terça-feira, 31 de julho de 2012

PARABÉNS AFILHADA

EU SEMPRE DIGO QUE PADRINHO SE ESCOLHE COM O CORAÇÃO E AFILHADOS A GENTE NÃO ESCOLHE, OXALÁ NOS DÁ O QUE MERECEMOS.
ENTÃO SÓ POSSO AGRADECER A OXALÁ POR SER SEU PADRINHO. 
A RESPONSABILIDADE DE SER PADRINHO SÓ É AGRACIADA QUANDO VEMOS EM NOSSOS AFILHADOS ELA REFLETIDA.
O CONHECIMENTO PASSADO PARA UM AFILHADO TRANSFORMASSE EM EXTREMA ALEGRIA QUANDO O VEMOS SER USADO PARA A CARIDADE E HUMILDADE. 
IANSÃ E OMULU  ACOMPANHAM SEU DESENVOLVIMENTO NA ARUANDA E, NA TERRA, TEU PADRINHO LHE ACOMPANHA NA CAMINHADA RUMO A SUA FELICIDADE.
PARABÉNS AFILHADA PELO SEU ANIVERSÁRIO.
QUE NOSSO PAI OXALÁ ESTEJA SEMPRE TE COBRINDO COM SEU MANTO SAGRADO E LHE DANDO TODA PAZ, AMOR E FELICIDADE QUE VOCÊ MERECE.

