sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Umbanda e seu significado


Compartilho com vocês uma linda mensagem da Ana Araujo
Você já parou para pensar o porquê de estar na Umbanda e não no evangelismo, catolicismo, espiritismo, budismo?
Para entender melhor isso, dentro do que nossa casa ensina, você precisa ir buscar um entender nas próprias identidades das entidades de Umbanda; Caboclos, negros Africanos, Crianças, Sertanejos, Ciganos, espíritos como Exus que trazem muito da magia ocidental européia, etc.
Existe um porque de cada entidade se identificar de uma forma, dentro de uma generalidade sempre sócio-cultural e/ou racial. E as respostas não estão em roupagem fluídica e disfarces espirituais de vestes X que o espírito usa quando quer, trocando conforme deseja para passar “mensagens” morais e filosóficas com elas. Mas por que?
Muitos espíritas alegam que seja pelo fato da entidade/espírito ser atrasado e preso ainda as vestes de sua encarnação passada. Mas pergunto: por um acaso, um espírito que se manifesta numa sessão espírita para aconselhamento dos adeptos e diz ser Padre João Antunes, também não está usando uma identidade encarnatória? Ou este espírito nunca teve outras existências e somente foi um padre, um homem chamado João Antunes? Claro que não. Ele pode ter sido um médico alemão, um soldado da primeira guerra mundial, um sapateiro judeu, um comerciante árabe, um aborígene australiano, etc. Mas porque se manifesta como João Antunes? Porque possivelmente está foi sua última encarnação ou possível a mais adequada a usar para cumprir seu trabalho junto ao nosso plano carnal. Poderíamos dizer que ele é atrasado porque é apegado a tal encarnação? Não.
Da mesma forma se processa com as entidades sejam de Umbanda, Jurema, encantaria, etc. Porém há grandes e viscerais diferenças que aí sim, separa uma doutrina de outra, fazendo com que sejam de naturezas completamente distintas; a questão da manifestação de grupos de espíritos sob um nome coletivo e uma relação ancestral com cada adepto e fluxo energético invocado e manipulado nessas religiões, pois todas elas, tem duplo caráter: natural (dos elementos da natureza) e espiritual (dos espíritos, incluindo os dos próprios adeptos).
Ao contrário do que muitos podem pensar, as entidades que se manifestam como caboclos, pretos velhos, boiadeiros, ciganos, etc. não são ignorantes e sabem perfeitamente de sua condição, de seu caráter espiritual e se reconhecem como espíritos possuídos de “muitas outras existências”. Já passaram do período de “perturbação pós- morten” e apresentam-se assim, por sua vontade de estar sob uma identidade de uma encarnação que, onde está ligada a seus descendentes familiares comuns aqui encarnados e estão ao seu auxílio e orientação.
Dentro desse panorama podemos entender que a Umbanda é um culto aos antepassados de múltiplas naturezas: a individual; onde a relação é entre adepto e suas entidades que se manifestam através de sua mediunidade, estabelecendo grupos familiares distintos, dentre outros adeptos e suas entidades também. Cada um pode trazer referências antepassadas diferentes e daí talvez possamos vislumbrar porque muitos Pretos velhos trazem em seus nomes, referências a locais africanos como: Congo, Guiné, Cambida, Mina, etc.
Mas assim como temos um caráter individual, temos também um caráter coletivo – espíritos ancestrais que trazem a sabedoria e ciência natural medicinal para a natureza do corpo que reveste nosso espírito. Como também uma reverência ao “espírito alma” de toda consciência antepassada que através da interatividade entre vários povos e inteligências, foram construindo o que hoje é o nosso lar, nosso mundo e toda a tecnologia, ferramentas e condições de melhoria de vida do homem na terra, contribuindo enormemente com o progresso de toda a humanidade. E nós, como almas velhas e também antepassadas de nossa terra, não estamos alheios a tudo isso. Fazemos parte dessa construção e quando cantamos, louvamos e referenciamos aos antepassados africanos, aos índios, mestiços, estamos também relembrando o que fomos, o que também somos nós, em outros estados de consciências e sabedoria secular. A Umbanda por si só, tem todo um caráter de culto e louvor, de integração com a natureza do meio ambiente, da natureza de nosso ser, em ressonância com nossa família ancestral.
O dia a dia de um Terreiro de Umbanda é FAMILIAR.
Todo o cotidiano de uma casa de Umbanda, assim como de Candomblé, é de cunho irretocavelmente FAMILIAR. A casa é mantida por todos e tudo é partilhado, dividido. Cada um sabe o seu papel e função dentro do grupo. Há sempre um “pai” ou mãe” daquela família que cuida dos filhos, sabe observar o que cada um tem de melhor e valorizar isso. Assim como sabe de suas limitações e tenta conduzi-lo para a superação e aprimoramento, respeitando os limites da natureza íntima de cada um. O objetivo primordial de uma família Umbandista, é estabelecer muito bem claro que ali há uma FAMÍLIA , em toda a concepção que essa palavra representa. E essa família tem duas naturezas; carnal e espiritual. A espiritual ajuda a unir os parentes encarnados e os guiam para o melhor ao nosso próprio caminhar encarnatório, para o grupo e para a humanidade, quando o grupo familiar está preparado para isso.
