poder que lhe é dado pelo próprio consulente. A visão do oráculo como algo mágico, privilégio de poucos, pode diminuí-lo. Limitar-se à previsão, jogando cartas com o cósmico, empobrece a leitura, mas é demanda compreensível numa época em que tristeza é confundida com depressão, esculpe-se o corpo esquecendo-se do espírito, e ter é mais importante que ser. A era da informação rápida que atropela a reflexão, da imagem que sobressai a emoções e sentimentos, reflete-se e interfere na prática do Tarô.

Tarólogo: Profissão ou missão?

É muito comum que aqueles que se interessem por desenvolver o tarot acabem por ser solicitados ou mesmo que se auto-motivem a usar as cartas para outros. Basta alguém saber que você está lendo ou estudando o tarot experimentalmente que logo surgem os primeiros interessados em conhecer as suas habilidades. Isso é natural e muito útil, pois pode auxiliar o leitor a treinar a sua intuição, bem como os seus conhecimentos sobre tarologia. Com a prática, e alguma auto-observação, o estudante perceberá que as mensagens lidas para outros servem, e muito, para o seu próprio crescimento interior, além de que ele mesmo possui uma peculiaridade no modo de ler, que consegue obter uma informação com mais precisão do que as outras, ou ainda, que sua leitura possui um viés próprio, uma assinatura. A prática mostrará a ele se sua leitura é mais analítica (baseada totalmente no conteúdo teórico de tudo o que você leu ou estudou e na sua habilidade mental para reuni-las na leitura), intuitiva (quando a sua intuição der saltos inexplicáveis e precisos, muito além daquilo que foi lido ou estudado por você), psíquica (quando imagens mentais – vidência – afloram com o auxílio dos arcanos, apesar de haver pouca ou nenhuma formação teórica), ou mais sensitiva (quando a inspiração combina conhecimento do tarot com a capacidade de captar mensagens do inconsciente de quem se consulta). Com o tempo essa assinatura aliada a sua habilidade psíquica mais desenvolvida o caracterizará como tarólogo e o auxiliara a formar o seu público. Para algumas pessoas esse público crescerá de tal modo que viver desse trabalho, ou tê-lo como complemento de uma renda, será a conseqüência natural desse processo. O que vemos até aqui é o desabrochar de uma missão! Palavra que parece boba, fora de moda neste mundo obcecado por teorias, formatações e credenciais. A missão, contudo, não deveria ser encarada desse modo, ela é o encontro da consciência com o propósito intrínseco da alma.Cumprir uma missão independe de a relação com essa atividade ser profissional ou não! Alguém que vive uma missão cresce com o seu caminho, não o tem apenas como um meio de ganhar dinheiro, mas como uma forma de desenvolver sua espíritualidade, compreender a vida e dar a sua contribuição para ela. Viver ou não com exclusividade desse ofício não importa, o que importa é realizá-lo com a máxima dedicação, como um sacerdócio, o que podera ou não incluir pagamento em dinheiro. Para os que cobram o dinheiro é uma forma de estabelecer uma troca por um tempo que foi dedicado. Para os que se recusam a cobrar, o pagamento é a troca humana e o alargamento da percepção de mundo que o tarot nos proporciona. Não existe de fato um modo correto ou errado de estabelecer essa relação com o tempo e o dinheiro, depende de uma série de fatores pessoais e intransferíveis, e cada um deve refletir sobre o seu próprio caso.