Nilo Coelho

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Exu João Caveira



Sou Exu assentado nas forças do Senhor Omulu e sob a sua irradiação divina eu trabalho.
Fui aceito pelo divino trono e nomeado Exu a mais ou menos dois milênios, depois de minha última passagem pela terra, a qual fui um pecador miserável e desencarnei amarrado ao ódio, buscando a vingança, dando vazas ao meu egoísmo, vaidade  e todos os demais vícios humanos que se possa imaginar.
Fui senhor de um povoado onde habitava a beira do grande rio sagrado. Nossa aldeia cultuava a natureza e inocentemente fazia oferendas cruéis de animais e fetos humanos. Até que minha própria mulher engravidou e o sumo sacerdote, decidiu que a semente que crescia no ventre de minha amada, devia ser sacrificado, para acalmar o Deus da tempestade. Obviamente eu não permiti que tal infortúnio se abatesse sobre a minha futura família, até porque se tratava de meu primeiro filho. Mas, todo o meu esforço foi em vão. Em uma noite tempestuosa, os homens da aldeia reunidos, invadiram a minha tenda silenciosamente, roubaram minha mulher e a violentaram, provocando imediato aborto, e com o feto fizeram a inútil oferenda no poço dos sacrifícios. Meu peito se encheu de ódio e eu nada fiz para contê-lo. Simplesmente enquanto houve vida em mim, eu matei um a um dos algozes de minha esposa inclusive o tal sacerdote.
Passei a não crer mais em Deuses, pois o sacrifício foi inútil. Tanto que meu povoado sumiu da face da terra, soterrado pela areia, Tamanha foi a fúria da tempestade. De repente o que era rio virou areia e o que era areia virou rio. Mas meu ódio persistia. Em meus olhos havia sangue e tudo o que eu queria era sangue.
Sem perceber, estava sendo espiritualmente influenciado pelos homens que matei, que se organizaram em uma trevosa falange afim de me ver morto também. O sacerdote era o líder. Passei então a ser vítima do ódio que semeei.
Sem morada e sem rumo, mas com um tenebroso exército de homens odiosos, avançamos contra várias aldeias e povoados, aniquilando vidas inocentes e temerosamente assombrando todo o Egito antigo. Assim invadimos terras e mais terras, manchamos as sagradas águas do Nilo de sangue, bebíamos e nos entregávamos a todas as depravações com todas as mulheres que capturávamos. Foi uma aventura horrível. Quanto mais ódio eu tinha, mais eu queria ter. Se eu não poderia ter minha mulher, então que nenhum homem em parte alguma poderia ter.
Entreguei-me à outros homens, mas ao mesmo tempo violentava bruscamente as mulheres.
As crianças, lamentavelmente nós matávamos sem piedade. Nosso rastro, era de ódio e destruição completas. Até que chegamos aos palácios de um majestoso faraó, que também despertava muito ódio em alguns muito interessados em destruí-lo, pois os mesmos não concordavam com sua doutrina e religião. Eis que então fomos pagos para fazer o que tínhamos prazer em fazer, matar o faraó. Foi decretada então a minha morte. Os fiéis soldados do palácio, que eram muito numerosos, nos aniquilaram com a mesma impiedade que tínhamos para com os outros. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Isto coube na medida exata para conosco. 
Parti para o inferno. Mas não falo do inferno aos quais as pessoas estão acostumadas a ouvir nas lesdas das religiões efêmeras que pregam por aí. O inferno ao qual me refiro é o inferno da própria consciência. Este sim é implacável. Vendo o meu corpo inerte, atingido pelo golpe de uma espada, e sangrando, não consegui compreender o que estava acontecendo. Mas o sangue que jorrava me fez recordar de todas as minhas atrocidades. Olhei todo o espaço ao meu redor, e, tudo o que vi foram pessoas mortas. Tudo se transformou de repente. Todos os espaços eram preenchidos com corpos imundos e fétidos, caveiras e mais caveiras se aproximavam e se afastavam. Naquele êxtase, caí derrotado. Não sei quanto tempo fiquei ali, inerte e chorando, vendo todo aquele horror.
Tudo era sangue, um fogo terrível ardia em mim e isso era ainda o mais cruel. Minha consciência se fechou em si mesma. O medo se apossou de mim, ja não era mais eu, mas sim o peso dos meus erros que me condenava. Nada eu podia fazer. As gargalhadas vinham de fora e atingiam os meus sentidos bem lá no fundo. O medo aumentava e eu chorava cada vez mais. Lá estava eu, absolutamente derrotado por mim mesmo, pelo meu ódio cada vez mais sem sentido. Onde estava o amor com que eu construí meu povoado? Onde estavam meus companheiros? Minha querida esposa? Todos me abandonaram. Nada mais havia a não ser choro e ranger de dentes. Reduzí-me a um verme, jogado nas trevas de minha própria consciência e somente quem tem a outorga para entrar nessa escuridão e quem pode avaliar o que estou dizendo, porque é indescritível. Recordar de tudo isso hoje, já não me traz mais dor alguma, pois muito eu aprendi deste episódio triste da minha vida espiritual. 
Por longos anos eu vaguei nessa imensidão escura, pisoteado pelos meus inimigos, até o fim das minhas forças. Já não havia mais suspiros, nem lágrimas, nem ódio, nem amor, enfim, nada que se pudesse sentir. Fui esgotado até a ultima gota de sangue, tornei-me um verme. E na minha condição de verme, eu consegui num último arroubo de minha vil consciência pedir socorro a alguém que pudesse me ajudar. Eis que, então, depois de muito clamar, surgiu alguém que veio a tirar-me dali, mesmo assim arrastado. Recordo-me que estava atado a um cavalo enorme e negro e o cavalheiro que o montava assemelhava-se à um guerreiro, não menos cruel do que eu fui. Depois de longa jornada, fui alojado sobre uma pedra. Ali me alimentaram e cuidaram de mim com um desvelo incompreensível. Será que ouviram meus apelos? Perguntava-me intimamente.
Sim claro, senão eu ainda estaria la naquele inferno, respondia-me a mim mesmo. Cale-se e aproveite o alvitre que vosso pai vos concedeu. - Disse uma voz vinda não sei de onde. O que eu não compreendi e como ele tinha me ouvido, já que eu não disse palavra alguma, apenas pensei, mas ele ouviu. Calei-me por completo.
Por longos e longos anos fiquei naquela pedra, semelhante a um leito, até que meu "corpo" se refez e pude levantar-me novamente. Apresentou-se então meu salvador. Um nobre cavaleiro, armado até os dentes. Carregava um enorme tridente cravejado de rubis flamejantes. Seu porte era enorme. Ele usava uma cartola, mas eu não consegui ver seu rosto.Não tente me olhar imbecil, o dia que te veres, verás a mim, por que aqui todos somos iguais.