E o atendimento prestado aos necessitados que batem a porta da Umbanda tem grande valor. Primeiro que é o grande aprendizado para o médium, e todos os adeptos da casa. E segundo; não vamos esquecer que semelhante atrai semelhante. Podemos cruzar pelos terreiros, e suas giras de atendimentos por muitos irmãos de outrora, que atraímos para nós ou fomos atraídos, para ajudar a seguir adiante, pois como velhos conhecidos, sabemos mesmo que no inconsciente de suas necessidades.
Muitas pessoas vagam como almas moribundas e desorientadas, aqui e ali. Buscam soluções milagrosas aos seus problemas do dia a dia, querem ser ouvidas, compreendidas, afagadas. E muitos outros querem fazer da Umbanda e dos espíritos que ali trabalham como prestadores de serviços. E as causas são 90 por cento das mais egoístas e materialistas. Essas pessoas não despertaram para a importância espiritual e estão iludidas com o senso comum de séculos de preconceito contra as religiões de matrizes afro-brasileira, as tratando quem sabe, como os velhos senhorios que usavam as negras escravas para satisfazer suas vontades apenas e as deixavam como um objetivo de uso e descartável. Quando precisarem de novo, saberão onde buscar. Assim se comportam muitos e muitos que batem a porta dos terreiros. E lhes pergunto: você acha coerente: anos de dedicação, amor, abnegação ou limitações de várias coisas para se dedicar de corpo e alma a uma religião cujo único objetivo é curar a dor de barriga e vontades mesquinhas, vaidosas ou egoístas do maior percentual das pessoas que procuram os terreiros? Será que é pra isso que as entidades “baixam”? Para falar sobre futilidades; se fulano passará na prova, se cicrano está no curso certo, se deve casar, se o marido está traindo, se o bebê é menina, se o namorado voltará, como prender o amado, e pasmem; nesse tempo de mediunidade, até pedido para ajudar a ganhar na mega sena já presenciei. Nós estamos no terreiro para isso? Nossas entidades estariam? Elas atendem as pessoas conforme suas necessidades e não conforme elas querem. Por muitas vezes, tais diálogos do cotidiano servem como “pano de fundo” e através dele, vem tantas palavras e ensinamentos subliminares, mas que muitos ainda não tem capacidade de absorver, tão envolvido no imediatismo de sua própria vida materialista. Mas será que toda a dinâmica de interação entre médium, entidade, terreiro é algo muito mais profundo que isso, e a relação que para muitos é o objetivo primordial da Umbanda, que é a relação entidade-visitante é, na verdade, uma conseqüência de um processo muito mais íntimo entre adeptos e os mentores espirituais?
Entendam: muitos passarão pela Casa da Vovó Catarina, pela casa do Caboclo Sucuri, pelos Terreiros de Umbanda a fora, e muitos pegarão ou não algum ensinamento se tiver abertura para isso. E não irão voltar mais. Por que? Por duas pequenas razões: ali não é sua família espiritual, ou se é, ele ainda não está preparado para ver, enxergar e abraçar seus velhos irmãos, pais, avós, tios. Muitas e muitas voltas a vida pode dar, para anos ou décadas mais tarde, se estar quem sabe, pronto para estar no meio de sua família novamente. Ou então, sua família não está na nossa raiz, mas no budismo, no taoísmo, no catolicismo, evangelismo. Todas as religiões são raízes que nos conduzem aos troncos de registros mentais, que umas, mais que outras, estão em comunhão com o nosso atual estado mental-espiritual. E por isso, todas são maravilhosas. E quando você encontra sua família, como a sua vida se enche de alegria, de paz e contentamento. Eu encontrei a minha e isso preencheu e modificou minha vida e meu ser de forma sublime, e sei que ainda o modificará, pois muitas maravilhas ainda será despertada no seio de meus familiares ancestrais. Aqui é minha casa, é onde está minha alma, minha paz, minha alegria, minha força e entusiasmo de vida. E quando você encontrar sua casa, sua família, seus irmãos, pais, mães, avós, terá orgulho de dizer o que é, a qual família pertence, e o nome que ela tem. Da mesma forma que temos orgulho de dizer que somos filhos carnais de “João da Silva”, de “Maria de Sousa”, sentiremos orgulho também e não esconderemos que nossa família se chama Umbanda, que sua casa é X, que aquele Beltrano é seu Pai espiritual, que aquela é sua Irmã de fé. Mas enquanto não assumirmos verdadeiramente para nós primeiramente e para outros, o que somos espiritualmente falando, dentro de nós ainda está faltando a certeza de que ali está o seu amor, a sua alma, e que seu ser está entre parentes, entre irmãos, unidos pelo amor comum, pelo tronco familiar comum para trilharmos juntos essa grande aventura e fantástica viagem chamada