sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O QUE É SER UMBANDISTA:



Ser umbandista é ser resignado.

Ser umbandista é alterar um conceito e um modo de vida.

Ser umbandista é evitar os costumes e as atitudes que nos afastam da presença de Deus.

Ser umbandista é ter dedicação total, é ter aprimoramento contínuo e vigilância duradoura contra as atitudes que nos afastam do bem.

Ser umbandista é ter como meta a caridade, a bondade, a verdade e o amor divino.

Ser umbandista é ter vontade, ter perseverança para dissipar as controvérsias e dificuldades que tanto nos afastam do caminho justo e luminoso.

Enfim, ser umbandista é ser aplicador das leis de Deus e como Ele, será - sem dúvida - apedrejado por injustiças, por ignorâncias ou por maledicências, mas, como recompensa, terá a paz e o verdadeiro significado do sentimento de amor e caridade.

Preto Velho e Kardec


kardec
Pouca gente sabe, mas numa das reuniões realizadas na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, Allan Kardec evocou um Espírito que, segundo as terminologias da cultura brasileira, poderia ser classificado como um “preto velho”. Esse encontro, narrado pelo próprio Kardec nas páginas da sua histórica “Revista Espírita” (Revue Spirite), de junho de 1859, aconteceu na reunião do dia 25 de março daquele mesmo ano. Pai César – este o nome do Espírito comunicante – havia desencarnado em 8 de fevereiro também de 1859 com 138 anos de idade – segundo davam conta as notícias da época –, fato este que certamente chamou a atenção do Codificador, que logo se interessou em obter, da Espiritualidade, mais informações sobre o falecido, que havia encerrado a sua existência física perto de Covington, nos Estados Unidos.

Pai César havia nascido na África e tinha sido levado para a Louisiana quando tinha apenas 15 anos.
Antes de iniciar a sessão em que se faria presente Pai César, Allan Kardec indagou ao Espírito São Luís, que coordenava o trabalho, se haveria algum impedimento em evocar aquele companheiro recém-chegado ao Plano Espiritual. Ao que respondeu São Luís que não, prontificando-se, inclusive, a prestar auxílio no intercâmbio. E assim se fez. A comunicação, contudo, mal iniciada, já conclamou os participantes do grupo a muitas reflexões. Na sua mensagem, Pai César desabafou, expondo a todos as mágoas guardadas em seu coração, fruto
dos sofrimentos por que passara na Terra em função do preconceito que naqueles dias graçava em ainda maior escala do que hoje. E tamanhas eram as feridas que trazia no peito que chegou a dizer a Kardec que não gostaria de voltar à Terra novamente como negro, estaria assim, no seu entendimento, fugindo da maldade, fruto da ignorância humana. Quando indagado também sobre sua idade, se tinha vivido mesmo 138 anos, Pai César disse não ter certeza, fato compreensível, como esclarece o Codificador, visto que os negros não possuíam naqueles tempos registro civil de
nascimento, sobretudo os oriundos da África, pelo que só poderiam ter uma noção aproximada da sua idade real.
A comunicação de Pai César certamente ajudou Kardec, em muito, a reforçar as suas teses contra o preconceito, o mesmo preconceito que o levou a fazer, dois anos depois, nas páginas da mesma “Revista Espírita”, em outubro de 1861, a declaração a seguir, na qual deixou patente o papel que o Espiritismo teria no processo evolutivo da Humanidade, ajudando a pôr fim na escuridão que ainda subjuga mentes e corações: “O Espiritismo, restituindo ao espírito o seu verdadeiro papel na criação, constatando a superioridade da inteligência sobre a matéria, apaga naturalmente todas as distinções estabelecidas entre os homens segundo as vantagens corpóreas
e mundanas, sobre as quais só o orgulho fundou as castas e os estúpidos preconceitos de cor.”
fonte: SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES ed. nº 2090 (19/04/2008)

História de um preto velho



Tudo começou na pequena Paranapiacaba, uma vila pitoresca, com arquitetura e clima (leia-se neblina) que lembra as cidades inglesas do século XIX e destinada à moradia dos trabalhadores da Rede Ferroviária Federal. As casas – algumas mais simples (onde moravam os trabalhadores mais humildes), outras mais requintadas (que abrigavam os engenheiros da ferrovia, os verdadeiros mandatários da empresa) – eram de madeira, pintadas de um tom entre o vermelho e o marrom, enquanto as de alvenaria, mais simples, eram pintadas de cal com um pigmento amarelo. Parece que esses detalhes imprimiam um aspecto ainda mais melancólico ao local.