Disse o homem em tom severo. Meu corpo tremia e eu não conseguia conter, minha voz não saia e eu olhava baixo, resignando-me perante suas ordens.
- Fui ordenado a conduzir-lhe e tenho-te como escravo. Deves me obedecer se não quiseres retornar aquele antro de loucos onde estavas. Siga minhas instruções com atenção e eu lhe darei trabalho e comida. Desobedeça e terá o castigo merecido.
- Posso saber o seu nome, nobre senhor?
- Por enquanto não, no tempo certo eu revelarei, agora cala-te, vamos ao nosso primeiro trabalho.
- Esta bem.
Segui o homem, ele a cavalo e eu corria atras dele, como um serviçal. Vagamos por aqueles lugares sujos e executamos varias tarefas juntos. Aprendi a manusear as armas, que me foram dadas depois de muito tempo. Aos poucos meu amor pela criação foi renascendo. As varias lições que me foram passadas me faziam perceber a importância daqueles trabalhos no astral inferior. Gradativamente fui galgando os degraus daquele mistério com fidelidade e carinho.
Ganhei a confiança de meu chefe e de seus superiores. Fui posto a prova e fui aprovado. Logo aprendi a volitar e plasmar as coisas que queria. Foram anos e anos de aprendizado. Não sei contar o tempo da terra, mas, asseguro que menos de cem anos não foram.
Foi então, que em uma assembléia repleta de homens iguais ao meu chefe, eu fui oficialmente nomeado Exu. Nela eu me apresentei ao senhor Omulu e ao divino trono, assumindo as responsabilidades que todo o Exu deve assumir se quiser ser Exu.
- Amor ao criador e às suas leis;
- Amor a criação do pai e a todas as suas criaturas;
- Fidelidade acima de tudo;
- Compreensão e estudo, para julgar com a devida sabedoria;
- Obedecer as regras do abaixo, assim como as do acima;
E algumas outras regras que não me foi permitido citar, dada a importância que elas tem para todos os Exus.
A principio trabalhei na falange de meu chefe, por gratidão e simpatia. Mas logo surgiu-me a necessidade de ter a minha própria falange, visto que os escravos que capturei já eram em grande número. Por esta mesma época, aquele antigo sacerdote, do meu povoado, lembram-se? Pois é, ele reencarnou em terras africanas e minha esposa deveria ser a esposa dele, para que a lei se cumprisse. Vendo o panorama do quadro que se formou, solicitei imediatamente uma audiência com o Divino Omulu, e com o senhor Ogum-Avagã para que eu pudesse ser o guardião do meu antigo algoz. Meu pedido foi atendido. Se eu fosse bem sucedido, poderia ter a minha falange. Assim assumi à esquerda do sacerdote, que, na aldeia em que nasceu, foi preparado desde menino para ser o Babalorixá em substituição ao seu pai de sangue. A filha do Babalao era minha ex esposa que estava prometida ao seu antigo algoz. Assim se desenvolveu a trama que pôs fim as nossas diferenças, minha ex mulher deu a luz a vinte e quatro filhos e todos eles foram criados com o devido cuidado. Muito trabalho eu tive naquela aldeia. Até que as invasões, as capturas e o comércio de negros para o Ocidente se fizeram. Os trabalhos redobraram, pois tínhamos que conter toda a revolta e o ódio que emanava dos escravos africanos, presos aos porões dos navios negreiros.
Mas meu protegido, já estava velho e foi poupado, porém seus filhos não, todos foram escravizados. Mas era a lei e ela deveria ser cumprida.
Depois de muito tempo uma ordem veio do encima: Todos os guardiões devem se preparar, novos assentamentos serão necessários, uma nova Religião irá nascer, o que para nós era em breve, pois não sei se perceberam, mas o tempo espiritual e diferente do material. Preparamo-nos, conforme nos foi ordenado, até que a Umbanda foi inaugurada. Então eu fui nomeado Guardião à esquerda do Sagrado Omulu, e pude então assumir minha falange, meus graus e meus degraus. Novamente assumi a obrigação de conduzir meu antigo algoz, que hoje está no encima, feito meritóriamente alcançado, devido a todos os trabalhos e sacrifícios feitos em favor da Umbanda e do bem.
Hoje, aqui no embaixo, comando uma falange dos Exus Caveira, e somente após muitos e muitos anos eu pude ver minha face em um espelho, e pude ver que ela é igual do meu grande e querido tutor o Grande Senhor Exu Tata Caveira, a quem devo muito respeito e carinho. Não confundam o Exu João Caveira Com o Exu Tata Caveira, os trabalhos são semelhantes mas os mistérios são diferentes. Tata Caveira trabalha nos sete campos da fé. Exu João Caveira, trabalha nos mistérios da geração na calunga, porque é lá que a vida se transforma, dando lugar a geração de outras vidas. Onde há infidelidade e desrespeito para com a geração da vida ou aos seus semelhantes, Exu João Caveira atua, desvitalizando e conduzindo no caminho correto, para que não caiam nas presas doloridas e impiedosas, pois não desejo a ninguém um décimo do que passei. Se vossos atos forem bons e louváveis perante a geração e ao Pai Maior, então vitalizamos e damos forma a todos os desejos de qualquer um que queira usufruir dos benefícios dos meus mistérios. De qualquer maneira, o amor impera, sim, o amor, e porque Exu não pode falar de amor? Ora, se foi por amor que todo o Exu foi salvo, então o amor é bom e o respeito a ele conserva-nos no caminho. Este é o meu mistério. Em qualquer lugar da calunga, pratique com amor e respeito a sua Religião, pois Exu João Caveira abomina a traição e infidelidade, como, por exemplo, o aborto, isto não é tolerado por mim, e todos que praticam tal ato são então condenados a viver sob as hostes severas de meu mistério.
Peça o que quiser com fé, e com fé lhes trarei, pois todos os Exus Caveira são fiéis a seus médiuns e aqueles que nos procuram.
A falange dos Exus Caveira pertence ao Grande Tata Caveira, os demais não posso citar, falo apenas do meu mistério, pois dele eu tenho conhecimento e licença para abrir o que acho necessário e básico para o vosso aprendizado, quanto ao mais, busquem com vossos Exus pessoais, que são grandes amigos de seus filhos e certamente saberão orientar com carinho sobre vossas dúvidas. Mais a mais, se um Exu de minha falange consegue vencer através de seu médium ou protegido, ele automaticamente alcança o direito de sair do embaixo e galgar os degraus da evolução em outras esferas.
Que o Divino Pai Maior possa lhes abençoar e que a Lei Maior de todas as Religiões lhes traga dias melhores.
Com carinho.
Exu João Caveira.