O PERIGO

Para quem fez alguns cursos, com aqueles que lhe apontaram como os “melhores” professores, com certificado e tudo o mais, e leu os melhores livros e participou dos melhores seminários… Bem, para esses parece mais do que claro que estão prontos para se tornar profissionais, abrir suas tendinhas e colocar em prática tudo o que estudaram e que, inclusive, pagaram para isso, com a melhor das intenções, é claro!
O problema desse tipo de leitor é que ele se esqueceu de que um tarólogo não é apenas um interpretador de símbolos, mas que é, sobretudo, um espiritualista, que por definição é alguém que tenta fluir com a existência observando os sinais da vida, sacando o que lhe é requisitado para que ele cumpra o seu papel na grande dança cósmica ao invés de se impor, muitas vezes por puro capricho do ego, ou como uma válvula de escape dos próprios problemas. Como disse Santo Agostinho: Misticismo é o conhecimento de Deus pela própria experiência.
Esse é o tipo que se pergunta primeiro se o “mercado” é favorável, se dá para viver disso, e se não der, logo se perguntará como otimizar essa possibilidade. Alguns acabam virando mercadores que muito rapidamente passam a classificar e pasteurizar o seu produto para melhor comercializá-lo, que lutam por um curso credenciado de tarot, garantindo sempre que é para melhor servir os que se interessam em consultá-lo ou estudá-lo, ou que é uma forma de respeitar e proteger esse belo manancial do conhecimento humano… Isso lembrou alguém?… É, tá cheio disso não é mesmo? Não significa ser contra a profissionalização, mas a favor da liberdade de descoberta pessoal que a prática tarológica proporciona.

COMO TARÓLOGO….

Muitas pessoas acreditam que para se ler tarô, a pessoa tem de ter obrigatoriamente algum talento especial. Os mais formais se referem a este talento como intuição, ou, os mais esotéricos chamam de sexto sentido, ou mediunidade. Percebo que esta é uma dúvida das pessoas e constantemente perguntam.
De forma alguma descarto a possibilidade de que muitas pessoas trabalhem com base em sua intuição. Afinal, esta é, sem sombra de dúvidas, uma possibilidade, pois todo ser humano, em menor ou maior grau, conta com este recurso. Logo, este pode ser um “jeito”, justo e legítimo, de se ler o tarô.
Ainda assim não creio que seja a única forma. Acredito que haja muitos e muitos jeitos de se ler tarô. Por exemplo, uma pessoa que em seu dia-a-dia é mais racional pode ler as cartas de forma muito similar a sua postura cotidiana. Ou seja, sua leitura também pode ser mais racional, mais reflexiva, embasada naquilo que ela já leu e conhece sobre o assunto.
Um outro exemplo é o de uma pessoa mais sensível e que, ao ler as cartas, percebe algo em si própria ou naquele jogo. Pode ser frio, calor, algo bom, algo ruim, alguma parte de seu corpo, ou mesmo uma sensação ligada aos arcanos que aparecem num determinado jogo. Para alguns isso pode parecer com uma manifestação intuitiva, mas existe uma diferença, pois na intuição existe algo que se projeta para fora, algo que eu experimento, mas que não diz exclusivamente de mim, mas sim do meu externo. Neste caso que destaco a pessoa percebe, nela própria algo, ou seja sua experiência diz algo acerca dela mesma e de suas sensações. Isto, por vezes pode ter sentido em alguns atendimentos.
Esses são só alguns poucos exemplos de que existem muitas formas de se encarar o tarô e, além disso, de como encarar a si próprio diante do tarô. Afinal, existem muitos livros sobre a origem do tarô, sua história e trajetória e muitas e muitas visões sobre cada um de seus arcanos, mas ainda vivemos um grande vazio quando colocados a nos questionar sobre o nosso papel diante das cartas.
Neste caso, não existe uma cartilha, que trate como devemos nos orientar diante do tarô. Logo o caminho de cada um deve ser construído passo a passo e em sintonia com o seu desenvolvimento interno. Ou seja, o tarólogo se faz ao unir as suas experiências, com aquilo que existe de seu. E, sendo assim devemos perceber que somos dotados de múltiplo recursos pessoais, inerentes a nós seres humanos. A conhecida frase de Terêncio nos lembra disso: “Eu sou homem e nada que é do humano me é estranho”. Ou seja, podemos contar com nossa intuição, assim como podemos contar com nossa razão, nossos sentimentos, nossas sensações, ou qualquer outro recurso que se manifeste durante uma leitura de tarô.
Não devemos ficar apegados a um único caminho, ou a uma fórmula mágica. Até porque o tarô é uma complexo instrumento de auto-conhecimento e este vai nos exigir de forma ampla e complexa. O tarô, para ser bem lido, vai precisar de alguém preparado para enxergar suas nuances, seus detalhes mais sutis, aquilo que existe de único e singular quando aquelas determinadas cartas se encontram em suas específicas posições.
Percebo que nenhum de nós deve ficar apoiado somente numa única forma de ler tarô. Devemos nos olhar de forma tão complexa e tão irrestrita quanto as próprias cartas. Devemos reconhecer nossas mais vastas possibilidades e entender que esta, afinal de contas, é a nossa maior riqueza e grandeza.

