segunda-feira, 28 de outubro de 2013

SER OGÃ


SER OGÃ É SER RESPONSÁVEL

Na nossa Umbanda, linda e cheia de mistérios, o atabaque é um instrumento de enorme valor e com uma função incomparável dentro do terreiro.
Um Ogã, não é apenas Ogã em dia de gira, sua responsabilidade é tão grande quanto a de umBabalaô.

Não podemos achar que somos apenas “músicos”, pois não somos. Nossa função vai muito além de fazermos um simples som, seja ele harmonioso ou desastroso. O toque tem fundamento e tem porquê, afinal, nada é por acaso. 


Por isso que se faz necessário a todos os Ogãs estudarem, procurarem aprender a real essência dessa energia tão poderosa que quebra miasmas e transforma uma corrente em gira.


No Candomblé, o Ogã é um Sacerdote escolhido pelos Orixáspara estar lúcido durante todo o trabalho religioso, claro, sob forte vibração e irradiação dos Orixás. É “o escolhido” e é abençoado por essa dádiva.
Isso mostra como essa função é importante e faz toda diferença em nossos trabalhos.


Um médium passa por diversas etapas, para quem sabe um dia, se “tornar” um Sacerdote de Umbanda. Estuda a vida toda para obter conhecimentos necessários para alcançar tal feito.


Um Ogã já nasce com a responsabilidade de ser Sacerdote e por isso deve sempre estudar. Deve sim aprender corretamente os toques, os cantos e seus fundamentos.
Um Ogã é como um Pai de Santo, com todas as responsabilidades inerentes ao cargo. Para serOgã não basta saber tocar, deve saber o fundamento da Casa, saber qual ponto e a hora certa de usá-lo. É de grande importância para um Terreiro. A necessidade de um atabaque no terreiro não pode ser motivo de desespero ou de atitudes descabíveis, não se pode simplesmente tirar “cara ou coroa” para decidir quem será o Ogã da casa. Isso é imoral diante da grandeza que é essa força.


Observo que muitos Ogãs nunca frequentaram uma escola de curimba, não sabem os nomes e o significado dos toques, fazem a chamada de Orixá com um ponto de sustentação. Como isso é possível?


Acredito sim que o estudo, a dedicação e o respeito se fazem mais do que nunca necessários para que possamos dar o nosso melhor como Ogã de um Terreiro de Umbanda. Temos que ter em mente que médiuns, consulentes, nossa Babá e Babalaô, e muito mais importante, osGuias e Orixás precisam que as energias dos atabaques e dos Ogãs estejam em total harmonia para que os trabalhos sejam mais harmoniosos e mais agregadores.


Como tudo na vida, o estudo e a dedicação são primordiais.


Ser Ogã é privilégio dado pelos Orixás e, já que recebemos essa benção, devemos agradecer da melhor forma possível à toda espiritualidade.


Grandes poderes exigem grandes responsabilidades.


Que possamos transformar nossa Umbanda em uma religião digna com belos ritmos e com muita vibração, harmonia e irradiação divina.


Axé 


Fonte:Umbanda Carismática

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Tambor, tambor
Vai buscar quem mora longe
Tambor, tambor
Vai buscar quem mora longe

Oxossi mora na mata
Ogum lá no Humaita
Xangô mora na pedreira
Salve mamãe Iemanjá

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

AJUDA


BOA NOITE AMIGOS. PEÇO AQUI A AJUDA DE TODOS PARA 

UMA CRIANÇA QUE O PODER PÚBLICO ABANDONA COMO 

SEMPRE. JOANA TEM UMA DOENÇA RARA QUE SE CHAMA 

"SÍNDROME E ALAGILLE" E PRECISA DE UM LEITE 

ESPECIAL. -PREGOMIM PEPTI- DA DANONE. QUEM PODER 

AJUDAR OU SOUBER DE QUALQUER

PESSOA QUE POSSA. POR FAVOR ENTRE EM CONTATO. 


"Quando a gente acha que tudo está ruim e que nada pode piorar a gente descobre que precisamos recorrer à justiça para conseguir algo que não deveria ser contestado....quem acompanha a história da nossa pequena Joana sabe o quanto é triste e preocupante a sua rotina para superar tudo o que a síndrome de Alagille trouxe pras nossas vidas, como se não fosse suficiente pra essa pequena guerreira de apenas 8 meses passar por tantas coisas, inclusive a mais nova da vez, uma pneumonia provocada pelo uso da sonda, ainda temos que recorrer à um advogado para tentar conseguir receber o leite que ela pode tomar...é incrível ter por duas vezes negado este direito pela Secretaria de Saúde do Estado de SC....mas vamos lá já que nada tem vindo fácil, não vai ser mais essa que vai nos fazer abater...vou até as últimas consequências para garantir que minha filha tenha tudo que ela tem direito....só me sinto totalmente frustrada como mãe e como cidadã ter que passar por mais essa...." Evylin

TEL. (48) 9909-8243 - Email: verynil@gmail.com

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Os Espíritos Não Resolvem Seus Problemas‏


Muita gente procura o centro de Umbanda em busca de uma conversa direta com os guias espirituais. Talvez acreditem que, se tiverem oportunidade de conversar, chorar suas mágoas e defender suas idéias de auto-piedade, os espíritos se mobilizarão para auxiliá-los e destrinchar suas dificuldades com toda a urgência e facilidade. Meu Deus, como muitos amigos(as) estão equivocados! espírito nenhum resolve problemas de ninguém. Esse definitivamente não é o objetivo nem o papel dos espíritos, meu filho(a). Se porventura você está em busca de uma solução simples e repentina para seus dramas e desafios, saiba que os espíritos desconhecem quimera capaz de cumprir esse intento.