ORIXÁ BARÁ LODÊ E OGUM AVAGÃ


Nos rituais gege-nagô, essencialmente no Batuque do Rio Grande do Sul, é dedicado um espaço para culto dos Orixás Bará Lodê e Ogum Avagã, geralmente a frente das casas de religião.

Este espaço, contém seu obé (faca utilizada nos rituais de sacralização) específico, já que obé do quarto de santo não deve ser utilizado neste local, assim como o obé do Lodê e Avagã, não deve ser utilizado no quarto de santo. O obé para cortar para estes Orixás geralmente é recebido junto com os assentamento destes, realizado pela maioria dos Babalorixás quando seus filhos estão com a obrigação completa.

Na maioria das casas de axé o assentamento de Bará Lodê e Ogum Avagã é realizado na casa de seu filho, onde deve ser construído o espaço específico para recebê-los.

Esses assentamentos tem a função principal, a de cuidar da casa de axé, são Orixás de rua, do movimento, ficam em local de culto exclusivo de homens ou mulheres que não mestruam mais. Bará Lodê deve ficar ao lado de Ogum Avagã, no chão, pois são Orixás da terra.

Alguns Babalorixás colocam estes assentamentos em prateleiras, no espaço externo da casa, prática esta considerada inadequada por muitos Pais de Santo, já que este Orixá tem que ficar no chão do espaço sagrado para ele.

No espaço destinado ao culto do Bará Lodê e Ogum Avagã, ficam geralmente um ou dois ecós (espécie de segurança que serve para atrair para sí as energias negativas do local) em alguidar de barro, com água e azeite de dendê, com farinha de mandioca, que é trocado todas as semanas.

Uma quartinha com água para Bará Lodê e uma quartinha seca para Ogum Avagã acompanham o local, onde ainda são servidos axés específicos para estes Orixás.

Lodê e Avagã, são Orixás do seco, por isso seus axés não devem ser despachado em dias de chuva ou com a terra molhada, não adianta parar de chover, e despachar depois. A grande maioria dos Babalorixás respeita este fundamento.

Bará não é o exu da Quimbanda, nem o diabo do Cristianismo, tampouco possui semelhanças nesse sentido. Deve ser tratado com muito respeito da mesma forma que os demais Orixás.

Nada se faz sem Bará, Orixá responsável pela abertura dos caminhos, pelo movimento, pela segurança nas ruas, assim como Ogum Avagã, que é o Ogum responsável pela rua, pela proteção de quem trabalha com ferro, trânsito e militares.

Na nação oyo-gege, Bará é representado pela cor vermelha e número 7, e Ogum Avagã pela cor verde e número 7. Algumas nações utilizam ainda a cor vermelha com verde para Ogum Avagã.