Mas a casa onde dona Lidia morava não se encaixava em nenhum desses quesitos. Era uma casa extremamente humilde, de madeira, já bem úmida e surrada pelo tempo, a última casa da Rua Antônio Olinto abrigava a boa senhora, o marido e o casal de filhos. Os fundos do quintal davam para a mata fechada, que era bela, mas trazia alguns problemas, tais como a invasão de animais indesejados (cobras, morcegos, sapos), além de causar uma sensação de insegurança bastante justificável – tipos suspeitos costumavam se esgueirar por aquele local, sabe-se lá com qual finalidade. Tudo isso deixava dona Lidia apreensiva, pois seu marido, seu Sergio, saía para trabalhar antes do amanhecer e só voltava ao cair da tarde. Isso a fazia sentir-se refém da situação, junto aos filhos, durante todo o dia.
Em uma triste ocasião, um vizinho maldoso tentou arrastar a filha do casal para o matagal, com as piores intenções. Só não conseguiu seu intento porque outros moradores perceberam o movimento e agiram a tempo.

A vila era pequena e existiam algumas casas, melhor localizadas, que estavam desocupadas. Dona Lidia sempre pedia ao marido que solicitasse junto à sua chefia uma outra moradia, mas ele sempre retornava dizendo que o pedido havia sido negado.
Numa atitude de desespero, sem que o marido soubesse, ela pegou os dois filhos e foi São Paulo, tentar conversar com o superintendente da RFFSA. Após horas de cansativa espera foi atendida. O engenheiro a recebeu bem, ouviu a sua história, mas cordialmente disse que não atenderia o seu pedido. Explicou que seu Sergio era um excelente profissional e dentro da empresa somente ele dominava a técnica de desenhar manualmente (naquela época era assim) as letras que identificavam os vagões. No entanto, por ser consciente disso, era um tanto abusado em seu comportamento. Desrespeitava a hierarquia da empresa, não cumpria corretamente seu horário de trabalho, brigava, discutia com os superiores, enfim, era bom no que fazia, mas não era merecedor de privilégios devido ao mau comportamento.
Dona Lidia foi embora arrasada, deprimida. Precisava sair daquela casa a qualquer custo. Sentia um nó na garganta, mas segurou o choro para não abalar as crianças. Resolveu então visitar uma cunhada que morava ali perto, a fim de desabafar um pouco.
Chegando lá, falou sobre sua angústia e a cunhada, percebendo que ela não estava bem, convidou-a a ir até uma vizinha que era benzedeira. Lá chegando foram prontamente atendidas e a senhora incorporou uma entidade que se identificou como o preto velho Pai João Benedito. O bom espírito deu um passe em dona Lidia e seus filhos e, depois de falar palavras de conforto, disse:

_A fia pode ficar sossegada, esse preto velho vai ajudar a fia a conseguir o que precisa.

Dona Lidia voltou para casa mais leve, já conformada em ter que viver naquela casa velha, úmida e sem segurança. Mas ao menos sentia que estava protegida espiritualmente.
Algum tempo se passou e a conversa com o preto velho já estava caindo no esquecimento, afinal, como um espírito de um escravo poderia interferir na mudança de uma casa? O negócio era viver a vida, seguindo em frente e aprender a conviver com os sapos (bicho que particularmente dona Lidia tinha verdadeira fobia), cobras e outros animais repugnantes, além do constante medo por estar à mercê de um invasor que viesse pelo matagal.
Uma noite, seu Sergio adormeceu assistindo à TV junto com a filha no sofá da sala. Dona Lidia cansada do trabalho diário, foi para a cama e colocou o filho mais novo na cama (a casa era tão pequena que todos dormiam no mesmo quarto). Quando estava quase adormecendo ouviu barulho vindo da janela do quarto. Seu medo foi tamanho, que ficou paralisada: não conseguia se mover ou gritar pelo marido. Seu medo aumentou quando lembrou que a cama em que o filho pequeno dormia ficava logo abaixo da janela.

Ainda paralisada e apavorada percebeu a janela se mexer e viu que lentamente alguém a levantava. Em poucos minutos o ladrão estaria dentro do quarto e, pior que isso, poderia fazer o pequeno menino de refém. Os poucos segundos pareceram uma eternidade. Quando enfim a janela estava aberta, um homem negro, de cabelos levemente grisalhos enfiou a cabeça pela janela e olhou diretamente nos olhos de dona Lidia. Foi nesse instante que ela saiu daquele torpor e conseguiu gritar por socorro. Seu marido acordou assustado e veio correndo. Nisso o negro soltou a janela, que desceu com violência, quebrando todos os vidros, e sumiu no mato.