O TARÔ E O TARÓLOGO

O tarô é conhecido como o espelho do inconsciente, pois revela a nossa realidade interior através de seus arquétipos e simbolismos. É o revelar de um novo caminho ou uma nova postura diante dos objetivo que nos propomos a seguir. Seu efeito espelho permite uma dinâmica entre os símbolos e o inconsciente do consulente permitindo o que Carl Jung chama de “Principio de conexão não-causal” que liga a psiquê do indivíduo ao mundo material formando uma só energia em duas distintas partes. Segundo o site Tarô e Simbolismo “a leitura de Tarô é somente a ponta do iceberg, o seu uso é infinito nos permitindo o desenvolvimento espiritual, auto conhecimento, equilíbrio (…) O Tarot nos fornece essas indicações, porque nos mostra novas perspectivas e enxergar além do problema”.
O responsável em levar toda bagagem racional e espiritual para o indivíduo que se dispõe a procurar o tarô como forma de se libertar da crise existencial é o tarólogo, ou seja, uma pessoa que com seu dom e dedicação faz da tarologia uma profissão que ajuda as pessoas a trabalharem o seu inconsciente induzindo-a a organizar o que há de melhor dentro de seu espírito abalado, fazendo com que as pessoas melhorem no presente o passado que ficou e organize seu futuro melhor do que o presente que está passando. O estudo do tarô é uma ferramenta que, bem usada, liberta o homem do medo e da ignorância.
Segundo Luiz Costa sobre o estudo do tarô, “Desde seu uso junto às artes divinatórias até o uso pessoal voltado para o auto conhecimento seu estudo, levado com seriedade e honestidade de propósitos, vem abrindo a mente humana e reaproximando o homem de sua Divina Fonte”.
O tarólogo é aquele que, em seus estudos, observa os símbolos contidos nas cartas e a história que cada uma conta, sua mente deve estar aberta e livre de tendências externas que determinam e direcionam sua interpretação. Por isso o tarô deve ser visto como um mapa, um guia que nos leva a algum lugar onde queríamos chegar, mas não tínhamos condições sozinhos.
Segundo Sallie Nichols na obra Jung e o Tarô, “A projeção do nosso mundo interior no exterior não é coisa que fazemos de propósito. É simplesmente a maneira como funciona a psique. Em realidade, a projeção acontece de forma tão contínua e inconsciente que costumamos não dar tento de que ela está acontecendo. Não obstante, tais projeções são instrumentos úteis à conquista do auto conhecimento. Contemplando as imagens que atiramos na realidade exterior, como reflexos de espelho da realidade interior, chegamos a conhecer-nos”.
Desta forma o tarólogo sério buscará ser um eterno estudioso ira deslumbrar junto ao seu consulente o que existe em sua psique e buscará sem interferir em seu livre arbítrio orientá-lo dentro da ética.
Ser tarólogo além de profissão séria é uma opção de vida, pois a pessoa que aceita esta missão guarda a chave do destino de seu consulente e só a entrega, quando este se dispõe a abrir o portal que o leva a enxergar novos horizontes.