Falta de preparo

Se acompanharmos mais de perto todos os acontecimentos que cercam a Umbanda, nós Umbandistas, que procuramos seguir corretamente os fundamentos, ficamos pasmos com atitudes e iniciativas do que fazem os supostos Pais e Mães no Santo.
É importante ressaltar que para um Médium Umbandista, não basta apenas ter vontade de ter um Terreiro próprio, é necessário muitos anos (no mínimo sete anos) de dedicação e aprendizado para, a partir daí abrir sua própria casa.
O que vemos no cotidiano são médiuns sem fundamentos, sem conhecimentos primários de nossa Religião, abrindo Terreiros para atendimento(e exploração) de necessitados e o que é ainda mais grave, recrutando novos candidatos ao desenvolvimento mediúnico.
A pergunta que cabe é como essa pessoa poderá ser responsável pelo desenvolvimento mediúnico de novatos já que sequer ele foi desenvolvido corretamente?
Qual o aprendizado transmitido para os neófitos se o pseudo Pai ou Mãe no Santo não teve aprendizado algum? Não sabe o que ensinar.
Se houver, e pode haver, um ataque de espíritos inferiores nesse terreiro o que farão?
Correrão para onde? Buscarão ajuda de quem?
Respondo. Deixarão as pessoas sob a influência de espíritos malévolos e com problemas maiores ainda do que daqueles que foram buscar solução inicialmente.
O que essa pessoa que foi buscar ajuda e saiu pior do que chegou vai falar da Umbanda a partir daí, e com toda a razão?
Dirá que nossa religião é ruim, que atrapalha a vida das pessoas, que é do mal, etc…
Mal sabe ela que foi vítima de um charlatão, mal preparado e só interessado em seu dinheiro.
Mal sabe ela que aquele charlatão usa o nome da Umbanda mas não pratica a Umbanda.
Mal sabe ela que onde foi em busca de ajuda não pode ajudá-la e que na realidade, o grande necessitado é o dono do lugar
Há necessidade de quando formos em busca de ajuda espiritual, analisarmos bem esse local, nos informar de sua idoneidade e, se possível até a sua formação dentro da religião pois do contrário podemos ter surpresas desagradáveis para nossa vida.
A Umbanda pode sim ajudar muito aos necessitados mas há de existir um bom preparo daqueles que se dispõe a prestar essa caridade.
Renato de Oxossi


Com o Espírito Incorporado



Sempre digo que o kardecismo é muito mais tolerante que a Umbanda. Na mesa um espírito incorpora, deixa uma linda mensagem de amor ou de advertência para os perigos mundanos sem a necessidade de dizer seu nome. Na umbanda, ele tem que incorporar no ponto de chamada, com a tipicidade da linha (caboclo, preto-velho ou criança), cumprir todas as ordens da hierarquia do terreiro, riscar o seu ponto individual, beber, fumar e dar seu nome, correndo o risco de, se não cumprir tudo, ser chamada a sua atenção.

Claro que tudo será feito com cautela e tempo de treinamento. Para chegar a isso, o médium passa uma dificuldade de saber o que fazer dentro do terreiro. Ele está incorporado com o Orixá, sentindo toda sua energia, mas ainda falta muito para dar o passo certo como cavalo bem domado, chegando mesmo em alguns momentos achar que o espírito se afastou, fato explicado pelo impulso mental do médium. Nessa parte quero chamar a atenção de um fato de grande importância. Dificilmente um médium é sonâmbulo (ou inconsciente, como alguns dizem), sendo o mais comum o médium consciente, aquele que sabe o que está acontecendo, mas não tem o controle das palavras e dos gestos.

É o que chamamos de terceira energia. Vejam como funciona: existe uma fusão do espírito do médium com o espírito comunicante, criando-se uma terceira energia. Gosto de dar exemplos. O café e o leite, separados, são puros. Misturados criam uma terceira bebida, podendo ser mais preto ou mais branco, conforme a quantidade das bebidas. Mas sempre, a união de ambos, terá uma terceira qualidade. É impossível a comunicação pura do espírito. O importante é a presença do espírito, com maior ou menor intensidade. Voltando ao médium perdido no terreiro, o seu impulso inicial é procurar alguém para lhe dar um passe ou tocar em sua testa. Muitos dirigentes não gostam desse procedimento e inibem o espírito de fazer isso, o que é um erro porque, talvez até mais que o próprio dirigente, é o espírito quem quer o desenvolvimento de seu cavalo escolhido.

Recomendo para minha hierarquia deixar que isso aconteça, sem exageros, é claro. Com o decorrer do tempo esse médium ganha um charuto, cachimbo ou cigarro de palha, conforme a entidade, e é quando ele começa a se acalmar, até procurar um lugar para sentar. Daí para riscar o ponto é bem mais rápido. Quero anotar aqui, para conhecimento dos médiuns em desenvolvimento, alguns erros que atrapalham bastante a evolução da mediunidade: não procurar, sob nenhuma hipótese, tentar adivinhar o nome do espírito; não querer riscar o ponto sem antes estar bem assentado com a entidade; não tentar dar avisos e recomendações a ninguém; não ter ciúmes do espírito e não pensar que ele é seu, porque espírito não tem dono.