VIDA. Este núcleo nos ajuda a nos compreendermos melhor, a entender o meio e nossa relação com ele. Ajuda-nos a harmonizar, a nos equilibrar e nos acolhe a alma para partilharmos momentos de vitórias, alegrias, e nos animar nos momentos de dificuldades e obstáculos. E ao contrário do que a maioria de fora (e diga-se de passagem, muitos de dentro também infelizmente) entende e quer fazer de nossa crença, um balcão de milagres e trabalhos de magia. Procuram a Umbanda para consultar as entidades e dirigentes espirituais para fazerem trabalhinhos para isso e aquilo, para o amor, para conseguir uma vaga acima da sua, para arrumar emprego, para passar numa prova, para tirar alguém de suas vidas, um rival, etc. Mas não esqueçam que a Umbanda é uma religião tal qual as outras; existem para nos conduzir ao equilíbrio e harmonia interior, a encontrar o sagrado divino dentro de nós e no plano invisível. Mas infelizmente muitos entendem que cuidar do espírito e “buscar a Deus” é na Igreja e na Umbanda você vai quando tiver precisando de um trabalhinho ou saber de alguma coisa. Na maioria das vezes, de caráter fútil e corriqueiro. E enquanto nós Umbandistas alimentarmos esse tipo de comportamento e não esclarecermos ou procurar promover uma “reeducação”, esse panorama não irá mudar. Mas irmãos, não nos esqueçamos que, a reeducação precisa começar de dentro para fora. Não adianta nada lutarmos em prol de movimentos contra intolerância, aceitação, se nós que somos “o movimento de umbanda”, continuarmos com visões, comportamentos e idéias distorcidas sobre nossas práticas e filosofia espiritual.
Não esqueçam que um Terreiro de Umbanda é um núcleo de irmãos, familiar nunca. E não um local onde você vai periodicamente “se tratar” porque assim “o orixá, o Exu X pediu e orientou. Não é local para simplesmente ir para tratar sua mediunidade porque não tem outro jeito e estão cobrando isso de você. Uma das bases filosóficas de nossa casa e de visceral importancia para nossa guia chefe, é justamente dar a liberdade de escolha para aqueles que ingressarem como adeptos de nossa casa, o faça por amor e afinidade com a religião e filosofia que nossa casa comunga. E não por obrigação e cobranças espirituais, seja de que ordem for. E a relação é superficial, até porque o indivíduo vai a contra gosto, porque se sente pressionado e acuado para ir, pois caso contrario entende que sua vida “irá dar pra trás e as doenças irão se instalar”. E aquela pessoa não se integrará como membro de uma familia e sim, como visitante.
Mas deixemos esse assunto pra ser tratado com maior esmero em outra oportunidade. Voltando ao assunto: família, deixe-me perguntar:
E você? Já encontrou sua família e a assumiu pra si e para os que lhe são queridos? Pense, reflita, ouço o seu coração e ele te dirá. Por isso é tão importante não ter vergonha de ser o que é, o que pratica, pois se as pessoas ao seu redor lhe amam, mas amam de verdade, irão respeitá-lo pelas suas escolhas do que lhe faz feliz, do que lhe dá alegria e paz. Mas se esse reconhecimento não chegou e você ainda tem medo, vergonha, e não sabe exatamente o que dizer quando lhe perguntam sua religião, crença, algo dentro de você precisa ser Reconheça a sua família espiritual, se entregue a ela, e sinta a retribuição em amor e semelhança. E o resto acontecerá naturalmente, quando esse sentimento que você tem ai, quando essa memória que você tem adormecida despertar, você verá como é bom dizer: sou Umbandista por amor e para o amor dos meus antepassados, dos meus semelhantes, e de mim como ser antigo vivente no mundo. E quando este dia chegar, não importa se você é médium incorporativo, ou é se assistente de terreiro. Você de fato e sem reservas entendeu o significado da Umbanda em sua vida, em muitas vidas, em nossa terra. Porque ela, assim como muitas outras religiões e cultos, somente existe por uma coisa chamada tronco e memória ancestral que está em mim, em você e no espírito que baixa num terreiro dizendo se chamar Tupinambá. Até porque, se o povo africano não tivesse vindo para o Brasil, os nativos da terra, não fossem os índios, e nossos colonizadores não fossem portugueses, seríamos um povo de cara diferente, costumes e crenças diferentes. E pense se existiria a Umbanda como ela se manifesta hoje em nosso país. Porque a religião está interligada a formação de determinado povo, e por isso mesmo, é parte do estudo dos povos nas faculdades de ciências humanas. Não pensem que as religiões são puramente “transcendentais”, desvinculadas de nossas crenças e formação cultural como gente, cidadãos de determinada região. O meio influencia o todo e as religiões são expressão também dessa formação humana que começou a ser montada a muitos e muitos séculos atrás e por isso mesmo, tem seu caráter ancestral. Eu tenho orgulho de dizer: “sou afro-ameríndia, sou parte de todos os elementos, parte do criador, parte de ti, e você é parte de mim! Axé, Adupé, Saravá, Namastê, Shalon, Amém.
Ana Araújo