A polícia foi chamada e vasculhou todo o matagal sem encontrar qualquer indício do invasor. A janela mostrava os sinais de arrombamento e, felizmente, os cacos de vidro não causaram sequer um arranhão no pequeno menino que fora atingido pelos estilhaços.
Se tratando de uma vila pequena, o caso se tornou conhecido de todos os moradores. Todos comentavam sobre a casa no matagal, que expunha seus moradores aos mais diversos riscos. Diante da situação, os mandatários da RFFSA ficaram preocupados, pois se algo mais grave acontecesse, especialmente às crianças, eles poderiam ser responsabilizados. Trataram então de ceder uma nova moradia à dona Lidia e sua família, num local mais tranquilo e seguro de Paranapiacaba. A casa velha e úmida foi demolida. Ninguém mais sofreria nela.

A mudança foi feita. Na nova casa dona Lidia iniciou uma nova vida, mais tranquila e feliz.

Algum tempo depois visitou a cunhada e novamente foi convidada a “tomar um passe” com aquela mesma benzedeira, que de novo incorporou a doce figura de Pai João Benedito. Após breve conversa, o velhinho perguntou a dona Lidia:

_A fia está feliz na casa nova?

Ela respondeu que sim e começou a relatar o ocorrido, quando tentaram invadir a casa, porém foi interrompida pelo preto velho, que disse:

_Não precisa contar, não fia... eu sei o que aconteceu. Quem levantou aquela janela não foi um ladrão e nem alguém que queria fazer mal para você e sua família. Fui eu que estive lá. Com a confusão que causei os homens que mandam acharam melhor dar uma casa nova para a fia morar.

Dona Lidia ficou sem palavras, então o preto velho continuou, dizendo que a acompanharia e sempre que precisasse, para chamar pelo seu nome. Pediu também que ela não esquecesse de colocar um cafezinho para ele todos os dias. Assim ela fez até o último dia de sua vida.
O filho de dona Lidia, depois de adulto, iniciou-se na Umbanda. Aos poucos foi desenvolvendo sua mediunidade e recebendo suas entidades. Quando o seu preto velho se manifestou pela primeira vez, perguntaram seu nome, ao que prontamente ele respondeu:
Sou Pai João Benedito, um nêgo veio que trabalha humildemente na Umbanda. Acompanho esse cavalo desde que ele era um cabritinho. A mãe dele foi sempre grata e fiel a mim, nunca se esquecendo de me oferecer um cafezinho num cantinho discreto da sua casa. Agora eu vim para dar continuidade ao meu trabalho de caridade através desse menino, que eu conheço tão bem e que tantas vezes já orientei e protegi sem que ele nem percebesse.

Assim é a Umbanda: usa de meios que num primeiro momento não entendemos, usa métodos que até duvidamos, mas que sempre objetivam o nosso bem. Assim são os pretos velhos: trabalham discretamente, de maneira sábia e humilde, sem pedir nada em troca, no máximo um cafezinho, que serve mais para reavivar nossa fé do que para qualquer outra coisa. Assim são esses sábio trabalhadores. Jamais nos abandonam ou nos deixam sem 
respostas.

Salve a corrente africana.
Salve os pretos velhos.
Salve Pai João Benedito.
Adorei as almas.

PS: essa é uma história verdadeira.
Douglas Fersan.

ERVAS NA UMBANDA

Na Umbanda, utiliza-se litúrgica e ritualisticamente, as ervas de nossa flora para amacís, imantações, banhos de descarga, etc.

As Plantas dos Orixás se dividem em 3 grupos primordiais, à saber: 
POSITIVAS, NEGATIVAS e NEUTRAS.

Elas são assim catalogadas, conforme a fase lunar da colheita.

Positivas - deverão ser colhidas na fase Crescente ou Cheia 
Neutras - deverão ser colhidas na fase Nova 
Negativas - deverão ser colhidas na fase Minguante 
Entretanto a sua polarização final vai sempre depender das seguintes condições explícitas:

Vibração de quem vai usá-la 
Vibração das demais ervas utilizadas 
Vibração da intenção com que serão usadas 

POSITIVAS: são ervas que, quando usadas, só positivam, não podendo ser intrinsecamente usadas para outro tipo de trabalho.

NEUTRAS: são todas as ervas que servem para, material ou espiritualmente, neutralizar o efeito de outras ervas, o efeito de doenças, assim como o efeito de vibrações negativas e/ou positivas.

NEGATIVAS: são ervas usadas explicitamente para negativar.

A erva é sempre positiva quando colhida nos dois primeiros dias da lunação respectiva; a dita erva torna-se neutra quando colhida nos 3o , 4o e 5o dias da lunação, e negativa quando colhida nos 6o e 7o dias da lunação.