# É comum o médium incorporado procurar um amigo seu para lhe dar um passe ou falar com ele, e isso não invalida a incorporação e não quer dizer que foi o médium que procurou e não o espírito, principalmente porque a entidade, sabendo das dificuldades de seu cavalo, tenta de todas as formas facilitar a incorporação. Alguém já me perguntou como o espírito sabe que a pessoa é amiga do médium. Respondi convicto: mais do que o guia, ninguém conhece tanto os amigos de seu protegido.

# É fundamental ao médium confiar nos dirigentes do terreiro. Incorporem que as pessoas responsáveis estão lhe cuidando. Eu, na primeira vez que fui ao terreiro da Umbanda, senti a incorporação e saí dando passes para o ar e quase caí dentro do Congá. Meu pai-de-santo carinhosamente ajudou-me a levantar e disse: "você não está na mesa kardecista, e sim em um Terreiro de Umbanda. Com o tempo você aprende". E eu tinha vinte e cinco anos de experiência, o que me fez responder ao pai-de-santo: "estou nas suas mãos, vou esquecer momentaneamente tudo que sei do espiritismo". E foi o que fiz, sem nenhum arrependimento. Fazia, sem questionar, tudo que o pai-de-santo mandava.

Na Umbanda, os médiuns mais comuns são os de incorporação e os de intuição".
Fonte: http://www.paimaneco.org.br/

OS SONHOS E A MEDIUNIDADE


"O sonho é uma mediunidade em estado embrionário que está, lentamente, se desenvolvendo no homem.
Livre do corpo denso, pelas portas do sono, a alma adentra o Mundo Espiritual, vivendo ali as mais variadas experiências. 

Desejamos, aqui, única e exclusivamente falar do desdobramento espiritual genuino em que a alma, embora permaneça ligada ao corpo somático, vivencia experiências em outros domínios vibratórios.

Durante o sonho, a alma entra em contato com Espíritos encarnados e desencarnados, de cujas feições e afeições pode recordar-se ou não, dependendo de seu grau de lucidez no instante em que se processa a emancipação.

São muitos os Espíritos obsessores que esperam o momento do sono, para melhor perseguirem as suas vítimas nas estradas do Plano Espiritual... 

Quando no corpo, a alma como que se oculta, numa "gruta", da influência desses Espíritos vingativos... É por isto que muita gente, no meio da noite, acorda sobressaltada no corpo, com a nítida impressão de que estava sendo perseguida por uma ou por mais pessoas...

Mas por que o sonho é uma manifestação mediúnica?

Quando retorna ao estado de vigília, o Espírito encarnado, embora nem sempre se recorde de maneira detalhada
da excursão espiritual empreendida, retem consigo lembranças que são úteis tanto a si quanto aos outros; sim, porque, não raro, ele se faz o estafeta de valiosas orientações para familiares e amigos que estejam necessitados de uma palavra de conforto ou de alerta, de esclarecimento ou de rumo. 

Este tipo de mediunidade, a dos sonhos, infelizmente, não é valorizada quanto deveria ser. Se os homens se preparassem melhor para o repouso físico, haveriam de ter mais sonhos e menos pesadelos...

Desde as páginas do Antigo e do Novo Testamento, nos deparamos com a manifestação mediúnica através dos sonhos.
Foi através de um sonho que um Anjo do Senhor manifestou-se a José, pai de Jesus, dizendo-lhe: 
"Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito"...

Em sonho, os Espíritos avisaram aos reis magos que não retornassem a Herodes que tramavam aniquilar o Divino Infante pelo qual temia ser destronado...

Quantos sonhos são premonições extraordinárias!...

Quantas descobertas e invenções não tem sido feitas depois de sonhos inesquecíveis que mudaram a História!...

A mediunidade de sonho ou de desdobramento ou, ainda segundo outros, de projeção da consciência, merece ser melhor estudada, o quanto ela pode, desde que observada sem fanatismo, servir de fonte de constante inspiração para o homem na Terra, colocando-o diretamente em contato com as esferas espirituais.