No Espiritismo e na Umbanda, não se traz o amor de volta; ensina-se a amar mais e valorizar a vida, os sentimentos e as emoções, sem pretender controlar os sentimentos alheios ou transformar o outro em fantoche de nossas emoções desajustadas.

Os espíritos não estão aí para “desmanchar trabalhos” ou feitiçarias; é dever de cada um renovar os próprios pensamentos, procurar auxílio terapêutico para educar as emoções e aprender a viver com maior qualidade.

Até o momento, não encontramos uma varinha mágica ou uma lâmpada maravilhosa com um gênio que possa satisfazer anseios e desejos, resolvendo as questões de meus filhos(as). O máximo que podemos fazer é apontar certos caminhos e incentivar meus filhos(as) a caminhar e desenvolver, seguindo a rota do amor.

Não adianta falar com as entidades e os guias ou procurar o auxílio dos orixás, como muitos acreditam, pois tanto a solução como a gênese de todos os problemas está dentro de você, meu filho. Ao menos no espiritismo, a função dos espíritos é maior do que satisfazer caprichos e necessidades imediatas daqueles que concentram sua visão nas coisas do mundo. Não podemos perder nosso tempo com lamentações intermináveis nem com pranto que não produza renovação. Nosso campo de trabalho é a intimidade do ser humano, e a cientização de sua capacidade de trabalhar e investir no lado bom de todas as coisas. Nada mais.

Tem gente por aí se deixando levar pelas aparências de espiritualidade. A grande multidão ainda não despertou para as verdades espirituais e acha-se com os sentidos embriagados e as crenças arraigadas em formas mesquinhas e irreais de viver a vida espiritual. Persegue soluções que lhe sejam favoráveis, e, em geral, tais soluções dizem respeito a questões emocionais ou materiais que meus filhos(as) não se sentiram capazes de superar. Ah! Como se enganam quanto à realidade do espírito.

O aprendizado da vida é longo, amplo e exige um esforço mental de tais proporções que não torna fácil romper com os velhos hábitos de barganhas espirituais aprendidos com as religiões do passado.

Fazem-se promessas, cumprem-se rituais na esperança de que os espíritos ou Deus concedam-lhes um favor qualquer em troca de seus esforços externos, que presumem sobrepor-se aos valores internos. Pensamentos assim resultam de uma educação religiosa deficiente e advêm de hábitos seculares que perduram nos dias atuais e carecem de uma análise mais profunda. Os indivíduos que agem com base nessas premissas evitam reconhecer sua responsabilidade nos acontecimentos que os atingem e pensam enganar a Deus com seu jeito leviano e irresponsável de tratar as questões espirituais. Fatalmente se decepcionam ao constatar que aquilo que queriam não se realizou e que as focas sublimes da vida não se dobraram aos seus caprichos pessoais.

Os problemas apresentados pela vida têm endereço certo, e não há como transferi-los para os espíritos resolverem. Se determinada luta ou dificuldade chega até você, compete a você vencê-la. Na sede de se livrar do processo educativo ministrado pela vida, meus filhos(as) esperam que , os espíritos, possam isentá-los de seus desafios. Isso é irreal. Não detém o poder de transferir de endereço a receita de reeducação que vem para cada um. Nenhum espírito minimamente esclarecido poderá prometer esse tipo de coisa sem comprometer o aprendizado individual. Foram chamados pelo Pai para auxiliar meus filhos(as) apontando o caminho ou a direção mais provável para alcançarem êxito na construção de sua felicidade.

Vejam como exemplo a atuação do próprio Nosso Senhor Jesus Cristo. Mesmo matando a sede e a fome de multidões, ele não arranjou emprego para ninguém. Curou e restabeleceu a saúde de muitos que nele acreditaram, mas não libertou ninguém das consequências de seus atos e escolhas. Sabendo das dificuldades sociais da época, não tentou resolver questões que somente poderiam ser transpostas com o tempo e o amadurecimento daquele povo. Em momento algum o vimos a prescrever fórmulas para dar fim a desavenças de ordem familiar, socioeconômica nem tampouco emocional, recomendando meios de trazer o marido de volta ou fazer a pessoa amada retornar aos braços de quem deseja. Uma vez que ele é o Senhor de todos os espíritos e não promoveu coisas nesse nível, como podemos nós, seus seguidores, sequer cogitar realizá-las?