Diz-se Dia de Lunação, porque as ervas devem ser colhidas das 6hs às 18hs, portanto sob o efeito dos raios solares (apesar de regidas pelas fases da lua). 

Jamais deve-se colher uma erva antes das 6hs ou depois das 18hs, como também, nunca se deve plantar qualquer erva no mesmo período.

As ervas devem ser usadas de três formas diferentes:


Para efeito medicinal 
Para efeito litúrgico 
Para efeito ritualístico 

A) Para efeito medicinal, as ervas podem ser usadas: 

Como tratamento preventivo 
Como tratamento normal da doença 
Como abortivo rápido e definitivo da referida doença 

I) Para uso preventivo, as plantas devem ser colhidas nos 1o e 2o dias da lunação respectiva.

II) Para uso no tratamento normal da doença as plantas devem ser colhidas nos 3o ,4o e 5o dias da lunação respectiva.

III) Para uso como abortivo as plantas devem ser colhidas sempre no 6o e 7o dias da lunação respectiva.

B) Para efeito litúrgico, as ervas podem ser usadas: 

Como imã, para atrair as vibrações do Orixá desejado. 
Como neutralizante entre duas forças ou Orixás. 
Como ação repulsiva ao Orixá não desejado. 

I) Como imã, as ervas devem ser colhidas nos 1o, 2o e 3o dias da lunação respectiva.

II) Como neutralizante, as ervas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o dias da lunação respectiva.

III) Para efeito repulsivo, as ervas devem ser colhidas nos 6o e 7o dias da lunação respectiva.

C) Para efeito ritualístico, as ervas podem ser usadas: 

Como afirmação ou concordância de efeito litúrgico. 
Como equilíbrio entre as forças vibratórias implantadas durante a ação litúrgica. 
Como discordância com as forças imantadas. 

Entende-se por força imantada, toda a vibração atuante no Ser, mesmo que seja à revelia do mesmo.

I) Como afirmação, as ervas devem ser colhidas nos 1o e 2o dias da lunação respectiva.

II) Como equilíbrio, as ervas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o dias da lunação respectivo.

III) Como discordância (descarga), as ervas devem ser colhidas nos 6o e 7o dias da lunação respectiva.

 por Aurea Oliveira

FALANDO DE OBSESSÃO E OUTRAS COISAS

Obsessões, assédios, encostos, mau olhados, quebrantos, ou seja lá o nome que se quiser dar, são, acima de tudo, uma questão de atitude pessoal NOSSA.
Somos nós que abrimos a nossa freqüência para que entidades perturbadas, com ou sem ligações conosco, entrem e nos causem perturbações psíquicas. 
No universo tudo é uma questão de sintonia. Os semelhantes se atraem e, quando entram em ressonância uns com os outros, intensificam sua própria freqüência, intensificando também seus efeitos.

Isso não quer dizer que todos nós sejamos pessoas perturbadas e que, por isso, atraiamos só entidades perturbadas. Mas que, como todo mundo, cada um de nós PASSA por perturbações no seu dia a dia, que podem durar mais ou menos tempo, dependendo da gravidade da situação, da própria força para encarar e superar as contrariedades, do ambiente em que estamos ou que normalmente "freqüentamos" no nosso dia a dia, etc.

Na maioria das vezes não temos qualquer obsessor ou perseguidor de outras vidas ou de outras situações, mas nos permitimos ficar mais tempo remoendo uma determinada mágoa ou raiva, nos permitimos ficar mais tempo visualizando uma discussão ou uma briga, nos permitimos ficar deprimidos ou aborrecidos por mais tempo e alimentamos as formas fluídicas que essas atitudes geram e que ficam circulando ao nosso redor. Com isso, diminuímos nossa freqüência vibratória e, consequentemente, nos sintonizamos com as mentes que vibram na mesma freqüência. 

Normalmente, as freqüências mais baixas são de entidades mais perturbadas, sofredoras, ignorantes espirituais, etc. Eles não têm nada contra nós, mas simpatizam-se conosco simplesmente porque encontram "eco" em nós para os seus pensamentos e sentimentos. 

É exatamente como nós encarnados: procuramos a companhia das pessoas que nos são mais afins, que combinam mais conosco, que pensam mais ou menos como a gente. 

Da mesma forma, essas entidades ficam conosco simplesmente porque se sentem bem ao nosso lado, mais nada. Então, como elas gostam do que sentem, ajudam a alimentar esse quadro para mantê-lo o mais que puderem. 