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

FELIZ NATAL


Ee, tá chegando o final de mais um ano cristão, os filhos estão todos alvoroçados, preparativos pra isso, pra aquilo e aquele outro, e eu aqui só olhando, eta filharada parecem que viram crianças, até os mais sisudos em seus pensamentos, em seus inconscientes esperam que algo diferente aconteça.

Ee, o aniversário é de Jesus, que presenteia o ano inteiro a todos, mas eles os filhos não querem dar presente a Ele, querem mesmo é que Ele dê um jeitinho para que seus sonhos se realizem.

Muitos têm sonhos materiais que nem vale a pena comentar, mas alguns, um punhado deles, têm sonhos bem simples, mas são estes sonhos simples os mais difíceis de acontecer, é o abraço de um irmão, o reconhecimento de outro, a alegria de um filho, os olhos brilhando do ou da companheiro ou companheira ao abrirem um mimo humilde mas repleto de amor.

 Às vezes, dói o coração deste velho ao ver uma das criancinhas que assisto desejar apenas um carinho do pai ou mãe, uma atenção, ou quem sabe ter a sorte de poder comprar aquele bolo gostoso que só no Natal vende, ah filharada como meu coração dói, lembro da senzala, lembro de como ansiava por um carinho, por alguém que me chamasse de filho, que me fizesse um cafuné e quem sabe conseguisse pra mim um torrão de açúcar ou um biscoito.

  Nossa como é triste não ter nada disso e ser criança, então eu me prostro ao chão e imploro a Jesus que permita que eu trabalhe muito mas muito mesmo para comover os corações dos filhos adultos para que estas crianças tenham uma pequena alegria.

Ee, o melhor de tudo é que Jesus sempre permite, sempre a mim ajunta-se espíritos que trabalham em diferentes linhas, a linha branca, a umbanda, o candomblé, a magia , e tantos outros desconhecidos por vocês, até os anjos se fazem presente, socorrendo não só as crianças mas todo aquele que tenha o coração simples como o das crianças, para que não se desapontem, para que sintam a presença de Jesus, para que saibam que ELE tudo pode, é só ter fé verdadeira.

Bem filharada, vão se preparando aí para a festa de Jesus, que nós aqui já começamos a agir nos corações endurecidos para que o sonho dos simples de coração e dos pequeninos se realize,

Um lindo feliz Natal para todos,
lembrando que o melhor presente é sempre o AMOR ,

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

ROSA CAVEIRA



MENSAGEM da SENHORA POMBAGIRA ROSA CAVEIRA
Um dia uma moça me procurou e perguntou meu nome. Eu disse: ―Sou Rosa Caveira. Ela respondeu: ―Credo! E eu: ―Credo po