Do livro: Mediunidade e Caminho
Pelo Espírito de: Odilon Fernandes
Psicografado por: Carlos A. Baccelli

Gira de Preto Velho



Firma o ponto minha gente
Preto Velho vai chegar
Ele vem de Aruanda
Ele vem prá trabalhar…

Era dia de “gira de preto velho” naquele terreiro. Enquanto os consulentes chegavam ansiosos e esperançosos em levar de volta a “solução” daqueles problemas que atrapalhavam suas vidas, na frente do congá os médiuns vestidos de branco e de pés descalsos concentravam, ligando-se aos seus protetores e guias.
O ambiente denotava simplicidade e era mobiliado apenas por algumas cadeiras para acomodar os consulentes, poucas banquetas para os médiuns que serveriam de “aparelhos” às entidades espirituais e o congá onde um vaso de flores, outro de ervas e os elementos ar, fogo, água e terra se faziam presentes. Acima, uma imagem de Jesus resplandescente de luz.
Iniciando-se a sessão através de pontos cantados e orações, após uma leitura espiritualista elucidativa, iniciavam-se as incorporações de maneira moderada. Do lado astral, as falanges de trabalhadores já haviam chegado muito tempo antes dos médiuns e ali já haviam preparado o ambiente fluidicamente. Uma varreduda energética havia sido feito pelos elementais onde primeiramente atuaram as salamandras e após as sereias e ondinas, fazendo com que toda a matéria astralina densa que ali se encontrava, fosse transmutada permitindo a chegada dos espíritos trabalhadores.
Na porta do ambiente, junto à firmação de ponto riscado e da presença do elemento fogo, postava-se o guardião da Casa, Exu Gira Mundo, impondo respeito e segurança. Num raio de 360º ao redor da construção, uma guarnição dos caboclos na egrégora de Ogum formavam verdadeira muralha armada, impedindo a invasão de seres indesejáveis ao bom andamento do trabalho da noite. A construção toda estava no interior de grande pirâmide iluminada na cor violeta, com grande e grossa placa de aço imantado na parte inferior impedindo que o excesso de energia telúrica desequilibrasse a polaridade positiva que era captada pelos sete anéis giratórios que ladeavam a pirâmide, representando as Sete Linhas de Umbanda. Cada um desses anéis destacam-se na cor fluídica de seu Orixá e emitiam um harmonioso som diferenciado.
Cada um dos consulentes que adentrava ao ambiente passava agora primeiro pela defumação que queimava junto à porta, em cumbuca de barro, exalando o cheiro das ervas perfumadas sendo incineradas pelo carvão vegetal. Equipes de limpeza se movimentavam no lado espiritual, recolhendo as larvas astrais e outras espécies de energias deletéreas que ali eram desagregadas dos corpos dos consulentes, as quais não eram totalmente absorvidas pelo carvão ou transmutadas pelo elemento fogo.
Em alvíssimas vestes, os amados Pais e Mães, na sua roupagem fluídica de Pretos velhos, trazendo a alegria estampada em sua energia, tomavam conta de seus “aparelhos” médiuns, atuando no chácra básico dos mesmos, obrigando-os a dobrar as suas costas à semelhança de velhos arqueados, incentivando-os ao trabalho fraterno.
E assim, de consulente em consulente, de caso em caso, com a paciência e sabedoria que lhes é peculiar, entre uma baforada e outra de palheiro ou de alguma espanada com o galho de ervas na aura daqueles filhos, os bondosos espíritos cumpriam sua missão. Eram conselhos, corrigendas, desmanche de magia negra, de elementares artificias negativos, limpeza e equilibrio dos corpos sutis, retirada de aparelhos parasitas e às vezes, alguns puxões de orelha necessários, em forma de alerta. Tudo de acordo com o merecimento do consulente, pois cada um trazia consigo a mostragem de sua “ficha cármica” onde estavam impressos o que a Lei permitia ser mudado, bem como o que ainda era necessário que com eles permanecesse.
Vó Benta, espírito portador de grande sabedoria e humildade, apresentando-se naquele local com o corpo astral de negra velha de pequena estatura, com roupas simples e alvas, cuja saia comprida e larga era coberta por um avental onde um bolso era recheado de ervas e patuás, tinha uma maneira simplista e diplomática de fazer com que os filhos entendessem que eles próprios eram seus médicos curadores:
-Minha mãe, acho que estou sendo vítima de “trabalho feito” pela minha ex mulher…
Sorrindo e com linguagem peculiar, segurava com firmeza as mãos do moço passando-lhe com isso confiança e com a voz recheada de afeto respondia:
-Negra velha vai explicar para que o filho entenda: – quando sua casa está totalmente fechada, fica escura e nada pode entrar, às vezes nem a poeira. Não é isso? Quando o filho abre as janelas e portas, a luz do sol entra invadindo todos os cantos, mas podem entrar também as moscas, baratas, formigas e até os ladrões, não é? Para a sujeira e os bichos, o filho pode usar a vassoura, para os ladrões a lei, a segurança. E para a luz do sol? Ah, essa filho, fica ali iluminando até que o filho feche toda a casa outra vez. Assim também é a nossa casa interna; quando nos fechamos para a vida, para o trabalho, ficamos no escuro e ao nos abrirmos , deixamos a luz entrar mas ficamos sujeitos a todas as outras energias que pululam ao nosso redor. Mas como acontece na casa material, onde não houverem os atrativos da sujeira e do lixo, os insetos não se aproximam. Se estivermos equilibrados, sem raiva, mágoa, ciúmes, vícios e todos esses lixos que os filhos buscam na matéria, nada nem ninguém consegue afetar nossa energia, nossa vida. Só o sol permanece no coração de quem procura manter-se limpo.
Negra velha sabe que esse mundão está de cabeça para baixo. No lado material os filhos andam desarvorados pela dificuldade de sustento de suas famílias, quando não, em busca de supérfluos. Mas mesmo assim, é preciso lembrar aos filhos, que embora estejam na matéria e sujeitos à ela, a vida real está no espírito imortal. É preciso dar mais atenção, senão prioridade, à essência em detrimento do restante, para que possa haver o equilíbrio dos elementos inerentes à vida, na sua totalidade.
O mal que é enviado aos filhos, só vai instalar-se se encontrar no endereço vibratório, ambiente adequado. Sem contar que, o medo é porta aberta e atrativo para a entrada do desequilíbrio. O medo é sentimento muito usado pelas energias da esquerda, uma vez que fragiliza o corpo emocional facilitando sua atuação mórbida. Por outro lado, negra velha pergunta para o filho: – se a desordem não houvesse se instalado, por acaso o filho estaria aqui, sentado no chão, em frente à preta velha, buscando humildemente ajuda espiritual? Nem sempre o que nos parece mal, é tão prejudicial assim. Pode ser o remédio adequado para o momento, ou talvez a estremecida necessária no corpo astral dos filhos, para que a ordem possa reinstalar-se.
As trevas, meu filho, estão vinte e quatro horas de plantão. E os filhos, acaso estão? Não adianta orar e não vigiar, pois o pensamento é energia e com ele nos adequamos ao campo energético que quisermos.
Antes da hora grande as falanges da egrégora dos Pretos Velhos, despediram-se de seus aparelhos, alguns precisando largar e desfazer a vestimenta astral usada para que pudessem chegar até os aparelhos mediúnicos e voltavam agora para as bandas de Aruanda, onde continuariam suas atividades no mundo astral. Pois como diz a Vó Benta, “se pensam que morrer é dormir e descansar, os filhos estão muito enganados…desse lado tem muito trabalho e como nem o Pai está imóvel, quem somos nós cuja ficha cármica demonstra um vasto débito, para nos aposentarmos?”.
Agora as velas apagam-se, os elementos voltam a integrar a natureza, os elementais após limparem o ambiente retornam aos seus devidos reinos, os elementares foram desagregados pela força e sabedoria dos pretos velhos e os médiuns voltam aos seus lares com a sensação de paz que só é sentida por aqueles que cumprem com seus deveres.
Preto velho já foi,
Já foi prá Aruanda,
A benção meu Pai
Saravá prá sua banda…