CUIDADOS NO ATENDIMENTO

Procure sempre manter uma atitude ética e coerente, pois isto é muito importante para quem pretende trabalhar numa área tão polêmica e ao mesmo tempo fascinante. Trabalhar com tarot não é apenas conhecer o simbolismo das cartas e sim mexer com o imaginário e com as esperanças das pessoas.
Não podemos esquecer nunca de que estamos lidando com os sentimentos humanos e com pessoas que podem estar passando por algum tipo de angústia ou ansiedade e buscam uma saída. Mesmo quando a pergunta gira em torno de um possível amor ou sobre a realização de um sonho, a busca é pela confirmação do seu desejo ou por uma solução mágica que leve à resposta esperada. Este é um momento delicado, principalmente se o que as cartas indicam não é o que o cliente espera.
O cuidado na resposta é muito importante; manter uma atitude neutra, ficar atento com promessas ou dramatizações, pois a pessoa não ouve o que você fala de forma objetiva e sim de um modo emocional. Isto pode levar a uma escuta que é parcial, chegando a distorcer o significado para se aproximar do que deseja. Assim, é importante escutar com carinho e atenção e cuidar muito da forma como fala e o que diz.
A humildade e a consciência são os melhores companheiros do tarólogo. Por vezes podemos ficar excessivamente orgulhosos de nossos acertos nas previsões e corremos o risco de nos tornarmos arrogantes. É este o momento de ficarmos tentados a falar demais ou sem cuidados e isto pode trazer problemas.
Sempre é bom lembrarmos que todos os arcanos têm uma interpretação positiva e uma negativa, mesmo que uma prevaleça na maior parte dos casos. Também faz parte dos nossos desafios saber que tudo o que o tarot traz está sujeito a mudanças, seja a partir de uma reavaliação do cliente, seja por fatores inesperados, o que é marcado por cartas como a Torre e a Roda da Fortuna. Além disso, sempre existem outras possibilidades que não foram levantadas pelo paciente e que se encaixam nos significados das casas da mandala astrológica, se este for o jogo usado. É aí que entra a humildade: podemos conhecer muito sobre o tarot, mas existem coisas que são trazidas pelo momento de vida e muitas vezes estão escondidas, pois não podem ser mudadas. O destino é soberano e nós só podemos ajudar a revelar se houver a possibilidade do livre arbítrio.
Apesar disso, acredito que vale a pena o desafio de ser tarólogo e descobrir muito sobre a vida, seus ritmos, suas restrições e os nossos limites, pois não passamos de instrumentos do destino.

Arcanos Maiores e/ou Menores? Tarot ou baralho comum?