r quê? Qual o motivo? ―Esquisito..., tornou ela.
Bom, para quem não me conhece, vou explicar esse nome.
Sou Rosa Caveira.
Trabalho pela Rosa do Amor da Vida, trazendo a Caveira da Morte para tudo aquilo que pretenda matar o Amor.
Não sou dona da Rosa e nem da Caveira. Sou apenas filha e servidora, por devoção. Do meu jeito, do jeito que posso.
A Rosa é símbolo da Mãe da Compaixão.
A Caveira é símbolo do Pai da Vida.
A Rosa é o Amor Divino que não morre nunca.
A Caveira só mostra e recolhe o que não pertence ao Amor, para restaurar a Vida. Pois sem Amor não há Vida.
Trago a Rosa para dar Vida a quem desaprendeu a amar.
Trago a Caveira para recolher o sentimento de amor que secou no coração humano.
Se você olha para uma rosa, nem sempre lembra que a raiz dela está na terra. E a terra precisa de qualidade para manter essa vida. O que sustenta a flor não é visível ao olho comum. E o que pode estar matando a flor também não.
Quem secou por dentro do coração deixou de viver. Ninguém vê, mas está acontecendo. Então eu trago a Caveira para recolher essa dor, essa “morte em vida”. E trago a Rosa para renascer aquele coração.
Sou Rosa Caveira. E só. Ajudo como posso, para que mais e mais corações estejam vivos. E para que todos compreendam que Morte é renascimento, e nunca é fim.
O tecido que adoece precisa ser removido, para que um novo surja e o todo se mantenha vivo. Tudo trabalha para que o Amor permaneça, pois Ele é Fonte de Vida.
Nenhuma dor vem sozinha. Ela traz consigo a força da reparação.
É isso que faço: trago caminhos de reparação para as dores do coração, para que todos tenham Vida.
Receba da minha Rosa o Amor, a cor, o perfume, a luz. Desperte no seu coração o gosto pela Vida, que nasce alimentado pelo Perdão, pela Compaixão e a Misericórdia de Deus.
Entregue para a minha Caveira tudo aquilo que vem consumindo o seu coração: a mágoa, o ressentimento, a revolta, o desamor, o desespero, a falta de confiança e o desrespeito por si mesmo, os pensamentos de vingança, tudo.
E não queira amarrar ninguém ao seu lado! Porque o Amor não se impõe, Ele só abraça, acarinha e dá Vida. Desista desse crime, porque o Olho que Tudo Vê é também o Pai da Liberdade.
Limpe a taça do seu coração do fel do desejo de posse a qualquer preço. Alimente-o com o Mel da Mãe da Compaixão, para ter também o amparo do Pai da Vida.
Escolha se quer estar vivo ou se pretende ser um morto-vivo.
Sua alma não morrerá nunca. Mas os seus sentimentos podem adoecer e secar. Não permita. Cultive rosas no seu coração e encontrará perfume em todos os caminhos por onde passar.
Aceite a Rosa que lhe ofereço.
A Caveira não lhe posso dar. Sem ela eu não teria como lhe ajudar a se tornar, para todo o sempre, uma filha ou um filho devoto da Rosa Maior.
Aceite a Rosa do Amor e cultive-a no coração. Foi Ela quem me salvou quando eu andava perdida na escuridão, buscando morrer, sem saber que as almas não morrem jamais.
Por isso me tornei uma servidora da Rosa e uma portadora da Caveira.
Esta Caveira só faz por nos lembrar que “morte” é ilusão, pois o que existe é a Eternidade da Vida.
Então, aproveite! Reaqueça seu coração de Amor e viva a Eternidade desde já...

domingo, 16 de dezembro de 2012

BUSCANDO MEU ORIXÁ!