Como estamos vulneráveis a essas sugestões, também intensificamos esse padrão. E, se não tomamos cuidado, rapidinho isso vira um assédio mais complicado, ou mesmo uma obsessão, que começou apenas porque resolvemos dar guarida a pensamentos e sentimentos menos felizes QUE NÓS MESMOS CRIAMOS E COM OS QUAIS ATRAÍMOS ESSES ESPÍRITOS DESAVISADOS PARA NÓS. 

E aí, muitas vezes, não somos responsáveis só por nós mesmos, mas também um pouco responsáveis por eles que foram "fisgados" pelos nossos pensamentos e sentimentos, sem saberem onde estavam entrando. Alguém já parou pra pensar que somos nós que podemos estar perturbando esses espíritos mais do que eles a nós? 

Quem então seria o assediador ou o obsessor?

Mesmo que essas entidades sejam nossos "personal obsessors", ou seja, mesmo que tenhamos com eles dívidas ou compromissos passados de outras vidas ou de outras situações nesta vida mesmo, é sempre a nossa atitude íntima o que vai determinar se a sua influência vai ser mais profunda ou não, mais demorada ou não, mais extensa ou não, mais prejudicial ou não. 

Existem, sim, muitos espíritos cruéis, oportunistas, frios, calculistas (exatamente como aqui no mundo físico entre os encarnados), mas o grau de influência deles sobre nós sempre vai depender do nosso próprio grau de luz, amor e serenidade INTERIOR!

Então, seja em que situação for, o melhor é sempre manter a "mente limpa, a espinha ereta e o coração tranqüilo" (acho que o verso é mais ou menos assim), para que, com essas vibrações mais saudáveis, mais luminosas e mais suaves, nós possamos transformar até aquele obsessor mais duro e cruel em amigo. Na pior das hipóteses, mesmo que ele não vire nosso amigo, vai desistir da perseguição, pois vai se cansar de tentar nos desequilibrar sem sucesso e vai procurar outra "vítima". 

O problema é que, muitas vezes, queremos simplesmente AFASTAR os assediadores e/ou obsessores, sem nos preocuparmos realmente com eles. Ou seja, tomamos uma atitude egoísta do tipo "eu quero mais é ficar livre deles e que eles se danem!”

Só que isso não resolve o problema. Primeiro porque, na verdade, não estamos sendo nada caridosos ou bondosos. Muito pelo contrário: nós os estamos tratando como nossos inimigos e, portanto, reforçando os sentimentos deles para conosco. Segundo porque, se eles não melhoram intimamente, poderão voltar amanhã ou depois, assim que tivermos qualquer fraqueza ou abrirmos qualquer brecha vibratória.

O mais correto é pensar neles como irmãos ou amigos espirituais TEMPORARIAMENTE desviados de seu próprio caminho de iluminação interior. 

TEMPORARIAMENTE porque ninguém fica obsessor para sempre, ninguém permanece desorientado ou perturbado para sempre.

E quem garante que nós mesmos já não estivemos na condição de assediadores ou obsessores nos períodos em que estivemos desencarnados pela eternidade afora? E se estivéssemos nessas condições hoje? Como gostaríamos de ser tratados? Como iríamos 

querer que a nossa "vítima" agisse? Será que não iríamos gostar que nos perdoasse e nos ajudasse a sair dessa fria?

Infelizmente, toda uma "tradição" espírita equivocada foi criada em relação às obsessões e assédios, fazendo parecer que os desencarnados que obsidiam e perturbam encarnados são sempre os carrascos, criminosos espirituais merecedores da nossa fúria e da nossa frieza. 

Só que, na minha opinião, isso não está muito certo. Ainda mais se considerarmos que, em grande parte dos casos, eles são mais vítimas do que provocadores da situação.

Assim, sugiro que, acima de tudo, todos procuremos vibrar sempre luz, EM TODOS OS LUGARES E EM TODOS OS MOMENTOS DE NOSSA VIDA, inclusive dormindo. Que mantenhamos sempre pensamentos positivos, otimistas, saudáveis, amorosos e respeitosos em relação às outras pessoas, estejam elas encarnadas ou desencarnadas. Que sejamos sempre alegres, sorridentes, atenciosos, compreensivos, sem sermos submissos, passivos ou medrosos. Garanto que com isso os nossos supostos obsessores vão pensar duas vezes antes de querer nos atacar ou perturbar.

Além disso, claro, as preces, orações, vibrações de amor, direcionados a Deus ou ao Ser Supremo do universo, são, sim, excelentes, desde que sejam sinceras e profundas, emitidas com as melhores das intenções, inclusive por aqueles que supostamente nos perseguem.

Maísa Intelisano