O que podemos deduzir das atitudes de Nosso Senhor, meus filhos(as), é que, se ele não se dispôs a realizar tais demandas, que na época certamente existiam, é porque a natureza de seu trabalho era outra. Mesmo debelando os males, prestando o socorro que podia, ele não eximiu a população de enfrentar seus desafios. Quem recebeu o pão voltou a ter fome e inevitavelmente teve de trabalhar para suprir as próprias necessidades; quem foi curado teve de aprender a valorizar a própria vida, pois outras enfermidades viriam mais tarde; quem Jesus ressuscitou dos mortos desencarnou mais adiante. Em suma, o processo de reeducação a que conduzem os embates da vida é tarefa de cada um. Cristo Nosso Senhor apenas indicou a direção, mas cabe a cada seguidor palmilhar o caminho com suas próprias pernas, avançando com passos seguros e resolutos em seu aprendizado.

Através desse raciocínio, meu filho(a), você poderá compreender a razão pela qual não há proveito em recorrer aos espíritos para livrá-lo do sofrimento ou isentá-lo de dificuldades. Esse é o caminho do crescimento na Terra, e não há como fugir às próprias responsabilidades ou transferir o destino das tribulações. A dívida acorda sempre com o devedor, não há como se furtar a essa realidade.

Pai João de Aruanda (psicografia de Robson Pinheiro)

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Carta de Amor


Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe não
Eu tenho zumbi, besouro o chefe dos tupis
Sou tupinambá, tenho erês, caboclo boiadeiro
Mãos de cura, morubichabas, cocares, arco-íris
Zarabatanas, curarês, flechas e altares.
A velocidade da luz no escuro da mata escura
O breu o silêncio a espera. eu tenho jesus,
Maria e josé, todos os pajés em minha companhia
O menino deus brinca e dorme nos meus sonhos
O poeta me contou
Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe não
Não misturo, não me dobro a rainha do mar
Anda de mãos dadas comigo, me ensina o baile
Das ondas e canta, canta, canta pra mim, é do
Ouro de oxum que é feita a armadura guarda o
Meu corpo, garante meu sangue, minha garganta
O veneno do mal não acha passagem e em meu
Coração maria ascende sua luz, e me aponta o
Caminho.
Me sumo no vento, cavalgo no raio de iansã,
Giro o mundo, viro, reviro tô no reconcavo
Tô em face, vôo entre as estrelas, brinco de
Ser uma traço o cruzeiro do sul, com a tocha
Da fogueira de joão menino, rezo com as três
Marias, vou além me recolho no esplendor das
Nebulosas descanso nos vales, montanhas, durmo
Na forja de Ogum, mergulho no calor da lava
Dos vulcões, corpo vivo de xangô
Não ando no breu nem ando na treva
Não ando no breu nem ando na treva
É por onde eu vou que o santo me leva
É por onde eu vou que o santo me leva
Medo não me alcança, no deserto me acho, faço
Cobra morder o rabo, escorpião vira pirilampo
Meus pés recebem bálsamos, unguento suave das
Mãos de maria, irmã de marta e lázaro, no
Oásis de bethânia.
Pensou que eu ando só, atente ao tempo num
Começa nem termina, é nunca é sempre, é tempo
De reparar na balança de nobre cobre que o rei
Equilibra, fulmina o injusto, deixa nua a justiça
Eu não provo do teu féu, eu não piso no teu chão
E pra onde você for não leva o meu nome não
E pra onde você for não leva o meu nome não
Onde vai valente? você secô seus olhos insones
Secaram, não vêêm brotar a relva que cresce livre
E verde, longe da tua cegueira. seus ouvidos se
Fecharam à qualquer música, qualquer som, nem o
Bem nem o mal, pensam em ti, ninguém te escolhe
Você pisa na terra mas não sente apenas pisa,
Apenas vaga sobre o planeta, já nem ouve as
Teclas do teu piano, você está tão mirrado que
Nem o diabo te ambiciona, não tem alma você é
O oco, do oco, do oco, do sem fim do mundo.
O que é teu já tá guardado
Não sou eu que vou lhe dar,
Não sou eu que vou lhe dar,
Não sou eu que vou lhe dar
Eu posso engolir você só pra cuspir depois,
Minha forma é matéria que você não alcança
Desde o leite do peito de minha mãe, até o sem
Fim dos versos, versos, versos, que brota do
Poeta em toda poesia sob a luz da lua que deita
Na palma da inspiração de caymmi, se choro, quando
Choro e minha lágrima cai é pra regar o capim que
Alimenta a vida, chorando eu refaço as nascentes
Que você secou.
Se desejo o meu desejo faz subir marés de sal e
Sortilégio, vivo de cara pra o vento na chuva e
Quero me molhar. o terço de fátima e o cordão de
Gandhi, cruzam o meu peito.
Sou como a haste fina que qualquer brisa verga
Mas, nenhuma espada corta
Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe comigo

Maria Bethânia