Saravá meus irmãos!
Coloco aqui uma bonita mensagem do Pai Benedito, escrita por Rodrigo Queiroz.
Vale a pena a leitura.
Ele andava triste, por muito tempo buscava uma resposta para suas aflições religiosas. Temia que sua fé minasse a ponto de não mais bater cabeça… quando aconteceu este encontro. Em meio ao perfume das ervas queimando na brasa, ao som dos atabaques, penumbra iluminada por velas, ele ajoelha e desaba:
- Vovô, já não agüento mais…
- O que te aflige meu fio?
- Vô, eu amo os Orixás, não tenho dúvida. Mas passei por tantas desilusões, fui enganado por pessoas que se diziam mestres no culto aos Orixás, ostentando todo tipo de títulos e artefatos. Sei que de certa forma aprendi coisas, mas no fim sempre uma desilusão…
- Continue meu fio…
Em lágrimas ele recobra o fôlego e prossegue.
- Então meu velho, já deitei pro Santo, já assentei Orixás, já passei por muitos fundamentos quando eu cultuava o Orixá em outro segmento que não era Umbanda. Hoje não sei como fazer, de uns tempos pra cá começou meu Caboclo se manifestar, descobri que amo a Umbanda e este é meu caminho, o Caboclo disse que devo me fundamentar na Umbanda e devo assentar meus Orixás. Acontece que meus assentos foram confiscados pelo meu último Babalaô. Acho que meus Orixás estão bravos, estão me cobrando, tenho certeza!
- Meu fio, o que eles cobram?
- Não sei meu velho.
- Então vois zuncê vai pagar o que nem sabe que deve?
- Veja meu velho, como estou confuso. Acredito que preciso assentar meus Orixás para me acalmar. Como faço isso?
- Hehe…É meu fio, vois zuncê ta numa encruza mesmo! Intonce, aquiete seu coração, sinta este cheiro de ervas queimando e escuita com atenção o que este velho nego tem pra te fala…
- Meu velho, sou toda atenção, obrigado… – disse ele em prantos.
- Meu fio, os homens nessa terra tem uma necessidade constante de criar formas para expressar-se, neste caso, o nego vai se ater na religião. Por isso muitas são as formas de cultuar os Orixás, muitas mesmo, e é certo que muitas práticas, nem mesmo sendo tolerante às diferenças, é possível aceitar. Pois meu fio, quando o amor não for o caminho e o bom senso não for o limite, intonce muito problema vai acontecer. Sabe fio, esse velho conheceu os Orixás na antiga áfrica, e lá era tudo muito diferente, simplesmente diferente, não me arriscaria a dizer que melhor, pois assim o nego negaria a evolução constante. Este contato da minha alma com essa luz que chamamos de Orixás mudou a existência do nego, e de tanto que amo e sinto-me bem, após minha passagem para o mundo espiritual, insisti para que Olorum me deixasse perto dos seus Orixás. Sou feliz por isso fio, porque nosso Criador me ouviu. E foi assim que este velho aprendeu algumas coisas simples. Na carne este nego procurou muito os Orixás pela vida, por entre as coisas da Terra, minha Yá tinha ensinado que os Orixás estavam na Natureza, mas como eu não fugia à regra geral, entendia que essa natureza seria o plano físico da arvore, mata, água, fogo, hehe. Como que se eu tendo um pouco da água eu teria “aprisionado” o Orixá. Entendi já aqui no mundo espiritual fio que Orixá não está fora de nós, mas encontra-se dentro. Ele extrapola nossos poros e nos toma por inteiro quando entendemos e reconhecemos isso. Fio, Orixá é a essência de tudo o que você vê, escuta e sente, está muito além destes parcos sentidos humanos e muitíssimo além da nossa razão humana. Mesmo este velho tentando explicar Orixá, cometo um erro, pois sei meu fio, que Orixá não se explica, se sente. Mas como já disse, precisamos criar formas, então fio, que a sua forma seja a mais próxima do abstrato e do sutil, porque assim talvez esteja próximo do que seja Orixá. Por isso meu fio não se apegue tanto às formas de como cultuam ou assentam os Orixás, principalmente quando lhe ensinam métodos que não encontra aceitação no seu coração. Os Orixás falam ao coração, intonce é ele que você deve escutar para saber como encontrará os Orixás. Se, por exemplo, você qué assentar um Orixá das matas, vá numa mata, sinta o cheiro das folhas, toque elas, converse com o Orixá, cante, dance, colha as folha, cipó, raízes, terra, vai pegando um pouquinho do que tem lá, porque isso simboliza o tal Orixá fragmentado na natureza, com isso monte um espaço onde colocará isso e lá você reza pro tal Orixá. Entendeu meu fio?
Ele soluçando e enxugando as lágrimas com a voz embargada responde:
- Meu velho, vovô querido, muito obrigado. Agora sinto o Orixá dentro de mim. Entendi sua mensagem e não sei como agradecer.
- Fio não tem de quê. Agora vai ao encontro de si mesmo para encontrar os Orixás. Seja feliz meu fio por entender que da essência só bebe aqueles que amam simplesmente por não saber explicar. E sempre que irmanados os filhos deste plano estiverem, sem máscaras, sem receios, sem pretensões, lá, através do coração sincero de cada um, o Orixá se manifestará. Todos vocês são filhos de Orixá e adotados por todos os Orixás do Universo, somos filhos dos Pai e Mães Celestiais e nada existe sem a relação harmoniosa e contínua de todos Orixás num emaranhado perfeito. E se buscas o “teu” Orixá, então o encontra dentro de ti! Saravá!
E assim, com três estalos de dedo, o Velho sacudiu seu médium, retornando para sua Aruanda, uma sensação de paz profunda pairava no ambiente e o atabaque secou o couro, um silêncio se fez no ar e podia ouvir o crepitar do fogo nas velas, este silêncio eram os Orixás falando ao coração de cada um presente naquela gira.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

MEDIUNIDADE É PRIVILÉGIO ??????????