Outra questão em aberto, nas consultas, é a de utilizar o baralho inteiro ou apenas parte dele. Há aqueles que utilizam o conjunto das 78 cartas (22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Menores, ao mesmo tempo). Os usuários do chamado “Tarô Egípcio” não encontram qualquer motivo para tal separação, pois as 76 cartas foram redesenhadas todas no mesmo padrão dos arcanos maiores, sem clara distinção entre os naipes.
Já entre os que utilizam o modelo clássico, muitos praticantes separam dois maços: um com os arcanos maiores e, o outro, com os menores. E, de acordo com a função que a carta ocupará na tiragem, pedem que o cliente retire cartas ou do monte dos arcanos maiores ou do monte dos arcanos menores.
Dicta e Françoise, por exemplo, sugerem que se comece a consulta com os Arcanos Menores; caso apareça um Ás, significa que a questão é importante e merece ser examinada com a ajuda dos Arcanos Maiores. Para deixar a questão em aberto, podemos lembrar um ponto de vista oposto, o de G. O. Mebes, ao afirmar que os Arcanos Menores falam de um plano mais sutil que o retratado pelos Arcanos Maiores…
Há também aqueles que, com propósito pedagógico ou terapêutico, utilizam apenas as cartas com desenhos mais personificados. Ou seja, deixam de lado as 40 cartas numeradas dos quatro naipes, e utilizam somente 42 cartas (22 arcanos maiores, 16 figuras e os 4 ases).
Do ponto de vista do iniciante, talvez fosse melhor começar pelos arcanos maiores, mais diferenciados e, por isso, mais diretos para evocarem analogias e significações simbólicas. Ficará para uma segunda etapa a inclusão das cartas numeradas (arcanos menores), mais abstratas e que exigem maior estudo.
A bem da verdade, essa última afirmação vale mais para a nossa atual população urbana, classe média, com formação escolar padrão. Nas pequenas comunidades do Interior brasileiro a história é outra: as mulheres do povo que desempenham o papel de curadoras, benzedeiras e cartomantes, encontram disponível apenas o baralho comum, de carteado, com suas 52 duas cartas (as 40 numeradas em quatro naipes, mais 12 figuras, sem o cavaleiro). E é com esse baralho, sem aparentes evocações esotéricas, que fazem suas leituras e ajudam as pessoas de suas comunidades…
Nada impede, afinal, que se pratique “ler as cartas” apenas com o baralho comum. Aliás, ele é quase completo, quando comparado aos “arcanos menores” do Tarot original: faltam apenas os Cavaleiros. Por outro lado, o baralho comum tem quase 50% de cartas a mais do que os jogos remontados e reduzidos por Etteila e Lenormand, a partir do início do século 19, também conhecidos como “baralho cigano”.
Nunca é demais repetir: não existem regras absolutas para o Tarô. Tal como acontece com os jogos de cartas para o lazer – buraco, tranca, truco, mico, rouba-montinho e por aí afora… – são os participantes que combinam entre si as regras e suas variações, se utilizam todas as cartas do maço ou apenas parte, se jogam com um maço de baralhos ou com dois. O importante é experimentar e verificar, por conta própria, o que faz mais sentido para cada momento de prática e de estudo. Detalhes
Na prática, vemos tarólogos e cartomantes dando importância a muitos detalhes que podemos acolher, mas que não precisamos tomar como leis ou dogmas. Vejamos alguns desses pontos, que cada um levará em conta, ou não, de acordo com seu temperamento e disposições. A sugestão é a de experimentarmos as alternativas e escolhermos as que correspondem melhor ao nosso feitio. Esses procedimentos constituem meros registros do que acontece na prática e não são dogmas ou ritos obrigatórios.
Toalha - Muitos guardam um pano próprio ou toalha especial sobre o qual abrem as cartas. Tecidos lisos e de cores escuras têm a vantagem de dar destaque às cartas, que são o centro do interesse. Se quizer utilizar uma toalha, que cada um faça a escolha como bem entender.
Embaralhar - Igualmente não existem regras absolutas. Muitos praticantes pedem que o cliente embaralhe as cartas para deixar sua vibração ou, em outros termos, para se que “fiquem donos” das cartas. Outros pedem simplesmente que o consulente pouse as mãos sobre as lâminas, para passar sua energia.
Existem ainda aqueles profissionais que embaralham as cartas cuidadosamente, eles próprios, e pedem apenas para o cliente cortar. A razão de tal procedimento em muitos casos nada tem de esotérico: é um simples recurso para que as cartas não se machuquem em mãos inábeis.
Corte – É muito comum que o conselheiro ou cartomante peça que o cliente “corte o maço”, ou seja, divida em dois ou três montes. Alguns recomendam que seja com a mão esquerda, outros com a direita. Sejam quais forem os procedimentos, pode ser interessante atribuir uma função para a carta de corte na leitura, por exemplo, para indicar o “cenário geral” da questão ou seu “pano de fundo” ou qualquer outra função tida como significativa pelo operador.
Sorteio das cartas – Alguns praticantes pedem apenas que o cliente “corte” o maço e, eles próprios deitam as cartas que serão lidas durante a consulta. Outros fazem questão de que as cartas da tiragem sejam escolhidas pelo próprio cliente.
Cartas invertidas – É relativamente freqüente atribuir um sentido negativo às cartas que saem de cabeça para baixo. Nesse caso, o embaralhamento deve ser feito rolando as cartas sobre a mesa, para garantir a alternância de posição. Uma mesma carta pode sair direita ou invertida dependendo de o praticante “abrir” a carta girando-a no eixo vertical ou horizontal. Por essa razão é indispensável que cada um defina seu próprio código pessoal, caso queira levar em conta o fato de a carta sair em pé ou de cabeça para baixo.
Muitos tarólogos preferem trabalhar com todas as cartas diretas, sem deixá-las invertidas. Desse modo, quando querem saber os aspectos difíceis ou negativos de uma questão, simplesmente tiram uma carta para descrever tal aspecto.

Momento de abrir (ou virar) as cartas sorteadas.

O usual é sortear ou escolher as cartas pelo verso, com os desenhos ocultos. Alguns sorteiam de uma só vez todas as cartas que utilizarão; outros preferem ir retirando uma a uma, tornando o desenho visível e fazendo os comentários pertinentes; só ao final, fazem uma síntese do conjunto.
Voltada para leitor. A maior parte dos praticantes arrumam as cartas viradas si e não para o cliente. Na verdade, é o leitor que deve receber as impressões diretas do arranjo sobre o qual fará sua apreciação. Nada impede, porém, quer numa situação de consulta profissional, quer numa prática terapêutica ou de estudo entre amigos, que as cartas sejam tocadas e examinadas de perto pelos envolvidos na consulta.



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