MARIA NO
ALTAR DE UMBANDA
Oxum representa o amor, a pureza, a beleza,
inocência e concepção, enquanto Yemanjá representa a mãe universal, mãe dos
orixás, aquela que mantém e gera a vida. Ambas se manifestam na água, Oxum nas
cachoeiras e Yemanjá no mar.
O sincretismo de Maria com os Orixás se faz notar principalmente no altar de Umbanda, que é um altar composto por imagens católicas. Encontraremos a imagem de Nossa Senhora da Conceição ou de Nossa Senhora Aparecida, fazendo sincretismo com Oxum. Yemanjá é o único orixá que tem uma imagem própria, umbandista, assim mesmo encontramos sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes ou Nossa Senhora das Graças.
O sincretismo de Maria com os Orixás se faz notar principalmente no altar de Umbanda, que é um altar composto por imagens católicas. Encontraremos a imagem de Nossa Senhora da Conceição ou de Nossa Senhora Aparecida, fazendo sincretismo com Oxum. Yemanjá é o único orixá que tem uma imagem própria, umbandista, assim mesmo encontramos sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes ou Nossa Senhora das Graças.
QUATRO OLHARES PARA O SINCRETISMO
AFRO-CATÓLICO NA UMBANDA
O olhar para o sincretismo assume diferentes aspectos dentro da Umbanda, devido à liberdade de interpretações que existe dentro dela mesma. O umbandista tem diferentes formas de se relacionar com Maria, que resultam em olhares diferentes para o sincretismo. Coloco aqui quatro olhares distintos:
O olhar para o sincretismo assume diferentes aspectos dentro da Umbanda, devido à liberdade de interpretações que existe dentro dela mesma. O umbandista tem diferentes formas de se relacionar com Maria, que resultam em olhares diferentes para o sincretismo. Coloco aqui quatro olhares distintos:
• O primeiro olhar é um “olhar
católico”, de desinformação sobre a cultura afro. O recém convertido ou o adepto
ao ser questionado por exemplo, de quem é o Orixá Oxum ou Yemanjá responde
simplesmente que é Maria Mãe de Jesus. Não há um interesse pela cultura e a
presença da divindade africana.
• O segundo olhar é um “olhar
afro” de desinteresse pelo Santo Católico, a presença do mesmo é apenas
figurativa para representar o Orixá, divindade que não possui uma imagem feita
de gesso para ir ao altar, com exceção de Yemanjá. Assim Nossa Senhora da
Conceição ou Nossa Senhora das Graças está no altar apenas como uma referência
simbólica para se alcançar e louvar, quem realmente está lá, Orixá Oxum.
• O terceiro olhar é um “olhar
de fusão” pelo qual Maria, Oxum e Yemanjá se fundem, não há mais uma e outra,
Maria é Oxum e também Yemanjá. As lendas e os mitos se confundem e se apresentam
nos cantos, neles vemos “Maria a mãe dos Orixás”, “Maria filha de Nanã Buroquê,
a avó dos Orixás” ou “Yemanjá mãe de todos os santos”. Inclusive o conceito de
santo e orixá se confundem. O adepto se expressa dizendo “meu santo de cabeça é
Oxum”, para esclarecer que este Orixá é o “dono de sua cabeça”, seu regente ou
padrinho.
• O quarto olhar, é o “olhar de
convivência”. É um olhar que reconhece a afinidade entre os Santos e Orixás,
Nossa Senhora da Conceição tem sincretismo com Oxum porque ambas tem as mesmas
qualidades. Santo e Orixá convivem juntos em harmonia, a qualidade e presença de
um não diminui o outro. Existem clareza e esclarecimento sobre a origem e
cultura que envolve santo e orixá. Oxum não é Maria, mas ambas têm as mesmas
qualidades e convivem juntas e em harmonia. Sozinhas elas já ajudam, juntas
ajudam muito mais.
Texto publicado no Jornal de Umbanda Sagrada Ed.108 – 05/2009OBS.: O texto acima é apenas uma parte do texto integral, original, que faz parte do livro "Umbanda e o sentido da vida", Alexandre Cumino, Ed Madras