Muitos acreditam que seja, um dom ( dádiva ) que o Pai Criador tenha fornecido a alguns e a outros não.

Já não reconhece que se assim fosse, seria uma falibilidade do Criador em  privilegiar a uns e a outros não.

E isso é impossível pela própria essência da Criação Infalível do Pai, que não falha, não erra, e é JUSTO!

Sabemos o que é correto e o que não é, o que podemos ou não fazer, para isto possuímos o senso de certo, errado, falso, verdadeiro, amor, ódio, apreensão e compreensão, orgulho e humildade, o que nos coloca sentimentos que somente pelo nosso livre –arbítrio é que decidimos o que fazer, o que pensar, como agir e como não agir.

Se decidirmos pensar e agir em prol de nossa felicidade quer seja material; trabalhamos lutamos, buscamos de todas as formas honestas para alcançar essa felicidade que para muitos parece ser a única existente.

Ocorre que existe outra que sentimos, mas muitos de nós não se preocupa achando que quando for mais adiante irá tomar o caminho que é a da verdadeira felicidade.

Qual? A  de possuirmos tudo que almejamos materialmente, pensarmos e agirmos em prol de nossos outros irmãos(ãs) menos afortunados, que por diversas circunstâncias lhes falta Um canto para dormir, um pão para comer, um copo de água para beber, um trabalho que possa se levantar e vir a se sustentar e muitos sustentar suas famílias, vivendo em piores situações que animais.

Outros, que por fraqueza, desestruturação familiar, vão para ruas acreditando que irão se libertar destes pesadelos, levando-os a fome, a degradação, aos vícios, a cometerem todos tipos de erros que em sã consciência não fariam.

E o que, nós Felizes, fazemos? 

Damos um pão, pagamos um almoço, ou mesmo nem queremos olhar para eles como se fossem pragas contagiosas. 

Julgamos a todos como fracos, tiramos de nós a responsabilidade sob a alegação de que o Poder Governamental é quem tem obrigação de solucionar estes assuntos.

Será que dentro de cada um de nós, não vem um pensamento pelo menos de angústia de ver um ser igual a nós neste estado, num presídio, num hospital , num asilo jogados como se lixo fosse, e não passa em nossas mentes, que venha a vontade de querer modificar toda esta situação?

E o que é isto? 

Compaixão, amor, respeito pó vermos que são iguais a nós mas em estado material e pior ainda espiritual, bem desiludidos com tudo e com todos.

Aí, entra algo dentro de nós que diz: eu não tenho possibilidades de solucionar o problema, por ter que sustentar minha família. 

Correto. Mas, sua mente, não tem possibilidade de Pensar nestes Irmãos e Irmãs, e enviar uma energia de amor, de solicitação ao Criador que permita que este ou aquela sofredora, aquele sofredor seja do que for, possa receber minha energia de amor, de força, de energia para se levantar e se modificar, de sentir que dentro dele existe o mesmo Criador que eu possuo?

Isso é o que? 

Pena, ódio por ver essa situação? 

Claro que não; são irradiações positivas que possuímos como também possuímos as negativas. 

Mas no caso, prevalecem as positivas que muitos agindo dessa maneira, com toda certeza, irão conseguir que pelo menos um se levante, saia de seus rancores, seus ódios, e passem a agir como qualquer um de nós.

Então o que é isto que nos faz  sentir, querer agir, pensar nos outros semelhantes?

Somente os homens deste plano é que tem este poder, que muitos acreditam ser exclusivo de um
Médium, quando na realidade todos nós o somos.

Se não utilizamos essas sensações, pensamentos, irradiações, é porque não desejamos, é porque estamos voltamos somente para nosso EGO, esquecendo de que todos somos Irmãos e que aqui estamos com uma finalidade passageira, a de se evoluir.

Infelizmente os grandes, os poderosos financeiramente, não querem ter tempo para pensar nestes assuntos, somente lhe interessar ganhar, ganhar e ganhar para depois ,Gastar, gastar e gastar esquecendo que de uma hora para outra serão chamados para o outro lado e o que levarão?

Se cada um de nós conscientizar-se de que todos nós somos Médiuns ( vivemos no meio da Luz e da Terra ) e que poderemos independente de Centros, Templos, Religiões, com a força energética de nossos pensamentos promover melhorias neste planeta; sentiremos que pouco a pouco a miséria, o desamor, o rancor, o ódio, a avareza, o egoísmo a vaidade, etc, irão diminuir, abrindo caminho para compaixão, para o perdão, para o amor, para o respeito a tudo que nos cerca, e aí estaremos caminhando cumprindo ao que nos foi possibilitado e não imposto. 