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Evangélicos tentam invadir terreiro em Olinda


Centenas de evangélicos com faixas e gritando palavras de ordem realizam protesto em frente a um terreiro de matriz africana e afro-brasileira – candomblé, umbanda e jurema. As imagens poderiam ser de um filme sobre a Idade Média. No entanto, foram registradas no domingo, no Varadouro, em Olinda, Grande Recife. As cenas de intolerância religiosa circularam ontem nas redes sociais e provocaram a revolta de milhares de internautas.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

PARABÉNS FILHO



Sempre que penso no seu nascimento, meu coração se enche de orgulho e alegria
É maravilhoso te ver saudável e tão cheio de vida, sem medo de enfrentar 
os obstáculos e derrubar as barreiras, vencendo até mesmo os próprios 
limites na busca dos seus ideais. 

Essa mensagem filho é uma homenagem pelo grande ser humano que você é. 
É difícil acreditar que você cresceu e que já caminha sozinho pelos caminhos 
que o destino lhe traçou. 

Que hoje e sempre um sol quente e cheio de energia positiva lhe reforce 
a vontade de seguir em frente e vencer. Torço por você, pelos seus sonhos 
e por tudo que você se propuser a realizar. 

Eu te amo filho  tenha em mim a amizade firme, o companheirismo 
constante e a eternidade do meu carinho, você é um ótimo filho, 
seus caminhos serão sempre abençoados e iluminados por Oxalá. 

Seja feliz e faça os outros felizes com a sua presença maravilhosa.