A evolução Espiritual.

Utopia? Que assim pensem quem desejar: Os valentes Fazem os Covardes, falam!

Que a Paz do Pai Criador  e de todos Orixás esteja convosco.

Antonio C.Evangelista- Caboclo 7 Estrelas

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Os Toques do Candomblé

“O som é a primeira relação com o mundo, desde o ventre materno. Abre canais de comunicação que facilitam o tratamento. Além de atingir os movimentos mais primitivos, a música actua como elemento ordenador, que organiza a pessoa internamente”

O som é o condutor do Axé do Orixá, é o som do couro e da madeira vibrando que trazem os Orixás, são sinfonias africanas sem partitura.
Os Atabaques, são os principais instrumentos da música do Candomblé, cuja execução é da responsabilidade dos Ogãs.
São de origem africana, usados em quase todos rituais, típicos do Candomblé. De uso tradicional na música ritual e religiosa, são utilizados para convocar os Orixás. 
O Atabaque maior tem o nome de Rum, o segundo tem o nome de Rumpi e o menor tem o nome de Le. 
Os atabaques no candomblé são objectos sagrados e renovam anualmente esse Axé. São usados unicamente nas dependências do terreiro, não saem para a rua como os que são usados nos Afoxés, estes são preparados exclusivamente para esse fim. 
As membranas dos atabaques são feitas com os couros dos animais que são oferecidos aos Orixás: independente da cerimónia que é feita para consagração dos mesmos quando são comprados (o couro que veio da loja geralmente é descartado), só depois de passar pelos rituais é que poderão ser usados no terreiro. 
Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo Rum (o atabaque maior), e pelos Ogãs nos atabaques menores sob o seu comando. 
É o Alagbê que começa o toque, e é através do seu desempenho no Rum que o Orixá vai executar a sua coreografia de dança, sempre acompanhando o floreio do Rum.

O Rum é que comanda o Rumpi e o Le. 
O Agogô, tocado para marcar o Candomblé, também de tradição Alaketo, chama-se Gan. As Varetas usadas para tocar o Candomblé nos Atabaques, chamam-se Aguidavis. Também se utiliza ainda o Xequerê. 

Nomes dos Toques dos Orixás na Nação Ketu:

 ADABI – Bater para nascer é seu significado. Ritmo sincopado dedicado a Exú. 
ADARRUM – Ritmo invocatório de todos os Orixás. Rápido, forte e contínuo marcado junto com o Agôgô. Pode ser acompanhado de canto especialmente para Ogum.
AGUERE – Em Yorubá significa “lentidão”. Ritmo cadenciado para Oxóssi com andamento mais rápido para Iansã. Quando executado para Iansã é chamado de “quebra-pratos” 
ALUJÁ – Significa orifício ou perfuração. Toque rápido com características guerreiras. É dedicado a Xangô. 
BRAVUM – Dedicado a Oxumaré .Ritmo marcado por golpes fortes do Run. 
HUNTÓ ou RUNTÓ – Ritmo de origem Fon executado para Oxumaré. Pode ser executado com cânticos para Obaluaiê e Xangô 
IGBIN – Significa Caracol. Execução lenta com batidas fortes. Descreve a viagem de um Ancião. É dedicada a Oxalufã. 
IJESA – Ritmo cadenciado tocado só com as mãos. É dedicado a Oxum quando sua execução é só instrumental. 
ILU – Termo da língua Yorubá que também significa atabaque ou tambor 
BATA – Batá significa tambor para culto de Egun e Sangô . Ritmo cadenciado especialmente para Xangô. Pode ser tocado para outros Orixás. Tocado com as mãos. 
KORIN- EWE – Originário de Irawo, cidade onde é cultuado Ossain na Nigéria. O seu significado é “Canção das Folhas”. 
OGUELE – Ritmo atribuído a Obá. Executado com cânticos para Ewá. 
OPANIJE – Dedicado a Obaluaiê, Onile e Xapanã. Andamento lento marcado por batidas fortes do Run. Significa “o que mata e come” 
SATÓ – A sua execução lembra o ritmo Bata com um andamento mais rápido e marcado pelas batidas do Run. Dedicado a Oxumaré ou Nanã. Significa a manifestação de algo sagrado. 
TONIBOBÉ – Pedir e adorar com justiça é o seu significado. Tocado para Xangô.